terça-feira, 26 de junho de 2012

Última semana para inscrição de trabalhos na 6ª OBSMA

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), projeto educativo criado em 2001 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), recebe inscrições até a próxima segunda-feira, 02 de julho.

Antes as inscrições iriam até 12 de junho, mas as coordenações da OBSMA decidiram aumentar o prazo de recepção de trabalhos, para ajustar-se ao calendário escolar e respeitar o término do primeiro semestre letivo. “Além disso, junho é um mês muito importante para as questões ambientais, já que o dia mundial do meio ambiente, 5 de junho, normalmente resulta em muitos trabalhos desenvolvidos em sala de aula”, explica Páulea Zaquini, coordenadora da Regional Sudeste da OBSMA. “E neste ano, especificamente, temos a importância da Rio+20 e as reflexões que estão sendo levantadas antes, durante e depois do evento”, complementa ela.
Para participar, os professores devem acessar o site www.olimpiada.fiocruz.br e inscrever os trabalhos realizados com seus alunos na temática da Olimpíada. Nesta 6ª edição, as inscrições vão até 02 de julho de 2012. A Olimpíada tem abrangência nacional e a cada dois anos recebe, avalia e divulga atividades desenvolvidas por professores e alunos em sala de aula. A OBSMA contempla os projetos realizados por alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ao 4º ano do Ensino Médio – incluindo os ensinos profissionalizante e de jovens e adultos (EJA) -, nas modalidades Produção Audiovisual, Produção de Texto e Projeto de Ciências.

A OBSMA busca incentivar a realização de trabalhos que contribuam para a melhoria das condições ambientais e de saúde no Brasil, além de possibilitar que o conhecimento científico se torne próximo do cotidiano escolar e que as atividades pedagógicas de professores e escolas ganhem visibilidade.

Estão entre os objetivos da OBSMA: (1) incentivar a realização de atividades interdisciplinares relacionadas à saúde, ao meio ambiente e à qualidade de vida, nas escolas brasileiras de educação básica e (2) conhecer, valorizar e divulgar estas atividades.

Contabilizando cerca de quatro mil projetos inscritos em todas as edições, a Olimpíada recebeu trabalhos que chamaram a atenção para temas como preservação de recursos hídricos, problemas gerados pelo lixo, malefícios causados por agrotóxicos, entre outros, expressos em poesias, documentários, cordéis, pesquisas de campo, reportagens e projetos de reciclagem.

CANAIS DE DIVULGAÇÃO DA OBSMA

Site: http://www.olimpiada.fiocruz.br
A Olimpíada nas redes sociais:

Informações para imprensa e solicitações de entrevista com a coordenação nacional da Olimpíada, por favor entre em contato nos seguintes meios:
(21) 3865-9738 ou 3865-9741 ; olimpiada@fiocruz.br; obsma2012@gmail.com
Jornalista responsável: Ariane Mondo

Contatos Coordenações Regionais

Coordenação Nacional e Regional Sudeste (Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo)
Sede: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio
Endereço: Av. Brasil 4365, Manguinhos, Rio de Janeiro, RJ
Cep: 21040-360
Telefone: (21) 2560-8259
3865-9740
3865-9741
3865-9738
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São Paulo
Sede: Secretaria de Estado da Educação / Coordenação de Estudos e Normas Pedagógicas
Endereço: Praça da República, 53, sala 65, Térreo, São Paulo, SP
Cep: 01045-903
Telefone: (11) 3866-0628
Regional Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal)
Sede: Diretoria Regional de Brasília
Endereço: Campus Universitário Darcy Ribeiro, Gleba A – Brasília DF / Caixa Postal: 04311
Cep: 70904-970
Telefone: (61) 3329-4522
E-mail: olimpiadacentroeste@fiocruz.br

Regional Minas/Sul (Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul)
Sede: Instituto de Pesquisas René Rachou
Endereço: Av. Augusto Lima 1.715, Barro Preto, Belo Horizonte, MG
Cep: 30190-00
Telefone: (31) 3349-7741

Regional Nordeste I (Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte)
Sede: Instituto de Pesquisas Aggeu Magalhães
Endereço: Av. Morais Rego s/n, Campus da UFPE, Cidade Universitária, Recife, PE
Cep: 50670-420
Telefone: (81)2101-2667
E-mail: olimpiada@cpqam.fiocruz.br

