terça-feira, 31 de julho de 2007

Taiwan tenta recuperar população de tartarugas sem muito resultado

Em Taiwan, a população local não hesitava em matar tartarugas para comer a carne dos animais e também se alimentava de seus ovos. No entanto, esforços para salvar as espécies que rondam a costa estão sendo implementados no país, mas sem um resultado grande no número de indivíduos.

Esforços de conservação buscam recuperar população de tartarugas na costa de Taiwan
"Os efeitos dos esforços de conservação não podem ser vistos instantaneamente", disse Shiue Jie-yin, da unidade ambiental de Penghu, uma reserva que ilustra a situação vivida no país.
Mesmo com uma reserva para desova, uma clínica veterinária e uma patrulha no litoral, as autoridades afirmam que as medidas não bastam para recuperar o número de indivíduos.
No mundo todo, há cerca de 200 mil tartarugas, segundo o ambientalista. Pouco mais de 20 fêmeas depositam atualmente seus ovos em Penghu, que fica a cerca de 40 quilômetros da costa ocidental de Taiwan.

As tartarugas são uma espécie ameaçada protegida por leis de conservação em diversos países. Em Taiwan, o tipo mais comum é Chelonia mydas, que tem o corpo com uma coloração esverdeada e a cor dos cascos varia do negro ao amarelo, passando pelo marrom.
O pico da matança dos animais ocorreu há 20 anos, quando residentes e visitantes matavam as tartarugas em grandes números. Em 1989, o governo aprovou uma lei de conversação que proibiu a matança dos animais. Seis anos depois, foi criada uma reserva para depósito dos ovos das tartarugas. A clínica veterinária cuida das tartarugas doentes e machucadas e a patrulha noturna protege as fêmeas para que depositem seus ovos tranqüilamente. "Os efeitos dos esforços de conservação não podem ser vistos instantaneamente", disse Shiue Jie-yin, da unidade ambiental.

Fonte: AP

México reclama de impacto ambiental de barreira dos EUA

Barreiras separariam espécies que hoje transitam entre os dois países

O México fez um apelo para que os Estados Unidos alterem o projeto que prevê a construção de mais cercas na fronteira entre os dois países. As autoridades mexicanas alegam que, se o plano não sofrer alterações, a obra prejudicará o meio ambiente e será uma ameaça às espécies selvagens que vivem na região. "A eventual construção dessa barreira colocaria em risco os vários ecossistemas que compartilhamos", disse o ministro do Meio Ambiente do México, Juan Rafael Elvira, durante entrevista coletiva.

Segundo Elvira, o governo mexicano está disposto a levar o caso ao Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, na Holanda, se Washington não atender aos seus apelos. Um relatório de especialistas e ativistas ambientais, encomendado pelas autoridades mexicanas, conclui que as novas barreiras poderão isolar grupos de espécies como jaguares, ursos mexicanos e um antílope típico da região de Sonora, nos Estados Unidos. Além disso, diz o relatório, o uso de luzes intensas e radares pode afetar o comportamento de espécies noturnas.

Cercas vivas

Como forma de minimizar o impacto ecológico, o estudo sugere a construção de "corredores verdes" que permitam o trânsito dos animais selvagens - e, ao mesmo tempo, não ofereçam uma rota para as pessoas que tentam cruzar a fronteira ilegalmente. Outra sugestão do relatório é a utilização de "cercas vivas" de cactos e barreiras permeáveis, que permitam a passagem de água, insetos e pólen. As barreiras foram concebidas com o objetivo de coibir a imigração ilegal, tema de muita polêmica nos Estados Unidos. O projeto prevê que as cercas sejam construídas ao longo de 1.125 quilômetros da fronteira e que contem com equipamentos de monitoramento de alta tecnologia, incluindo sensores e luzes fortes. As áreas atravessadas pelo trajeto da barreira incluem a Baixa Califórnia e o Arizona, onde fica o Deserto de Sonora, um dos mais importantes ecossistemas desérticos do mundo. Autoridades mexicanas disseram que querem explorar alternativas junto aos Estados Unidos antes de encaminhar o caso à Justiça internacional.

O secretário do Interior dos Estados Unidos, Michael Chertoff, sustenta que a barreira é necessária e rejeita argumentos de que o Rio Grande já funciona como um impedimento à migração ilegal. Chertoff alega que as pessoas atravessam o rio quando o nível das águas baixa. Estima-se que 12 milhões de estrangeiros vivam ilegalmente nos Estados Unidos.

Fonte: BBC Brasil

II Encontro em Desenvolvimento e Sustentabilidade da Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável da UFRJ

Esse segundo encontro tem por objetivo dar continuidade ao projeto de reunir especialistas das diferentes áreas do conhecimento para debater interdisciplinarmente, com profissionais e alunos, as questões relativas ao Desenvolvimento e Sustentabilidade neste início de século.

Seminários:


15 de agosto de 2007
Salão Pedro Calmon Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ

“Mitigação das Mudanças Climáticas” - 10:00 às 11:30
Dr. Emilio Lèbre La Rovere - Professor do Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ

“As Cidades e a Sustentabilidade” - 11:30 às 13:00
Dra. Bárbara Freitag-Rouanet - Professora Emérita da UnB (Universidade de Brasília) e Coordenadora da Cátedra UNESCO de cidade e Meio Ambiente

“Panorama Mundial das Mudanças Climáticas” - 14:00 às 15:30
Dr. Valdo Marques - Professor Titular da UENF / Chefe do Laboratório de Meteorologia

15:30 às 17:00
Dr. Ildeu de Castro Moreira - Professor do Instituto de Física da UFRJ e Diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia

Participação da professora Irene Garay (a confirmar)

Após as atividades, ocorrerá o lançamento do livro de Serge Moscovici, "Natureza - para pensar a Ecologia", pela Ed. Mauad; e leva os selos Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável da UFRJ e do Instituto Gaia.

Coordenação:
Dra. Tania Barros Maciel - EICOS / UFRJ
Coordenadora Técnica da Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável da UFRJ
Dra. Maria Inácia D’Ávila Neto - EICOS / UFRJ
Coordenadora da Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável da UFRJ

Apoio Técnico:
Katerine Sonoda, Yuri Correa, Julita Benevides, Rodrigo Fasano, Graciella Faico

Apoio:
EICOS - Programa de Estudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social / Instituto de Psicologia / UFRJ

Cátedra UNESCO de Desenvolvimento Durável da UFRJ

Horário: das 09:00 às 17:00.

Pré-inscrições para os que desejarem certificado: gaiaseminarios@gpsdc.org.br

Ecologia reúne pesquisadores e estudantes em evento no Rio

Estão abertas as inscrições para o 1º simpósio em ecologia a ser realizado nos dias 7 e 8 de novembro, no Instituto de Biologia, Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. ‘Ecologia Antártica, mudanças climáticas e o ano polar internacional’ é o tema do evento, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) e o periódico Oecologia Brasiliensis.

O encontro vai reunir pesquisadores e estudantes de Ecologia para discutir e apresentar os temas de pesquisa desenvolvidos no continente Antártico, por cientistas brasileiros do Programa Antártico Brasileiro. Será fornecido certificado de participação e kit incluindo número especial do periódico Oecologia Brasiliensis sobre Ecologia Antártica. As inscrições feitas até 30 de agosto tem desconto especial. Mais informações no site: http://b200.nce.ufrj.br/ecoantartica/ ou pelo e-mail: simpoantar@ufrj.br.

Fonte: UFRJ

Com os dias contados?


Trecho isolado de mata estudado no Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais, que procura entender como a fragmentação da floresta afeta o equilíbrio ecológico na Amazônia (fotos: PDBFF).


Assentamentos ameaçam continuidade do maior estudo sobre fragmentos florestais na Amazônia

Bernardo Esteves

Uma região ao norte de Manaus abriga desde 1979 o maior e mais longo estudo sobre fragmentos florestais do mundo. Em uma área de 1.000 km 2 , pesquisadores comparam como o isolamento de pequenos trechos da mata afeta o equilíbrio ecológico na Amazônia. O projeto já rendeu mais de 500 artigos científicos e 100 teses de mestrado e doutorado. Mas sua continuidade está ameaçada pela colonização dessa região, promovida pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), órgão público responsável pela administração da área. A Suframa promoveu a instalação de assentamentos ao longo da estrada secundária que sai da BR-174 (Manaus-Boa Vista) e atravessa a área onde é realizado o Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF). Para os próximos anos, prevê-se a acomodação de 180 famílias em seis núcleos, um dos quais nas imediações de um dos acampamentos do PDBFF na região. As atividades predatórias praticadas nos assentamentos – como a derrubada da mata para produção de carvão e móveis – ameaçam a conservação dos trechos de mata intacta da região, usados para monitorar como as diferentes espécies se comportam nos fragmentos florestais e nas áreas de mata intocada.

Preocupados com os prejuízos a um projeto de valor científico inestimável, pesquisadores do PDBFF fizeram, em vão, sucessivos apelos ao Suframa nos últimos anos para interromper a colonização da região. Diante do fracasso das tentativas de negociação, dois deles resolveram fazer um pedido público de socorro. Em artigo publicado na edição desta semana da Nature , eles pedem a mobilização da opinião pública para salvar o projeto. A presença dos novos colonos na área do estudo já mudou a paisagem da região, conforme conta a ecóloga Regina Luizão, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), coordenadora científica do PDBFF. “Hoje você pega a estrada para ir aos acampamentos e só vê aqueles telhados de zinco brilhando sob o Sol, onde antes era pura floresta”. A derrubada de mata intacta está restringindo o território de onças e outros animais de grande porte, que agora estão sendo avistados com maior freqüência. A violência é outro temor suscitado pelos assentamentos. “Nosso acampamento que fica mais próximo da beira da estrada já foi assaltado duas vezes este ano”, conta Regina. “Nossos estudantes estão coletando dados ouvindo tiros e motosserras.” O artigo da Nature , assinado por ela e por William Laurance, pesquisador do Instituto Smithsoniano de Pesquisa Tropical, no Panamá, afirma que uma escalada de violência na região poderia levar a uma tragédia comparável ao assassinato da freira Dorothy Stang no Pará em 2005.

Impasse institucional

A área em que está sendo realizado o estudo dos fragmentos florestais faz parte do chamado Distrito Agropecuário da Zona Franca de Manaus, criada com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico local. Inicialmente, a região estava destinada a abrigar lavouras e pastagens que permitissem abastecer o contingente populacional que Manaus deveria receber em função dessa iniciativa. No entanto, os solos da região se mostraram impróprios para essas atividades e as terras foram deixadas de lado. No final dos anos 1970, parte delas foi doada ao Inpa e a outras instituições científicas para a realização de estudos na área. Em nota distribuída à imprensa por sua assessoria de comunicação, a Suframa reafirma que a área mencionada pelos pesquisadores faz parte do Distrito Agropecuário sob sua administração. A Suframa alega que propôs ao Inpa em 2003 estabelecer uma zona de segurança em volta das áreas de pesquisa, mas não houve consenso em relação ao tamanho dessa zona. Segundo a nota, não foram feitos desde então assentamentos de famílias no entorno da área destinada aos estudos – o que os autores do artigo da Nature contestam. De qualquer forma, a Suframa não abre mão da sua prerrogativa de instalar um pólo agropecuário na região. “A Suframa tem buscado dar total apoio ao trabalho das instituições de pesquisa desenvolvido nessa área, sem prejuízo ao objetivo-fim do Distrito Agropecuário, que é o de possibilitar a atividade de produtores rurais mediante rígidos critérios, de forma sistemática e organizada, de modo a viabilizar a ocupação e exploração econômica, ecologicamente correta e socialmente desejável das áreas ocupadas com atividades agrícolas e agroindustriais, com o objetivo de atender a grande demanda por terras agricultáveis, visando a geração de emprego e renda na região”, afirma a nota.

