sábado, 29 de setembro de 2007

Aquecimento poderia ser controlado através da teoria do caos

A maioria dos fenômenos naturais responde a um modelo de sistemas caóticos que poderiam ser controláveis, como, por exemplo, o aquecimento global, segundo o brasileiro Jacob Palis, um dos matemáticos mais relevantes na investigação do comportamento caótico.
O cientista, que esta semana deu uma conferência na inauguração do Instituto Madrileno de Estudos Avançados em Matemática, disse à agência Efe que, embora existam na natureza fenômenos "regulares" ou perfeitamente previsíveis, a imensa maioria tem um comportamento caótico. "Os exemplos na natureza são múltiplos, como a meteorologia, o movimento dos astros, a expansão de epidemias ou a evolução dos fluxos migratórios", acrescentou.
A teoria do caos, postulada pelo matemático Henri Poincaré no século XIX e cuja formulação moderna data de 1990, sugere que a evolução destes sistemas depende, em grande medida, das condições "de partida", de modo que uma pequena mudança pode fazer com que o sistema evolua de maneira distinta.

Palis afirmou que é muito comum pensar que, no "caos", existe um descontrole total, mas a maior parte destes fenômenos poderia ser previsível, desde que sua situação inicial fosse conhecida. Assim, seria possível controlar o desenvolvimento do processo em direção a um ponto determinado se suas condições fossem alteradas. No entanto, é impossível ter todos os fatores sob controle em um sistema caótico, fato com o qual os humanos devem se acostumar, já que "a incerteza é muito comum em nossas vidas", disse. Palis lembrou as palavras de Galileu de que "os fenômenos da natureza estão escritos em linguagem matemática", contrariando o senso comum de que a matemática não serve para nada.

Fonte: EFE

Empresa aérea anuncia teste de Boeing com biocombustível

Boeing 747 não vai carregar passageiros duranteo o teste

A empresa aérea neozelandesa Air New Zealand anunciou nesta sexta-feira que planeja realizar o primeiro vôo-teste de um avião comercial movido parcialmente a biocombustível.
O vôo, com um Boeing 747, deve ser realizado entre o fim de 2008 e o início de 2009, provavelmente partindo de Auckland, e não levará passageiros. Um dos quatro motores do avião deve ser movido a uma mistura de querosene e biocombustível, mas a Air New Zealand não deu detalhes sobre que tipo de biocombustível. O vôo experimental é previsto em um acordo assinado entre a Air New Zealand, a fabricante de motores Rolls-Royce e a fabricante de aviões Boeing para pesquisar alternativas "verdes".

Avanços tecnológicos

Segundo o presidente da Air New Zealand, Rob Fyfe, recentes avanços tecnológicos tornaram o biocombustível uma alternativa viável para o uso na aviação mais cedo do que se pensava. Recentemente, o governo da Nova Zelândia declarou sua intenção de neutralizar suas emissões de carbono, e o ministro para mudanças climáticas e energia, David Parker, disse que a iniciativa da empresa aérea nacional iria contribuir para este objetivo. Mas a Air New Zealand poderá não ser a primeira empresa a colocar no ar um avião movido a biocombustível. A britânica Virgin Atlantic planeja realizar um teste no começo do ano que vem, também com um avião com quatro motores, um deles inteiramente ou parcialmente movido a um combustível alternativo.

Segundo um porta-voz da Virgin, já estão sendo realizados testes no solo, nos Estados Unidos, em parceria com a General Electric e a Boeing. A empresa, no entanto, ainda não decidiu que tipo de biocombustível será usado.

Fonte: BBC Brasil

Ibama realiza apreensão de pássaros no litoral norte

Maria Helena Firmbach Annes

Servidores do escritório regional do Ibama em Tramandaí, Rio Grande do Sul, apreenderam nesta quinta-feira (27), 63 aves em uma residência no município de Santo Antônio da Patrulha (Litoral Norte do Estado). A apreensão foi feita quando os servidores realizavam uma vistoria em um criador ao lado da residência.

As aves estavam em gaiolas velhas e sujas em péssimo estado de conservação. ‘‘Até rato morto tinha dentro das gaiolas’’, diz o chefe do escritório, o analista ambiental Kuriakin Toscan. Além disso, dois pássaros estavam anilhados com anilhas falsas. Entre as espécies apreendidas estão tié, azulão, sabiá – laranjeira, trinca ferro, sabiá ferreiro, canário da terra, cardeal, pintassilgo, chupim, coleirinho, sanhaço frade; tico-tico; tico-tico rei. A multa não foi definida ainda, mas deverá levar em consideração os maus tratos aos animais e o fato de ter espécies ameaçadas de extinção entre eles.

Fonte: Ibama

Consulta pública sobre critérios para reciclagem de embalagens PET termina em outubro

Gláucia Gomes

Os critérios para a reciclagem de embalagens e equipamentos plásticos de Poli Etileno Tereftalato, mais conhecido como PET, estão sendo discutidos até o dia 9 de outubro, por meio da consulta pública nº 74, realizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo o procurador da República em Marília (SP), Jefferson Aparecido Dias, produtores de cerveja, suco e refrigerantes também estão interessados em substituir as embalagens de alumínio e vidro por plástico. Dias, que é especialista em Poluição por Resíduos Sólidos e Esgotos, foi o autor da ação civil pública que resultou na liminar que exige um estudo de impacto ambiental das cervejarias que decidirem produzir com embalagens PET.“O ideal seria que o produtor que opta por utilizar PET deveria ser responsabilizado também pela sua destinação adequada. Porque hoje a empresa opta pelo PET transfere para a sociedade os custos ambientais desse novo produto”. Ele diz que atualmente as empresas não são incentivadas a buscar novas tecnologias na produção e uso de embalagens que poluam menos o meio ambiente. “Com isso, o custo ambiental é repassado ao cidadão e ao poder público, que precisa cobrar mais tributos para dar destinação adequada às garrafas”.

O procurador lembrou que, nos últimos anos, o uso maciço de garrafas plásticas tem causado problemas como as zonas mortas nos oceanos - locais em que o fundo do mar está coberto por plástico, impossibilitando qualquer tipo de vida. Na avaliação de Dias, a participação da sociedade na audiência pública é "muito importante", pois a cada dia novos produtos surgem no mercado, o que faz com que as pessoas se habituem ao consumo de descartáveis em vez de adotarem posturas de preservação ambiental. O texto da Consulta Pública nº 74 está disponível no site: www.anvisa.gov.br. Quem quiser participar pode enviar sugestões pelo e-mail gacta@anvisa.gov.br. O endereço para cartas é: SEPN 511 Bl. A 2º andar Ed. Bittar II – Asa Norte, Brasília-DF Cep. 70.750-541. O número de fax é o (61) 3448.6274.

Fonte: Agencia Brasil

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Pesquisadores discutem agroenergia na Amazônia

Juliana Freire

Na próxima semana, durante os dias 01 e 02 de outubro, pesquisadores de algumas unidades da Embrapa se reúnem em Manaus (AM) para discutir sobre agroenergia na Amazônia. A idéia é construir uma agenda de pesquisa, desenvolvimento, inovação e transferência de tecnologia em agroenergia para a região.

Participam do encontro a diretora-executiva da Embrapa Tatiana de Abreu Sá, o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, Carlos Eduardo Lazarini da Fonseca, o chefe da Assessoria de Inovação Tecnológica, Lúcio Brunale e representantes da Embrapa Transferência de Tecnologia, Embrapa Agroenergia, Embrapa Solos, Embrapa Floresta, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Roraima, Embrapa Rondônia, Embrapa Acre, Embrapa Amapá e Embrapa Tabuleiros Costeiros.A reunião técnica tratará de temas prioritários para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de sistemas de produção que possam promover a produção sustentável de biodiesel e etanol no bioma Amazônia. No primeiro dia serão discutidos o cenário, demandas, tecnologias disponíveis, florestas energéticas e culturas com potencial para a agroenergia como a cana-de-açúcar e dendê.

No segundo dia, os participantes se reúnem em grupos de trabalho para a construção de uma matriz de conhecimento. No final, o objetivo é definir o posicionamento da Embrapa sobre o tema, elaborar calendário com as ações, atividades, propostas e prioridades, além de integrar as unidades envolvidas em torno da execução das demandas em agroenergia.

Fonte: Embrapa

Novos caminhos para Quioto

Redução da emissão de gases do efeito estufa ainda não é suficiente para cumprir metas do protocolo

Fabíola Bezerra

A redução de 5,2% na emissão de gases do efeito estufa, estabelecida pelo Protocolo de Quioto para o período de 2008 a 2012, ainda é um grande desafio para os principais países industrializados. Quinze anos após a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio-92), uma das maiores já organizadas com o intuito de discutir a ameaça das mudanças climáticas, especialistas concluem que, apesar de muitos acordos terem sido feitos, ainda é preciso pôr em prática muitas medidas para que as metas de redução nas emissões comecem a ser cumpridas. Para especialistas reunidos na Conferência Rio+15, a falha das promessas de redução das emissões presentes no Protocolo do Quioto deve-se à falta de transferência de capitais e investimentos para cobrir os custos dessas metas. Dezenas de autoridades e representantes de instituições da área ambiental e econômica de todo o mundo, reunidas na semana passada na conferência Rio+15, acreditam que a falha das promessas de redução do Protocolo do Quioto deve-se à falta de transferência de capitais e investimentos para cobrir os custos que essas metas implicam, além do ceticismo diante da real gravidade da situação. Por outro lado, o tratado prevê meios para flexibilizar essas metas, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que incentiva os países em desenvolvimento a crescer de forma sustentável.

Com o MDL, é possível que empresas de países industrializados obtenham créditos de carbono por meio da redução de emissões promovida por projetos de outros países financiados por elas. As chamadas Reduções Certificadas de Emissões (RCEs) podem ser usadas para alcançar as próprias metas de compromisso de redução ou ser negociadas no mercado de carbono. Para a engenheira Suzana Kahn, pesquisadora da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e secretária do meio ambiente do estado do Rio de Janeiro, o Protocolo de Quioto foi um sucesso em MDL. “Estamos subestimando o impacto do tratado. Hoje, há uma moda, uma tendência a fazer investimentos em tecnologias limpas, o chamado Cleantec”, avalia ela, que também é membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. E completa: “Quioto criou um apetite para projetos verdes no mercado de capitais.” No entanto, segundo o vice-secretário do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Neilton da Silva, o processo de “mercantilização” do carbono tira o foco do Protocolo de Quioto, que devia estar concentrado somente na redução de emissões e no desenvolvimento sustentável. "Quioto, criado objetivamente para reduzir emissões, se mercantilizou de um jeito que o volume financeiro se tornou o atrativo.”