Regional Nordeste II (Alagoas, Bahia e Sergipe)
Sede: Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz
Endereço: Rua Waldemar Falcão 121, Brotas, Salvador, Ba
Cep: 40295-001
Telefone: (71) 3176-2236

Regional Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima)
Sede: Instituto de Pesquisas Leônidas e Maria Deane
Endereço: Rua Teresina 476, Adrianópolis, Manaus, AM
Cep: 69057-070
Telefone: (92) 3621-2443
E-mail: olimpiada@amazonia.fiocruz.br

segunda-feira, 18 de junho de 2012

R$ 3 milhões para melhoria do ensino e popularização da C&T


A Fundação lançou no dia 14 de junho, dois editais em áreas fundamentais para o desenvolvimento fluminense: a democratização da ciência e tecnologia, em especial entre a população mais jovem; e o ensino na rede pública, apoiando iniciativas que permitam o aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem ou da infraestrutura das escolas. Para isso, estão sendo investidos um total de R$ 3 milhões na sexta edição dos editais Apoio à difusão e popularização da ciência e tecnologia no estado do Rio de Janeiro – 2012 e Apoio à melhoria do ensino em escolas da rede pública sediadas no Estado do Rio de Janeiro – 2012, que vêm sendo lançados, anualmente, desde 2007.

Para ambos os editais, podem submeter projetos equipes formadas por um conjunto de pesquisadores com vínculo empregatício/funcional em instituições de ensino e pesquisa, ou em museus fluminenses, que desenvolvam ações para a divulgação científica e tecnológica, inclusive sob a forma de redes ou consórcios. As propostas deverão ser encaminhadas pelo coordenador de cada equipe, com anuência de sua instituição de origem. O coordenador do projeto deve ter grau de doutor ou comprovar marcante experiência na área, especialmente nos últimos cinco anos, estar ativa e produtivamente envolvido em projetos que envolvam atividades nas duas áreas-objeto dos editais. A equipe também poderá incluir mestres, pós-graduandos, estagiários de graduação e funcionários técnico-administrativos do quadro das instituições partícipes.

Com características semelhantes às de edições anteriores, Apoio à difusão e popularização da ciência e tecnologia no Estado do Rio de Janeiro – 2012 se destina a democratizar a informação nos campos da ciência e da tecnologia e a produção dela decorrente, cujos resultados possam ser operacionalizados em políticas e medidas a serem adotadas no estado do Rio de Janeiro e pelo poder público em geral.

Com recursos de R$ 1,5 milhão, o edital receberá propostas enquadradas em uma de duas faixas, de acordo com o montante solicitado: A – com valor máximo de cada proposta é de R$ 100 mil, perfazendo o total de R$ 500 mil disponibilizados para esta faixa; B – com valor máximo de cada proposta – R$ 50 mil, perfazendo um total de R$ 1 milhão disponibilizados para esta faixa. Desses recursos, 30% financiarão despesas de capital, como a aquisição de materiais permanentes e de equipamentos; enquanto os restantes 70% custearão despesas de custeio, em que se enumeram reparos e adaptações de bens imóveis; serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual para manutenção de equipamentos e material permanente e para a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis; diárias e passagens,  desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa;  material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; e despesas relativas à importação de equipamentos.

O prazo para submissão de propostas se estende até o dia 9 de agosto, sendo necessário que se faça a entrega da documentação impressa do projeto até o dia 17 do mesmo mês. A divulgação dos resultados está prevista para acontecer a partir de 4 de outubro.

Já o programa de Apoio à melhoria do ensino em escolas da rede pública sediadas no Estado do Rio de Janeiro – 2012, voltado a promover iniciativas que contribuíam para a melhoria do ensino, seja pelo estabelecimento da excelência nas escolas da rede pública do estado; pela formação, a capacitação e a atualização de professores das escolas da rede pública; pela melhoria da infraestrutura necessária ao ensino da rede pública fluminense; pela promoção do intercâmbio de instituições de ensino superior e pesquisa com escolas da rede pública do estado.

