quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Ministra defende equação entre desenvolvimento e meio ambiente

Aida Feitosa

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, participou nesta quinta-feira (23), em Brasília, do painel sobre a relação entre desenvolvimento econômico sustentável e meio ambiente, promovido pela Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base (ABDIB). No evento, a ministra defendeu que um projeto de empreendimento deve ser viável tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

Na avaliação de Marina Silva, o discurso sobre a necessidade de compatibilizar desenvolvimento econômico com meio ambiente já foi superado. Isso por que, explicou ela, a idéia de compatibilização pode sugerir que o crescimento econômico e as questões ambientais estão em lados opostos: "Ao contrário, entendo que ambos fazem parte da mesma equação".
O licenciamento ambiental, conforme a ministra, é um instrumento importante nessa relação. Ele permite que a inserção da questão ambiental nos projetos de empreendimentos gere benefícios para todos os segmentos da sociedade, inclusive para o setor de infraestrutura. No licenciamento, acrescentou ela, as empresas cumprem exigências ambientais e, em conseqüência, melhoram seus desempenhos no mercado. "Quando assumi o governo, em 2003, processos judiciais envolviam 45 hidrelétricas e agora não há nenhum. No quadro efetivo da área de licenciamento, eram apenas 7 pessoas. Hoje são 127, sendo 90% servidores do Ibama, com mestrado e doutorado", relatou a ministra, referindo-se ao esforço do poder público na melhoria da gestão administrativa. Marina Silva ainda citou ações para dinamizar a gestão ambiental que estão em andamento, como a regulamentação do artigo 23 da Constituição Federal, que trata das competências dos municípios, estados e da União na gestão ambiental; ou a definição de uma nova metodologia para o cálculo da compensação ambiental.

No evento, o presidente da ABDIB, Paulo Godoy, disse que grande parte da responsabilidade sobre a conservação do meio ambiente pertence as empresas. "Não há empreendimento que não tenha impacto ambiental. O que temos a fazer é trabalhar para que esse impacto seja o menor possível", destacou. Para Godoy, se a iniciativa privada dedicar-se a preservar o meio ambiente, o poder público poderá se concentrar cada vez mais no combate aos empreendimentos irregulares, às invasões e aos desmatamento.

Fonte: MMA

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Mostra dos filmes vencedores do 9º Festival de Cinema e vídeo ambiental de Goiás

V FICA NO RIO (22 a 25 de agosto - entrada franca)

Exibição dos filmes e documentários vencedores do maior festival de cinema evídeo ambiental da América Latina. Este ano, além da exibição dos filmes,haverá entrevistas com Leonardo Boff, Marcos Sá Correa, Ailton Krenak e André Trigueiro.

Local: Arte SescRua Marques de Abrantes, 99 - Flamengo – Rio de Janeiro

Tel.: (21) 3138-1629

Não perca a quinta edição do FICA no Rio - mostra de filmes premiados na 9ªedição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás. Sãocurtas, médias e longas-metragens, além de uma série de TV, nos gêneros:ficção, animação e documentário. Entre os países participantes estão:Brasil, EUA, Canadá, França, Alemanha, Portugal, Coréia do Sul e Peru. São14 produções em 4 dias de mostra. Ainda na programação, jornalistas de diferentes veículos de comunicação entrevistam especialistas e intelectuais ligados a questões ambientais:Leonardo Boff, Ailton Krenak, Marcos Sá Correa e André Trigueiro. Entrada Franca

PROGRAMAÇÃO

22 de agosto (quarta-feira)

18h00 - Abertura: SESC Rio, UNESCO e AGEPEL (Agência Goiânia deCultura).18h30 - Rapsódia do Absurdo. Brasil (GO), 2006.

18h50 – Entrevista
Tema: Saber Cuidar de um Planeta em Estado de Alerta.
Jornalista: Carolina Elia (site O Eco) - Entrevistado: Leonardo Boff.20h20 - Além dos Outdoors. Brasil (GO), 2006.

20h40 - Ainda Há Pastores? Portugal, 2006.

22h00 - Losing Tomorrow (Perdendo o Amanhã). França, 2005.

23 de agosto (quinta-feira)

16h00 - Abertura16h10 - Memória sem Visão. Brasil (SP), 2005.

16h30 - The Fan and The Flower (O Ventilador e a Flor). USA, 2005.

16h40 - Ainda Há Pastores? Portugal, 200618h00 - Tarú Andé – cap. 1: O Encontro de Céu com a Terra. Brasil (RJ), 2007.

18h30 - Tarú Andé – cap. 4: Krenak – O Nosso Nome é Burum. Brasil (RJ),2007.

19h00 -Entrevista

Tema: As Novas Regras Ambientais e as Tradições Indígenas Jornalista: Sidney Rezende (CBN)- Entrevistado: Ailton Krenak

20h30 - Rapsódia do Absurdo Brasil (GO), 200620h50 - Pirínop, Meu Primeiro Contato. Brasil (PE), 2007.

24 de agosto (sexta-feira)

16h00 - Abertura16h10 - King Corn (Rei Milho). USA, 2006.

17h45 - Losing Tomorrow (Perdendo o Amanhã) França, 2005.

19h00 – EntrevistaTema: BiodiversidadeJornalista: Ronaldo Gueraldi (Globo News) / Entrevistado: Marcos Sá Correa20h30 - Memória Sem Visão Brasil (SP), 2005.

21h00 - Ainda Há Pastores? Portugal, 2006.

25 de agosto (sábado)

14h00 - Abertura

14h10 - The Fan and The Flower (O Ventilador e a Flor) USA, 2005Tree Robô (Robô Árvore) Coréia do Sul, 2005.Tyger. Brasil (SP), 2006.

14h45 - Pirínop, Meu Primeiro Contato Brasil (PE), 2007.

16h15 - Khadak. Alemanha, Bélgica, 2006.

18h00 - Always Coca Cola (sempre coca cola) Alemanha, 2006.

18h30 - Memória Sem Visão. Brasil (SP), 2005.

19h00 - Entrevista Tema: Cidades e Soluções. Podemos acertar o rumo? (Exibição do case "Cidades e Soluções")Jornalista: José Brito Cunha (Canal Futura) / Entrevistado: André Trigueiro

20h30 - Além dos Outdoors. Brasil (GO), 2006.

20h50 - Ainda Há Pastores? Portugal, 2006.

Realizadores:SESC Rio e UNESCO

Apoios: IX FICA, Governo de Goiás, AGEPEL, Canal Futura, CBN, Ascine-RJ, REBEA e Recicloteca., KRIA Produção Multimídia.

O meio ambiente está em foco e em pauta.