O papel das nações em desenvolvimento A exigência de que países em desenvolvimento com grandes índices de emissão de gases de efeito estufa cumpram as metas do protocolo é umas das maiores discussões atuais. O Brasil, por exemplo, é um dos cinco países do mundo com maior taxa de emissões, devido aos grandes incêndios para desmatamentos e à industrialização crescente. “Acredito que o Brasil deva integrar o movimento, mas não aceitar compromissos que prejudiquem seu crescimento econômico”, diz Marc Stuart, um dos co-fundadores da Ecosecurities, empresa que negocia créditos de carbono e organizou a Rio+15. “Os países em desenvolvimento também têm que assumir as emissões de gases de efeito estufa, mas os maiores compromissos têm que ser assumidos pelos países ricos.” Para Alfredo Sirkis, um dos fundadores do Partido Verde e ex-secretário do meio ambiente do Rio de Janeiro, o país tem condições de arcar com as metas estabelecidas. "Se é verdade que o Brasil realizou grandes avanços para reduzir o desmatamento na Amazônia, não entendo por que não assume um compromisso para reduzir as emissões”, comenta. Após 2012, as estimativas são de que, em dez anos, seja necessário reduzir até 20% das emissões de gases de efeito estufa, o que aumentará a corrida para soluções mais efetivas.

Para Fernando Almeida, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, o mundo precisa de liderança para enfrentar esse quadro. “Temos líderes em quantidade e qualidade para esse desafio? Temos o Mandela do aquecimento global?”, polemiza Almeida, que acredita que é necessário um pacto entre as principais empresas, como a Shell, a Alcoa, a Petrobrás e a Aracruz, além de organizações como o Greenpeace e a WWF para se chegar ao fim do desmatamento no Brasil. A contribuição das empresas A busca pelo equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico depende diretamente de investimentos em eficiência energética, pois esse segmento representa a melhor opção de custo para reduzir as emissões, segundo o chefe do Departamento de Meio Ambiente da Eletrobrás, Sérgio Barbosa de Almeida. “A energia produzida pelas hidrelétricas é uma fonte limpa, que gera mais impacto sócio-econômico do que contribuições ao efeito estufa. Mas a empresa não está paralisada, estamos em busca de fontes alternativas”, esclarece Almeida.

O setor de aviação é apontado como um dos maiores entraves na luta contra as emissões de gases do efeito estufa. Para alcançar mudanças efetivas no setor industrial, é importante que o governo e o setor privado assumam juntos a responsabilidade. Mas até que ponto o MDL pode ser benéfico para as indústrias? Manoel Frade, representante da Philips na América Latina, defende que soluções tecnológicas que economizem energia são essenciais para gerar resultado sem comprometer o meio ambiente. “Al Gore sempre disse: ‘troque a lâmpada’. Trocar uma lâmpada incandescente por uma fluorescente, por mais que esta seja mais cara, faz a economia de luz chegar a 80%”, ressalta Frade. Um dos maiores obstáculos na luta contra as emissões de gases do efeito estufa ainda é o setor de aviação. “A quantidade de emissões da aviação comercial, que desempenha papel vital no desenvolvimento econômico, equivale a 2% do total dos gases do efeito estufa emitidos. O valor é representativo, mas se equipara ao da indústria automobilística”, afirma o vice-presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica, Henrique Rzezinski. E acrescenta: “Já temos um avião agrícola que voa com motor a álcool e estamos investindo muito em pesquisas para que os níveis de ruído e de emissões nocivas sejam reduzidos.”

Segundo os participantes do evento, reduções significativas nas emissões de gases de efeito estufa em nível global requerem comprometimento político, alocação de capital para financiar mudanças na infra-estrutura da economia e cooperação de todos os países emissores para alcançar os padrões exigidos. “Talvez a solução mais imediata de todas seja a participação voluntária, como as iniciativas de ONGs, para a conscientização da população”, conclui Virgílio Viana, secretário do meio ambiente do estado do Amazonas.

Fonte: Ciencia Hoje

Encontro discute norma de responsabilidade social

Carlos Rangel

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) promove, nesta segunda-feira, dia 1º de outubro, no Rio de Janeiro, em parceria com a Petrobrás, o Encontro Internacional sobre Normalização e Responsabilidade Social. O objetivo é informar sobre o trabalho de elaboração da futura norma ISO 26000, prevista para o final de 2009. Líderes dos subgrupos que participam da elaboração da norma estão confirmados na programação. Emily Sims, da Organização Internacional do Trabalho, e Kola Badejo, do Pacto Global das Nações Unidas, falarão sobre a Atuação dos Organismos Internacionais na Responsabilidade Social. A palestra Experiências em responsabilidade social estará a cargo de Ana Paula Grether, coordenadora do balanço social da Petrobras.

A ISO 26000 vai definir a responsabilidade social das empresas, diferenciando de filantropia. A iniciativa é da Organização Internacional de Normalização (ISO, na sigla em inglês) servirá para estabelecer um padrão internacional para implementação de um sistema de gestão e certificação de empresas quanto ao quesito responsabilidade social.

DiárioNet

Acordo evita emissão de 3,8 bilhões de t de gases

Roberto do Nascimento

Imagine que a maior cidade do País e uma das maiores do mundo, São Paulo, não emitisse um grama sequer de gases que provocam o aquecimento global pelos próximos 245 anos. É mais ou menos esse um dos benefícios que o Protocolo de Quioto já representa para o mundo, resultado apenas de projetos adotados por países pobres e em desenvolvimento. Ou seja não estão considerados nesses números os esforços dos 32 países industrializados que assinaram o protocolo e têm metas obrigatórias de redução de emissão de gases-estufa.

O Conselho Executivo do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (vinculado à Organização das Nações Unidas) já registrou 2.470 projetos que buscam eliminar ou reduzir as emissões de gases como dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros que contribuem para as mudanças climáticas. Somados, esses projetos representam a redução de emissões até 2012 de 3,87 bilhões de toneladas de dióxido de carbono ou seu equivalente em outros gases. Esse volume equivale a 245 vezes as emissões totais de gases-estufa da cidade de São Paulo durante um ano. O MDL, uma sugestão brasileira, foi a forma encontrada pelo Protocolo Quioto de incentivar os países pobres a reduzir suas emissões de poluentes. Só é considerado MDL o projeto que prova que, na ausência procedimento adotado, a poluição seria maior. Um dos exemplos clássicos do Brasil são os combustíveis. Cada quilo de gasolina (aproximadamente um litro) queimada pelos veículos, que tem 26% de álcool, libera cerca de 3 quilos de CO2. Essa proporção cai abaixo de 2 no caso do álcool.

Deve-se considerar, também, que a gasolina, derivada do petróleo, não retira gases-estufa em nenhum dos seus processos da produção ao uso. Ou seja, para extrair o petróleo, gasta-se combustível, para refinar, idem, gerando mais poluição, o mesmo para armazenar, distribuir e queimar nos carros. Já o álcool, além de menos poluente, é extraído, no caso brasileiro, da cana-de-açúcar, que para crescer retira do ar o gás carbônico. O acordo de Quioto, portanto, para incentivar empresas, entidades e governos dos países pobres a participar do esforço contra o aquecimento global, criou o MDL, que permite que cada tonelada evitada de poluentes seja vendida para um dos 32 países industrializados. Esta semana, por exemplo, a Prefeitura de São Paulo arrecadou, em leilão na Bolsa de Mercadorias & Futuros, R$ 34 milhões com a venda equivalente a 808 mil toneladas de gases que deixaram de ir para a atmosfera em um aterro sanitário.

Fonte: DiárioNet

Patrocínio para proteger biodiversidade Marinha

Suelene Gusmão

O ministério do Meio Ambiente assinou hoje contratos de parceria com a Petrobras para patrocínio de projetos de conservação da biodiversidade marinha. Em um período de três anos, serão cerca de R$ 25 milhões a serem aplicados em cinco projetos como o Baleia Branca, o Baleia Jubarte, o Golfinho Rotador, o Peixe-Boi e o Projeto Tamar. Os contratos foram assinados pela ministra Marina Silva,pelo Secretário-Executivo do MMA e presidente do Instituto Chico Mendes, João Paulo Capobianco. Também estiveram presentes à solenidade de assinatura a diretora de Planejamento, Administração e Logística do Instituto Chico Mendes, Silvana Canuto. e o gestor de Programas Ambientais da Petrobras, Carlos Torres.

Para a implementar e fortalecer os projetos, a Petrobras elaborou um planejamento estratégico que vem garantindo que essas políticas de conservação marinha tenham sustentabilidade. O planejamento está estabelecido para um período de 10 anos e, entre outras garantias, quer evitar a extinção de espécies ameaçadas e de componentes da biodiversidade marinha do Brasil, promovendo a redução do grau de ameaça das espécies. "Esse é um trabalho de costura fina que passa pela áreas técnicas da Petrobras e o Ministério do Meio Ambiente. Temos consciência de que esse trabalho operoso de vocês vem dando resultados, senão a gente não conseguiria tirar da listas de animais ameaçados de extinção três espécies de tartarugas", disse Marina Silva. Segundo a ministra, o resultado positivo de 30 anos de trabalho é animador pois "nos estimula a dar os primeiros passos em outras atividades que estamos iniciando agora".
O Secretário Executivo do MMA, João Paulo Capobianco, elogiou a forma continuada como vem sendo executados os projetos. "Graças a esses projetos de longo prazo, estamos conseguindo reverter alguns casos dramáticos de ameaça de extinção", disse.

De acordo com ele, o esforço monumental do Brasil transformou o Projeto Tamar em um projeto exemplo. O secretário-executivo anunciou que no próximo mês, possivelmente com a presença do presidente da República, será solta no mar a nona milionésima tartaruga do Projeto Tamar. "Os estudos mostram que as três espécies de tartarugas marinhas que trabalhamos no projeto estão saindo da lista de extinção pela primeira vez. Por isso é uma honra estar assinando esses convênios com a Petrobras." O representante da Petrobras, Carlos Torres agradeceu o apoio e informou que empresa é a única petroleira do mundo um conjunto de atividades em conservação da biodiversidade. Ele explicou que, além de parceiros, os projetos têm uma vertente social, fazendo que populações possam se valer da possibilidade de emprego e renda. "A Petrobras agradece a parceria e esperamos que ela nos renda ainda mais bons frutos."

Fonte: MMA

Para Greenpeace, Bush tenta bloquear debate sobre mudanças climáticas

Juliana Cézar Nunes

Organizações da sociedade civil fazem esta semana em Washington uma série de atos contra a política ambiental norte-americana e o Encontro das Maiores Economias sobre Segurança Energética e Mudança Climática, evento promovido pela Casa Branca entre ontem e hoje (28). Os protestos se concentram na porta do Departamento de Estado, sede do encontro. Para evitar a entrada no prédio, a polícia foi acionada e chegou a retirar ativistas a força do local. Com faixas e cartazes, os manifestantes dizem que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, está levando o debate sobre mudanças climáticas para o caminho errado. Além disso, pedem o cumprimento do Protocolo de Quioto e metas para a redução nas emissões de gases apontados como causadores do efeito estufa. "Bush fala pós-Quioto como se o protocolo ainda não estivesse em vigor. Não há como esse encontro resultar em soluções. É uma forma de bloquear o debate", classifica o diretor-executivo do Greenpeace nos Estados Unidos, John Passacontanda.