Relatório ignorado

Regina Luizão alega que os assentamentos promovidos pela Suframa são ilegais, pois estão sendo feitos sem qualquer licenciamento ambiental. O mais irônico, afirma ela, é que a colonização da região desrespeita as recomendações de um relatório feito para orientar o zoneamento econômico e ecológico do Distrito Agropecuário da Zona Franca de Manaus. O documento foi encomendado pela própria Suframa a especialistas, entre os quais alguns pesquisadores do PDBFF. “Esse relatório diz claramente que as atividades de maior impacto para o território do Distrito Agropecuário são a expansão urbana, a atividade de carvoaria e a pecuária de corte”, conta Regina. “A Suframa recebeu em 2005 o relatório que ela encomendou e pagou com dinheiro público, relutou em liberar o documento e está fazendo o contrário do que ele recomenda!” A Suframa se defende dizendo que a entrega do relatório “foi apenas o primeiro passo de um amplo processo para sua implantação, que envolve a análise do conteúdo e recomendações do estudo, que está em fase final de realização por uma comissão interdepartamental”.

Antes de sua implementação, afirma a nota da Suframa, as recomendações precisam também ser submetidas à aprovação do Ministério do Meio Ambiente e do governo do Amazonas. Os autores esperam que o apelo lançado à opinião pública com o artigo da Nature ajude a resolver o impasse institucional. Segundo eles, não resta muito tempo para agir: em julho, quando começa a estação seca e a temporada de queimadas na Amazônia, a ameaça se intensifica. “Na estação seca é muito difícil controlar o fogo”, explica Regina Luizão. “Há um risco enorme de vermos milhões de dólares investidos ao longo de 28 anos sumirem em fumaça.”

Fonte: Ciência Hoje

Conama promove seminário sobre instrumentos econômicos no MT

Adriano Ceolin

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) promoverá, nos dias 21 e 22 de agosto, o Seminário "Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental Rural na Amazônia: Desafios e Oportunidades". O evento, que faz parte de uma reunião ampliada da Câmara Técnica de Economia e Meio Ambiente do conselho, será realizado em Cuiába, no Mato Grosso, na Assembléia Legislativa daquele estado.

O objetivo do seminário é avaliar instrumentos econômicos para a gestão ambiental rural na Amazônia com vistas a sugerir políticas e ações de governo e definir inciativas no âmbito do Conama. Estão previstas a participação de autoridades dos governos federal e do Mato Grosso e de especialistas no assunto. A idéia do seminário surgiu durante a 45ª reunião extraordinária do conselho, realizada em setembro de 2005, também na capital mato-grossense. Alguns conselheiros chegaram a defender até a criação de um Grupo de Trabalho para discutir a questão dos instrumentos econômicos. Nesse sentido, o seminário é um passo importante para que seja fomentada uma maior discussão sobre o assunto. O evento buscará abordar o atual panorama, as iniciativas, as limitações e os desafios para a gestão ambiental rural.

Nos últimos dois anos, o Ministério do Meio Ambiente tem feito estudos junto ao Ministério da Fazenda para viabilizar instrumentos econômicos para investimentos em bases sustentáveis. O MMA busca parcerias com governos estaduais, municipais e demais instâncias para tornar isso possível.

Fonte: MMA

Zôo de Cingapura cria nova área para orangotangos


O zoológico de Cingapura apresentou nesta quinta-feira uma nova área para os 25 exemplares de orangotangos de Sumatra e de Bornéo pertencentes ao parque.

O zôo tem o maior número das duas espécies em cativeiro do mundo. As autoridades constantemente realizam campanhas de conscientização de preservação.
Tanto os orangotangos de Bornéo quanto os de Sumatra estão em perigo de extinção. Vivendo na natureza, são aproximadamente 55 mil orangotangos de Bornéo e 7,5 mil de Sumatra.

Fonte: Redação Terra

Etanol 'come a paisagem' do cerrado, diz jornal

Uma matéria publicada nesta terça-feira no jornal Washington Post afirma que, depois da pecuária e do plantio de soja, outra atividade está causando a destruição do cerrado brasileiro: o plantio de cana-de-açúcar para a fabricação de etanol.

Em reportagem intitulada "Perdendo a floresta para abastecer carros", o diário americano diz que nos últimos 40 anos o cerrado perdeu metade de sua área em conseqüência dessas atividades. Um analista da fundação Conservation International, baseada nos EUA, disse ao jornal que a taxa de desflorestamento do cerrado é mais alta que da Amazônia, e que se o ritmo for mantido toda a vegetação que caracteriza o centro-oeste do país poderia desaparecer até 2030. "O governo brasileiro e grandes companhias de agronegócio dizem que a expansão da soja e da cana-de-açúcar não necessariamente significa devastação do cerrado, onde vivem cerca de 160 mil espécies de animais, muitos em perigo de extinção", diz o Post. "Eles dizem que plantam em terras degradadas e pastos abandonados, melhorando a qualidade e a produtividade do solo." "Mas grupos ambientais argumentam que, à medida que a soja e a cana-de-açúcar substituem a pecuária e colheitas menos lucrativas, os fazendeiros penetram em áreas virgens do cerrado."

O jornal lembra que tanto a soja quanto a cana-de-açúcar para o etanol são produtos fundamentais na pauta agrícola brasileira. A produção de ambos os produtos no Brasil tende a crescer para suprir a demanda dos EUA, diz a reportagem. No início deste ano, o presidente americano, George W. Bush, anunciou que até 2022 pretende elevar para 36 bilhões de galões por ano a demanda americana por etanol, seis vezes mais que o volume que pode ser refinado nos EUA. Um porta-voz da empresa de agronegócio Bunge disse ao jornal que, "se os EUA iniciarem uma corrida em direção ao (plantio de) etanol, os preços da soja tendem a subir, e a demanda será coberta pelo Brasil". O porta-voz disse ainda que, com amplas áreas de plantio ainda disponíveis, o Brasil poderia ver sua produção de soja dobrar em três ou quatro anos.
"O cerrado é perfeito para a agricultura, e será usado (se houver demanda) não há dúvida em relação a isso", disse o porta-voz da Bunge, segundo o Post.

Amazônia

Em outra reportagem sobre o meio ambiente no Brasil, o The New York Times afirma que o Brasil está "alarmado" com indicadores de que a mudança climática já causa efeitos na Amazônia, e que por isso o governo Lula já demonstra flexibilidade nas negociações internacionais sobre o tema. Tradicionalmente "desconfiado do envolvimento estrangeiro em sua gerência da Amazônia, que enxerga como um problema doméstico", o país passa a encarar com mais simpatia mecanismos de mercado que poderiam evitar o desflorestamento, diz o correspondente do jornal. Para o governo brasileiro, a alternativa mais palatável para evitar a perda da área de floresta seria um mecanismo em que doações fossem feitas a um fundo administrado em Brasília. Mas potenciais doadores mencionados em anonimato pelo jornal "preocupam-se com o desperdício e a ineficiência", e temem que seu dinheiro acabe indo parar em um "saco sem fundo". Uma seca na Amazônia, que levantou temores em relação à capacidade agrícola do país, e a ocorrência de um furacão no sul do país estão fazendo o Brasil mudar de idéia aos poucos. "Negociadores e observadores que acompanham as negociações internacionais sobre clima dizem que o Brasil agora está disposto a discutir assuntos que recentemente considerava fora da mesa." Entre as propostas estariam programas de orientação mercadológica para reduzir as emissões de carbono resultantes de devastação em larga escala na Amazônia. De acordo com o jornal, cada vez mais os brasileiros deixam de ver o aquecimento global como um "problema distante", encarando-o como algo que "os afeta".

Fonte: BBC Brasil

Ibama realizará soltura de animais silvestres no Amazonas

A Superintendência do Ibama no Amazonas realizará amanhã (1), a partir das 10h30, a soltura de animais silvestres resgatados em operações de fiscalização. Na ocasião serão soltos jacarés, cobras, quelônios, preguiças e pássaros que estão no Centro de Tratamento de Animais Silvestres do Ibama/AM (Cetas), onde passam por tratamento veterinário para reintrodução na natureza. O barco sairá do píer do Tropical Hotel às 10h30.

Fonte: Ibama/AM

Plataformas de petróleo poderão descartar mais óleo no mar

Paloma Santos

As plataformas de petróleo espalhadas por toda costa marítima brasileira estarão autorizadas a despejar, agora, mais agentes poluentes no oceano. Decisão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que flexibiliza as regras de descarte de óleo e graxa no mar, deve ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias. A última reunião do conselho, dia 4 de julho, definiu que a Petrobrás terá permissão para lançar até 29 miligramas (mg) de óleos por litro de água no mar. Antes, a regra era de 20 miligramas por litro.

Representante das entidades da sociedade civil no conselho, Rodrigo Augustinho conta que, em plataformas mais antigas, havia dificuldades para cumprir as regras de descarte quando a quantidade de água era superada. "A situação era preocupante, pois a Petrobrás descumpria a norma há muitos anos", diz ele. Augustinho explica que, de tudo que é bombeado no fundo do mar pelas plataformas, 90% são água e os 10% restantes, petróleo. A água que volta ao mar possui certa quantidade de óleos e graxas. Também foi criada uma cláusula que proíbe o descarte de águas com óleos em raio inferior a 10 quilômetros de Unidades de Conservação e a 5 quilômetros de áreas ecologicamente sensíveis. O analista ambiental Carlos Magno Abreu, da Coordenação Geral de Petróleo e Gás do Ibama, relata que, em países mais desenvolvidos, a taxa de descarte é ainda maior. Contudo, futuramente, novas técnicas deverão reduzir os impactos ambientais. "Embora o valor em outros países seja maior, a tendência global é que as empresas poluam menos", afirma Abreu.

O gerente de Relações Institucionais da Segurança do Meio Ambiente e Saúde da Petrobrás, Flávio Torres, garante que o óleo é despejado vagarosamente, e em baixas dosagens, o que não prejudica o meio ambiente. "A 500 metros da plataforma, não há mais nenhum sinal desse petróleo", afirma Torres. Outra decisão importante tomada na reunião do Conama é que o órgão ambiental competente poderá autorizar o descarte de água produzida acima das condições e padrões estabelecidos no documento, mas só em contingências operacionais, temporárias, mediante aprovação de programa e cronograma elaborado pelo empreendedor, para solução da questão.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Amazônia: conservação ou colonialismo?

Jornalista Larry Rohter, do 'NYT', escreveu reportagem sobre a região.Reportagem cita uma pesquisa do Ibope.