Garantindo a qualidade do Biodiesel

Pesquisadores do Laboratório Thomson de Espectrometria de Massas, do Instituto de Química, apresentam uma metodologia capaz de identificar com rapidez e precisão o padrão de qualidade do biodiesel produzido no país. Uma dificuldade encontrada nas pesquisas foi justamente a baixa qualidade do produto que está no mercado. O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) deverá adotar a técnica para certificar o biodiesel brasileiro, que é uma das apostas do governo para diversificar nossa matriz energética.

Fonte: Jornal Unicamp

Igarapés de Manaus apresentam risco para saúde humana

Há pouco mais de duas décadas era possível tomar banho nos igarapés que cortam a cidade de Manaus (AM). Hoje, com o aumento da quantidade de dejetos despejados, torna-se arriscado utilizar essas águas pelos prejuízos que podem causar à saúde.

Para avaliar a composição química e biológica dos recursos hídricos de bacias urbanas do município, a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Hillândia Brandão da Cunha, coordenou o estudo "Elaboração de índices de qualidade de água para o município de Manaus", com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O estudo, desenvolvido entre abril/2004 e setembro/2006, teve como finalidade conhecer as características ambientais das águas das bacias da área urbana de Manaus; selecionar organismos que fossem representativos para serem indicadores ou não de poluição, entre eles, as macroalgas e os insetos; além de estabelecer índices de substâncias que determinam a qualidade da água na Amazônia, de verificar o índice de poluição dos mananciais estudados e socializar e conscientizar moradores que possuem residências próximas a igarapés sobre a importância da conservação dos recursos hídricos.

Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (Cena/USP), Hillândia descreveu que, por meio de testes em laboratório, as amostras estudadas foram submetidas a bioensaios com diferentes porcentagens de diluições, usando água e sedimento tanto de ambiente natural quanto poluído. Entre os organismos usados como indicadores biológicos para a qualidade de águas estão as macroalgas (Batrachospermum spp.), que indicam água limpa ou fracamente poluída, e os insetos (das famílias Chironomidae e Polymitarclidae), que estão presentes especificamente em ambientes poluídos. Três bacias urbanas com diferentes níveis de poluição foram analisadas pelo grupo de trabalho. A do Tarumã, incluindo apenas igarapés sem interferência de poluição, a do Educandos, representada pelo igarapé do Quarenta, que recebe efluentes do distrito industrial, e a bacia do São Raimundo, onde a poluição é mais orgânica. O campo amostral corresponde ao total de 15 igarapés, três lagos e o trecho do rio Negro, orla de Manaus. Nesta última área estudada, a pesquisadora aponta que a qualidade da água está mudando em função das bacias situadas no perímetro urbano da cidade, que desembocam no rio que banha a frente da cidade. O projeto propõe, também, a elaboração de um índice de qualidade de água específico para a região Amazônica. A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 357 de 13 de março de 2005, de acordo com a pesquisadora, foi elaborada a partir da realidade das regiões Sul e Sudeste do Brasil, e não é totalmente adequada para a região Norte, que possui características específicas.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Fonte: MCT

Simpósio debate biodiversidade das regiões de florestas

A conservação da biodiversidade depende da interação entre o desenvolvimento econômico e as estratégias para a proteção da natureza. Com o objetivo de discutir o tema o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) realiza de 21 a 23 de novembro próximo, o Simpósio "Conservação de Biodiversidade em Paisagens Florestais Antropizadas".O evento reúne em Belém (PA) cientistas de várias regiões, além de representantes da indústria, de organizações não-governamentais ambientais e dos governos estadual e federal.

O objetivo é examinar e quantificar os impactos antrópicos sobre a biodiversidade das regiões de florestas, a partir da apresentação de resultados de estudos realizados em áreas fragmentadas e paisagens já altamente degradadas. Outra meta é discutir os desafios e as oportunidades para a conservação da biodiversidade em áreas protegidas, florestas manejadas para corte seletivo e em regiões com uso intensivo da terra, incluindo a agricultura, silvicultura e urbanização. Mais informações sobre o simpósio no site www.museu-goeldi.br.

Fonte: Serviço de Comunicação Social do Museu Goeldi

Congresso de Peixes Nativos começa dia 28

Dia 28, a cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, recebe o I Congresso Brasileiro de Produção de Peixes Nativos de Água Doce e o I Encontro Estadual de Piscicultores, que segue até o dia 30, na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com promoção da Sociedade Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática (Aquabio), da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República (Seap/PR) e da Embrapa e realização da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) e Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), o Congresso pretende buscar soluções para resolver alguns entraves da atividade, e assim, impulsionar a aqüicultura.

Os participantes inscritos terão a oportunidade de, já na abertura, assistir às palestras do ministro da Seap/PR, Altemir Gregolin que traçará um panorama da piscicultura no país; e Elisabeth Urbinati, pesquisadora e professora da Unesp-Jaboticabal, que fará um relato da pesquisa em aqüicultura no Brasil. Além deles, o Congresso contará com os maiores especialistas do setor no país, que abordarão temas como boas práticas de manejo, produção de espécies nativas, tecnologia e processamento, aproveitamento de resíduos, melhoramento genético, nutrição e sanidade de espécies nativas, dentre outros assuntos. A diversidade de temas a serem discutidos no Congresso vem ao encontro da pluralidade dos trabalhos científicos. Dos 105 apresentados, 14 são enquadrados na área de fisiologia; 7, genética; 12, larvicultura e alevinagem; 14, nutrição e alimentação; 7, qualidade da água e impactos na piscicultura; 24, reprodução; 5, sanidade; 5, tecnologia e processamento do pescado e os demais em segmentos diversos.

Durante o Congresso ainda, algumas das instituições parceiras estarão, em estandes, apresentando seus produtos, entre elas, Embrapa Informação Tecnológica, Sebrae, Unigran, UFGD, UEMS, Uniderp, Mar e Terra, Douramix, Trevisan e Panorama da Aquicultura.
Cursos – quatro mini-cursos serão oferecidos paralelamente às ações do Congresso, com carga horária de oito horas cada e vagas limitadas. Nos dias 23 e 24, Vera Lúcia Borelli ministrará o curso “Processamento e preparo de peixes”. Para os dias 29 e 30, as opções são “Sistemas de produção de pintado e pacu”, com Alexandre Carvalho Wakatsuki; “Gerenciamento da Piscicultura”, com o João Campos e “Manejo de Produção de Tilápia e Catfish”, com José Américo Boscaine (tilápia) e Juan Ramon Esquivel Garcia (catfish).

Fonte: Embrapa

Pesquisa analisa relação entre dengue e fatores sociais

Igor Cruz

Nova Iguaçu – município que registrou os primeiros casos de dengue nas três epidemias da doença já enfrentadas pelo Estado do Rio de Janeiro – foi alvo de uma pesquisa do Departamento de Endemias da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz. O objetivo principal era analisar a relação entre o dengue e fatores sociais. Os resultados – que estão na dissertação de mestrado em saúde pública de Juliana Pires Machado – confirmam que a doença atinge indistintamente pessoas de todas as classes socioeconômicas, mas também apontam que uma proporção maior de moradores adoece nas áreas marcadas pela desigualdade social. O município, situado na Baixada Fluminense, tem 844 mil habitantes.