Para o diretor do Conselho Norte-Americano de Emergências Climáticas, Gordan Clark, o encontro em Washington é uma "farsa" que pode prejudicar as negociações no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU)."Esse consenso que os países mais ricos acham que podem construir aqui não leva em conta uma série de fatores relacionados aos países mais pobres e que só se tornam evidentes na ONU", avalia o diretor da ONG. Até hoje, os EUA não ratificaram o Protocolo de Quioto, que já foi assinado por mais de 170 países e estabelece aos países desenvolvidos metas de redução de emissão de gases poluentes a partir de 2008.

Fonte: Agencia Brasil

Instituto Chico Mendes cria três Reservas Extrativistas no País

Sandra Tavares

O recém criado Instituto Chico Mendes já mostra a que veio. Com foco na gestão de unidades de conservação federais, conservação e produção de conhecimento dos centros especializados, o Instituto deu vida a três reservas extrativistas, que tiveram decreto assinado pelo presidente Lula anteontem (26). A Paraíba ganha, com isso, a Reserva Extrativista Acaú-Goiana, nos municípios de Pitimbú e Caaporã; Pernambuco a Reserva Extrativista Goiana, e o Maranhão a Reserva Extrativista Chapada Limpa, no município de Chapadinha – a primeira do bioma cerrado no Estado. As Resexs Acaú-Goiana e Goiana contam com uma área protegida de 6.678,30 hectares e a Chapada Limpa com 11.971,24 hectares.

A criação da Resex Acaú-Goiana visa proteger os meios de vida e garantir a utilização e a conservação dos recursos naturais renováveis tradicionalmente utilizados pela população extrativista das comunidades de Carne de Vaca, Povoação de São Lourenço, Tejucupapo, Baldo do Rio Goiana e Acaú, entre outras. As principais atividades econômicas na reserva estão relacionadas à pesca e coleta de recursos estuarinos e marinhos. Já no município de Chapadinha, onde fica a Resex Chapada Limpa, a dinâmica produtiva é tradicionalmente baseada no agroextrativismo. As comunidades estabelecidas na parte alta da chapada ou vizinhas a ela têm no bacuri o principal produto do extrativismo. As residentes nas porções baixas da região praticam o extrativismo de babaçu, como atividade geradora de renda, e das palmeiras típicas de ambientes alagáveis (juçara, buriti e bacaba) para consumo da família. Os moradores da região dependem também da agricultura de subsistência para suprimento de alimentos básicos, tais como arroz, feijão e milho.

A administração das reservas fica a cargo do Instituto Chico Mendes, que adotará as medidas necessárias para sua implantação e controle, nos termos do art. 18 da Lei 9.985/00, do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O Instituto providenciará o contrato de cessão de uso gratuito com a população tradicional extrativista e os processos de desapropriação de imóveis rurais de legítimo domínio privado identificados dentro dos limites das reservas. O decreto presidencial foi publicado no Diário Oficial da União de ontem (27).

Fonte: Ibama

Luta climática não pode frear economia, diz Bush

Bruno Garcez

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta sexta-feira que os americanos devem "liderar o mundo no combate à emissão de gases causadores do efeito estufa". Mas Bush acrescentou que isso deve se dar "de uma maneira que não mine o crescimento econômico ou que impeça as nações de dar mais prosperidade a seus povos".
O comentário do presidente americano ocorreu durante seu pronunciamento na conferência sobre meio ambiente que está sendo realizada na sede do Departamento de Estado, em Washington. O evento conta com a participação de 16 dos maiores países poluentes do mundo, incluindo o Brasil.

Bush disse que conciliar o corte de emissões com crescimento econômico é possível. "No ano passado, a economia dos Estados Unidos cresceu, ao mesmo tempo que reduzimos os nossos índices de emissão de gases do efeito estufa". O presidente americano frisou que a tecnologia é uma peça vital para o corte de gases poluentes. "Somos grande usuários de energia e temos os recursos e o conhecimento para desenvolvermos tecnologias que usem energia limpa." "Queremos que todas as nações nesta sala ampliem suas pesquisas e investimentos na área de energias limpas", afirmou Bush. "Também devemos trabalhar para que a disponibilidade destas tecnologias aumente, especialmente no mundo desenvolvido." Fundo internacional
Bush pediu ainda a criação de um fundo internacional de tecnologia. "Este fundo vai receber contribuições de governos em todo o mundo e ajudará a financiar projetos de energia limpa nos países em desenvolvimento."

O discurso do líder americano teve um tom quase que idêntico ao da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, realizado na quinta-feira, na abertura da conferência. Rice havia dito que cada país deve decidir como se envolver em um esforço mundial de combate ao aquecimento global. O presidente, por sua vez, disse que cada país deve fixar os seus próprios limites para emissões de gases poluentes e assegurou que os Estados Unidos estão determinados a lidar com o problema do aquecimento global. "Ao trabalharmos juntos, nós iremos estabelecer políticas sábias e efetivas. É no que estou interessado, políticas efetivas", afirmou. "Quero que o trabalho seja feito. Nós identificamos um problema. Vamos resolvê-lo juntos." "Vamos usar o poder da tecnologia", acrescentou Bush. "Existe um caminho adiante que nos permitirá crescer nossas economias e proteger o meio ambiente e isso se chama tecnologia." O encontro organizado pelo governo americano, na sede do Departamento de Estado, pretende ser um dos primeiros de uma série.
O objetivo é estabelecer pontos de discussão que poderão ser retomados na convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em dezembro, em Bali, na Indonésia. A reunião em Bali poderá estabelecer as metas para um acordo que sucederá o Protocolo de Kyoto, compromisso em vigor desde 2005 que prevê a redução de gases poluentes e cujo prazo vence em 2012.

Fonte: BBC Brasil

Água da chuva será reaproveitada em casas do ES

Eliana Gorritti

Os novos condomínios e casas do município de Vitória (ES) deverão ter sistemas de aproveitamento de água das chuvas, de acordo com uma nova lei que altera o Código de Edificações da cidade. A medida, publicada no dia 18 de agosto no Diário Oficial do Estado também prevê a reutilização da água proveniente de chuveiros, pias e máquinas de lavar. "O processo consiste na captação e na utilização da água das chuvas na cobertura das edificações. Essa água passará a ser recolhida em reservatórios específicos e, mais tarde, utilizada para regar jardins e hortas, para lavar pisos, calçados, roupas e veículos", afirmou o vereador Reinaldo Matiazzi (PT), autor da idéia.

O projeto também utilizará a água proveniente de chuveiros, pias e máquinas de lavar na descarga dos vasos sanitários, por meio de um sistema de canalização. "Com isso deixaríamos de usar água potável nos banheiros. Hoje essa água limpa vai pro esgoto. Quem ganha com essa medida é o meio ambiente, com a economia desse bem natural, e o consumidor, com a diminuição nos gastos", disse o vereador.

Exemplo

A arquiteta Raquel Perim adota a construção ecológica há cinco anos com o objetivo de reduzir o desperdício de recursos naturais. Ela utiliza alguns dos recursos já disponíveis para uma construção ecológica, que engloba materiais de baixo impacto ambiental e tecnologias que permitam o melhor aproveitamento do que é oferecido pela natureza. Para a arquiteta, há iniciativas que ajudam a minimizar o impacto das atividades humanas sobre o clima mundial. "É possível erguer uma casa sem demolir o ambiente", explica Perim. Entre as medidas adotadas está a implantação de sistemas de reaproveitamento da chuva para regar o jardim, lavar a varanda ou redirecionar a água para pias, chuveiros e descarga de vasos sanitários. Além disso, foram implantados painéis solares para a gerar energia. "Por enquanto nós só reutilizamos a água da chuva, mas pretendemos começar a reaproveitar a utilizada dentro de casa. Nós coletamos a água por calhas e pelo telhado e direcionamos para uma caixa especial", explicou. Cada vez que a descarga de banheiro é acionada, são gastos cerca de 12 l de água, aproximadamente 230 l por dia, enquanto uma lavagem de roupa à máquina consome cerca de 130 l.Lei

O secretário de Desenvolvimento da capital capixaba, Kléber Frizzera, disse que a lei ainda vai ser regulamentada por um decreto do prefeito João Coser, o que ocorrerá em até 60 dias. Frizzera fez uma avaliação positiva da medida. "A lei é uma avanço. Com o aproveitamento da água das chuvas, além de não penalizar o sistema pluvial da cidade, você aproveita toda a água, que passa a ser usada de maneira mais eficiente. É uma forma de proteger as nossas nascentes", disse. "Vitória é uma cidade que possui um problema sério de drenagem, até porque nós temos alguns lugares abaixo do nível do mar, então essa tecnologia vai contribuir também para a melhoria do sistema de drenagem", avaliou o secretário.

De acordo com o doutor em Engenharia do Tratamento e Depuração de Águas, Ricardo Franci Gonçalves, o sistema é fundamental e importante para modernizar o uso do bem natural na área urbana. "Essa medida é muito positiva. Pode-se chegar a uma economia de 30%, em média", afirmou. "Mas é importante que a população entenda que não deve beber água de chuva, já que ela tem alguns contaminantes químicos, e, se for água do telhado e do solo, possui também contaminantes biológicos", alertou.

Fonte: Redação Terra

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Crescimento sem impacto negativo

Thiago Romero

A proposição de estratégias e soluções para que o Brasil supere os desafios científicos e tecnológicos impostos pelos biocombustíveis é o assunto discutido na Conferência Nacional de Bionergia (Bioconfe), que teve início quarta-feira (26/9), em São Paulo, mas é também o foco central de um relatório apresentado na ocasião com recomendações para o incremento do setor energético brasileiro.

O presidente da Comissão Especial de Bionergia do Estado de São Paulo, José Goldemberg, apresentou parte do conteúdo do documento na conferência inaugural do encontro, que ocorre até sexta-feira (28/9) com entrada gratuita e promoção da Universidade de São Paulo (USP).
“Nosso objetivo é zelar para que a expansão da utilização de bioenergia no Estado de São Paulo não tenha impactos negativos, tanto do ponto de vista social como ambiental”, disse Goldemberg. O relatório final da Comissão Especial de Bioenergia, que será enviado ao governo do Estado em outubro, foi organizado por 14 grupos de trabalho. Uma das principais sugestões se refere à logística de produção do etanol. Estima-se que sejam feitas 500 mil viagens de caminhão por ano no estado para o transporte de etanol. Com a previsão de que a produção de etanol dobre até 2015, a proposta é diversificar o escoamento do produto em alcooldutos e hidrovias.
O documento propõe ainda a criação de políticas para a minimização do corte manual de cana, o

incentivo à colheita mecanizada e a implementação de um zoneamento ecológico para a expansão sustentável da cultura da cana. A transformação do bagaço e da palha da cana-de-açúcar em etanol por meio da hidrólise ácida e enzimática, de modo a aumentar a produção sem aumentar a área de plantio, também é uma das propostas. “A intenção é que nossas recomendações se transformem em projetos de lei. À medida que são feitas propostas claras e com embasamento científico, o governador se sentirá seguro em tomar providências para adotá-las. Uma das recomendações inclusive está sendo implementada, que é o encurtamento do cronograma de diminuição gradativa do corte manual da cana”, disse Goldemberg à Agência FAPESP. Segundo ele, cerca de 50 pessoas estão envolvidas na preparação do relatório final. “Conseguimos mobilizar os melhores nomes do setor em São Paulo e é importante dizer que esses grupos não são formados apenas por representantes do meio acadêmico, mas também por nomes do setor empresarial”, explicou. Liderança nacional em expansão

José Goldemberg, que além de ter sido reitor da USP de 1986 até 1990 foi ministro da Educação e secretário estadual do Meio Ambiente, ressaltou que São Paulo responde por dois terços da produção brasileira de etanol. “São cerca de 10 bilhões de litros por ano, ou 200 mil barris por dia, e esse programa de produção, que já é grande, está em pleno crescimento”, observou. Existem, segundo ele, pelo menos 150 destilarias de etanol no Estado e outras 50 aguardam autorização de funcionamento junto à Secretaria de Meio Ambiente do Estado. “Enquanto os combustíveis fósseis, o petróleo, o carvão e o gás representam 80% da matriz mundial de energia, as fontes renováveis como hidrelétrica e solar respondem por 13%. As biomassas modernas de resíduos vegetais representam 2% dessa oferta, com participação significativa do programa de etanol brasileiro”, apontou.