Dependendo do ponto de vista, o apoio financeiro à reserva natural no Rio Negro por parte do World Wildlife Fund pode ser tanto uma tentativa louvável para conservar a floresta amazônica – quanto o ponto de partida de um plano infame por parte de grupos ambientalistas estrangeiros para usurpar o controle do Brasil sobre a maior floresta tropical do mundo e passá-lo para o controle internacional. Em 2003, depois de assinar um acordo com a WWF e o Banco Mundial, o governo brasileiro criou o programa de Áreas Protegidas da Região Amazônica. Desde então, um grande número de parques nacionais e reservas cobrindo uma área maior do que a de Nova York, Nova Jersey e Connecticut juntos foram incorporados ao programa e receberam uma infusão de novos fundos.

O objetivo do programa é montar um “um sistema central para ancorar a proteção à biodiversidade da Amazônia”, disse Matthew Perl, o coordenador da WWF na Amazônia, em junho, numa visita à área, um arquipélago de 400 ilhas esparsamente povoado ao nordeste de Manaus. “É parte da estratégia ganhar tempo, elevar cada área protegida a certos padrões de administração e captar recursos para o monitoramento e fiscalização”. Mas esse esforço levantou suspeitas por parte de poderosos grupos políticos e econômicos brasileiros que querem integrar a Amazônia na economia do país através de represas, projetos de mineração, estradas, portos, extração de madeira e exportação agrícola. “Essa é uma nova forma de colonialismo, uma conspiração aberta em que os interesses econômicos e financeiros agem através de organizações não governamentais”, diz Lorenzo Carrasco, editor e co-autor de “A Máfia Verde”, um polêmico documento antiambientalista de vasta circulação. “É evidente que esses interesses querem bloquear o desenvolvimento do Brasil e da região amazônica com a criação e o controle dessas reservas, que são todas cheias de minerais e de outros valiosos recursos naturais”.

Visões como essa são amplamente sustentadas no Brasil, independentemente de classe social ou regionalismo. Numa pesquisa feita com 2 mil pessoas em 143 cidades feita pelo principal instituto de pesquisa do Brasil, o Ibope, 75% dos entrevistados disseram que as riquezas naturais do Brasil poderiam provocar uma invasão estrangeira, e quase três entre cinco pessoas desconfiavam das atividades de grupos ambientalistas. Vencer a batalha pela opinião pública no Brasil é crucial para qualquer esforço global de preservação do meio ambiente e, conseqüentemente, para controlar a mudança climática. O Brasil é o quarto maior produtor de gases responsáveis pelo efeito estufa; mais de três quartos dessas emissões vêm do desmatamento, e a maior parte vem da Amazônia. Mas a noção de que os estrangeiros cobiçam a Amazônia vem há tempos sendo divulgada no Brasil, alimentada em parte pela ansiedade causada pelo tênue controle que o governo central exerce sobre a região. Essa preocupação foi exacerbada nos últimos anos pela Internet, que tornou-se cenário de documentos e declarações fabricados para convencer os brasileiros de que sua soberania está em risco.

O exemplo mais notório é um mapa reproduzido em larga escala supostamente usado em livros de geografia de escolas americanas. Cheio de erros de ortografia e sintaxe comuns aos nativos de línguas latinas como o Português, mostra a Amazônia como uma “reserva internacional”, e descreve os brasileiros como “macacos” incapazes de administrar a floresta tropical. Outro documento falso diz que tanto o presidente Bush quanto Al Gore fizeram discursos durante a campanha presidencial de 2000 a favor de tomar a Amazônia à força do Brasil. Em determinado ponto, o documento cita um fictício general americano, que comanda um departamento que o Pentágono afirma não existir, dizendo: “No caso de o Brasil decidir usar a Amazônia de forma que coloque o meio-ambiente dos Estados Unidos em risco, devemos estar prontos para interromper esse processo imediatamente.”

Desde que a guerra do Iraque começou, acusações de planos militares dos EUA na Amazônia são freqüentemente levantadas para difamar os ambientalistas e suas queixas quanto à política do govenro. Em audiências realizadas no ano passado para discutir uma possível represa no rio Madeira, os proponentes distribuíram um mapa mostrando supostos “centros de operação avançados” dos EUA na região, destinados a impedir o desenvolvimento do Brasil, incluindo bases militares e conselheiros na Bolívia e na Venezuela, dois países que não são exatamente simpatizantes da administração Bush. Parte do material que circulou foi elaborado por grupos nacionalistas de direita favoráveis à ditadura militar que governou o Brasil de 1964 a 1985. Mas numa situação inusitada em que antigos adversários concordam, as organizações na extrema esquerda – até mesmo no Partido dos Trabalhadores do governo – também adotaram a noção de que existe um plano estrangeiro para tomar a Amazônia, assim como alguns segmentos militares na ativa. “Tudo indica que as questões indígena e ambientalista são meros pretextos”, disse um relatório de inteligência militar recente, que foi enviado ao New York Times por um brasileiro que recebeu uma cópia e se mostrou preocupado com o ponto de vista expresso. “As principais ONGs são, na realidade, peças no grande quebra-cabeças em que os poderes hegemônicos estão engajados para manter e aumentar sua dominação. Certamente, elas servem de cobertura para esses serviços secretos.” Na realidade, diz Perl, coordenador da WWF, sua organização espera simplesmente criar um cinturão ao redor da reserva natural através da criação de um grande “Bloco de Conservação do Rio Negro”. Ele disse que a idéia é proteger a reserva ajudando as reservas indígenas existentes, parques estaduais e reservas naturais ao longo das margens do rio para operar mais efetivamente. Em 2012, disse Perl, sua organização e parceiros esperam colocar uma área maior que a Califórnia dentro do programa. Foi criado um fundo administrado por uma fundação brasileira que espera levantar 390 milhões de dólares e inclui doações do governo alemão entre outros.

Em meados dos anos 90, parte da área ao redor do arquipélago foi de fato declarada um parque estadual. Mas pouco foi feito para efetivar o decreto, e desde então o Ministério de Reforma Agrária do governo federal colocou 700 famílias de agricultores sem-terra no local e a marinha brasileira, soldados e a polícia montaram centros de treinamento na área protegida. “Existem camadas e camadas de queixas, planos e mais planos, então essa área se tornou uma área de conflito”, diz Thiago Mota Cardoso, que monitora o parque para o Instituto de Pesquisas Ecológicas, um dos parceiros regionais da WWF. “É irônico que esse território pertença ao governo federal, e que ele não faça nada”.

Fonte: New York Times

Estudo liga furacões ao aquecimento global

Conclusões são de pesquisa divulgada pela Royal Society de Londres. Aumento da temperatura do mar tem correlação com incidência de furacões

Jim Loney

O número médio de furacões em cada temporada no Atlântico dobrou no último século, em parte devido ao aquecimento do mar e da mudança dos ventos provocados pelo aquecimento global, segundo estudo divulgado no domingo (29). Os pesquisadores há anos discutem se a mudança climática causada pelos poluentes de carros, das fábricas e da atividade humana em geral provoca tempestades mais freqüentes e intensas. O novo estudo, publicado pela Royal Society de Londres, disse que o aumento das tempestades tropicais e furacões nos últimos cem anos está fortemente relacionado ao aumento de 1,3 grau na superfície dos mares. Neste ano, o influente Painel Intergovernamental para Mudança Climática determinou que a atividade humana influencia o aquecimento e "provavelmente" também os furacões. No novo estudo, conduzido por Greg Holland, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, e Peter Webster, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, foram detectados três períodos desde 1900 nos quais houve um aumento repentino das tempestades, seguidos por fases de estabilidade. De 1900 a 1930, havia em média a cada ano quatro furacões e duas outras tempestades tropicais. De 1930 a 40, a média anual subiu para cinco furacões e cinco outras tempestades. De 1995 a 2005, a média aumentou para oito furacões e sete tempestades. Em períodos imediatamente anteriores, a superfície do mar esquentou 0,7 grau antes de 1930, e um valor similar antes de 1995. "Esses números são uma forte indicação de que a mudança climática é um importante obstáculo no aumento no número de furacões no Atlântico", disse Holland em nota.

Céticos dizem que os dados sobre furacões no começo do século 20 não são confiáveis, porque provavelmente muitos ciclones se formavam e morriam sobre o mar sem que ninguém soubesse. Dados mais confiáveis começaram a surgir em 1944, com observações aéreas, e ainda mais a partir de 1970, com o uso de satélites. Mas Holland e Webster disseram que a intensificação do fenômeno não pode ser atribuída só à melhoria das observações. "Fomos levados à confiante conclusão de que a recente elevação na freq¼ência dos ciclones tropicais se deve em parte ao aquecimento do efeito estufa, e este é muito provavelmente o efeito dominante," escreveram os autores. Em 2004, quatro violentos furacões (Charley, Frances, Ivan e Jeanne) atingiram a Flórida. Todos ficaram entre as quatro tempestades mais destrutivas na história dos EUA. Em 2005, registrou-se o recorde de 28 tempestades, das quais 15 viraram furacões, inclusive o Katrina, que provocou prejuízos de 800 bilhões de dólares e matou 1.500 pessoas. A temporada de 2006 foi relativamente branda, com dez tempestades e furacões.

Fonte: Reuters

China põe 30 empresas em lista negra de poluidores

Como parte da iniciativa para baixar os níveis de poluição do país, a China incluiu 30 empresas em uma "lista negra" de poluidores. Como punição, as companhias apontadas no documento estarão impedidas de pegar empréstimos bancários. Entre elas, estão fabricantes de aço, bebidas, comida e papel.A lista foi publicada no site da Agência Estatal para Proteção Ambiental, que não mencionou se as empresas terão direito a recurso.

No início do mês, o governo já havia indicado que o Banco Central chinês e os órgãos reguladores do setor financeiro iriam cooperar para impedir que essas empresas tivessem acesso a crédito.Névoa cinzenta. A China abriga 16 das 20 cidades mais poluidoras do mundo. Segundo correspondente da BBC James Reynolds, é possível passar vários dias sem ver o sol em Pequim. "Tudo o que se vê é uma chocante névoa cinzenta e todos os anos centenas de milhares de pessoas morrem por doenças ligadas à poluição", diz Reynolds. No mês passado, o governo chinês reconheceu que 60% das cidades do país sofrem regularmente com a poluição do ar e não têm tratamento adequado de esgoto.

Esta não é a primeira vez que a China cria "listas negras" para incluir agentes poluidores. Recentemente, o governo criou uma lista de 39 cidades onde a poluição é considerada grave. Sete delas estão localizadas no nordeste do país, onde a economia é baseada na indústria pesada.
Para especialistas, a criação da nova "lista negra" não diminuirá a poluição, já que na China o desenvolvimento econômico ainda vem na frente das preocupações ambientais. Grupos de defesa do meio ambiente defendem que o país deve investir em fontes alternativas de energia se quiser realmente diminuir a poluição. Um relatório divulgado recentemente pelo Banco Mundial revelou que o custo total da poluição para o país representa cerca de 5,8% do Produto Interno Bruto.