Outro ponto discutido na dissertação é a água, considerada uma questão problemática para a ocorrência do dengue. O fornecimento não é regular e os moradores, sem saber quando suas casas serão abastecidas novamente, se vêem obrigados a estocar água – o que nem sempre é feito de forma segura. “Os recipientes ficam destampados e se transformam em criadouros para o mosquito transmissor do dengue”, explica Juliana. A pesquisadora construiu um indicador composto, isto é, elaborado a partir de seis indicadores individuais: razão de dependência (população distribuída entre as diferentes faixas etárias), proporção de chefes de família sem instrução, índice de pobreza, densidade demográfica, coleta de lixo e abastecimento de água adequados. Com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), calculou o indicador composto para diferentes bairros de Nova Iguaçu e comparou-os quanto à ocorrência de casos de dengue. Para determinar a incidência da doença, foram usados dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan).

As análises mostraram, por exemplo, que bairros marcados pela acentuada desigualdade social e com muitas moradias à beira de vias de acesso apresentavam maior número de habitantes acometidos pela doença. Outra conclusão da pesquisa é que pessoas na faixa etária economicamente ativa são as mais atingidas pelo dengue – uma hipótese levantada para explicar esse achado é que elas circulam mais do que idosos e crianças. “É importante que a Prefeitura de Nova Iguaçu utilize os indicadores sociais para direcionar as ações de controle do dengue”, recomenda Juliana. Sua dissertação foi orientada pelos doutores em saúde pública Reinaldo Souza dos Santos e Rosely Magalhães de Oliveira.

Fonte: Fiocruz

Ibama lacra sete serrarias em Buriticupu e madeireiros reagem com protesto violento

Numa ação relacionada à Operação Entorno, conduzida pelo IBAMA em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, o Exército e o Batalhão de Policiamento Ambiental do Estado do Maranhão com o objetivo de coibir a atividade madeireira ilegal nos arredores da Reserva Biológica do Gurupi e Reserva Indígena Araribóia, uma equipe de fiscais ambientais e policiais foi enviada a Buriticupu (MA) para fazer o levantamento de pátios de todas as serrarias daquele município e retirar a madeira encontrada ali sem comprovação de origem. Das 30 empresas vistoriadas, sete foram embargadas pelo IBAMA por estarem funcionando sem licença, até o dia 10 de agosto o saldo era de 48 autos de infração expedidos totalizando R$ 1.354.303 em multas. No total foram apreendidos 4.424,895 metros cúbicos de madeira em toras e 250,519 metros cúbicos de madeira serrada. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente já havia suspendido o cadastro de todas as serrarias do município até a apresentação dos relatórios de atividade das mesmas.

Na última quinta-feira (16 de agosto), a coordenação da operação conjunta enviou caminhões ao município para retirar parte da madeira apreendida e 509 metros cúbicos de madeira que foi abandonada no mato ao longo da estrada pouco antes da chegada da fiscalização. Mas enquanto realizavam esse trabalho, os agentes foram recebidos com um protesto organizado por madeireiros que fecharam o comércio e a principal via de acesso ao município com uma barricada com pneus queimados, no Km 515 da BR-222, altura do povoado Sagrima. Segundo informações da Polícia Militar cerca de duas mil pessoas participaram da manifestação.
Os Policiais Rodoviários Federais se dirigiram para o local da manifestação com intuito de acalmar a população e desobstruir a rodovia, contudo foram recebidos por paus e pedras pelos manifestantes que apedrejaram as viaturas da Policia Rodoviária Federal e feriram um agente que passa bem. Com objetivo de conter os manifestantes mais exaltados que tentavam linxá-los, os policiais defenderam-se com o uso de bombas de efeito moral e balas de borracha, todavia a ação não surtiu efeito desejado havendo a necessidade de um recuo stratégico por parte dos mesmos, e a troca de tiros como forma de defesa com um dos manifestantes armados, o qual foi baleado e se encontra hospitalizado.

Após o recuo da PRF, que se juntou a equipe do IBAMA com os caminhões, os manifestantes avançaram em direção ao comboio composto pela PRF, IBAMA, caminhões e máquina carregadeira que se deslocava em direção a Santa Inês, interceptando e incendiando a pá-carregadeira, alugada para a operação de carregamento e descarregamento das toras e agredindo o operador da máquina. Após o confronto, a equipe conseguiu sair da cidade com dois caminhões carregados de toras num volume total de 56,524 m³ em direção ao município de Santa Inês, sede do Escritório regional do IBAMA, já estando em segurança. No início da semana, uma equipe de fiscais do órgão ambiental federal e do Batalhão de Polícia Ambiental já havia encontrado ao Sul da Rebio (unidade de conservação de proteção integral) um pico de desmatamento com 372 árvores derrubadas, e apreendeu ali além da madeira um trator, maquinário, um caminhão, duas motosserras e oito armas de fogo. Depois disso, a equipe se dirigiu à região do assentamento do Aeroporto para verificar a denúncia de que havia uma empresa desmatando para instalar uma obra de eletrificação rural dentro da Reserva. Com a constatação de desmatamento e queimada recentes, o IBAMA embargou a obra a cargo da empresa ETE e apreendeu dois caminhões.

Buriticupu

É um dos municípios com maior índice de desmatamento no estado do Maranhão (97% da cobertura vegetal perdida) e, por não ter mais suporte para obtenção de matéria-prima para a atividade madeireira que é uma das bases principais da economia local, tornou-se um grande foco de pressão sobre a Reserva Biológica e as áreas indígenas situadas no noroeste do estado. A “Operação Força e Soberania” do IBAMA, com apoio do Exército, da Polícia Federal, Batalhão de Policiamento Ambiental e PRF, continua com um acampamento montado dentro da Rebio para combater a retirada ilegal de madeira e proteger esta última área remanescente da Floresta Amazônica no Maranhão.

Fonte: Ibama

Estudo: preservação é melhor que biocombustível

A preservação de áreas verdes e o reflorestamento são maneiras mais eficientes de combater o aquecimento global que o uso de biocombustíveis, segundo um estudo britânico publicado na revista Science.

O estudo é o primeiro a calcular as emissões de carbono durante todo o ciclo dos biocombustíveis - das plantações à extração e à transformação em combustível - e a comparar os resultados ao armazenamento de carbono em ecossistemas naturais. A conclusão da pesquisa é que as florestas podem absorver de duas a nove vezes mais carbono em um período de 30 anos do que as emissões evitadas pelo uso de biocombustíveis. Logo, de acordo com os pesquisadores, seria mais eficiente reflorestar áreas cultiváveis a usá-las para a plantação de matéria-prima para biocombustíveis.

