quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Fotos revelam criaturas marinhas do Brasil



Os ctnéforos, como esse Bolinopsis vitrea, lembram as medusas, mas se locomovem por batimentos dos cílios (Foto: Otto de Oliveira/Alvaro Migotto)

Medusas, lulas, ouriços e larvas de invertebrados são 'biodiversidade oculta' do oceano. Imagens das criaturas, muitas delas microscópicas, podem ser vistas em exposição.


Reinaldo José Lopes

Quem visitar uma exposição fotográfica organizada pelo Centro de Biologia Marinha da USP provavelmente nunca mais vai enxergar a areia da praia ou o água do mar da mesma maneira. A mostra "Oceano: vida escondida", que pode ser visitada até o dia 19 de outubro em São Sebastião (litoral de São Paulo), deixa de lado bichos marinhos mais manjados, como peixes ou golfinhos, e aposta em criaturas que podem ser incrivelmente comuns no mar brasileiro, mas quase nunca são notadas: medusas, larvas planctônicas, ouriços-do-mar, vermes e pequenos crustáceos. O efeito é de cair o queixo.

"A maioria das pessoas acaba não vendo esses animais, porque eles ficam escondidos no substrato, na área, ou não são vistos na coluna d'água", explicou ao G1 o biólogo Alberto Lindner, curador da exposição e pós-doutorando do Centro de Biologia Marinha da USP, onde estuda a evolução dos organismos oceânicos. "No Brasil, esse conhecimento é ainda menor -- nos Estados Unidos existem até guias sobre invertebrados marinhos, esses bichos têm nomes populares, mas aqui eles passam praticamente incógnitos", diz Lindner. Se depender da qualidade da exposição, o "lado B" da vida marinha caminhará a passos largos para o estrelato. Embora haja algumas imagens da biodiversidade do oceano profundo, obtidas no Alasca, a imensa maioria das fotografias vem do Brasil, em especial do litoral norte de São Paulo. A anatomia das criaturas retratadas foge da estrutura familiar dos vertebrados e invertebrados terrestres, mostrando estranhas simetrias -- como no caso das águas-vivas -- e o formato bizarro das larvas de animais sedentários, que passam um tempo nadando na coluna d'água antes de sofrer sua metamorfose e assumir sua posição "parada" no fundo marinho.

Algumas das criaturas mais fantásticas não são visíveis a olho nu, e os pesquisadores usaram recursos especiais de ampliação e iluminação para revelar sua anatomia. As imagens foram captadas por Lindner e por Alvaro Migotto (diretor do Centro de Biologia Marinha da USP), Bruno C. Vellutini (também da USP) e Inácio D. da Silva Neto (da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da USP).

Serviço

A exposição acontece na Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur) de São Sebastião (avenida Dr. Altino Arantes, 174, Centro). Os horários de visitação são das 9h às 17h (segunda a sexta-feira) e das 10h às 22h (sábados, domingos e feriados)

Fonte: Globo.com

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