Por Karina Toledo, da Agência Fapesp
A FAPESP e a Universidade da Califórnia (UC) em Davis, nos Estados Unidos, anunciaram na terça-feira (12/05) o lançamento de um novo programa para estimular a pesquisa colaborativa nas áreas de Ciências Físicas, Engenharia, Ciências Biomédicas e Agricultura – no âmbito do acordo de cooperação firmado entre as duas instituições em 2012.
O anúncio foi feito durante a abertura da FAPESP Week UC Davis in Brazil, evento que reúne em São Paulo, até 13 de maio, 26 cientistas da universidade californiana e de instituições no Estado de São Paulo para apresentação de resultados de pesquisas em diversas áreas do conhecimento. O encontro dá sequência à FAPESP Week California, realizada em novembro de 2014, em Davis e em Berkeley, nos Estados Unidos.
“Mantemos uma forte colaboração com a FAPESP nas áreas de ciências sociais e humanidades e, devido a esse sucesso, decidimos expandir nossa parceria para outras áreas”, contou Harris Lewin, vice-reitor de Pesquisa da UC Davis.
De acordo com Lewin, serão financiados conjuntamente dez projetos com dois anos de duração. A primeira chamada de propostas deverá ser lançada até o fim de 2015.
Lewin ressaltou o forte caráter interdisciplinar da pesquisa realizada na UC Davis, um lugar onde “os muros existentes entre as disciplinas são facilmente quebrados”.
“Nossas principais áreas de interesse para os próximos anos são segurança alimentar, segurança hídrica, sociedade, saúde, energia, ambiente, transportes e ciência de materiais. Nossas disciplinas se interseccionam de forma que as pesquisas tenham impacto em todas essas áreas, que se relacionam com desafios globais e com muitos dos temas tratados nos centros financiados pela FAPESP em São Paulo. Há uma afinidade natural entre o que está ocorrendo na UC Davis e o que está se passando aqui em São Paulo”, destacou.
Na avaliação de Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, o modelo de pesquisa interdisciplinar colaborativa da UC Davis é inspirador e mostra algumas características acadêmicas importantes, coerentes com a busca por maior impacto das universidades em São Paulo.
“Especialmente interessante é a forma como os centros de pesquisa são orientados para a resolução de problemas. É realmente interessante e será uma grande nova oportunidade para cientistas de São Paulo colaborarem com colegas da UC Davis”, destacou.
Também presente na mesa de abertura do evento, Paul Dodd, vice-reitor associado de Pesquisa Interdisciplinar e Iniciativas Estratégicas da UC Davis, ressaltou o “incrível trabalho que a FAPESP tem feito para colocar a ciência de São Paulo no mapa mundial”.
“Nós interagimos com muitas agências de fomento em todo o mundo, mas não conheço uma única que faça mais do que a FAPESP para projetar sua pesquisa em outras regiões”, disse Dodd.
O vice-presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, destacou que a FAPESP Week – evento já realizado diversas vezes nos Estados Unidos e também em países como Inglaterra, Alemanha, Espanha, Argentina, Canadá, Japão e China – tem sido um importante mecanismo para fomentar a colaboração dos cientistas paulistas com colegas de todo o mundo.
Krieger lembrou ainda que, pela primeira vez, o evento é realizado no Brasil e foi formalmente inaugurado na noite do dia 11 de maio com uma visita ao Museu do Futebol, localizado no Estádio do Pacaembu.
“Em termos de futebol, o Brasil é um top player, reconhecido mundialmente. Na ciência estamos começando, assim como os Estados Unidos ainda estão começando no futebol. Mas acredito que em poucos anos vocês possam se tornar vencedores da Copa do Mundo e nós um dos maiores da ciência”, disse Krieger.
Além dos pesquisadores que integram a delegação norte-americana, participaram da visita ao Museu do Futebol o presidente da FAPESP, Celso Lafer, Brito Cruz, Lewin, Dodd e Luiz Laurent Bloch, diretor executivo do IDBrasil, organização social de cultura que faz a gestão do Museu do Futebol.
“Estamos felizes com o fato de a primeira FAPESP Week sediada em São Paulo ser realizada em colaboração com a UC Davis, que mantém muitos contatos conosco e nos recebeu no ano passado em sua sede”, ressaltou Lafer.
“Também estamos felizes por iniciar o evento com esta visita ao Museu do Futebol, um exemplo de inovação na concepção de um museu e, ao mesmo tempo, um exemplo de como é possível usar novos recursos para passar uma mensagem. É algo que vem sendo feito em São Paulo e é parte do ambiente da FAPESP”, disse Lafer referindo-se ao apoio da Fundação para a estruturação do Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB), que integra o Museu do Futebol e é composto por uma biblioteca, uma midiateca e por uma base de dados on-line para acesso ao acervo e demais conteúdos gerados por meio de pesquisas.
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