Os autores Renton Righelato e Dominick Spracklen alegam que a política de biocombustíveis está sendo desenvolvida sem que as implicações de seu uso sejam conhecidas. "A razão principal razão do comprometimento com os renováveis era o corte nas emissões de dióxido de carbono. Na nossa visão, esta política está errada porque ela é menos efetiva que o reflorestamento", Righelato. O estudo afirma ainda que vastas áreas serão desmatadas em várias partes do mundo para que as metas de uso de biocombustíveis possam ser alcançadas, o que teria um impacto imediato e considerável no ciclo de carbono. "O estoque de carbono nas florestas fica entre 100 e 300 toneladas por hectare. Três quartos disso são perdidos no primeiro ano, durante desmatamento e queimadas. Levaria - em todos os casos que examinamos - entre 50 e 100 anos para que esse carbono fosse recuperado pela produção de biocombustíveis", explicou Righelato.
Segundo os pesquisadores, a ênfase das políticas contra o aquecimento global deveria ser colocada no aumento da eficiência do uso de combustíveis fósseis combinado ao investimento em outras fontes de energia renovável, livres de carbono, além do reflorestamento de terras aráveis que não estão sendo usadas para a produção de alimentos.

Fonte: BBC Brasil

Corpo de quinto gorila raro é encontrado no Congo

Equipes de conservação que trabalham na República Democrática do Congo descobriram os restos de um quinto gorila de uma espécie rara da montanha, semanas depois que foram encontrados quatro primatas ameaçados mortos a tiros, disseram autoridades das Nações Unidas.

O filhote de quatro meses da gorila também deve estar morto, o que coloca em meia dúzia o número de machos sobreviventes sem fêmeas para reprodução, acrescentaram representantes da organização cultural da ONU, a UNESCO. O ataque misterioso do último mês, em que as carcaças foram deixadas dentro do Parque Nacional Virunga e não levados para alimentação ou para a venda da carne, foi um golpe nos esforços para evitar a extinção da espécie.
Existem menos de 700 gorilas da montanha, todos na África central, perto da intersecção entre Congo, Uganda, Ruanda e Burundi - região atingida por muitos anos de guerra e onde milícias armadas ainda rondam pelas florestas depois da guerra do Congo, entre 1998 e 2000, o que levou seis exércitos estrangeiros para o país.

Uma equipe de investigadores da ONU estava no posto de Bukima, a 30 quilômetros ao norte da capital da província, Goma, na quinta-feira quando um guarda florestal encontrou os restos. "O bebê que estava com ela não tem idade suficiente para viver sem a mãe", disse Yvette Kaboza, especialista da Unesco. As equipes resgataram outro bebê órfão, uma fêmea, dias depois do ataque. Ela foi levada para uma reserva em Goma porque ainda não havia desmamado e era muito nova para viver na natureza sem a mãe.

Fonte: Reuters

Seminário debate incentivos à atividade rural sustentável na Amazônia

Grace Perpetuo

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) promove, nos dias 21 e 22 de agosto, o seminário Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental Rural na Amazônia: Desafios e Oportunidades. Aberto ao público, o evento será realizado das 9h às 18h30, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá. Estarão presentes a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e autoridades federais e estaduais, além de especialistas que participarão com painéis e palestras.

O objetivo do seminário é analisar incentivos à gestão ambiental rural na Amazônia - onde, idealmente, toda atividade econômica deveria ser sustentável e aliar o desenvolvimento à melhoria das condições de vida das populações locais e à preservação dos recursos naturais. Nesse sentido, serão apresentados diversos instrumentos para o estímulo a um modelo de atividade rural que reduza o avanço contínuo sobre a floresta nativa, com vistas a sugerir políticas e ações de governo e iniciativas no âmbito do Conama. Os instrumentos disponíveis ao governo federal incluem diversas formas de incentivos fiscais e econômicos para - além de promover modelos sustentáveis - coibir ou desestimular atividades predatórias cujos resultados econômicos e ambientais são negativos. No seminário, serão discutidas algumas possibilidades de compensação - como créditos diferenciados para a produção sustentável; desoneração fiscal para investimento em projetos ambientais; certificados de processos e produtos ambientalmente corretos; e o Protocolo Verde, que tem a finalidade de incluir novos critérios para o financiamento de atividades produtivas em atendimento à legislação, entre outros.

Serão apresentados também no evento alguns instrumentos regulatórios ainda em estudo - como a concessão de estímulos nas operações de financiamento a atividades agrícolas ambientalmente sustentáveis; e a incorporação obrigatória de critérios ambientais por instituições financeiras, por exemplo.

Fonte: MMA

Veneno de inseto vira analgésico


Pesquisa brasileira publicada no British Journal of Pharmacology destaca que substância extraída do veneno de marimbondo-estrela é até três vezes mais eficaz do que a morfina no controle da dor (foto: Universidade de Washington)


Thiago Romero

Pesquisadores do departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da Universidade de São Paulo, identificaram no veneno de uma vespa, popularmente conhecida como marimbondo-estrela (Polybia occidentalis), uma substância que, em testes laboratoriais, mostrou-se de duas a três vezes mais eficaz do que a morfina no controle da dor.

A responsável pelo efeito é uma cinina, substância derivada da Treonina-6 Bradicinina (T6Bk), peptídeo amplamente conhecido na literatura científica. A cinina foi identificada durante os trabalhos de rotina dos cientistas no Laboratório de Neurobiologia e Peçonhas, que se concentram na prospecção – no veneno de diferentes espécies de aranhas e vespas – de drogas neuroprotetoras e anticonvulsivantes, isto é, capazes de inibir crises convulsivas. O estudo da cinina teve início há cerca de três anos com a tese de doutorado de Márcia Renata Mortari. “O elevado potencial da substância frente à morfina foi comprovado em experimentos em que a cinina foi injetada no cérebro de ratos com dor induzida por meio de hipertermia, modelo que utiliza altas temperaturas”, disse o coordenador do estudo e orientador da tese, Wagner Ferreira do Santos, à Agência FAPESP.

Foram utilizados dois modelos tradicionais para o estudo da dor, o hotplate (placa quente) e o tailflick (teste de retirada da cauda). Os animais foram inseridos nesses dois testes para a verificação de resistência à dor causada pelo aumento da temperatura. No hotplate, o animal foi induzido a sair da placa. Quando as duas drogas foram aplicadas, eles ficaram mais tempo ali, mesmo com a noção de que deveriam sair. No tailflick, a cauda foi inserida em um pequeno filamento bem aquecido. “Nesse caso, se o animal não retirar a cauda em dois ou três segundos o aparelho desliga, uma vez que a intenção não é machucá-lo”, explicou o professor da FFCLRP, que também é presidente da comissão de ética em experimentação animal do campus da USP em Ribeirão Preto. “Para que a dor cessasse nos dois modelos, tivemos que usar de duas a três doses adicionais de morfina para ter exatamente o mesmo efeito encontrado com uma única dose de cinina. Esse efeito é identificado pelo tempo de permanência do animal nas duas plataformas”, disse Ferreira dos Santos.