Fonte: BBC Brasil

Fogo destrói a cada ano um milhão de hectares de florestas no Mediterrâneo

Cerca de 50 mil incêndios destroem a cada ano até um milhão de hectares de florestas na região do Mediterrâneo, segundo dados publicados hoje pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

O organismo acrescentou que até 95% dos incêndios são provocados pelo homem, já que, além dos propositais, a principal causa é a negligência, especialmente por causa de pontas de cigarros e dos descuidos ao fazer churrascos. Aproximadamente 30 mil trabalhadores se mobilizam a cada verão para lutar contra o fogo na região, número que pode chegar a 50 mil, incluindo a participação das Forças Armadas em anos de especial risco, acrescentou a FAO.
A FAO calculou que Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia investem mais de ? 2,5 bilhões a cada ano em prevenir e combater os incêndios. Deste valor, 60% se destinam a pagar equipamentos, pessoal e operações, e o restante se destina à prevenção. A agência afirmou que o aumento do número de incêndios ocorre não somente devido à elevação das temperaturas, mas também por causa do desenvolvimento socioeconômico do Mediterrâneo, o que levou ao abandono do meio rural.

Este êxodo, segundo a FAO, leva a uma redução do corte do mato, da poda de árvores e da coleta de madeira, o que provoca a proliferação de galhos e elementos que intensificam e agravam os incêndios, além de tornar mais difícil o trabalho dos bombeiros. A redução da população no meio rural significa também que os incêndios realizados com fins agrícolas têm mais chances de ficarem fora de controle. O organismo explicou que uma das peças-chave para a prevenção dos incêndios são os programas de educação, que devem incluir campanhas públicas e nas escolas.

EFE

Paulson destaca esforço chinês na área ambiental

O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, viu pessoalmente na segunda-feira os esforços feitos para reverter a degradação ambiental ao redor do maior lago do interior da China, desviando por um dia as atenções do embate monetário com o país asiático. "As mudanças climáticas são uma questão muito importante neste país. E são muito importante globalmente e nos EUA", afirmou Paulson a repórteres durante sua visita ao lago Qinghai, que está encolhendo devido ao aumento das temperaturas. "Ao vir até aqui, chamo atenção para o que a China vem fazendo do ponto de vista ambiental e dou força ao que eles estão fazendo."

Paulson, um ambientalista de longa data que presidiu o grupo The Nature Conservancy, disse ter ficado impressionado com o programa custeado pelo governo chinês. O programa tenta recuperar áreas perdidas para a desertificação por meio do plantio de vegetação em dunas de areia e em áreas antes usadas para cultivo agrícola. Segundo Paulson, o lago Qinghai e as geleiras do platô tibetano são importantes para o clima global porque o encolhimento do lago e o derretimento das geleiras poderiam alterar de forma permanente as correntes de ar, provocando fenômenos climáticos violentos em outros continentes. De forma semelhante, um aumento na emissão de carbono em outros pontos pode acelerar a degradação do lago. A parte mais difícil da visita de Paulson à China acontecerá em Pequim, onde o secretário se reunirá com o vice-primeiro-ministro chinês, Wu Yi, e com o presidente do Banco Central do país, Zhou Xiaochuan, na terça-feira. No dia seguinte, Paulson encontra-se com o presidente da China, Hu Jintao.

Segundo o secretário norte-americano, a viagem servirá para pressionar, novamente, pela rápida desvalorização do iuan e por outras reformas, tais como reequilibrar a economia chinesa, afastando-a de sua dependência das exportações e aproximando-a do consumo interno, e aumentar o acesso de instituições estrangeiras ao setor financeiro do país. A viagem de Paulson acontece no momento em que os congressistas norte-americanos, frustrados com a falta de progresso nos esforços para reduzir o déficit comercial dos EUA com a China, aprovam leis para pressionar a China a permitir que o valor do iuan seja fixado pelo mercado. O secretário do Tesouro afirmou estar preocupado com essas leis e argumentou que se tratava de uma estratégia errônea. Paulson disse preferir o diálogo como forma de atingir aquelas metas. Mas ressaltou compreender os motivos dos congressistas e a frustração dos norte-americanos em vista do desequilíbrio na balança comercial. "Não quero que a China se transforme em um problema político cada vez maior nos EUA", afirmou.

Fonte: Reuters

Previsões poderosas

O novo cluster computacional adquirido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) no fim do ano passado, com 1,1 mil processadores, começará a funcionar em agosto no Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em Cachoeira Paulista. Um evento na semana passada, durante a programação de aniversário do Inpe, celebrou o início de operação do novo sistema computacional. O equipamento tem arquitetura da Sun Microsystems e foi adquirido da NEC Corporation por US$ 2,4 milhões. O cluster faz parte da lista dos mais rápidos do mundo de acordo com o Top 500, o ranking dos computadores mais potentes do mundo.

A lista inclui equipamentos instalados em instituições públicas e privadas de todos os continentes, com aplicações voltadas às mais diversas áreas. No campo da pesquisa de tempo e clima, a máquina do CPTEC aparece na 12ª colocação, revelando-se uma das melhores infra-estruturas computacionais do mundo neste setor. Na colocação geral, o equipamento é o 416º de melhor desempenho. “A experiência com a nova máquina irá representar uma etapa de transição para a aquisição do próximo supercomputador do Inpe”, disse Maria Assunção Faus Silva Dias, coordenadora do CPTEC. A atualização dos supercomputadores para a previsão de tempo e clima vem sendo feita em média a cada quatro anos. "Além da boa colocação do novo cluster do Inpe, o ranking demonstra que a especificação do nosso equipamento acompanha a tendência das melhores máquinas em uso no mundo”, disse José Paulo Bonatti, pesquisador e chefe da Divisão de Modelagem e Desenvolvimento (DMD), do CPTEC, responsável pelo projeto do cluster.

O novo sistema computacional do CPTEC/INPE foi adquirido com recursos do Projeto de Tecnologia da Informação para Meteorologia (Protim), do governo federal. “A aquisição deverá trazer ganhos de experiência em sistemas computacionais em ambiente massivamente paralelo”, disse Bonatti. Essa tecnologia, que dispõe de centenas ou milhares de processadores atuando em conjunto, é a mais nova tendência da arquitetura computacional de alta performance. A performance do novo cluster é de 4,5 teraflops (trilhão de cálculos) por segundo. Para as previsões meteorológicas diárias, o CPTEC/INPE utiliza, atualmente, o supercomputador NEC SX-6, com 12 nós, totalizando 96 processadores e velocidade de pico de 0,76 teraflops por segundo.

Bonatti destaca, no entanto, que não se devem comparar diretamente os números dos dois sistemas computacionais – o cluster e o operacional –, uma vez que se trata de máquinas com arquiteturas de processamento diferentes.
A nova máquina irá exigir um grande esforço de desenvolvimento de software. “O foco será o desenvolvimento dos mesmos programas operacionais de previsão de tempo e clima e de assimilação de dados que rodam hoje no SX-6”, disse Bonatti. Mais informações: www.inpe.br

Ibama vai construir o primeiro prédio público ecológico do País

O Ibama será responsável pela construção do primeiro prédio público ecológico do País. O edifício, que vai abrigar o escritório do órgão em Angra dos Reis, no litoral Sul fluminense, deverá estar pronto até o final deste ano. A informação foi dada pelo superintendente no Rio de Janeiro, Rogério Rocco, durante entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo Rocco, toda a estrutura arquitetônica do novo prédio foi definida a partir de conceitos de sustentabilidade e racionalidade ambientais. O edifício aproveitará, ao máximo, a iluminação externa, propiciando o menor consumo de energia elétrica, e a ventilação, reduzindo o uso de aparelhos de ar condicionado e ventiladores. O prédio terá ainda um sistema de captação da água da chuva, que será armazenada e utilizada nos sistemas de descarga e nas lavagens externas do edifício. O material de construção - cimento, madeira e aço, entre outros – também deverá ser reaproveitado. "O cimento será feito com a reutilização de pneus usados e a madeira deverá ser oriunda de demolição ou certificada", afirmou o superintendente do Ibama no Rio.Rocco admitiu que os custos da construção do prédio ecológico devem ficar entre 30 a 50% mais altos do que os de uma construção comum, mas os gastos serão compensados, depois, com a economia que será feita com o uso de seus equipamentos. “No médio e longo prazos, a construção fica muito mais barata, pois há uma redução expressiva no custo de serviços prestados.

Se acenderá menos luz e se usará menos ar condicionado e água. Conseqüentemente, vai-se pagar menos taxas".Além disso, acrescentou Rocco, a utilização de material reaproveitado economiza os recursos e elementos da natureza. A longo prazo, isso traz efeitos econômicos e ambientais positivos para toda a sociedade.

Fonte: Ibama Sede/Radiobrás

Criação de búfalos causa problemas ambientais no Amapá

Dulcivânia Freitas

Na pecuária do Amapá, o rebanho de búfalos já é três vezes maior do que o bovino. Porém, a quantidade não é proporcional à qualidade do manejo dos animais e da pastagem. Essa distorção provoca problemas ambientais como degradação das pastagens, diminuição de animais silvestres e surgimento de plantas invasoras, principalmente o algodão bravo. O alerta é do pesquisador da Embrapa Amapá (Macapá-AP), Paulo Meirelles, que há cerca de duas décadas estuda o assunto.

"Toda atividade humana causa impacto ao meio ambiente. No caso da pecuária, o impacto é minimizado ou ampliado dependendo da gestão da propriedade onde são criados os animais”, ressalta Meirelles.O rebanho de búfalos no Amapá é estimado em torno de 180 mil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), enquanto o de gado bovino está em cerca de 60 mil cabeças. Os bubalinos estão distribuídos em áreas inundáveis do Estado, nos municípios de Amapá, Pracuúba, Cutias do Araguary, entre outras localidades da costa do Amapá. A realidade mostra que a maioria dos criadores de búfalos não faz o manejo adequado das pastagens, mantendo um número de animais maior do que a pastagem suporta. É por isso que acontece a degradação da pastagem, ou seja, a cada ano o pasto vai perdendo a produtividade e esta condição por sua vez causa os impactos ambientais. “É necessário que os produtores ajustem os animais à quantidade de pastos, é uma mudança de foco procurara qualidade em vez de quantidade. As áreas de pastos estão sendo manejadas com número de animais superior ao que a pastagem suporta”, observou Paulo Meirelles.

Algodão bravo

Um dos problemas que resultam do modo equivocado na criação de búfalos no Amapá é o aparecimento da planta chamada algodão bravo. Esse problema já se acumula há cerca de 25 anos. Hoje é a principal planta invasora dos pastos do Amapá. Estudiosos do assunto apontam que existem cerca de 100 mil hectares de pastagem nativa do estado atingidos pelo algodão bravo, um arbusto que se dissemina rapidamente, e por ser uma planta tóxica mata o animal.O uso de herbicida no algodão bravo, entretanto, não é recomendado, porque no Ministério da Agricultura não existe registrado nenhum princípio ativo para matar esta planta. Uma forma de combate recomendado pela Embrapa é aroçagem controlada, um processo lento, mas que é necessário para tentar controlar o avanço intenso do algodão bravo nos pastos do estado. “No Amapá, o problema atingiu uma proporção tão grande que está difícil o controle. Tem que haver uma mudança de consciência e não achar que anatureza é quem tem de cuidar dos búfalos. A solução é ajustar o número de animais à área de pastagem. Quando põe animais demais, o pasto enfraquece e morre e o algodão bravo toma conta”, diz Paulo Meirelles.