Em contrapartida, cerca de 57% da energia utilizada no Brasil vem de combustíveis fósseis e 43% de fontes renováveis. “Essa é uma situação excepcional e o programa de etanol do Estado de São Paulo tem participação significativa nesse contexto. O etanol já substituiu 40% da gasolina no Brasil”, disse. Para Carlos Vogt, secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo, presente na conferência, “o tema da bionergia é oportuno, pertinente e extremamente adequado para o momento vivido pelo país, seja do ponto de vista científico e tecnológico, seja do ponto de vista econômico e social.” “O professor Goldemberg lidera um grande trabalho que está definindo as linhas de desenvolvimento das pesquisas e a aplicação de seus resultados com vistas à transformação do conhecimento gerado em riqueza para todo o país”, disse o secretário. Também presente no evento, Suely Vilela, reitora da USP, destacou o papel da universidade no cenário de ampliação da eficiência energética nacional. “Sabendo que é indispensável o equilíbrio entre os cultivos destinados à energia e à alimentação humana, a USP mais uma vez vem cumprindo seu papel e atuando com sua reconhecida competência em um terreno onde tem todas as condições de contribuir. Estamos desempenhando essa missão de forma consistente com pesquisas de ponta, inovação, formação de recursos humanos e transferências de tecnologias”, destacou. Mais informações sobre a Conferência Nacional de Bionergia (Bioconfe): www.usp.br/bioconfe

Fonte: Agencia Fapesp

Biocombustíveis ameaçam florestas, diz cientista

A primatologista Jane Goodall disse na quarta-feira que o desenvolvimento dos biocombustíveis está prejudicando florestas na Ásia, na África e na América do Sul, além de contribuírem com as emissões de gases do efeito estufa. "Estamos devastando florestas agora para cultivar cana e óleo de palma para biocombustíveis, e nossas florestas estão sendo cortadas por tantos interesses que fica cada vez mais importante salvá-las agora", disse Goodall, que participa da Iniciativa Global Clinton, um evento filantrópico anual do ex-presidente norte-americano Bill Clinton.

O programa climático da ONU considera que os biocombustíveis são baixos emissores de carbono, porque o cultivo das matérias-primas consome dióxido de carbono, um dos principais agentes do aquecimento global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido um ferrenho defensor dos biocombustíveis em discursos na própria ONU e junto a líderes de outros países. Mas críticos dizem que a demanda por biocombustíveis estimula empresas a cortarem e queimarem florestas para abrir espaço para lavouras, o que aumenta as emissões de carbono e leva a erosão e danos aos ecossistemas. "O biocombustível não é a resposta a tudo, depende de onde vem", afirmou ela. "Tudo isso significa melhor educação sobre se os combustíveis estão vindo de onde são necessários".

Goodall disse que o problema é especialmente grave na floresta tropical indonésia, onde há grande produção de óleo de palma. Em Uganda, onde Goodall mantém uma ONG voltada à preservação de grandes primatas, os produtores também estão tentando comprar enormes terrenos florestais para cultivar cana, o que segundo ela já acontece no Brasil. O Instituto Goodall trabalha com um grupo recém-formado de oito países com florestas, o F8, liderado pela Indonésia. Esse grupo pretende criar um sistema pelo qual os países ricos pagariam para que as florestas não sejam derrubadas. A proposta pode ser formalmente apresentada em dezembro na reunião climática da ONU em Bali.

Cientistas dos países florestais tentam avaliar precisamente quanto dióxido de carbono os ecossistemas acumulam. A estimativa preliminar é de que seja aproximadamente o dobro do carbono já presente na atmosfera, segundo Goodall.

Fonte: Reuters

Aquecimento: reunião secreta planeja era pós-Bush

Gregor Peter Schmitz

A Spiegel Online foi informada de que funcionários do governo chinês e membros do Congresso dos Estados Unidos realizaram uma reunião secreta, sem a participação de representantes da Casa Branca, sobre o futuro das políticas de proteção contra as alterações climáticas que devem ser adotadas por Washington. Os representantes chineses estavam tentando determinar o que deveriam esperar dos americanos na era pós-Bush. O vice-presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento Nacional da China, Xie Zhenhue, realizou uma reunião na manhã de quarta-feira com uma delegação bipartidária de legisladores americanos, a fim de discutir os futuros desdobramentos das políticas de proteção contra as alterações climáticas no âmbito do governo americano, apurou a Spiegel Online.

Os representantes do governo chinês e do Legislativo americano realizaram sua reunião na véspera de uma conferência de dois dias sobre as alterações climáticas promovida pelo presidente George W. Bush, com o objetivo de reunir de maneira informal representantes dos países responsáveis pelas maiores emissões mundiais de carbono. Os críticos do governo americano esperam que a reunião promova pouco de prático, devido à perda de influência de Bush e ao fato de que os Estados Unidos estão pressionando pela adoção de metas hipotéticas, expressas em forma de "aspirações", e não de limites compulsórios para as emissões de poluentes. Funcionários de primeiro escalão familiarizados com os participantes do encontro entre a delegação chinesa e o Congresso americano disseram que os chineses estavam tentando descobrir até que ponto o Congresso está determinado a impor leis rigorosas de proteção contra as alterações climáticas, no futuro. Durante as discussões, os congressistas americanos deixaram claro que eles gostariam de votar o mais breve possível um projeto de lei que imporia limites compulsórios às emissões. No entanto, os congressistas declararam que não poderiam oferecer aos chineses um cronograma firme quanto a esse processo.

Ainda que reuniões entre delegações estrangeiras e representantes do Congresso americano, sem a participação da Casa Branca, sejam coisa corriqueira, o encontro da quarta-feira foi incomum porque sublinha o grau de preocupação que a China vem sentindo sobre a posição dos americanos com relação às alterações climáticas. A China, segunda maior emissora de gases responsáveis pelo efeito estufa no planeta, atrás dos Estados Unidos, por muito tempo foi capaz de usar a recusa de Washington quanto à adoção de medidas decisivas de proteção ao clima como desculpa para sua própria tergiversação sobre o tema. Rob Watson, presidente-executivo da Eco Tech Internacional, uma empresa de energia ecológica sediada na China, declarou esta semana que "os chineses não levarão nada do que dissermos a sério se nós mesmos não estabelecermos um exemplo". Nos preparativos para a conferência da quinta-feira, os chineses voltaram a expressar seu ceticismo quanto à possibilidade de adoção rápida de medidas contra as alterações climáticas. "A batalha contra a pobreza é a questão mais importante para os países em desenvolvimento", disse Xie durante uma discussão pública sobre o tema.

Com sua política de pressionar para que os países possam decidir por si sós as medidas de proteção contra as alterações climáticas que desejem adotar, e por não se esforçar para obter compromissos mais firmes das autoridades chinesas em suas conversações com Pequim, Washington propiciou aos chineses uma ampla margem de manobra que permite que pouco ou nada façam para combater as alterações climáticas. Mas essa política também vem causando isolamento cada vez maior da Casa Branca com relação ao público interno americano. Em projetos de lei recentemente propostos no Congresso, número crescente de medidas incluem cláusulas que imporiam severas medidas punitivas contra os parceiros comerciais americanos que não adotem limites compulsórios para as emissões de poluentes, e essas medidas certamente afetariam a China. Enquanto isso, há ações em curso no nível local e estadual, nos Estados Unidos, e pesquisas nacionais de opinião pública demonstram que uma clara maioria do público americano apóia a adoção de medidas mais decisivas de proteção contra as alterações climáticas.

Fonte: Der Spiegel

Privatização' da Amazônia pode ser 'boa notícia', diz 'La Nación'

Projeto pretende estimular desenvolvimento sustentável

As concessões de partes da floresta amazônica para exploração privada, regulamentadas na semana passada pelo governo brasileiro, “podem ser uma boa notícia”, na avaliação de reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário argentino La Nación. O jornal observa que o argumento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é de que “se isolar a maior floresta do planeta do contato humano é uma utopia, pelo menos que aqueles que a exploram o façam de forma sustentável”.
A reportagem comenta que serão arrendados nos próximos meses 220 mil hectares no Estado de Rondônia. “O grande problema da Amazônia é a falta de fiscalização”, afirma o jornal. “Por isso, 70% do arrecadado com a licitação se destinará aos órgãos de fiscalização da selva. Segundo o Greenpeace, cada fiscal é responsável por uma área do tamanho da Suíça.”

Manejo sustentável

Segundo a reportagem, “a diferença entre o desmatamento e ‘o manejo florestal sustentável’ que deverão realizar as empresas que venham a obter as concessões pode ser medida matematicamente”. “Segundo o Ministério do Meio Ambiente, enquanto no primeiro caso se extraem todas as árvores para vendê-las ou para utilizar a terra, na utilização sustentável se extraem entre 5 e 6 árvores das 500 que pode haver em um hectare de selva”, diz o texto.

O jornal comenta que “a decisão de lançar os contratos de gestão e desenvolvimento é parte do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia empreendido pela ministra Marina Silva”. “Com várias medidas, esta militante histórica pela preservação reduziu em 49% o desmatamento desde 2004”, diz a reportagem. Segundo o diário argentino, “a falta de desenvolvimento nas regiões da selva termina fomentando a destruição”. “Por isso se licitarão áreas da selva. O trabalhador sem emprego ou renda se converte em mão de obra para operações ilegais. Quando manter a selva de pé é um bom negócio, a destruição se detém. O ambientalismo pragmático talvez seja mais eficiente do que as utopias”, conclui.

Fonte: BBC

Fiscais de Rio Grande apreendem carga de tubarões ameaçados de extinção

Maria Helena Firmbach

Durante ação de fiscalização de rotina na tarde desta terça-feira (25),agentes do Escritório Regional do Ibama do Rio Grande apreenderam 194 exemplares do cação-cola-fina (Mustelus schmitti) e quatro exemplares do cação-bico-doce (Galeorhinus galeus).
Os tubarões (cações) estavam no porão de uma embarcação pesqueira na 4ª Secção da Barra de Rio Grande do Sul e foram doados ontem mesmo para o Projeto Mesa Brasil do SESC.