O estudo foi publicado em maio em artigo no British Journal of Pharmacology, com elogios no editorial da revista inglesa, escrito por Istvan Nagy, chefe do Departamento de Anestesiologia do Centro de Cuidados Intensivos de Medicina da Dor do Imperial College de Londres, e Charles Paule e John White, pesquisadores do mesmo departamento, além de Laszlo Urban, diretor do Lead Discovery Center, um centro de testes pré-clínicos na Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos. “Como os mecanismos que causam a dor têm forte relação com os circuitos cerebrais, outra novidade do estudo foi a identificação de uma nova via, um novo espaço, para o controle da dor utilizando cininas. A substância se mostrou atuante em um sistema do cérebro conhecido como calicreína-cinina, que é responsável por várias patologias cerebrais, como a formação de edemas, por exemplo”, disse Ferreira dos Santos. Segundo ele, com o estudo da estrutura molecular da cinina, o próximo passo será a exploração da substância de maneira sintética, visando ao estudo de novos sistemas de controle da dor no cérebro e a possível criação, após outros testes com modelos animais e com seres humanos, de medicamento analgésico em parceria com empresas privadas.

Além de Ferreira do Santos e de Márcia Renata, integram o grupo responsável pelo estudo os professores Norberto Peporini Lopes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Joaquim Coutinho-Netto e Norberto Coimbra, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, e Antônio Miranda, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O artigo Inhibition of acute nociceptive responses in rats after i.c.v. injection of Thr6-bradykinin, isolated from the venom of the social wasp, Polybia occidentalis, pode ser lido por assinantes da BJP em http://www.nature.com/


Fonte: Agência Fapesp

domingo, 19 de agosto de 2007

Desvios de rota


Na foto, o marco inaugural da BR-163, nas proximidades de Curuá (PA): de acordo com pesquisador da Unesp, história da rodovia revela insustentabilidade dos modelos de desenvolvimento na região (Foto: Messias Modesto dos Passos)


Fábio de Castro

A história da rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), revela muito sobre a insustentabilidade dos modelos de desenvolvimento da Amazônia nos últimos 30 anos, caracterizados por políticas públicas descontínuas, exploração econômica irracional, exclusão social e devastação ambiental.

Esse é o cenário traçado no recém-lançado livro BR-163 – De estrada dos colonos a corredor de exportação, de Messias Modesto dos Passos, professor do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Presidente Prudente.Estudioso da amazônia mato-grossense desde 1984, Passos avançou gradualmente, em suas pesquisas, até a região de Santarém. O livro nasceu de quatro viagens de automóvel feitas pela BR-163 e é um dos resultados de um projeto de auxílio a pesquisa apoiado pela FAPESP. A publicação inclui um DVD com vídeos e fotos. De acordo com o geógrafo, quando a estrada foi inaugurada, em 1976, no contexto do Plano de Integração Nacional (PIN), a expectativa era abrir caminho para a colonização e para o desenvolvimento. “Milhares de pessoas foram atraídas para lá, mas hoje constatamos que o sonho delas, de acesso à terra, não se realizou: as políticas públicas originais foram abandonadas e substituídas por um modelo produtivista. O resultado foi exclusão social e domínio das grandes corporações em detrimento das preocupações socioambientais”, disse Passos à Agência FAPESP.

O livro teve participação do geógrafo Gerd Kohlhepp, professor do Instituto Geográfico da Universidade de Tubingen, na Alemanha, que contribuiu com um capítulo sobre o desenvolvimento regional da Amazônia brasileira quanto às estratégias de ordenamento territorial e conflitos entre interesses econômicos e uso sustentável das florestas tropicais. Kohlhepp apresenta várias políticas públicas adotadas desde o PIN até os projetos do governo atual. Uma das principais críticas que faz a essas políticas, e que tem importância central no livro, é que em geral elas têm curta duração. “São políticas de governo e não políticas de Estado”, disse o geógrafo.

Colonos abandonados

De acordo com Passos, desde a origem da BR-163, o PIN estabeleceu uma política de assentamentos que criou uma assimetria territorial em termos de desenvolvimento. O trecho sul da estrada de 1.764 quilômetros se desenvolveu mais, entre outros fatores, por ser beneficiado com mais assistência pública por conta do desmembramento do estado do Mato Grosso. “Além disso, no Pará, de Santarém até Aruri, no cruzamento com a Transamazônica, foram assentados principalmente colonos nordestinos, com menos recursos. No lado mato-grossense, os colonos eram dos estados do Sul, mais capitalizados”, explicou. A partir da crise do petróleo de 1973, as políticas públicas se voltaram para a colonização comercial e a colonização social foi abandonada. “Com a sedimentação do agronegócio, houve apoio do mercado internacional na parte mato-grossense, mais desenvolvida. Na outra ponta, ficaram os colonos praticamente abandonados”, disse. Com esse processo, a estrada deixou de ser uma via de colonização para se transfomar em corredor de exportação. “Muitas áreas desmatadas pela colonização estão agora abandonadas. As áreas de desmatamento para plantação, principalmente de soja, foram avançando em direção a Santarém, onde há o porto da Cargill. O que explica isso é a logística de transportes”, afirmou.

No Mato Grosso, em contrapartida, mesmo os colonos com grandes propriedades, acima de 400 hectares, estariam ameaçados. “Nas entrevistas, muitos se queixaram da dificuldade de comercialização dos produtos. As grandes redes preferem lidar com grandes produtores, que cultivam áreas de 2 mil ou 3 mil hectares”, destacou Passos. O processo todo se explicaria pela descontinuidade das políticas públicas para a região, que oscilariam ao sabor dos interesses de mercado. “Um dos objetivos do livro é fornecer elementos para reorientar essas políticas”, disse.

Parcerias

A estrada, asfaltada de Cuiabá até a Serra do Cachimbo, no Pará, tem seus últimos 900 quilômetros em péssimas condições. Passos defende o asfaltamento da BR-163 e o escoamento de produtos pelo porto de Santarém. Seria preciso, no entanto, que o governo encontrasse meios de favorecer o corredor de exportação sem a exclusão dos colonos e a devastação ambiental. “Nosso diagnóstico mostra que o Estado vai sempre a reboque dos problemas. Ele deveria estar mais presente, ativo, criando políticas de orientação”, sugeriu. Segundo o professor da Unesp, a Polícia Federal realiza operações de repressão à extração de madeira ilegal, mas não dá orientação que crie alternativas aos madeireiros. “Muitos madeireiros se ressentem da distância do Estado e acabam fazendo um jogo sujo que inclui policiais corruptos. O controle não devia ser feito com operações fugazes de demonstração de força, mas com políticas de parcerias”, disse.