Histórico

Os fatores que incentivaram a criação de búfalos no Amapá são a rusticidade e adaptação a ambientes inundáveis, resistência a doenças e manejo simplificado. O programa de incentivo a bubalinocultura nasceu em1975, ou seja, há 32 anos. A quase totalidade do rebanho bovino tem por finalidade a produção de carne (95%), sendo o restante destinado a uma inexpressiva produção de leite, cuja média é de apenas três litros por vaca por dia. Quanto aos bubalinos, o Amapá conta com aproximadamente 180 mil cabeças (13,5% do rebanho nacional) e detém o segundo maior rebanho da Amazônia. A pecuária de corte ainda está fortemente marcada pelo uso extensivo daterra e por um baixo padrão zootécnico, o que se reflete na baixa rentabilidade por hectares. No Estado existem 16.709 km2 de pastagens nativas de terras inundáveis e algumas centenas de milhares de hectares de pastagens nativas nos cerrados, pastagens que representam a principal fonte de alimentação dos rebanhos. A integração dos sistemas de pastejo dos campos inundáveis com os de cerrado, tem grande potencial para incrementar a produção pecuária do Amapá, sem a necessidade de desmatar áreas de floresta densa.

Fonte: Embrapa

No Pará, ferrovia da Vale cresce e índios pedem maior compensação por impacto ambiental

Isabela Vieira

Os 18 quilômetros da Terra Indígena Mãe Maria, no sudeste do Pará, que são cortados pela Estação Ferro Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce, rendem R$ 394 mil por mês para cada um dos dois povos que habitam a reserva, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai). O dinheiro é pago pela mineradora em compensações pelos danos sócio-ambientais causados pela presença da estrada de ferro dentro da área indígena.No dia 10, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de 774,6 milhões para a ampliação da ferrovia. Com isso, a capacidade de transporte do trecho deve crescer 50%, ampliando o impacto ambiental na região. Na reserva indígena, de 62,4 mil hectares, vivem dois povos do grupo Gavião, os Parkatejê e os Kykatejê.Um decreto editado durante o governo Sarney excluiu o trecho cortado pela Estação de Ferro Carajás da área da reserva, bem como as linhas elétricas mantidas pela Eletronorte e a BR 222, que também corta o território.

A disputa dos indígenas, entretanto, não é pela retomada da área, mas por um aumento no valor da compensação paga pela companhia mineradora. “A gente sabe que sempre tem impacto sobre toda a biodiversidade, como já teve”, afirma, em entrevista telefônica à Agência Brasil, o professor indígena Atonti Iapempramre, do povo Gavião Parkatejê. Segundo ele, a reserva mudou completamente desde a instalação da ferrovia, na década de 80. “Não temos mais a mesma quantidade árvores frutíferas como a castanheira e o cupuaçuzeiro. Nem de animais como tatu e veado”, diz Iapempramre. “Com a ferrovia, ou trem passa por cima da caça ou espanta”.Segundo ele, a briga, atualmente, é para reduzir os efeitos negativos da obra. A aldeia teme que novas devastações acabem com árvores centenárias. "Nós andamos toda a nossa terra e quando vamos para o lado da ferrovia ninguém aguenta a 'quentura' dos trilhos. Lá a gente vê bem a diferença. Não tem mais as ávores velhas de antes. É só 'mata de capoeira', de vegetação baixa, com árvores novas”, relata.

A Vale prevê a ampliação de um pátio que atravessa a reserva. O local, normalmente, é utilizado para o cruzamento de trens. Como trafegam ao mesmo tempo, os pátios servem como desvios: enquanto um trem passa o outro fica retido no pátio. O projeto aguarda licença de operação do Instituto Brasileiro de Meio ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).A legislação brasileira prevê o pagamento de compensações financeiras aos indígenas quando um empreendimento afeta o modo de vida da população. Segundo a Funai, o dinheiro pago atualmente é gasto com a melhoria do sistema de captação de água, construção de casas, projetos de cultivos de grãos e reflorestamento.O acordo que determinava o valor da compensação venceu em junho. A expectativa das lideranças, agora, é que com a expansão da ferrovia, a mineradora também amplie a indenização. “Por enquanto as propostas vão e voltam sem consenso”, informou o professor Lapempramre. De acordo com ele, a demora não é um problema, pois os índios querem resolver a situação "consensualmente".

A negociação entre as comunidades e a companhia é acompanhada pela Funai e o Ministério Público Federal. A Vale não quis comentar o processo e não informou se vai oferecer uma proposta maior.

Fonte: Agência Brasil

Congresso internacional de educação ambiental tratará sobre mudanças climáticas

Rubens Júnior

O Ministério do Meio Ambiente participará, de 24 a 27 de setembro, do I Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países Lusófonos e Galícia, em Santiago de Compostela, Galícia, Espanha. O MMA será representado por gestores do Departamento de Educação Ambiental. Os participantes discutirão estratégias para o enfrentamento das mudanças climáticas e a conservação da biodiversidade, pela ótica da sustentabilidade e da instrumentalização da cooperação internacional.

Durante o evento, ocorrerá o lançamento de um programa conjunto de Educação Ambiental para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O programa consolida parte das recomendações elaboradas na reunião de Ministros de Meio Ambiente dos oito membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Portugal e Timor-Leste), em 2006, que resultou na definição da Plataforma de Cooperação da CPLP na Área Ambiental. Por meio de seu Departamento de Educação Ambiental, o MMA tem colaborado com países da Comunidade, como Angola e Moçambique, apoiando o desenvolvimento de seus próprios Programas Nacionais de Educação Ambiental (ProNEA).

Salas verdes

Aprovada a versão atual do programa conjunto de Educação Ambiental, a CPLP passará a contar com 16 centros de informação e referência chamados Salas Verdes, dois em cada país - um em instituição pública, outro em entidade social.

A instalação das Salas Verdes, bem como a definição das bases de uma campanha internacional de educação ambiental com ênfase nas mudanças climáticas e o aprofundamento e a qualificação do conceito de educação ambiental, possibilitará aos países da CPLP aprofundarem a integração dos seus gestores e educadores ambientais, explica a técnica do Departamento de Educação Ambiental/MMA, Daniela Ferraz. Além disso, acrescenta ela, o programa fortalecerá a plataforma de cooperação da CPLP em outras áreas relacionadas, em benefício da proteção ambiental e da sustentabilidade socioambiental das nações envolvidas.

As Salas Verdes serão espaços virtuais de comunicação para o intercâmbio de experiências, opiniões, pesquisa, estudo e realização de oficinas de formação. A implementação desses espaços prevê também a oferta de publicações especializadas sobre educação ambiental e outras questões que afetam o dia-a-dia do planeta, como mudanças climáticas, energias renováveis, combate à desertificação, mitigação dos efeitos da seca, ecoturismo, gestão ambiental marinha e costeira, gestão de resíduos, gestão integrada de recursos hídricos e proteção à biodiversidade. Além disso, a Comunidade onde está inserida a Sala Verde participará de processos educacionais definidos em um projeto pedagógico. Completado um ano de implementação do programa, pretende-se que as Salas Verdes possuam um acervo de 200 títulos (cerca de 25 de cada país da CPLP) e atuando em parceria com a Comunidade, contribuindo para a melhoria socioambiental nos países lusófonos.

Interessados em participar do I Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países Lusófonos e Galícia podem encontrar informações sobre programação, inscrição e outras no site www.ealusofono.org. A idéia do evento - organizado pelo Centro de Extensión Universitaria e Divulgación Ambiental de Galicia - surgiu durante o Congresso Iberoamericano de Educação Ambiental, ano passado, em Joinville.

Fonte: MMA

terça-feira, 17 de julho de 2007

MMA estabelece objetivos para proteção das florestas

Adriano Ceolin

Nesta terça-feira (17), comemora-se o Dia de Proteção às Florestas em todo o Brasil. Muitas metas foram cumpridas nos últimos anos e novos objetivos já estão definidos para o próximo quadriênio, segundo o novo diretor do Programa Nacional de Florestas (PNF), Leonel Pereira. "Basicamente, são três os nossos objetivos: dar seqüência à expansão da base florestal; implementar o Programa Nacional Silvicultura de Espécies Nativas e Sistemas Agroflorestais (Pensaf); e recuperar áreas degradadas", afirmou Pereira.

Segundo ele, as ações de reflorestamento desenvolvidas entre 2003 e 2006 resultaram na média anual de 600 mil hectares plantados. "São árvores de pinho e eucalipto. Precisamos agora diversificar, ampliando o programa para outras espécies", disse o diretor do PNF. A meta é aumentar a média anual de plantio para 1 milhão de hectares, até 2010. "Para isso, um dos nossos objetivos é aproximar financiadores e produtores", afirmou. Já o Pensaf, lançado em outubro de 2006 em parceria com os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário e da Ciência e Tecnologia, deve ser impulsionado. Com ele, pretende-se criar condições favoráveis à utilização de espécies florestais nativas e sistemas agroflorestais para produção comercial. Isso irá resultar no aumento da disponibilidade de seus produtos e em benefícios sociais, econômicos e ambientais.

Pereira destacou ainda que a revitalização da Bacia do Rio São Francisco, desenvolvida em parceria com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio São Francisco (Codevasf), servirá como projeto-piloto na recuperação de áreas florestais degradadas. Segundo ele, estudos para recuperar essa área já estão sendo feitos.

Fonte: MMA

Áreas campestres são as mais prejudicadas no cerrado, conclui Embrapa

As áreas de campo, nas quais é mais fácil limpar os terrenos, foram as mais atingidas pela ocupação humana no cerrado. A conclusão é de estudo da Embrapa Cerrados (unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).A Embrapa terminou no início deste mês o detalhamento de sua pesquisa sobre a situação ambiental do bioma.

Segundo o coordenador do estudo, Edson Sano, após divulgarem o “Mapeamento de Remanescentes de Cobertura Vegetal Natural do Cerrado”, em fevereiro, os pesquisadores se dedicaram a identificar e calcular o espaço ocupado por cada espécie de cobertura vegetal nas áreas naturais remanescentes e a forma como são utilizados os locais modificados pela ação humana.O detalhamento demonstrou que 61% da área remanescente é coberta pela formação típica de savanas, uma mistura de vegetação arbórea, arbustiva e herbácea. Já a formação florestal, onde há predomínio das árvores caracterizadas por troncos retorcidos e com casca grossa, responde por 32% do total preservado. Por fim, apenas 7% do total são compostos de vegetação campestre – classificada como campo limpo, campo sujo ou campo rupestre, de acordo com a quantidade de arbustos e outras características.Utilizando imagens colhidas por satélites em 2002, a Embrapa Cerrados já havia concluído que 61% da vegetação original do bioma está preservada. Dos 207 milhões de hectares oficialmente reconhecidos, 61 milhões são utilizados como pastagens e 17,5 milhões para o cultivo de alimentos, totalizando 78,5 milhões de hectares.