Esta é a segunda apreensão destas espécies ameaçadas, feita no Rio Grande do Sul em uma semana.Em 18/10 foram apreendidos 60 quilos de barbatanas de tubarão.

Fonte: Ibama

Brasil participa de encontro sobre mudanças climáticas promovido pelos EUA

Juliana Cézar Nunes

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, convidou representantes de 15 países para discutir hoje (27) e amanhã (28) a política internacional na área de mudanças climáticas. O Brasil participa do encontro, representado por secretários dos ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente.

A iniciativa norte-americana gerou desconfiança na comunidade internacional, que considera a Organização das Nações Unidas (ONU) o fórum mais adequado para negociações sobre o que os governos devem fazer para, por exemplo, reduzir a emissão de gases poluentes, apontados por cientistas como principais causadores do efeito estufa. Para o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a reunião promovida pelos Estados Unidos pode ser válida para levantar desafios e algumas propostas. Mas, segundo ele, o Brasil só participará efetivamente de negociação no âmbito da ONU."O importante, e o próprio Bush frisou isso com muita ênfase para nós, talvez até porque previsse que essa era a nossa posição, ele disse que queria fazer uma coisa que convergisse para os esforços das Nações Unidas", conta Amorim."Ele tem a sua interpretação, que para atrair outros países para a mesa de negociação precisava fazer uma reunião desse tipo. Só acho que a gente não pode fazer reunião em fórum de 15 ou 20 e depois jogar para a ONU."

De acordo com o ministro Celso Amorim, o Brasil participará de maneira intensa da Convenção sobre Mudanças Climática da ONU, marcada para dezembro, na Indonésia. Nessa convenção devem ser definidas medidas sucessoras do Protocolo de Quioto, que começa a vencer em 2012. Atualmente, o protocolo obriga 35 países industrializados a reduzirem em 5% suas emissões de gases em relação aos níveis de 1990. A meta deve ser alcançada até 2012. Grandes poluidores, como China e Estados Unidos, não seguem as recomendações do tratado. Ao anunciar o encontro sobre mudanças climáticas desta semana, Bush disse que o país está disposto a reduzir em 18% a emissão de gases poluentes nos próximos 10 anos.

Fonte: Agencia Brasil

Comentarios e Contatos

A todos os colegas

Gostaria de agradecer pelos comentarios postados que muito tem contribuido para a manutençao desse Blog, cujo objetivo e ser um facilitador para a divulgaçao da informaçao ambiental. Tambem peço aqueles que se interessarem, que enviem junto com o comentario um e-mail de contato para que eu possa responder e trocarmos ideias.

Abraços a todos

Fabricio

Brasil pode triplicar a produção de alimentos, fibras e energia

Valéria Costa

Em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) , ontem (26), o gerente-geral da Embrapa Transferência de Tecnologia, José Roberto Rodrigues Peres, afirmou que o Brasil pode triplicar a produção de alimentos, fibras e energia e ainda aumentar a produção de carne e leite sem precisar derrubar uma árvore sequer e ainda preservando os recursos naturais. Nos últimos dois anos, cerca de 20 mil produtores de todas as regiões do país, especialmente do cerrado,têm obtido a sustentabilidade da atividade agropecuária, afirmou Rodrigues Peres durante o debate sobre o projeto que institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária.

A proposta é de autoria dos senadores João Ribeiro (PR-TO) e Expedito Júnior (PR-RO), Com a adoção do sistema Integração Lavoura-Pecuária, desenvolvido pela Embrapa, será possível a recuperação dos cerca de 50 milhões de hectares de solo em degradação no Brasil, disse Rodrigues Peres. A tecnologia é transferida aos agricultores por 1.300 técnicos treinados pela Embrapa, como informou o especialista. Nos próximos três anos, a empresa pretende capacitar cerca de 50 mil multiplicadores em vários níveis. A implementação desse sistema também já significou a recuperação de aproximadamente três milhões de hectares de áreas de solo em degradação, disse o dirigente da Embrapa. - Dinâmico, o sistema exige constante aprimoramento. Por isso, recentemente, o componente Floresta, importante para a sustentabilidadedos ecossistemas, foi incorporado. Assim, a Embrapa passou a adotar um novo conceito: integração lavoura-pecuária-floresta - informou Rodrigues Peres.

Por sua vez, o gerente de Planejamento e Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, Luiz Carlos Balbino, disse que o fato de o Brasil ainda ter em seu território 18% da floresta intacta do mundo mostra a importância do país na questão da exploração sustentável dos recursos naturais. Balbino chamou a atenção para o fato de a Amazônia abrigar uma população de 23 milhões de pessoas, que, observou, devem explorar esses recursos naturais de forma sustentável. Ele lembrou que é necessário pensar na produção de renda para os habitantes da região de forma sustentável. O gerente da Embrapa criticou ainda as organizações não-governamentais conservacionistas internacionais, que apontam a soja e o gado como os grandes fatores de destruição da floresta. Ele disse que a maior parte da produção de soja da chamada Amazônia Legal ocorre no cerrado, principalmente em Mato Grosso. Os senadores Expedito Júnior (PR-RO), João Ribeiro (PR-TO) e João Tenório (PSDB-AL), entre outros, elogiaram os palestrantes e ressaltaram a necessidade de prosseguir o debate sobre o desenvolvimento sustentável.

Fonte: Embrapa

Oficina de trabalho avalia estratégias para o Pantanal

Adriano Ceolin

Representantes do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Chico Mendes, do Ibama e de organizações não-governamentais participaram, ontem (26), de uma oficina de trabalho para estabelecer linhas de atuação para o bioma Pantanal. Na reunião, realizada na sede do MMA, discutiu-se uma agenda para encaminhamento das ações referentes ao bioma desenvolvidas pelas diferentes áreas do ministério.

A coordenadora do Programa Pantanal do MMA, Solange Ikeda, contou que, a partir da oficina, será produzida uma agenda para as ações. Para ela, "isso será necessário, principalmente, após a reestruturação feita no MMA", disse a coordenadora. "Todas as secretarias do ministério marcaram presença. Com isso, conseguimos enumerar uma série de ações desenvolvidas pelas diferentes áreas do MMA. A partir de agora, tudo deverá funcionar de forma mais integrada, com a participação dos representantes da sociedade civil", destacou Mauro Pires, diretor da Secretaria Executiva do MMA.

As organizações não-governamentais que participaram da oficina elogiaram a iniciativa. "Foi um encontro bem produtivo. Conseguimos avaliar as ações do governo e da sociedade civil para atuar de forma mais conjunta, o que será fundamental para obter um melhor resultado na região", afirmou Alexandre Menezes, secretário-executivo da Rede Pantanal.

Fonte: MMA

Fotos revelam criaturas marinhas do Brasil



Os ctnéforos, como esse Bolinopsis vitrea, lembram as medusas, mas se locomovem por batimentos dos cílios (Foto: Otto de Oliveira/Alvaro Migotto)

Medusas, lulas, ouriços e larvas de invertebrados são 'biodiversidade oculta' do oceano. Imagens das criaturas, muitas delas microscópicas, podem ser vistas em exposição.


Reinaldo José Lopes

Quem visitar uma exposição fotográfica organizada pelo Centro de Biologia Marinha da USP provavelmente nunca mais vai enxergar a areia da praia ou o água do mar da mesma maneira. A mostra "Oceano: vida escondida", que pode ser visitada até o dia 19 de outubro em São Sebastião (litoral de São Paulo), deixa de lado bichos marinhos mais manjados, como peixes ou golfinhos, e aposta em criaturas que podem ser incrivelmente comuns no mar brasileiro, mas quase nunca são notadas: medusas, larvas planctônicas, ouriços-do-mar, vermes e pequenos crustáceos. O efeito é de cair o queixo.

"A maioria das pessoas acaba não vendo esses animais, porque eles ficam escondidos no substrato, na área, ou não são vistos na coluna d'água", explicou ao G1 o biólogo Alberto Lindner, curador da exposição e pós-doutorando do Centro de Biologia Marinha da USP, onde estuda a evolução dos organismos oceânicos. "No Brasil, esse conhecimento é ainda menor -- nos Estados Unidos existem até guias sobre invertebrados marinhos, esses bichos têm nomes populares, mas aqui eles passam praticamente incógnitos", diz Lindner. Se depender da qualidade da exposição, o "lado B" da vida marinha caminhará a passos largos para o estrelato. Embora haja algumas imagens da biodiversidade do oceano profundo, obtidas no Alasca, a imensa maioria das fotografias vem do Brasil, em especial do litoral norte de São Paulo. A anatomia das criaturas retratadas foge da estrutura familiar dos vertebrados e invertebrados terrestres, mostrando estranhas simetrias -- como no caso das águas-vivas -- e o formato bizarro das larvas de animais sedentários, que passam um tempo nadando na coluna d'água antes de sofrer sua metamorfose e assumir sua posição "parada" no fundo marinho.

Algumas das criaturas mais fantásticas não são visíveis a olho nu, e os pesquisadores usaram recursos especiais de ampliação e iluminação para revelar sua anatomia. As imagens foram captadas por Lindner e por Alvaro Migotto (diretor do Centro de Biologia Marinha da USP), Bruno C. Vellutini (também da USP) e Inácio D. da Silva Neto (da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da USP).

Serviço

A exposição acontece na Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur) de São Sebastião (avenida Dr. Altino Arantes, 174, Centro). Os horários de visitação são das 9h às 17h (segunda a sexta-feira) e das 10h às 22h (sábados, domingos e feriados)

Fonte: Globo.com

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Cientistas acham 11 novas espécies no Vietnã


Espécie de aspidistra encontrada no Vietnã pelos cientistas (Foto: WWF)

Criaturas já estão em risco de desaparecimento, segundo cientistas. Outras dez plantas em estudo também podem ser novas.

Cientistas descobriram uma serpente, duas borboletas, cinco orquídeas e três novas plantas nas selvas tropicais do centro do Vietnã, informou nesta quarta-feira (26) o Fundo Mundial para a Natureza (WWF). "Descobertas assim de tantas novas espécies são raras e ocorrem apenas em regiões muito especiais como o Corredor Verde", nas montanhas da remota província de Thua Thien Hue, disse o cientista Chris Dickinson, do WWF. A ONG está examinando outras dez plantas, incluindo quatro orquídeas, que também aparecem como novas espécies. O cientista disse que todas estas espécies correm sério risco de extinção devido a exploração, extração e caça ilegais.

Fonte: AFP

Empresa holandesa vence leilão de créditos de carbono em São Paulo

O holandês Fortis Bank NVSA venceu hoje o primeiro leilão de créditos de carbono em uma bolsa de valores no mundo, depois de adquirir, por 13 milhões de euros, um lote de 808.450 certificados da Prefeitura de São Paulo. No inédito leilão, o banco holandês desembolsou 16,2 euros por cada unidade de créditos, após um preço inicial de 12,7 euros. A prefeitura esperava uma cotação de 14 euros por crédito, segundo dados da Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&F), que organizou a operação.