Fonte: Agência Fapesp

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Anvisa recua na disputa sobre transgênicos

Consulta sobre segurança alimentar de OGMs embasará relatório da Saúde.Decisão coloca ponto final em disputa interna do governo.

Tiago Pariz

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desistiu de transformar em norma uma consulta pública sobre a segurança de alimentos que contêm organismos geneticamente modificados (OGMs). A informação é do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A decisão preserva a autonomia de competência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNbio), porque se fosse mantida a consulta "haveria um conflito" legal entre os dois órgãos, segundo o ministro da Saúde. Na prática, a decisão põe fim a uma disputa interna do governo entre os grupos que defende os transgênicos e o contrário aos OGM. A Lei de Biossegurança tirou os pareceres técnicos da Anvisa e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Ibama) e os transferiu para a CTNbio, órgão responsável por estabelecer as políticas sobre os produtos transgênicos.A Anvisa fará um levantamento com empresas interessadas liberação comercial dos produtos, mas o resultado vai embasar um relatório técnico que será analisado pelo Ministério da Saúde, disse Temporão. O ministro da Saúde comunicou a decisão da Anvisa em reunião, na Casa Civil, nesta quinta-feira (9) com outros 10 ministros que formam o Conselho Nacional de Biossegurança.

Fonte: Globo.com

Gorilas são mortos a tiros em parque no Congo

Pelo menos quatro gorilas foram mortos a tiros no Parque Nacional de Virunga, na República Democrática do Congo. Eles faziam parte de um grupo de 32 que vive nas montanhas locais e que estão ameaçados de extinção.
Guardas florestais suspeitam da atuação de militantes rebeldes ou de caçadores. Biólogos dizem que o grupo de gorilas ainda está traumatizado pelo ataque, e que os animais são muito vulneráveis à ação do homem.

BBC Brasil

Especialistas: glaciares do México estão condenados

Os glaciares que ficam no alto das montanhas do México e que inspiraram lendas astecas podem desaparecer em poucas décadas, e os cientistas atribuem sua extinção ao aquecimento global. "Nossa estimativa é que as neves eternas durem mais 20 ou 30 anos", disse Hugo Delgado, glaciologista da Universidade Unam, na cidade do México, esta semana.
As duas áreas glaciais do México abrigam alguns dos poucos glaciares tropicais do mundo. Eles também existem na América do Sul, na África e em Papua Nova Guiné, mas estão derretendo rapidamente com o aumento das temperaturas.

A elevação da temperatura acelerou-se nas últimas décadas, e a maioria dos cientistas acredita que o responsável é o uso de combustíveis fósseis. Glaciares são rios de gelo enormes, que se movem muito lentamente, que nos trópicos só podem existir no pico de montanhas muito altas. A maior parte dos glaciares tropicais, como os do México, é muito menor que seus parentes que ficam perto dos pólos. Cientistas dizem que o derretimento dos glaciares nos trópicos pode afetar agricultores e cidades na América Latina, por diminuir a disponibilidade de água e o potencial hidrelétrico da região.

Em Iztaccihuatl, um vulcão adormecido e um dos dois picos com neve que podem ser vistos a partir da Cidade do México, os glaciares diminuíram cerca de 70 por cento desde 1960, segundo o glaciologista Christian Huggel, da Universidade de Zurique. "Os glaciares de Iztaccihuatl estão condenados à morte", disse Huggel, que estudas glaciares tropicais no mundo todo. Os astecas criaram lenda de que a neve era o véu de uma princesa que tinha morrido de tristeza ao saber da morte do amado numa batalha. O guerreiro, porém, voltou para fazer vigília sobre o corpo dela, e os astecas diziam que ele era o vulcão Popocateptl, perto dali. Os cientistas dizem que o aquecimento global contribuiu para que os glaciares do Popocateptl desaparecessem por volta dos anos 2000, mas admitem que as erupções vulcânicas da década anterior também influenciaram.

Fonte: Reuters

Duelo climático

Primeiro, a boa notícia: fenômenos naturais contribuirão para equilibrar, nos próximos anos, a influência do aquecimento global promovido pelo homem. A má notícia é que, a partir de 2009, o clima se elevará ainda mais, com pelo menos metade dos oito anos seguintes registrando temperaturas ainda maiores do que o recorde de 1998. As conclusões são de um estudo feito por pesquisadores britânicos, cujos resultados estão publicados na edição de 10 de agosto da Science. Até agora, como a revista destaca em comentário, pesquisadores preocupados com os efeitos dos gases estufa no clima do planeta têm levado em conta apenas variáveis externas, como a ação humana. O novo estudo é o primeiro a incluir também condições naturais.

“Projeções anteriores de mudança do clima consideraram forças externas de fontes naturais e antropogênicas, mas não tentaram estimar a variabilidade natural gerada internamente”, descreveram os pesquisadores do Centro Hadley para Pesquisa e Previsão Climática, em Exeter, liderados por Doug Smith. Em vez de apenas usar fatores como radiação solar, aerossóis atmosféricos ou gases estufa, que são afetados por mudanças externas ao sistema climático, os pesquisadores empregaram dados atuais e precisos dos oceanos e da atmosfera, e não apenas a partir de uma leitura global, mas regional. O motivo é que fenômenos naturais, como o El Niño ou variações na circulação oceânica, segundo os autores, “podem causar mudanças de curto prazo, especialmente em regiões específicas, que são bastante diferentes do aquecimento esperado para o próximo século como resultado de atividades humanas”.

Antes de fazer a previsão para os próximos dez anos, o Sistema de Previsão Climática Decadário (DePreSys), desenvolvido pelos pesquisadores, foi aplicado no período de 1982 a 2001. Os resultados se mostraram de 20% a 36% mais acurados do que em outros modelos.
Segundo a Science, o estudo é importante, uma vez que previsões climáticas para as próximas décadas poderão ajudar governos a direcionar o foco para quando e onde as mudanças mais severas poderão ocorrer. “Ou eles poderão reconhecer quando a iminente ameaça de aquecimento global será disfarçado – temporariamente – pela variabilidade natural.” O artigo Improved surface temperature prediction for the coming decade from a global climate model, de Doug Smith e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Fonte: Agência Fapesp

Estudo: peixe do Nilo ajudaria a combater malária

Pesquisadores quenianos descobriram a importante função de um simples peixe, a tilápia, na luta contra a propagação da malária. Segundo informa a rede pública britânica de televisão BBC, a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), muito consumida no Quênia, foi levada a vários tanques abandonados no oeste do país para ajudar a combater a doença, endêmica em amplas regiões da Ásia e África.