De acordo com Sano, embora esses resultados não tenham sofrido alterações em termos de porcentagem, a segunda fase do trabalho levou a conclusões interessantes.“Temos a idéia de preservar as áreas com remanescentes florestais, mas o cerrado não á apenas isso. As formações campestres também apresentam uma biodiversidade importante e necessitam de uma atenção em termos de preservação”. Para o pesquisador, essa diversidade tem de ser levada em consideração por qualquer programa de preservação ou de utilização racional do bioma. Além disso, Sano destaca a importância de conhecer os reais níveis de degradação de cada estado: “Existe uma grande variação em termos de cobertura vegetal natural em relação à aérea preservada. Ou seja, podemos ter áreas onde esta preservação pode chegar a mais de 90% e outras em que isso pode ser de menos de 15%”.As imagens abrangem os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Tocantins, Maranhão e Piauí. São Paulo e Piauí são, respectivamente, a unidade que mais degradou e a que mais preservou o bioma, em relação à respectiva área original.Quando foi divulgado, o estudo recebeu críticas por considerar pastos cobertos por vegetação nativa como áreas remanescentes. O resultado da Embrapa Cerrados divergia de pesquisa semelhante feita pela organização Conservação Internacional que, também com base em imagens de 2002, concluiu que havia apenas 46% de áreas remanescentes. Sano, no entanto, voltou a explicar que os percentuais não coincidem porque os critérios das pesquisas são diferentes.

Segundo ele, a conclusão de sua equipe não é conflitante nem mesmo com a classificação do Cerrado como um hotspot (ecossistema de alta biodiversidade sob muita pressão de degradação e cuja preservação é considerada prioritária). “É preciso considerar que nós [Embrapa] contabilizamos como área natural qualquer espaço com vegetação original preservada, independentemente dela estar sendo utilizada pelo homem. Já a classificação de hotspots considera o nível de conservação nos diferentes tipos de cobertura natural”, diz.O pesquisador avalia que a atividade que mais degrada o cerrado é a pastagem. De acordo com a pesquisa, 60% dos 61 milhões de hectares de pastos estão em processo de degradação ou degradados. A alternância de pastio com cultivo agrícola poderia recuperá-los, comenta Sano.

Fonte: Embrapa

BNDES aprova quinto financiamento para projeto de hidrelétrica incluído no PAC

Nielmar de Oliveira

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (16) ter aprovado financiamento de R$ 1,6 bilhão para a construção da hidrelétrica Foz do Chapecó, no Rio Uruguai, na divisa dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O projeto, da empresa Foz do Chapecó Energia, tem valor total de R$ 2,2 bilhões e é o quinto incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a receber recursos da instituição.

A nova hidrelétrica terá capacidade instalada de 855 megawatts e garantirá o suprimento de energia a partir de 2010, embora a primeira turbina deva entrar em operação em agosto desse ano e a quarta, e última, em março de 2011. Para o financiamento será desenvolvida uma operação mista, na qual parte do crédito (R$ 1,1 bilhão) será desembolsada diretamente pelo BNDES e a outra parcela (de R$ 552 milhões), por meio de agentes financeiros credenciados. A Foz do Chapecó Energia é uma sociedade de propósito específico (SPE), criada para o desenvolvimento do projeto. A usina está localizada em uma região servida por estradas com ligação até Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre e aos portos marítimos de Itajaí, São Francisco do Sul, Paranaguá e Rio Grande. Uma subestação e duas linhas de 70 quilômetros farão a conexão ao Sistema Interligado Nacional. O BNDES informou ainda que possui atualmente 20 projetos de usinas hidrelétricas incluídos no PAC, somando investimentos de R$ 20,3 bilhões – o financiamento previsto é de R$ 13,3 bilhões. Essas novas usinas agregarão 7,6 mil megawatts ao sistema.

A fim de estimular os investimentos no setor, o BNDES informou também ter reduzido em 60% os custos cobrados nos financiamentos para projetos do PAC. "O spread básico para os projetos de usinas hidrelétricas e termelétricas caiu de 2,5%, em 2005, para 1% em 2007”, diz a nota da instituição.

Fonte: Agência Brasil



Claudia Izique

O aquecimento global não é a única ameaça à vida no planeta. Está em curso o que os especialistas qualificam de “crise da água” e que já compromete as condições de vida e saúde de uma ampla parcela da população. Calcula-se que pelo menos um terço da população mundial já tenha dificuldades, entre severas e moderadas, de acesso à água, sobretudo nas regiões setentrional e norte da África. Mais precisamente: 1,3 bilhão de pessoas não dispõem de água potável e 2 bilhões não são atendidas por serviços de esgotamento sanitário. Isso sem falar na poluição dos rios, lagos e outras fontes de abastecimento que provoca milhões de mortes – notadamente de crianças – que poderiam ter sido evitadas.

Ao longo de milhares de anos a civilização sobreviveu consumindo a água disponível na superfície do planeta. No último século, com o avanço da tecnologia, a humanidade passou a consumir também a água subterrânea, armazenada em lençóis freáticos, aqüíferos, entre outros. O problema é que nas áreas áridas, semi-áridas e nas grandes cidades esse estoque de água começa a ficar comprometido. O quadro se agrava com a longa história de uso inadequado dos recursos hídricos, poluição de mananciais e manejo irresponsável e deverá complicar-se ainda mais nos próximos anos, com o crescimento de países, o aumento da concentração urbana e a conseqüente demanda por água potável. “Em 2025 existirão em todo o mundo 30 megacidades, com mais de 8 milhões de habitantes, e 500 cidades com 1 milhão de habitantes”, prevê José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, um dos maiores limnologistas do país.

Para responder a esse desafio, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) propôs ao InterAcademy Pannel (IAP) – que reúne 96 academias de ciências de todo o mundo em torno de projetos de grande impacto para o avanço do conhecimento – a criação do Water Programme, um programa internacional de pesquisa e inovação sobre recursos hídricos. Clique aqui para ler o texto completo na edição 137 de Pesquisa FAPESP. Assinaturas, renovação e mudança de endereço: (11) 3038-1434, (11) 3038-1418 (fax) ou fapesp@teletarget.com.br



Fonte: Agência Fapesp

Amazônia é grande emissora de metano

João Gabriel Rodrigues

Elevada emissão natural do gás reforça necessidade de reduzir participação humana no efeito estufa A floresta amazônica é um dos maiores focos do mundo de emissão do gás metano (CH 4 ), um dos principais causadores do efeito estufa. A surpreendente descoberta, conseqüência de uma série de estudos realizados em conjunto por cientistas brasileiros e norte-americanos, mostra que a Amazônia contribui, por ano, com cerca de 23% das emissões mundiais do gás. Os cientistas ainda não sabem ao certo o porquê dessas elevadas taxas, que reforçam a necessidade de redução das emissões pelo homem.

Os cientistas recolheram amostras do ar da Amazônia em diferentes alturas e verificaram uma taxa de metano muito maior do que a esperada. (Foto cedida por Luciana Gatti).A pesquisa, iniciada em 2003 e publicada recentemente na revista Geophysical Research Letters , é fruto de uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e o órgão norte-americano National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). Os cientistas usaram um avião de pequeno porte para recolher amostras do ar da Amazônia em uma faixa vertical, da altura de quatro quilômetros – que apresenta um grau mínimo de concentração de gases poluentes – até bem perto do solo – onde a presença dos gases se mostrou maior. As amostras de ar foram, então, comparadas com os dados da concentração de gases na atmosfera fornecidos por duas estações globais de monitoramento: na ilha de Ascension, entre o Brasil e a África do Sul, no Oceano Atlântico sul, e em Barbados, na América Central, região que apresenta concentração de gases de efeito estufa mais elevada. Como as correntes de ar desses locais se dirigem à Amazônia, foi possível medir a concentração de gases dos ventos antes de chegarem à região amazônica e após receberem as emissões da floresta. Para garantir que as massas de ar analisadas nesses dois momentos fossem as mesmas, os pesquisadores usaram como parâmetro as taxas de um gás sintético liberado por indústrias, o hexafluoreto de enxofre (SF 6 ), que não é produzido nem consumido pelo ambiente. Com a comparação, os cientistas puderam perceber uma taxa de metano muito maior do que a esperada na Amazônia: 34 ppb (partes por bilhão) por ano.

“Em época de cheias, é normal que haja um aumento na emissão de CH 4 para o ar, já que o gás é naturalmente produzido em ambientes com pouca oxigenação, como em regiões alagadas”, explica a coordenadora brasileira do estudo, a química Luciana Vanni Gatti, do Ipen. “Como 20% da Amazônia ficam alagados nesse período, o aumento dessa taxa poderia ser explicado. Mas nós descobrimos que essa variação não poderia ser toda proveniente das áreas alagadas, o que gera incerteza sobre sua origem.” Segundo Gatti, um estudo publicado no ano passado indica que as plantas podem emitir metano diretamente. Essa poderia ser uma das explicações para o valor de emissões maior do que o esperado. “Saber de onde vem o gás é importante para que seja possível controlar as emissões”, diz. E acrescenta: “Mas não se pode esquecer que as emissões naturais sempre existiram. Não são elas as causadoras do aumento do efeito estufa, e sim a emissão decorrente de atividades humanas. O que deve haver é uma conscientização da sociedade para que a contribuição humana nessas taxas seja diminuída.” A pesquisa, que ainda está em andamento, faz parte do Experimento Biosfera-Atmosfera de Larga Escala na Amazônia (LBA, na sigla em inglês), projeto coordenado pelo Brasil e que reúne dezenas de países. O LBA também desenvolve, no momento, pesquisas envolvendo os outros gases de efeito estufa. O próximo relatório a ser divulgado será sobre o dióxido de carbono (CO 2 ).

Fonte: Ciência Hoje

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Operação especial - Demlurb realiza limpeza no Rio Paraibuna

Juiz de Fora

O Demlurb (Departamento Municpal de Limpeza Urbana) iniciou, nesta quinta-feira, dia 5, uma ação especial de limpeza no trecho compreendido entre as pontes de Barbosa Lage até a Vila Ideal, dentro do projeto de revitalização do Rio Paraibuna.

O trabalho prossegue nesta sexta-feira, dia 6, a partir das 9h, na ponte do Manoel Honório. Para uma limpeza adequada nas pontes, o Demlurb está utilizando um barco motorizado, com dois servidores, que executam o serviço de coleta dos detritos acumulados.O servidor do Demlurb especializado neste tipo de serviço, José D’Ávila, relata que além dos pequenos resíduos, são encontrados sucatas de fogões, geladeira e sofás velhos, e ainda muitos pneus e animais mortos que estão sendo retirados e levados para o aterro sanitário. O trecho entre Barbosa Lage e Vila Ideal deverá estar concluído na próxima semana. Esse trabalho vai ser realizado de forma contínua visando ao início da despoluição da água do rio que corta Juiz de Fora, favorecendo toda a cidade e outros municípios que são banhados pela Bacia do Paraíba do Sul.

De acordo com o diretor do Demlurb, Osman Magno Lima, a ação visa a dar manutenção adequada à limpeza do rio. Para ele, a presença do barco no rio acaba inibindo as pessoas de lançarem objetos inservíveis nas suas margens. Com isso, o Demlurb está conseguindo diminuir a poluição e o acúmulo de lixo na cidade. O diretor lembra que é preciso contar com a ajuda da população, que deve evitar jogar lixo em locais impróprios. “Vamos continuar insistindo no trabalho de conscientização da população, pois acreditamos que dessa forma vamos conseguir oferecer melhor qualidade de vida para todos os moradores, visitantes e turistas”, disse Osman Magno.