O Projeto Bandeirantes de gás de Aterro e Geração de Energia em São Paulo incentiva a utilização do gás metano produzido na cidade para a produção de energia.
Na primeira experiência mundial de leilão de créditos de carbono em uma bolsa de valores, 14 grupos disputaram a aquisição do lote. O negócio de comercialização de créditos de carbono, como "moeda ecológica", está previsto no Protocolo de Kioto, que permite a empresas que não consigam reduzir a emissão de gases pagar pelos certificados para evitar sanções.

O dióxido de carbono utilizado em projetos de redução de gases permite gerar os créditos sob os termos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) da Organização das Nações Unidas (ONU). O dinheiro proveniente do leilão deverá ser investido nos projetos que geraram os créditos ou em novas iniciativas similares.

Fonte: Terra

Cientista propõe uso de oceanos contra aquecimento

O cientista britânico James Lovelock, pai da Teoria de Gaia, propõe recorrer aos oceanos para ajudar a Terra a combater o aquecimento global. Em artigo publicado na revista Nature, Lovelock sugere instalar canos gigantes nos oceanos que provoquem a mistura de águas para fertilizar as algas da superfície marinha, possibilitando a retirada de mais dióxido de carbono (CO2) da atmosfera.

O cientista, cuja Teoria de Gaia estabelece que a Terra funciona como um organismo vivo capaz de se auto-regular e reagir às mudanças que o atingem, afirma que os oceanos, que ocupam mais de 70% da superfície terrestre, constituem um "espaço promissor" para estimular a recuperação do planeta em virtude da mudança climática. Juntamente com o co-autor da Teoria de Gaia, Chris Rapley, Lovelock propõe instalar gigantescos canos verticais ou que flutuem livremente nos oceanos para promover a mistura das águas da superfície e as frias do fundo do mar, ricas em nutrientes. Segundo o cientista, os canos permitiriam bombear as águas que se encontram a entre 100 m e 200 m de profundidade, fazendo com que as algas da superfície florescessem, contribuindo para a redução do dióxido de carbono.

De acordo com o cientista, o processo também permitiria a produção de sulfureto de dimetilo por algumas bactérias dos oceanos, que, ao liberarem o gás na atmosfera, promovem a formação de nuvens, ajudando na reflexão dos raios solares e, por sua vez, na refrigeração do planeta. "Semelhante proposta talvez pudesse fracassar no campo econômico ou da engenharia", afirma Lovelock, que sustenta, porém, que a solução ao aquecimento global do planeta tem que passar pela estimulação da própria energia da Terra. Lovelock afirma que a eliminação de 500 gigatoneladas de dióxido de carbono do ar está além das capacidades tecnológicas atuais do ser humano, por isso não é possível "curar" o planeta de forma direta, mas os homens podem ajudá-lo a se curar sozinho.

O cientista britânico, que formulou a Teoria de Gaia nos anos 70, enquanto examinava, para a Nasa, a possibilidade de existir vida em Marte, descarta já há algum tempo que a mudança climática só pode ser combatida por meio de energias renováveis.

Fonte: EFE

Contratos do Prodes beneficiarão 1 milhão de pessoas

Daniela Mendes

Três empreendimentos habilitados pelo Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), da Agência Nacional de Águas (ANA), vão beneficiar cerca de um milhão de brasileiros com o tratamento de esgotos para seus municípios. A cerimônia para assinatura dos contratos entre a ANA e as empresas prestadoras de serviços de saneamento foi realizada nesta quarta-feira (26), em Brasília. Os R$ 40,1 milhões de recursos do Prodes 2007 serão destinados a três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): a Taubaté, na cidade paulista homônima; a Francisco Velludo, em Uberaba; e a Betim-Central, em Betim, Minas Gerais. As populações atendidas serão beneficiadas com o abatimento diário de 46,4 toneladas de carga orgânica que seriam lançadas sem tratamento em importantes bacias, como a do rio Paraíba do Sul, a do rio São Francisco, e a do baixo e médio Rio Grande.

Segundo o ministro interino do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, mais do que investir no tratamento de esgoto, o Prodes privilegia a eficiência da gestão. "O Prodes paga pelo resultado, pela eficiência, e com isso ele gera um estímulo à cadeia completa do sistema. Esse é um mecanismo extremamente importante", acredita Capobianco.
Ele destacou ainda o empenho do Ministério do Meio Ambiente e da ministra Marina Silva para ampliar os recursos do programa. "Já aprovamos ,para 2008, R$40 milhões em verbas somente da União. E a expectativa é levantarmos mais recursos ainda com o objetivo de beneficiarmos mais projetos", disse. Também participaram da cerimônia a secretária de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo, Dilma Seli Pena, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, José Carlos Carvalho e o presidente da Agência Nacional de Águas, José Machado, além dos prefeitos de Tremembé (SP), Uberaba (MG) e Betim (MG), cidades beneficiadas com os recursos do Prodes.

Sobre o Prodes

O Prodes consiste na concessão de estímulo financeiro pela União, na forma de pagamento pelo esgoto tratado, a prestadores de serviço de saneamento que investirem na implantação e operação de ETEs, desde que cumpridas as condições previstas em contrato. Também conhecido como "programa de compra de esgoto tratado", é uma iniciativa inovadora: não financia obras ou equipamentos, paga pelos resultados alcançados, pelo esgoto efetivamente tratado. O contrato de pagamento pelo esgoto tratado é firmado pelo governo federal, por intermédio da ANA, diretamente com o prestador do serviço de saneamento - entidade pública ou privada. A liberação dos recursos se dá apenas a partir da conclusão da obra e início da operação da ETE, em parcelas vinculadas ao cumprimento de metas de abatimento de cargas poluidoras, e demais compromissos contratuais. O fundo que administra os recursos é administrado pela Caixa Econômica.

Fonte: MMA

Hidrelétrica chinesa pode levar a 'catástrofe ecológica', alertam autoridades

Marina Wentzelde

Construção causou deslizamentos, erosão e poluição da água

A construção da maior hidroelétrica do mundo, a de Três Gargantas, na China, pode resultar numa “catástrofe ecológica” sem precedentes se nada for feito para impedir os danos ambientais causados pela obra, alertaram autoridades do país. Em uma conferência na cidade de Wuhan (centro-leste da China), envolvidos no projeto relataram casos de deslizamentos de terra, erosão do solo e poluição da água nas regiões próximas à Três Gargantas, em funcionamento desde 2006. O diretor do Comitê do Conselho de Estado do Projeto, Wang Xiaofeng, reconheceu que já não é mais possível ignorar os “problemas de segurança ecológica e ambiental trazidos pelo projeto”. Segundo ele, o “desenvolvimento irracional" da China é a principal razão por trás do desequilíbrio ecológico no país.

Desabamentos

A margem da represa já desabou em 91 pontos e uma área equivalente a 36 km foi engolida pelo reservatório, revelou Tan Qiwei, vice-prefeito da cidade de Chongqing, uma metrópole nas cercanias da usina. Quando a terra cede em um lado da costa levanta ondas de quase 50 metros que se propagam até a margem oposta e causam desgaste do solo, resultando em um novo desabamento, explicaram os especialistas. Os deslizamentos de terra têm freqüentemente ameaçado os moradores das áreas vizinhas da barragem e o governo já investiu mais de 12 bilhões de yuans (cerca de R$ 2,9 bilhões) para aliviar o problema. A poluição causada pela sedimentação decorrente da obra também comprometeu a qualidade da água potável que abasteceria 50 mil pessoas e causou a proliferação de algas em vários rios adjacentes, reconhecem as autoridades. Alem disso, a escassez de terrenos férteis e água potável têm agravado os conflitos por posse de terra na região. "Nós absolutamente não podemos sacrificar nosso ambiente em troca de prosperidade econômica provisória", reforçou Wang.

Energia Verde

O governo da China optou por construir a megausina no começo dos anos 90 sob o argumento de que a obra geraria energia verde, reduzindo emissões de gás carbônico, bem como ajudaria a controlar as cheias do rio Yang-tsé. De acordo com números oficiais, a hidroelétrica é capaz de reduzir em 100 milhões de toneladas ao ano as emissões de gás carbônico no país, o que ajuda a evitar o aquecimento global. Por outro lado, críticos do projeto há tempos alertaram para os efeitos colaterais da obra. Além de causar os danos ecológicos agora reconhecidos pelas autoridades, a usina também contribui para a destruição do patrimônio histórico das cidades que foram inundadas, bem como causa a miséria das populações deslocadas pelo projeto, dizem os opositores. O impacto da represa na vida selvagem da região é outra questão sensível apontada pelos críticos.

Fonte: BBC Brasil

Deputados apresentam 44 emendas a projeto que proíbe uso de sacos plásticos no Rio

Mariana Borgerth

O projeto do governo estadual que proíbe o uso de sacos plásticos por estabelecimentos comerciais entrou ontem (25) na pauta do plenário na Assembléia Legislativa (Alerj), mas não chegou a ser votado, porque recebeu 44 emendas parlamentares. A expectativa da Alerj é que o projeto, agora com as emendas, seja votado nas próximas semanas.

Segundo o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Minc, o projeto prevê que o supermercado substitua a sacola atual por outra de material mais resistente, como papelão e pano, e que possa ser reutilizada, ou terá que recolher as sacolas plásticas por meio da troca de 50 embalagens, em qualquer estado de conservação, por um pacote de arroz ou feijão ou por um vale-compras. A medida, explicou Minc, tem o objetivo de diminuir a poluição nos rios. "A Constituição Federal é clara: quem cria poluição, tem que ajudar a remediar a poluição. Então não é justo supermercados distribuírem 1 bilhão de sacolas descartáveis e o contribuinte pagar R$ 18 milhões para tirar sujeira do rio, e o sistema de saúde pagar outros milhões para cuidar das pessoas que estão com problemas de saúde, porque a água poluída entrou dentro das casas", afirmou.

Minc informou ainda que as indústrias de plásticos que participaram das discussões sobre o projeto garantiram a compra do produto dos supermercados, para que o estabelecimento possa repassar o material e, assim, criar o que chamou de "cadeia da reciclagem". Se a lei for aprovada, os supermercados terão um prazo de adaptação que deverá variar de seis meses, para os estabelecimentos maiores, a três anos, para as lojas menores.

Fonte: Agencia Brasil

Escritores da Amazônia 'lutam por reconhecimento', diz 'New York Times'

O jornal americano The New York Times destaca nesta segunda-feira a obra de escritores vindos do Amazonas que, "apesar do seu considerável talento tiveram problemas para fazer sua voz ser ouvida além da floresta". O correspondente do jornal, Larry Rother, cita os escritores Márcio Souza e Milton Hatoum, dizendo que ambos tiveram "que deixar a cidade (Manaus) e lutam para conquistar reconhecimento".

Nicomendes Suárez-Arauz, professor de literatura latino-americana da Universidade da Flórida, ouvido pelo jornal, diz que a maioria das pessoas ainda tem uma concepção da Amazônia como "um lugar povoado por tribos, se é que é povoado". "A imagem de terra inóspita, de uma região selvagem, persiste e é promovida, então quando você fala em cultura e escritores, a reação é de surpresa." Suárez-Araúz diz que graças a "mundos literários" como os de Hatoum, é possível se conhecer "a realidade urbanizada" do Amazonas.