Ao consumir a larva de mosquitos, o peixe consegue reduzir em 94% a quantidade dos insetos transmissores da malária. O apetite da tilápia pelos insetos era conhecido desde 1917. Mas pela primeira vez os cientistas divulgam dados sobre sua utilização no controle dos mosquitos, segundo os pesquisadores do Centro Internacional de Fisiologia e Ecologia de Insetos, com sede no Quênia. Segundo a publicação britânica BMC Public Health, o peixe pode desempenhar uma função muito importante porque os mosquitos são cada vez mais resistentes aos pesticidas. O parasita "Plasmodium", causador da malária, é transmitido através da picada do mosquito. A cada ano, 300 milhões de pessoas contraem a malária e milhões morrem. A África Subsaariana, onde uma criança morre de malária a cada 30 segundos, responde por 90% dos casos em todo o mundo.

Os autores sugerem que para os quenianos o peixe pode ser um ótimo investimento. Além de limitar a quantidade de mosquitos, ele pode ser utilizado como alimento e fonte de renda. Joanne Greenfield, assessora da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Quênia, considerou o estudo "positivo". "O método poderia funcionar numa área definida de água, mas os mosquitos estão em diferentes lugares, como pequenos charcos de lodo, onde não podemos criar o peixe", acrescentou.

Fonte: EFE

Campanha quer mobilizar sociedade pela recuperação das matas ciliares do Vale do Ribeira

Será lançada amanhã (11) a Campanha Cílios do Ribeira, em Registro (SP), com o objetivo de mobilizar a sociedade pela recuperação das matas ciliares do Vale do Ribeira, localizado entre os estados de São Paulo e Paraná. A campanha é organizada pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pelo o Instituto Vidágua.Apesar de concentrar o maior remanescente de Mata Atlântica do País, o Vale do Ribeira sofre com a destruição da mata e da vegetação de beira de rio, que protegem o solo, a água e garantem a manutenção da biodiversidade, segundo informações do Instituto Socioambiental.

O Vale do Ribeira concentra a maior extensão contínua da Mata Atlântica no Brasil. Dos 100 mil quilômetros quadrados da vegetação que restam desse bioma no território nacional, 23% estão na Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape.São 2,1 milhões de hectares de florestas, 150 mil de restingas, 17 mil de manguezais e 200 quilômetros de uma costa recortada por um conjunto de praias, estuários e ilhas cobertas por matas bem preservadas. O Vale do Ribeira contém ainda a mais importante reserva de água doce de São Paulo e do Paraná.

Fonte: Agência Brasil

Unidades de Conservação da Serra da Mantiqueira promovem estratégias integradas de combate ao fogo

Na próxima segunda-feira, dia 13, as brigadas de combate a incêndio da Serra da Mantiqueira estarão reunidas na Floresta Nacional (Flona) de Passa Quatro (MG). O objetivo é lançar a “Campanha Anual de Sensibilização Contra Incêndios Florestais no Mosaico Mantiqueira”. O dia marca a primeira atividade da campanha, criada para sensibilizar sobre a importância de evitar queimadas florestais, os danos causados e formas de prevenção. O Mosaico Mantiqueira reúne Unidades de Conservação de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Além dos veículos de comunicação da região do Mosaico (televisão, rádio e jornais), participam do evento o Superintendente do Ibama/MG, a Polícia de Meio Ambiente de MG, Corpo de Bombeiros, Brigada de Incêndio do Ibama, IEF, os representantes das Unidades de Conservação do Mosaico (ao todo 19), seus conselheiros e representantes municipais das cidades inseridas no Mosaico. Durante o Café Ecológico com a imprensa serão apresentados o Mosaico das Unidades de Conservação da Mantiqueira e os problemas causados pelo fogo. Após o Café, os brigadistas farão o combate ao fogo em um foco simulado na área da Flona de Passa Quatro. Estão confirmadas as ações de combate por terra, com os brigadistas, e pelo ar, com helicóptero.

O período atual é crítico pela pouca ocorrência de chuvas e a atenção a prováveis focos de incêndio tem que ser redobrada. Os incêndios florestais destroem as áreas protegidas, empobrecem o solo e podem causar a extinção de espécies da fauna e flora. Estudos recentes ainda mostram que eles contribuem de forma significativa para o aquecimento global, devido à emissão de CO2 na atmosfera. Na Mantiqueira a preocupação com os incêndios é ainda maior: a região concentra 20% do que restou da Mata Atlântica de Minas Gerais e é considerada prioritária para conservação nas esferas estadual e nacional.

O Mosaico Mantiqueira

O Mosaico Mantiqueira foi instituído pela Portaria Nº 351, de 11/12/2006 do Ministério do Meio Ambiente. Ele agrega 19 unidades de conservação dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais situadas na região da Mantiqueira. São Parques e APAs geridos pelo poder público e três reservas privadas. Confira as UCs do Mosaico:

1. Área de Proteção Ambiental de Campos de Jordão;

2. Área de Proteção Ambiental de Sapucaí Mirim;

3. Área de Proteção Ambiental dos Mananciais do Rio Paraíba do Sul;

4. Área de Proteção Ambiental Fernão Dias;

5. Área de Proteção Ambiental Municipal de Campos de Jordão;

6. Área de Proteção Ambiental São Francisco Xavier;

7. Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira;

8. Área de Proteção Municipal da Serrinha do Alambari;

9. Floresta Nacional de Lorena;

10. Floresta Nacional de Passa Quatro;

11. Parque Estadual da Serra do Papagaio;

12. Parque Estadual de Campos de Jordão;

13. Parque Estadual dos Mananciais de Campos de Jordão;

14. Parque Municipal da Cachoeira da Fumaça;

15. Parque Municipal da Serrinha do Alambari;

16. Parque Nacional do Itatiaia;

17. Reserva Particular do Patrimônio Natural Alto Gamarra.

18. Reserva Particular do Patrimônio Natural Ave Lavrinha;

19. Reserva Particular do Patrimônio Natural Mitra do Bispo;

Café Ecológico

Assunto: Campanha Anual de Sensibilização Contra Incêndios Florestais no Mosaico Mantiqueira

Data: 13/08/07 (próxima segunda-feira)

Local: Floresta Nacional de Passa Quatro - Estrada do Taboão, s/nº

Horário: 8 horas.