Rio Paraibuna

O Paraibuna nasce a 1.200m de altitude, no município de Antônio Carlos (MG), próximo a Barbacena e deságua em Três Rios (RJ). Com uma extensão total de 166 km, o Paraibuna é considerado um rio de porte médio e tem como principais afluentes os rios Cágado, Preto e Peixe. Juiz de Fora é a maior cidade banhada por ele que é um dos pontos de referência para o nascimento e crescimento da cidade. O rio desempenhou um importante papel na história da região. Foi uma via natural que induziu a ocupação inicial, sendo um fator dos vetores do crescimento urbano de Juiz de Fora. Recentemente, o prefeito Alberto Bejani assinou um importante contrato que marcou o início do Programa de Despoluição do Rio Paraibuna, que vai receber recursos do Ministério das Cidades.

Fonte: Demlurb

Amazônia – e muito mais

Depois de 24 anos, a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) volta a Belém. Com o tema “Amazônia: Desafio nacional”, a 59ª edição do evento começa no próximo domingo (8/7), no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia, na capital paraense. A extensa programação prossegue até o dia 13 de julho.

Os organizadores da maior reunião científica da América Latina esperam receber 15 mil pessoas, entre pesquisadores, docentes e estudantes do ensino superior, médio e fundamental. O evento terá cobertura diária da Agência FAPESP. Durante a reunião, no dia 12 de julho, será realizada a cerimônia de posse da nova diretoria da SBPC. O matemático Marco Antonio Raupp, da Universidade de São Paulo (USP), foi eleito o novo presidente da associação nesta quinta-feira (5/7). De acordo com o atual presidente, Ennio Candotti, a reunião terá foco na necessidade de colocar a Amazônia no cenário político nacional. Para ele, a ciência pode encontrar na região uma fonte inesgotável de novos conhecimentos. “Em 1983, nos preocupava o crescente desmatamento, a ocupação predatória das terras e águas, a exploração sem fim das riquezas e o abandono das culturas amazônicas. O mesmo quadro hoje se reproduz, agravado”, disse Candotti.

A reunião na capital paraense discutirá temas de impacto nacional e mundial, como neurociência, cosmologia, febre amarela, desenvolvimento na China, aquecimento global, diversidade vegetal e agricultura sustentável na Amazônia, dermatologia tropical, terapias gênicas e as relações entre saberes tradicionais e científicos. A programação inclui 45 conferências, 15 simpósios, 40 minicursos e 57 mesas-redondas, além de 22 encontros abertos, nos quais especialistas deverão elaborar documentos para nortear políticas e ações da SBPC.
Oito grupos de trabalho abordarão temas interdisciplinares como planejamento regional e províncias minerais, saúde, sensores biológicos e integração sul-americana. A Exposição de Tecnologia e Ciência (ExpoT&C), feira realizada tradicionalmente em conjunto com a reunião, colocará em destaque o conhecimento voltado para a inovação. Paralelamente à exposição, haverá uma programação técnica com mesas-redondas e palestras.

Neste ano, a feira terá mais de 60 expositores, entre incubadoras de empresas, instituições de fomento, universidades e empresas. O estande da FAPESP apresentará as principais formas de apoio, programas especiais e de inovação tecnológica e projetos de comunicação da Fundação.
Uma das novidades na programação deste ano é que a 15ª SBPC Jovem ocorrerá em outros locais além da sede da reunião anual. Museus, centros de pesquisas, planetários e universidades abrigarão minicursos, oficinas, palestras, feiras de ciências, peças de teatro e diversas outras atividades. A 14ª Jornada Nacional de Iniciação Científica e a SBPC Cultural, com a apresentação de atividades culturais com ênfase na região, completam a programação oficial. A reunião terá ainda uma série de eventos paralelos: o Fórum das Fundações de Amparo à Pesquisa, o Fórum dos Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação da Região Norte, o Encontro Internacional Pró-Rede Pan-Amazônica de CT&IS, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Encontro Nacional do Programa PET e o Salão do Livro Universitário.
59ª Reunião Anual da SBPC: www.sbpcnet.org.br/eventos/59ra

Fonte: Agência Fapesp

Município planta as primeiras mudas no Bosque do Pan

Rio

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente já plantou 78 jerivás no Bosque do Pan, uma área de 30.000m² no canteiro central da Avenida Rachel de Queiroz, na Barra da Tijuca. O projeto é um marco para homenagear os Jogos Pan-americanos Rio 2007 e está localizado próximo à Praça das Bandeiras, que reúne os pavilhões dos países que participarão do evento.

Os plantios continuam nos próximos dias, com a participação de atletas representando os países que virão ao Rio competir nos Jogos. Estão previstas para esse fim 44 mudas de pitangueira, árvore frutífera nativa da restinga carioca. E também já começou o plantio das árvores que vão compor o Bosque do Pan: são 420 mudas de pau-brasil, aldrago, pau-mulato, pau-formiga, aroeira, babosa-branca, paineira e cambucá, além da palmeira conhecida como guapuruvu.

Fonte: PRJ

quinta-feira, 5 de julho de 2007

DNA em gelo indica que Groenlândia teve flora rica

Amostras de DNA retiradas de plantas e insetos extraídos das zonas mais profundas da calota polar na Groenlândia revelam a existência de uma riqueza em flora e fauna de há um milhão de anos, segundo estudo publicado nesta quinta-feira.

Os pesquisadores extraíram fragmentos de DNA, proveniente de diferentes árvores e insetos, da base de uma calota polar de dois quilômetros no sul da Groenlândia.
Para sua grande surpresa, a análise das amostras, de 450 mil a 800 mil anos de idade, revelou uma grande variedade de plantas e árvores, como as coníferas, assim como de insetos, entre os quais mariposas, aranhas e até pulgas. Quando as florestas boreais recobriam seus territórios, as temperaturas na Groenlândia variavam de 10 graus centígrados no verão a 17 graus negativos no inverno.Indícios anteriores datavam a floresta boreal na Groenlândia em uma época anterior à era glacial, há 2,4 milhões de anos.

Além disso, a pesquisa revelou que o gelo da Groenlândia, cuja espessura atual supera os dois quilômetros, se manteve durante o período interglacial, entre 116 mil a 130 mil anos atrás, quando as temperaturas eram 5 graus mais quentes do que hoje. Os oceanos estavam então de 5 a 6 metros acima de seu nível atual. "Se nossos cálculos estiverem exatos, isso quer dizer que a capa de gelo que recobre o sul ds Groenlândia é mais estável do que se acreditava", explica Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), principal autor da pesquisa conduzida por uma equipe internacional de cientistas. "Isso poderia ter conseqüências sobre a maneira como a calota polar responderá ao atual aquecimento global", afirma Willerslev, destacando que isso não mudaria os prognósticos climáticos que antecipam uma subida das águas dos oceanos devido ao derretimento do gelo por causa do aquecimento em curso. O processo de aquecimento é atribuído pela maioria da comunidade científica à atividade humana, sobretudo às emissões de gases causadores do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).

Fonte: AFP

Como construir em harmonia com o ambiente


Fachada principal da Ecohouse, antes e depoisCrédito da imagem: Ecohouse Urca (Envolverde/Instituto Akatu)


Imagine uma casa construída na bela paisagem do Morro da Urca, no Rio de Janeiro, na qual, em pleno verão carioca, é possível abrir mão do ar condicionado durante 95% do tempo, sem que seus moradores sofram com o calor escaldante da cidade maravilhosa. O que parece um milagre na verdade traduz as vantagens de utilizar materiais e técnicas de construção sustentável, adotados pela arquiteta Alexandra Lichtenberg na reforma de sua residência, batizada EcoHouse.

A casa ecológica foi apresentada esta semana, em São Paulo, no I Seminário Internacional “Promovendo Construções e Reformas Sustentáveis na Cidade de São Paulo”, realizado pelo Núcleo de Estudos de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas. Segundo Alexandra, construir com maneira sustentável não tem nada de “alternativo” e em geral traz mais conforto para os moradores do que a maneira tradicional usada na construção civil. Para atingir uma temperatura agradável no interior da sua EcoHouse, a arquiteta trocou as telhas francesas comuns de seu telhado por um lindo gramado (chamado telhado verde) que deixa passar apenas 25% do calor incidente e ainda serve de área de lazer para a família. Alexandra elevou também o pé direito da casa para, em média, 3 metros de altura, garantindo a circulação de ar e a diminuição do calor. Medidas simples como estas, baseadas em um bom projeto, podem trazer grandes vantagens para o consumidor e para sua cidade.

Em Chicago, nos Estados Unidos, já existe uma política pública de incentivo para a construção de telhados verdes com o objetivo de diminuir o efeito de “ilha de calor”, típico das grandes cidades altamente construídas como São Paulo e Rio de Janeiro. Ao incentivar a construção dos telhados verdes, a cidade aumenta a sua área verde total e como conseqüência, promove a diminuição da temperatura geral. Colocar um telhado “vivo” custa um pouco mais do que instalar o modelo tradicional, mas o acréscimo não passa de 10% , e ele garante economia posterior de energia – e de dinheiro - no resfriamento das casas (diminuindo a necessidade de usar ventiladores e ar condicionado) e dos ambientes urbanos – que se tornam mais agradáveis para os seus cidadãos.A construção sustentável busca conciliar conforto e funcionalidade às diversas formas de minimização de impacto e ao uso eficiente de energia e recursos naturais.

Os projetos são pensados de forma integrada ao ambiente externo e colocam os objetivos de sustentabilidade – como economia de água, energia e materiais – em primeiro plano desde a sua concepção.Uma boa atitude que traz grandes benefícios para o consumidor, por exemplo, é trocar as lâmpadas comuns por lâmpadas fluorescentes compactas, que gastam até 80% menos energia e tem uma vida útil de até 10.000 horas. Para garantir a boa iluminação na hora da troca é preciso incluir no projeto de reforma ou construção o cálculo da quantidade de lâmpadas necessárias para cada ambiente. Na EcoHouse de Alexandra, 98% das lâmpadas são fluorescentes e, portanto, muito mais econômicas.

Quem deseja reformar ou construir segundo os princípios de sustentabilidade precisa observar cada etapa do processo de construção e definir suas prioridades específicas.

- É necessário fazer, em primeiro lugar, um estudo climático aprofundado para saber como lidar com questões como insolação (diminuir ou manter o calor), ventos e iluminação - aproveitando ao máximo os recursos naturais disponíveis.

- Minimizar o gasto de água e materiais, bem como a produção de lixo, durante a construção, no uso diário e na manutenção periódica e reutilizar materiais – como tijolos e madeiras, no caso das reformas, é também positivo.

- É importante ainda verificar se todo material ecologicamente correto adotado na construção é certificado por órgãos reconhecidos, como o INMETRO (Instituto Nacional de Meteorologia, Normalização e Qualidade Industrial) ou o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), garantindo que serão eficientes e duráveis. “Aquecedores solares, por exemplo, só com selo do INMETRO”, garante a criadora da EcoHouse carioca.

- Optar por materiais produzidos num raio de 500 km de sua residência é outra indicação dos profissionais do setor para evitar a poluição, uso de combustíveis fósseis e os gastos com transporte por longas distâncias. Além de contribuir para diminuir o aquecimento global, a escolha ajuda a movimentar a economia da sua região.