O jornal relata que, em obras premiadas como Dois Irmãos e Cinzas do Norte, Hatoum, que tem ascendência libanesa, fala sobre o papel dos imigrantes árabes no comércio da Amazônia e suas relações com outros grupos étnicos e raciais, desde índios até os descendentes dos portugueses. O 'NYT' diz que os escritores do Amazonas, sejam eles do Brasil ou de países vizinhos, "tem que combater isolamento e insularidade para conquistar um mínimo de reconhecimento". Outro escritor amazonense citados no artigo é Dalcídio Jurandir, considerado o primeiro grande escritor modernista da região. As obras de Jurandir, que morreu em 1979, dificilmente são encontradas em livraria e não são muito traduzidas. "É um grande mistério, porque ele é um escritor muito, muito bom", diz Lúcia Sá, professora da Universidade de Manchester, na Grã-Bretanha. "Acho que a exclusão de Jurandir decorre do fato de ele ter sido um realista regional em uma época em que ninguém estava prestando atenção na Amazônia", diz ela.

O artigo também dá destaque ao autor peruano Santiago Rioncagliolo, autor "de um dos mais aclamados romances passados no Amazonas nos últimos anos, El príncipe de los caimanes".

Fonte: BBC Brasil

Famílias reassentadas começam a sair da Reserva Biológica do Jaru, em Rondônia

A primeira família de moradores da Reserva Biológica (Rebio) do Jaru, em Rondônia, já está a quase um mês em terreno próprio, na área de assentamento PAF-Jequitibá. O assentamento, do Incra, foi planejado dentro de um novo modelo, com exploração sustentável da floresta e área de desmatamento reduzida. Esta é a primeira de um total de 30 famílias que estarão mudando da unidade, graças a um trabalho pioneiro de parceria entre o Ibama, Instituto Chico Mendes, Incra e órgãos estaduais de Rondônia.
A expectativa é de que até o final deste ano, todas as famílias estejam fora da Reserva Biológica,

que possui 353 mil hectares de área protegida por lei. A primeira família tomou a iniciativa e deixou a área da Rebio com auxílio da equipe de servidores e da brigada do Prevfogo. Outras famílias já estão se juntando a esta e sendo conduzidas ao assentamento. A Reserva Biológica do Jaru foi ampliada em maio de 2006, incluindo sob sua proteção uma área de cerca de 60 mil hectares, rica em biodiversidade e ambientes, mas que estava sendo degradada por incêndios, desmatamentos, caça, criação de bovinos, eqüinos, aves e substituição da mata por pasto. Como a antiga fronteira era uma linha reta de 90 km, infratores entravam na unidade e continuavam praticando os danos.

Esta unidade de conservação conta com apoio do Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), por meio do qual recebe investimentos públicos e privados, nacionais e internacionais para a revisão do seu Plano de Manejo, realização de suas atividades de fiscalização, de manejo, implantação do Conselho Consultivo e compra de equipamento.

Fonte: Instituto Chico Mendes

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Famílias serão removidas de local contaminado na Baixada Fluminense com recursos do PAC

Thais Leitão

Cerca de 150 famílias que moram na Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, serão removidas num prazo de um ano e transferidas para um conjunto habitacional que será construído com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O contrato que garante a realização das obras foi assinado hoje (25) pelo ministro das Cidades, Márcio Fortes, e pelo prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis. De acordo com o ministro, a intervenção é fundamental porque o local ocupado está contaminado há décadas por pó de broca, uma substância tóxica que pode causar câncer e má formação congênita. "Esse projeto tem uma relevância particular para retirar as famílias de um local contaminado. Assim que tivemos o PAC. incluímos a Cidade dos Meninos como uma de nossas prioridades aqui em Duque de Caxias", afirmou Fortes. O ministro explicou que o solo da localidade recebeu os resíduos tóxicos por ter abrigado uma fábrica de inseticida contra a malária, instalada no local pelo governo federal antes que os riscos dessas substâncias fossem conhecidos. A companhia foi desativada na década de 60. Fortes disse que medidas para descontaminar a região foram tomadas, como plantio de eucaliptos e utilização de cal virgem, mas os efeitos produzidos não foram os esperados, e a poluição não foi combatida.

Vivem no local aproximadamente 350 famílias. Márcio Fortes disse que em uma próxima fase devem ser contemplados os demais moradores. De acordo com informações do Ministério das Cidades, no conjunto habitacional de Sarapuí, que vai abrigar os primeiros habitantes, as casas serão construídas com acesso à rede de água, tratamento de esgoto e energia elétrica. As ruas da comunidade serão pavimentadas e o projeto prevê, ainda, a construção de uma creche, um campo de futebol e uma praça.A previsão é de que as obras comecem no mês que vem e sejam concluídas em um ano. O investimento total é de R$ 11,3 milhões em recursos do PAC, sendo R$ 8,9 milhões em verbas federais e o restante em contrapartida da prefeitura. Há três meses, depois de sobrevoar a área, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou que, após a remoção das famílias, o local receberia um novo processo de descontaminação. Ele informou, na ocasião, que o acompanhamento da saúde dos moradores da Cidade dos Meninos está sendo feito pela Fundação Osvaldo Cruz e pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que realizam periodicamente atendimento ambulatorial e exames nos moradores.

Fonte: Agência Brasil

Lula propõe na ONU realização de conferência ambiental 20 anos depois da Rio-92

Juliana Cézar Nunes

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU). Ele defendeu ações urgentes para o combate às mudanças climáticas e propôs a realização, em 2012, de uma nova conferência das Nações Unidas com foco em meio ambiente e desenvolvimento, a Rio+20."Precisamos avaliar o caminho percorrido e estabelecer novas linhas de atuação", destacou Lula. "Se o modelo de desenvolvimento global não for repensado, crescem os riscos de uma catástrofe mundial e humana sem precedentes."O presidente ressaltou, no entanto, que os países industrializados precisam dar o exemplo imediatamente. "É imprescindível que cumpram os compromissos estabelecidos pelo Protocolo de Quioto. Necessitamos de metas mais ambiciosas a partir de 2012. E devemos agir com rigor para que se universalize a adesão ao protocolo."

O protocolo, em vigor desde 2005, foi assinado por 175 países. Os países industrializados que o assinam se comprometem com metas de redução de emissões de gases até 2012, mas alguns dos principais poluidores, como os Estados Unidos, não estão entre os signatários.Ainda no discurso, o presidente Lula anunciou o lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento às Mudanças Climáticas. Um dos pontos centrais, disse, será a ampliação do combate ao desmatamento e proteção da Amazônia."O Brasil não abdica, em nenhuma hipótese, de sua soberania nem de suas responsabilidades na Amazônia. Os êxitos recentes são fruto da presença cada vez mais e mais efetiva do Estado brasileiro na região."

Fonte: Agência Brasil

Grandes petrolíferas já buscam fontes alternativas

Roberto do Nascimento

As grandes empresas petrolíferas estão adotando toda forma de energia alternativa capaz de reduzir os efeitos da queima de combustíveis fósseis sobre o clima, num primeiro momento, e de substituição de sua cada vez mais escassa matéria-prima, o petróleo. Empresas como Petrobrás, Shell, Chevron, BP, Conoco e Exxon Mobil desenvolve como principais ações a eficiência energética, a redução de flaring (queima do gás resultante da extração de petróleo) e busca de energias alternativas, especialmente biocombustíveis, eólica e solar, informa a engenheira Angela Martins de Souza, coordenadora de emissão atmosférica e mudanças climáticas da gerência de meio ambiente de área executiva de segurança, saúde e meio ambiente da Petrobrás.

A estatal brasileira deve evitar até 2012 a emissão de 22,42 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) ou seu equivalente em outros gases, com o uso de programas de eficiência energética e de energias renováveis. Embora a data seja coincidente com a primeira etapa do acordo mundial, o Protocolo de Quioto, para redução de emissões de gases de efeito estufa, apenas uma pequena parte das ações será inscrita no mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), com direito a créditos de carbono, que são vendidos a países desenvolvidos que têm metas de redução de poluição. Esse volume, se inteiramente aproveitado, renderia para a estatal, ao preço de hoje, algo em torno de R$ 90 milhões. Apenas a título de comparação, a segunda economia mundial, o Japão, terá de comprar, até 2012, 20 milhões de toneladas adicionais de redução certificada de emissões de gases-estufa, porque 18 de suas 55 usinas nucleares foram desligadas após um terremoto, aumentando o uso de usinas a carvão, mais poluentes.

Entre as grandes petrolíferas, eficiência energética e redução de flaring são comuns a todas elas, informa a coordenadora da Petrobrás. Na busca de energias alternativas, a estatal, por causa de sua privilegiada posição em biocombustíveis, está à frente. Energia eólica e solar são importantes alternativas para a Shell, Chevron e BP. A geração de energia é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa no mundo. O objetivo da estatal brasileira é chegar em 2020 entre as cinco maiores empresas integradas de energia do mundo, com grande foco na questão ambiental, a partir do fornecimento de combustíveis renováveis, menos agressivos ao meio ambiente.

Fonte: DiárioNet

Curso treina comunitários para monitoramento de ninhos de jacarés


A proposta do curso é criar e consolidar uma rede regional de pesquisadores comunitários
Foto: Marcos Amend

Maria Carolina Ramos

De hoje (25) a quinta-feira, doze comunitários de quatro Reservas de Desenvolvimento Sustentável do estado do Amazonas — Amanã, Mamirauá, Uacari e Piagaçu-Purus — participam do curso “Bases para Monitoramento Comunitário de Ninhos de Crocodilianos em Unidades de Conservação de Uso Sustentável do Amazonas”.

A iniciativa é resultado de parceria do Programa de Monitoramento em Unidades de Conservação Estaduais (Probuc, coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas), com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM/MCT), com o Instituto Piagaçu (IPI) e com a organização norte-americana Wildlife Conservation Society (WCS). “O curso também é uma oportunidade para o fortalecimento do vínculo institucional dessas instituições, com a finalidade de articular estratégias para manejo sustentável participativo e preservação dos crocodilianos amazônicos”, explica o pesquisador Robinson Botero, do IDSM.

A proposta é criar e consolidar uma rede regional de pesquisadores comunitários, que atuarão como replicadores em suas respectivas comunidades, aplicando o conhecimento de acordo com o interesse de cada uma das localidades. Em Mamirauá e Amanã, por exemplo, o objetivo é que colaborem, futuramente, em planos de manejo com base comunitária, elaborados a partir de pesquisas científicas e conhecimento tradicional dos comunitários. Os participantes serão treinados para monitorar ninhos de jacarés nas bacias dos rios Japurá, Solimões, Purus e Juruá. O curso será realizado em uma base flutuante, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Piagaçu-Purus e será dividido em duas partes: a primeira, teórica, abordando, por exemplo, conhecimentos básicos de cartografia e uso de bússolas e GPS; a segunda consiste na aplicação em campo dos conhecimentos aprendidos, com exercícios de localização, na Reserva, de ninhos de jacarés. O curso é gratuito e será ministrado por técnicos do IDSM, do Instituto Piagaçu, da organização norte-americana Wildlife Conservation Society (WCS) e do Probuc.