Os recursos para tanto somam igualmente R$ 1,5 milhão, dos quais 30% serão destinados a projetos envolvendo escolas públicas fora da região metropolitana do Rio de Janeiro. As propostas deverão estar classificadas em uma de duas seguintes faixas, de acordo com o montante solicitado: A – entre R$ 30.001 e R$ 60 mil – mínimo de três pesquisadores doutores; e B – até R$ 30 mil – propostas individuais. Independentemente do auxílio concedido, os proponentes de projetos aprovados poderão ainda solicitar até duas bolsas de treinamento e capacitação técnica (TCT) para professores das escolas públicas envolvidas no projeto; até duas bolsas de iniciação científica (IC) para alunos de graduação; e até quatro bolsas de pré-iniciação científica (Jovens Talentos) para alunos de ensino médio das escolas envolvidas.

Os recursos do programa financiam despesas de capital, como a aquisição de materiais permanentes e equipamentos; e despesas de custeio, em que se enquadram serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual para manutenção de equipamentos e material permanente e para a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis; diárias e passagens, desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa;  material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; e despesas para importação de equipamentos.

De acordo com o cronograma do edital, o prazo para submissão de projetos se encerra no dia 16 de agosto, com a entrega da documentação impressa das propostas devendo ser feita até o dia 24 do mesmo mês. A divulgação dos resultados será feita a partir do dia 4 de outubro.

Segundo o diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, os dois editais têm sido muito importantes em aproximar a ciência da sociedade. "No caso do edital de Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas Públicas, os pesquisadores que coordenaram projetos são unânimes em afirmar que os resultados obtidos superaram em muito as expectativas. Ao colocarem a ‘mão na massa’, jovens estudantes e professores de escolas públicas entram em contato com o lado lúdico da descoberta científica. Ao levar a ciência a um público leigo, os projetos apoiados pelo edital de Apoio à Difusão e Popularização da C&T têm contribuído para desmistificar a pesquisa científica e tecnológica, em que todos precisam ser atores na sociedade do conhecimento.”

Confira a íntegra do edital Apoio à difusão e popularização da ciência e tecnologia no estado do Rio de Janeiro – 2012

Confira a íntegra do edital Apoio à melhoria do ensino em escolas da rede pública sediadas no Estado do Rio de Janeiro – 2012



Sustentabilidade agrícola requer abordagem sistêmica



Por Fábio de Castro, da  Agência FAPESP 

A agricultura sustentável é um conceito mais complexo do que parece à primeira vista. Se o princípio não for bem compreendido, implementado com uma abordagem sistêmica e gerenciado na escala correta, pode até agravar os impactos ambientais das atividades agrícolas, em vez de reduzi-los.

O alerta foi feito pelo cientista britânico Tim Benton, coordenador do Programa de Segurança Alimentar Global da Universidade de Leeds (Reino Unido), durante o “Forum on Science, Technology and Innovation for Sustainable Development”, realizado no Rio de Janeiro.

De acordo com Benton, o conceito de agricultura sustentável é frequentemente mal construído e, portanto, mal compreendido e mal aplicado.

“É preciso atingir um equilíbrio entre o uso da terra para produção e o uso para a conservação da biodiversidade. Paisagens diferentes têm vocações para diferentes esquemas agroambientais. A agricultura sustentável precisa ser gerenciada de forma sistêmica, na escala da paisagem, não apenas com foco isolado nas fazendas, nem só em escala nacional”, disse à Agência FAPESP.

Segundo Benton, agricultura sustentável é um conceito que todos pensam entender, mas é muito raro que as pessoas – incluindo os gestores – percebam sua verdadeira complexidade. Em primeiro lugar, de acordo com ele, é preciso levar em conta que uma fazenda causa inúmeros impactos cruzados no meio ambiente, por exemplo, na qualidade da água nos corpos d’água, no uso da terra e na biodiversidade.

“Há muitos impactos e, para diminuí-los, é preciso abrir mão de algum ganho. A atividade agrícola de baixo carbono, para produzir o mesmo rendimento da agricultura tradicional, tipicamente vai demandar mais terra, para compensar as perdas”, disse.

“Ao usar mais terra, a atividade agrícola terá mais efeito na biodiversidade. A agricultura de baixo carbono pode, no fim da cadeia, causar um grande impacto na biodiversidade. A partir de uma perspectiva mais ampla, não é trivial calcular qual tipo de agricultura é mais sustentável”, afirmou Benton.