As construções sustentáveis consideram o ser humano, a natureza e a comunidade em que a obra será realizada de maneira integrada, trazendo benefícios não só para o ambiente, mas para a saúde e o bolso do consumidor.Vale a pena pensar em sustentabilidade na sua casa, mesmo que você não esteja planejando uma obra no momento. Pequenas mudanças podem trazer grandes benefícios, como a troca de lâmpadas, instalação de medidores para o consumo de água ou a instalação de válvulas de descargas modernas e econômicas. Procure um profissional antenado com as novas tendências e tecnologias sustentáveis e mãos-a-obra!

Fonte: Agência Envolverde

Projeto avalia risco ambiental de atividade da Petrobras no RN

"Ilustríssimos senhores / Venham ver e prestigiar / O resultado da pesquisa / Feita em nosso lugar / Para ver a quantas anda / A qualidade do ar"

Foi assim, em forma de cordel, que a professora Isabel Cristina Nunes da Silveira, moradora de Guamaré (RN), comunicou ao povo de sua cidade os resultados de um trabalho que, sob a coordenação técnica da Fiocruz, avaliou a qualidade do ar da região, onde está situado um pólo industrial da Petrobras. Concluído em março, o projeto aposta na participação da comunidade para a manutenção de um ambiente saudável. Seu mais recente fruto foi a publicação de um guia das aves da região que podem servir de indicadores da qualidade do ar, voltado à população em geral.

Instalada em Guamaré desde 1980, a Petrobras recebeu uma solicitação dos moradores do município para que avaliassem os possíveis danos causados ao ambiente e à população por suas atividades. “A gente olhava aquela fumaça, sentia um cheiro diferente e começava a se perguntar se aquilo não fazia mal”, conta Isabel. A empresa convidou, então, a o grupo de Pesquisa em Impactos Ambientais Globais e Saúde da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz para que liderasse a investigação.“Propusemos uma avaliação integrada de saúde e ambiente”, explica a bióloga Sandra de Souza Hacon, coordenadora do projeto. “Nossas análises compreenderam, além da verificação da qualidade do ar, estudos sobre o perfil de saúde das cinco comunidades estudadas, além de aferição da qualidade da água e da percepção socioambiental das comunidades do entorno do pólo”. Lideranças comunitárias e agentes de saúde locais participaram da pesquisa, que incluiu a aplicação de dinâmicas e mais de mil questionários.

Os resultados foram tranqüilizadores: mostraram que as atuais emissões atmosféricas pelo pólo da Petrobras não geraram níveis de poluição preocupantes e não afetaram negativamente a saúde dos moradores. No entanto, a equipe da Fiocruz enfatiza a necessidade de um monitoramento contínuo da poluição no local por técnicas que possam ser acompanhadas pelas comunidades. Por isso, investiu na adaptação de métodos de biomonitoramento, ou seja, de avaliação da qualidade do ambiente de acordo com o comportamento de espécies da fauna e da flora locais.

A resposta está nos céus

Foi coordenada pelo biólogo Salvatore Siciliano, também da Fiocruz, uma atividade de identificação das espécies de aves presentes em Guamaré, nas regiões próximas e distantes ao pólo industrial. A pesquisa rendeu a publicação do livro As aves da região de Guamaré, RN – Guia de Identificação, que pretende sensibilizar a população leiga sobre a importância de conservar a biodiversidade local e participar das atividades de biomonitoramento. “Entre os vertebrados, as aves são os animais com maior capacidade de bioindicação, por causa da grande diversidade de espécies, da facilidade de amostragem e do conhecimento que as populações têm sobre elas, entre outros fatores”, aponta Luciano Moreira Lima, graduando em ciências biológicas da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e colaborador da pesquisa. “Elegemos 118 espécies de aves sentinelas, que são sensíveis às alterações da qualidade ambiental, para que sejam especialmente observadas”.

Para poder contar com a ajuda da população nesse processo, o guia traz, além de fotos e informações sobre as aves, textos explicativos sobre os biomas presentes em Guamaré e sobre a observação de aves e sua contribuição aos estudos ecológicos. Distribuído à população, o guia já começa a ser lido e apreciado. “Levei-o para a escola, é um material muito rico. A comunidade vai aprendendo a preservar”, aposta Isabel.

Fonte: Fiocruz

China admite que poluição no país é insustentável

O principal responsável de proteção ambiental da China reconheceu que a poluição no país é insustentável e que está disparando os protestos entre uma população cada vez mais consciente do meio ambiente. "À medida que aumenta o nível de vida, os cidadãos estão se concentrando mais no meio ambiente e na qualidade de vida", explicou Zhou Shengxian, diretor da Administração de Proteção Ambiental, citado pela agência oficial "Xinhua".

Zhou explicou que a deterioração do meio ambiente está gerando um crescente número de "incidentes em massa" e reconheceu que o órgão que dirige recebeu nos cinco primeiros meses do ano 1.814 pedidos exigindo um melhor entorno, 8% a mais que no mesmo período de 2006.
Em 2005 foram registrados no país mais de 84 mil protestos em massa, segundo dados oficiais, devido ao descontentamento social. "O meio ambiente enfrenta na China condições extremamente difíceis", explicou o funcionário, com categoria de ministro, e especificou que os Governos locais não estão implementando as normas de proteção ambiental ditadas pelo Partido Comunista e pelo Conselho de Estado (Executivo).Zhou acrescentou que muitas fábricas não descansam durante a noite e "não têm escrúpulos" ao derramar seus poluentes nos rios.

Segundo um recente estudo, 26% dos sete principais sistemas fluviais chineses têm o nível máximo de poluição, 75% das centrais de tratamento de resíduos não cumprem seu trabalho e 44% das fábricas investigadas violam as normas ambientais. Desde maio três dos principais lagos da China registram um surto de algas verdes por causa da poluição, e nesta semana 200 mil pessoas ficaram sem água no leste da China devido a um vazamento de amônia no rio local.
O jornal americano "Financial Times" acusou a China de ter ocultado dados sobre poluição ao Banco Mundial (BM), em um estudo conjunto que as duas instituições realizam. Segundo a publicação, Pequim não torna pública a morte de 750 mil pessoas por ano prematuramente por causa da poluição da água e do ar.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Qin Gang, desmentiu hoje esta suposta ocultação de dados ao BM. "O que soube é que os departamentos relevantes da China fizeram uma investigação conjunta com o departamento de Proteção Ambiental do Banco Mundial. O relatório mencionado ainda não foi concluído", acrescentou.

Fonte: EFE

Aquecimento fez lago desaparecer no Chile, dizem cientistas

Lago era alimentado por água de geleiras derretidas da região

Cientistas no Chile culparam a mudança climática pelo desaparecimento de um lago de 30 metros de profundidade na região sul do país, na Patagônia. Guardas florestais que patrulhavam a área na região de Magallanes em março informaram que o lago de dois hectares estava em seu tamanho normal. Mas, dois meses depois, eles encontraram uma enorme cratera seca, com grandes pedaços de gelo presos, pedaços que flutuavam pela água do antigo lago Témpanos.
De acordo com os especialistas, as geleiras em volta do lago estão derretendo e pressionaram uma parede de gelo que agiu como uma represa. O glaciologista Andrés Rivera, do Centro de Estudos Científicos do Chile, afirma que a água do lago fluiu pela rachadura que se abriu na parede para um fiorde próximo e, então, para o mar.

Derretimento

Na segunda-feira, Rivera sobrevoou a área em um avião da Marinha chilena para tirar centenas de fotografias do local que fica a cerca de 2 mil quilômetros da capital chilena, Santiago.
"Em um lado da geleira Bernardo, podemos ver um grande buraco ou falha e acreditamos que foi por lá que a água passou. Isso confirma que as geleiras da região estão recuando e ficando mais finas", disse o glaciologista em um comunicado publicado na página da Marinha do Chile.
Rivera notou também que o lago agora parece estar enchendo novamente, provavelmente devido ao derretimento de grandes pedaços de gelo que ficaram no leito do lago."Podemos dizer com certeza que há água chegando à região e está se acumulando nas mesmas bacias que foram esvaziadas", disse.

Segundo Rivera, estes processos são relacionados às mudanças climáticas que estão ocorrendo na região. Apesar de fenômeno semelhante já ter sido observado em outras regiões do Chile, o glaciologista afirma que este é um dos mais interessantes pela dimensão que alcançou.

Fonte: BBC Brasil

Biocombustível terá certificado, diz Lula em Bruxelas

Carolina Monteiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (5) que o Brasil vai criar uma certificação para que o mercado de biocombustíveis seja desenvolvido de modo responsável e sustentável. Também voltou a rebater as críticas de que o uso de sementes para produção de energia vai aumentar a fome no mundo e disse que se há um culpado pela falta de acesso de parte da população aos alimentos, é a política de subsídios dos países ricos.“Estamos desenvolvendo o Programa Brasileiro de Certificação Técnica, Ambiental e Social dos Biocombustíveis, que permitirá mostrar que toda a cadeia de produção dos biocombustíveis no país respeita critérios ambientais, sociais e trabalhistas, consagrados nas normas internacionais e na legislação brasileira, e exigidos pela sociedade”, disse Lula na Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em Bruxelas.

O presidente mencionou a necessidade de criar padrões e normas técnicas sobre o etanol e o biodiesel para fazer do biocombustível um “pilar da matriz energética mundial”. E disse que está sendo feito um trabalho conjunto com “nossos parceiros no Foro Internacional de Biocombustíveis: África do Sul, China, Estados Unidos, Índia e União Européia”. Lula frisou que o objetivo do certificado não é “criar uma competição entre energia, comida e meio ambiente”, mas mostrar respeito pelas questões ambientais e pela necessidade de preservar a produção de alimentos.Um dos principais defensores dos biocombustíveis na comunidade internacional, o presidente foi o único chefe de Estado presente ao encontro. A União Européia se impôs a meta de substituir 10% de todo o combustível consumido pelos 27 países do bloco por energias renováveis até 2020. Hoje, a participação é de 1%, como disse presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso.Sobre a questão alimentar, Lula disse: “Todos sabemos que não há escassez de alimentos no mundo, mas escassez de renda capaz de garantir o acesso das populações mais pobres ao que comer. A falta de renda está diretamente vinculada aos vultosos subsídios agrícolas dos países ricos. Trata-se de desvio do comércio internacional que ameaça a produção de alimentos e de excedentes exportáveis pelos países pobres”.

O presidente usou o Brasil como exemplo de que não há oposição entre uma agricultura voltada para a produção de alimentos e outra para a produção de energia. “A fome no país diminuiu no mesmo período em que aumentou o uso dos biocombustíveis. O plantio da cana-de-açúcar não comprometeu ou deslocou a produção de alimentos. Na realidade, a cana ocupa menos de 10% da área cultivada do país, ou seja, menos de 0,4% do território brasileiro. Essa área – é bom que se diga – fica muito distante da Amazônia, região que não se presta à cultura da cana”.Ele afirmou ainda que o Brasil convocará uma Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em julho de 2008, no Rio de Janeiro, que sediou o encontro ambiental Rio-92, há 15 anos.Depois da conferência, Lula participou de um almoço de trabalho oferecido por Durão Barroso, seguido da assinatura de acordos de cooperação na área de biocombustíveis – cujo conteúdo não foi revelado.

Fonte: Agência Brasil