Os financiadores são a WCS, o Probuc, a Fundação Gordon Moore, a Overbrook Foundation, o IDSM e o Instituto Piagaçu.

Fonte: Instituto Mamirauá

China descobre "novas" geleiras no teto do mundo

A China descobriu 42 novas geleiras no teto do mundo, o platô de Qinghai-Tibet, cujas camadas de gelo vêm diminuindo em virtude do aquecimento global, informou a mídia estatal na terça-feira. Esse novo grupo de geleiras pode ser o maior dentre os existentes na área.

O governo chinês se preocupa cada vez mais com o aquecimento global já que há estudos mostrando que as geleiras do platô, onde os maiores rios da China nascem, estão diminuindo. As imagens de satélite revelaram a presença das 42 geleiras no condado Bomi, que possui uma altitude média de 4.200 m acima do nível do mar, afirmou o jornal China Daily

Os rios de gelo presentes do platô, que faz fronteira com o Himalaia, respondem por cinco quintos das geleiras da China e são cruciais para o fornecimento de água potável e de água para irrigação nas terras mais baixas do país. "Se isso (a descoberta) for confirmado, esse seria o maior grupo de geleiras do platô", disse, segundo a mídia local, Zhaxi Norbu, diretor do departamento de relações públicas do condado de Bomi. A China possui cerca de 46 mil geleiras, cobrindo um total de 60 mil km² e localizadas em sua maioria no Tibet e em Xinjiang. No último século, a área das geleiras diminuiu em cerca de 30%.

Fonte: Reuters

Pescador captura tartaruga de 500 anos na China

Um camponês da província de Cantão, no sul da China, capturou uma tartaruga que pode ter mais de 500 anos. Pouco depois de encontrar o animal, ele o vendeu por 200 iuanes (aproximadamente R$ 52), informou hoje o jornalGuangzhou Daily. O camponês pescava perto de seu povoado, Raoping, quando descobriu o animal. Inicialmente ele achou que a tartaruga de 70 kg fosse uma simples pedra, segundo o jornal.

Atração para os moradores do povoado, a tartaruga em breve será libertada, como parte das celebrações do Festival de Outono, que tem seu ponto culminante hoje à noite. Um morador do povoado comprou a tartaruga logo depois de ela ser pescada, e prometeu soltá-la amanhã, num reservatório próximo. Há quatro anos, outro exemplar com 500 anos foi descoberto na ilha de Hainan, ao sul de Cantão. Ela também foi libertada, com a frase "por favor, não machuquem este animal" escrita em sua carapaça.

O método mais simples para determinar a idade dos quelônios é contar os sulcos nas suas divisões da carapaça. Cada uma equivale a um ano, segundo os especialistas. No entanto, os sulcos vão desaparecendo com os anos. Assim, quanto mais velha é uma tartaruga, mais difícil é determinar a sua idade.

Fonte: EFE

Centro Especializado em répteis e anfíbios faz levantamento de espécies na APA Meandros do rio Araguaia

O Centro de Conservação e Manejo de Répteis e Anfíbios (RAN), do Instituto Chico Mendes, conta com um projeto pioneiro no país: o de levantamento de espécies da herpetofauna (serpentes, lagartos e anfíbios-anuros), de diferentes fitofisionomias, existentes na Área de Proteção Ambiental (APA) Meandros do Rio Araguaia, em Goiás. Os dados desta pesquisa contribuirão para o monitoramento e a conservação da herpetofauna na região.

Com esses dados, o RAN poderá ter em mãos importantes bioindicadores de impactos ambientais. Já é possível, hoje, fornecer informações acerca da herpetofauna da APA, bem como realizar análises de comparação biogeográfica entre a comunidade de anfíbios e répteis encontrados lá, com outras estudadas por outros pesquisadores. Este levantamento faunístico pode ser o primeiro passo para o estudo de aspectos relacionados à historia natural de algum grupo desses animais. Os dados relacionados à riqueza e a similaridade biogeográfica das espécies encontradas são preliminares. Mas à medida que novas expedições sejam realizadas, novos dados serão acrescentados, aumentando, com isso, o roll de informações.

Fonte: Instituto Chico Mendes

Oficina debate expansão do setor sucroalcooleiro e gestão dos recursos hídricos

Daniela Mendes

O ministro interino do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, participou, na manhã desta terça-feira (25), da abertura de uma oficina promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA) para discutir a expansão do setor sucroalcooleiro e a gestão dos recursos hídricos. Segundo Capobianco, o tema é estratégico e traz uma oportunidade única para o Brasil, mas é preciso que o crescimento desse segmento, um dos que mais consome água no país, se dê de forma ambientalmente sustentável. "Nós temos que trabalhar de forma integrada para garantir que, de fato, essa oportunidade se concretize de integralmente?", defendeu.
Ele disse ainda que a temática do etanol é uma das prioridades do MMA e está presente no novo formato de gestão do ministério que passou recentemente por uma reestruturação onde foram fortalecidas as secretarias que lidam diretamente com esse tema.

Além de representantes da ANA, participam da oficina os secretários de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Egon Krakhecke, e de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Luciano Zica, e ainda secretários e gestores de recursos hídricos de estados onde há ou poderá haver a expansão do setor sucroalcooleiro como: Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia. Durante a oficina, que encerra no final da tarde de hoje, os representantes dos estados apresentarão o panorama atual e futuro da expansão do setor sucroalcooleiro, além do respectivo posicionamento de cada estado - ou órgão gestor de recursos hídricos - diante deste crescente processo.

Fonte: MMA

O boom da cana


Mapeamento da cana-de-açúcar por satélite mostra que a área total cultivada hoje em São Paulo é de 4,22 milhões de hectares, um aumento de quase 15% em um ano. Dados são do projeto Canasat (imagem: Inpe)

Thiago Romero

Em um ano, um aumento de 12,3% na área cultivada com cana-de-açúcar e disponível para colheita no Centro-Sul do país. Só em São Paulo, responsável por 68% da cana cultivada na região, o total subiu de 3,04 milhões para 3,35 milhões de hectares entre as safras 2005/2006 e 2006/2007. Os dados são do projeto Canasat, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que desde 2003 utiliza imagens de sensoriamento remoto, fornecidas por sensores dos satélites Landsat e CBERS, para mapear e quantificar a área cultivada em oito estados: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e São Paulo.

As informações mais recentes disponíveis se referem à safra 2007/2008, cuja área para colheita chega a 3,95 milhões de hectares. “Essa é a safra de cana que começou a ser colhida em abril. Ela termina em novembro deste ano e será comercializada em 2008”, disse Bernardo Rudorff, coordenador do projeto Canasat, à Agência FAPESP. “Se para São Paulo somarmos a área disponível para colheita com a que foi ‘reformada’, ou seja, que já foi plantada mas será colhida em 2008, teremos 4,22 milhões de hectares. Esse é o total cultivado com cana-de-açúcar hoje em São Paulo, o maior estado produtor do país”, complementou o pesquisador da Divisão de Sensoriamento Remoto (DSR) do Inpe. Trata-se de um aumento de quase 15% na área cultivada, uma vez que, considerando as áreas de reforma, o Estado de São Paulo registrava 3,66 milhões de hectares cultivados em 2006/2007.

As informações estão disponíveis na internet por meio de mapas temáticos com a distribuição espacial da cana, além da localização de usinas e destilarias. Com isso, é possível fazer análises como em que áreas a cana está se expandindo mais e quanto e onde cada município cultiva. Segundo Rudorff, a cultura da cana tem características favoráveis para a identificação nas imagens de satélites. “A cana se destaca bem nesse tipo de imagem, principalmente porque se trata de uma cultura plantada em grandes áreas, o que a torna compatível com a resolução dos sensores de satélites”, explicou, ressaltando que o Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar no mundo.

Os pesquisadores calculam a área cultivada em cada cidade por meio do cruzamento das informações de satélite com mapas político-geográficos contendo os limites municipais. Paraná é o segundo estado que mais produz na região Centro-Sul, com 541 mil hectares, seguido de Minas Gerais, com 483 mil hectares. O projeto Canasat é executado pelo Inpe em parceria com a União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e com o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). Além de ser usado por produtores e gestores do agronegócio da cana para a previsão e estimativa da área plantada, representantes do governo federal, especialmente da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental e da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, ambas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), atualmente utilizam os dados do Canasat para o estudo da distribuição espacial da cultura e discussão de novas políticas públicas na área. Mais informações: www.dsr.inpe.br/canasat

Fonte: Agência Fapesp


segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Protocolo de Quioto precisa de revisão que inclua países emergentes, opina pesquisadora

Wellton Máximo

O Protocolo de Quioto tem de ser reformulado para incluir metas de emissão de gás carbônico para os países emergentes, que também estão poluindo cada vez mais. A avaliação é da professora e pesquisadora Juliana Ramalho, do Laboratório de Climatologia da Universidade de Brasília (UnB).

Em entrevista hoje (24) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, a pesquisadora afirmou que o protocolo, que estabelece um cronograma de redução no lançamento de gás carbônico para os países desenvolvidos até 2012, corre o risco de se tornar sem função caso não inclua determinados países emergentes. “De alguns anos para cá, vários países em desenvolvimento entraram para a lista dos maiores poluidores”, destacou. “Embora seja válido, o Protocolo de Quioto não está sendo levado a sério e várias metas não estão sendo cumpridas”, advertiu Juliana. Segundo ela, não adianta mais os países emergentes esperarem as nações desenvolvidas tomarem posição e tentarem se enquadrar às metas. “Todo mundo agora precisa agir”, aconselha.

Apesar de ter 45% da matriz energética originada de fontes renováveis, atualmente o Brasil ocupa o quarto posto entre os países emissores de gás carbônico, com 1 bilhão de toneladas lançadas por ano. No caso brasileiro,no entanto, o problema não está nos veículos nem nas indústrias, já que 75% das emissões vêm das queimadas e derrubadas de árvores. O país emergente que mais aumentou o grau de poluição foi a China. Segundo estudo divulgado em abril pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país asiático atualmente lança 4,7 bilhões de toneladas de gás carbônico por ano e está na segunda posição entre os países poluidores, perdendo apenas para os Estados Unidos, com 5,8 bilhões de toneladas.

Em terceiro lugar na lista dos emissores de gás carbônico, está a União Européia, com 3,8 bilhões de toneladas anuais. O bloco econômico, no entanto, conseguiu estabilizar as emissões na última década. Em relação aos países emergentes, a professora da UnB afirma ainda que o problema não é apenas ambiental. Para ela, o combate à poluição nas nações em desenvolvimento também passa por ações sociais. “As pessoas mais desfavorecidas, que não têm água potável e esgoto, e muitas vezes dependem de lixões para se sustentar, não estão preocupadas com o meio ambiente, mas com a sobrevivência”, ressaltou. “Antes de tudo, é necessário melhorar o padrão de vida dessas pessoas.”

Fonte: Agência Brasil