Outra questão que dá complexidade à ideia de agricultura sustentável é a escala em que ela é gerenciada. As consequências do gerenciamento de uma gleba de terra não se limitam apenas àquele local, de acordo com o cientista britânico.

“Quando se gerencia uma fazenda, os impactos dessa atividade extrapolam o território em questão. É o que ocorre com os gases de efeito estufa sendo liberados na atmosfera, que têm impacto global. Os impactos na qualidade da água dos córregos e rios podem chegar a uma distância muito longa, causando nitrificação de costas marítimas de pesca a partir da poluição dos cursos d’água no continente”, afirmou.

O quadro fica ainda mais complexo quando se consideram os impactos nos mercados. “Pode-se reduzir o rendimento agrícola em um país por achar que isso é mais sustentável. Mas a demanda continuará a mesma, ou até aumentará ainda mais. Assim, se você reduz o rendimento, alguém, em algum lugar, vai precisar aumentar o rendimento. E isso vem com impactos ambientais negativos”, disse Benton.

Gerenciamento de terra

Em uma base local, algumas parcelas de plantações podem ser gerenciadas de forma insustentável, enquanto outras partes podem compensar sendo gerenciadas de maneira altamente sustentável. Mas o que é verdade para uma parcela de terra isolada nem sempre é verdade na escala de paisagem, de país, de continente e na escala global.

“Juntando isso aos impactos ambientais de longo alcance e os impactos econômicos que também reincidem nos aspectos ambientais, terminamos com um conceito muito complicado”, disse Benton.

Apesar da complexidade, a sustentabilidade agrícola não é inviável, segundo Benton. Para isso, é fundamental pensar em gerenciamento de terra de forma sistêmica, a partir da pequena escala até a escala global, com foco especial na escala da paisagem.

“No nível da paisagem, podemos gerenciar não apenas a terra agriculturável, mas também gerenciar as terras não agrícolas que são fundamentais para o funcionamento da atividade agrícola, porque mantêm os polinizadores, os inimigos naturais, os microclimas e assim por diante”, disse.

Na escala nacional, é preciso haver determinadas áreas voltadas para produção agrícola e algumas preservadas para garantir outros serviços. Cada área tem sua vocação e uma deve equilibrar a outra. Mas, em escala continental, as especificidades também mudam. Algumas áreas são muito boas produzindo frutas, outras áreas muito boas para armazenar carbono, por exemplo.

“É fundamental gerenciar de forma que as várias vocações sejam cumpridas. Fazer com que tudo funcione igualmente seria um desastre. Não é porque não podemos definir a agricultura sustentável que isso implica que não possamos praticá-la”, disse Benton.

“Mas, para ser sustentável, não se trata só de uma questão de minimizar o carbono que é produzido por ela. É muito mais complicado que isso. É preciso levar em conta os efeitos em longo prazo e é preciso levar em conta ter que gerenciar as coisas no nível da escala de paisagem”, afirmou.

Determinar os critérios de gerenciamento agrícola é o grande desafio para desenvolver uma agricultura sustentável, de acordo com Benton. Segundo ele, para que isso seja possível é preciso ter governos fortes. Na base local, quando se tem sucesso em uma atividade em uma parcela de terra, há uma tentação de expansão.

“Quando uma parcela cultivada rende dinheiro, o fazendeiro tende a querer dobrar essa parcela. Conseguindo sucesso, multiplica a área por quatro e, quando nos damos conta, temos uma grande área convertida em uso da terra uniforme”, disse.

“Isso pode ser bom no início, mas em longo prazo, se todo mundo faz a mesma coisa, todos vão sofrer as consequências. É bom pensar no crescimento agrícola, mas em algum momento alguém tem que dizer: já houve crescimento suficiente”, destacou.

A saída para a agricultura sustentável com manutenção dos ganhos, segundo Benton, é a chamada intensificação sustentável. Quando há limites para a conversão de terras para a agricultura, é preciso produzir mais na mesma área.

“Mas essa intensificação não pode ser feita de um jeito que seja ambientalmente danoso, temos que fazê-la de forma a minimizar os impactos. A intensificação sustentável pode ser feita com novas tecnologias, com agricultura inteligente e com gerenciamento da paisagem”, afirmou.