terça-feira, 25 de novembro de 2008

Escoamento das águas das encostas representa novos ricos de deslizamentos em Santa Catarina

A redução da quantidade de chuvas prevista para as próximas horas não significa o fim do risco de deslizamentos em Santa Catarina. O alerta é feito pela equipe de Ordenamento Ambiental da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Ciram).

Períodos de abertura de sol

De acordo com o setor de previsão climatológica da Epagri/Ciram na terça-feira, assim como no restante da semana, são esperados períodos de melhoria com abertura de sol, mas ainda com chance de chuva. A equipe trabalha com a forte possibilidade de redução dos níveis dos rios que compõem a bacia do Itajaí em relação a tarde de ontem. Para quarta-feira pode-se esperar um tempo mais firme, mantendo a chance de chuvas isoladas, porém com prolongamento dos períodos de sol entre nuvens.

Novos movimentos do solo

Apesar das boas notícias da meteorologia, os catarinenses ainda devem permanecer atentos para a chance de deslizamentos nas encostas. Segundo os pesquisadores da Epagri/Ciram, as rochas de regiões tropicais como em Santa Catarina, são recobertas por mantos de alteração espessos, compostos por fragmentos de rocha e material inconsolidado, em sua maior parte argila que expande em contato com a água e contrai na sua ausência.

Quando recebe muita água esse manto de rocha podre “trabalha”, aumentando seu volume. Mas quando a água começa a escoar esse material passa a se contrair, o que pode gerar novos movimentos de massa e conseqüentes deslizamentos.

Além disso a maior parte dos solos de Santa Catarina é composto por uma camada superficial mais arenosa (de até 50 cm de profundidade), seguida de uma camada onde se concentra a argila. A água das chuvas acumula-se entre essas camadas, gerando uma pressão hidráulica que, em contraponto com a pressão gravitacional, pode provocar o colapso de toda a camada superior.

Reúnem-se a estes fatores outros aspectos que favorecem os desabamentos, entre eles a própria característica do relevo, bastante acidentado e com áreas de forte declive, sobretudo nas encostas e serras catarinenses próximas aos cortes de estrada. Contudo, o maior fator de risco ainda é a ocupação urbana sem planejamento e os desmatamentos.

Medidas de controle

Para os técnicos da Epagri/Ciram é indispensável que os governos (estadual e municipal) adotem com urgência algumas medidas de controle para evitar a repetição desta tragédia. A primeira delas é impedir a utilização dessas áreas para ocupação do homem. Também é fundamental providenciar a contenção de encostas em áreas mais suscetíveis a desbarrancamentos, assim como respeitar integralmente a legislação de uso e ocupação do solo em encostas, recuperar as áreas degradadas e, sobretudo, evitar incentivos à ocupação dessas áreas impedindo o fornecimento de serviços básicos como água, luz e telefone.

Fonte: Gisele Dias

Um comentário:

Anônimo disse...

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