Maiores informações:Cristina Lopes Cunha - Secretaria do Mosaico - (35) 3363-1090 mosaicomantiqueira@yahoo.com.br

Fonte: Ibama

Inpa oferece bolsa para desenvolvimento científico e tecnológico

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), por meio da Coordenação de Ações Estratégicas (COAE) e da Divisão de Propriedade Intelectual e Negócios (DPIN), está selecionando até hoje (10) candidatos à bolsa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Industrial (DTI) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

O aspirante à vaga irá desenvolver atividades relacionadas à propriedade intelectual, acesso ao patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, no âmbito do projeto “Implementação e fortalecimento do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)”. Os requisitos mínimos para enquadramento dos candidatos à bolsa são os seguintes: profissional de nível superior com experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação; não possuir vínculo empregatício com instituições públicas federais, estaduais, municipais e autarquias. O valor da bolsa é de R$ 1.045,89 mensais. Os interessados podem enviar currículo, extraído da plataforma Lattes do site do CNPq, para o e-mail http://dpin@inpa.gov.br.

Fonte: Assessoria de Comunicação do INPA

Monitoramento de Queimadas conta com maior número de satélites

Reformulação da página na Internet melhora o atendimento aos usuários

Marjorie Xavier

O monitoramento de queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), conta neste ano com dois novos reforços na detecção de focos de calor. São os satélites europeu MSG-02 (Meteosat Second Generation) e o norte-americano GOES-10, da NOAA, já utilizado antes, mas deslocado recentemente para uma nova órbita passando a oferecer melhor cobertura ao continente sul-americano. Para a função do GOES-10 em sua posição anterior, foi lançado o GOES-12, do qual o Inpe também extrai dados para o monitoramento de queimadas. A detecção sistemática de focos de calor, iniciada pelo Inpe em 1987, é pioneira e a mais completa desenvolvida no mundo, fazendo uso de maior número de satélites – atualmente 11 - que geram centenas de imagens diárias na detecção de focos de queimada. Além da atualização sete vezes ao dia dos focos de calor, a webpage fornece outros produtos como um sistema de risco de fogo da vegetação, estimativas de concentração e dispersão de fumaça, um sistema geográfico de informações específico para as unidades de conservação do país, entre outros.

O monitoramento auxilia o governo federal, em particular o Ibama, no acompanhamento a situações de risco de grandes incêndios florestais, como também os órgãos de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros no combate às queimadas. Entre os usuários regulares incluem-se ainda secretarias estaduais de meio ambiente, Organizações Não Governamentais, usuários individuais, além dos países vizinhos que têm livre acesso a este sistema, desenvolvido em parceria pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência e Tecnologia (MCT).

Segundo Alberto Setzer, do CPTEC/Inpe, pesquisador responsável pelo monitoramento, “o Inpe procura atender da melhor forma possível às necessidades de acompanhamento do uso indiscriminado e indevido do fogo, fazendo uso dos recursos científicos e tecnológicos à disposição. A queimada, apesar de proibida, ainda é uma prática muito comum, profundamente enraizada na cultura brasileira de manejo da terra.” O pesquisador afirma que mesmo nas unidades de conservação do país, como se pode observar na página http://www.cptec.inpe.br/queimadas/, do CPTEC/Inpe, os índices de queimadas são altos. “Todos os dias constatamos inúmeras unidades sendo afetadas pelo fogo”, ressalta. Em relação ao ano passado, 2007 apresenta até agora cerca de 23% a mais de focos detectados. Nos dois últimos meses, o sistema de monitoramento indica quase 6,5 mil casos em unidades de conservação federais e estaduais e reservas indígenas. Já entre os estados, o Mato Grosso lidera o ranking de números de focos de queimadas nos últimos anos.“Também chama a atenção o aumento do número de focos em São Paulo com o aumento da área de plantio da cana-de-açúcar”, lembra o pesquisador.

Página reformulada

A equipe de técnicos e especialistas envolvida no monitoramento de queimadas do Inpe também vem buscando aperfeiçoar e ampliar as facilidades de navegação e consulta aos dados de queimadas. Sob esta preocupação, a página do monitoramento de queimadas foi reformulada recentemente, ganhando nova apresentação. A visualização e navegação estão agora baseadas num sistema de informação geográfica de fácil uso, com recursos bastante conhecidos pelos internautas, que ainda contam com a opção do Google Earth. Além do aspecto visual e gráfico, a reformulação da página acrescentou novos serviços e facilidades. Com o uso das imagens do satélite europeu MSG-02 foi possível estender o monitoramento ao continente africano, permitindo ampliar a cooperação científica do Brasil com países africanos de língua portuguesa. Com a extensão da área abrangida, o monitoramento passa a englobar também os países europeus do Mediterrâneo. Os cerca de 2000 usuários institucionais cadastrados, que recebem regularmente boletins sobre focos de queimadas, podem agora personalizar os informes. Um formulário disponível através do link “Meus relatórios por e-mail” permite configurar o boletim com maior variedade de informações, além de oferecer opções de formato. Este serviço era restrito às informações sobre as unidades de conservação. Antes, para se obter dados adicionais para outras regiões, o usuário era obrigado a navegar na homepage.

Fonte: Assessoria de Imprensa do INPE

Pesquisador desenvolve soro contra serpentes africanas

O pesquisador brasileiro, Wilmar Dias da Silva, obteve as primeiras partidas de anti-soros em condições de uso em pacientes humanos picados por cobras africanas a partir de pesquisa em interação com o Governo de Moçambique e apoiada pelo CNPq. Contando com a participação do Instituto Butantan, a pesquisa coordenada por Wilmar Dias, professor titular da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), também produziu antivenenos para tratamento de animais de interesse econômico em Moçambique. O projeto, denominado “Produção de Antivenenos Específicos para Venenos de Cobras Africanas” conta com recursos do em torno de R$ 142 mil, com previsão de execução até dezembro de 2008.

Os antivenenos foram desenvolvidos a partir de anticorpos IgG produzidos em eqüinos para tratamento de seres humanos e anticorpos IgY produzidos em galinhas e isolados da gema de ovos para tratamento de animais. “Os métodos de produção de anticorpos IgY podem ser considerados uma novidade e têm a vantagem de serem significativamente mais baratos e tão eficientes quanto os produzidos em mamíferos.”, explicou o Professor Wilmar Dias. Na primeira etapa do projeto, foram produzidos, para doação durante três anos, anti-soros em cavalos específicos para as serpentes das espécies Bitis e Naja, consideradas as que causam maior número de acidentes, e preparar anti-soros polivalentes anti-Bitis e anti-Naja. O Instituto Butantan já produziu cerca de 1200 ampolas de cada um desses soros e está providenciando a doação dos anti-soros ao governo de Moçambique.

Venenos fatais

Não há dados oficiais sobre envenenamentos causados por picada de cobras no continente africano, mas sabe-se do perigo que elas representam para a região. A serpente Bitis arietans, a mais perigosa, largamente distribuída na África Sub-Sahariana e responsável por cerca de 80% dos acidentes, são comuns tanto naquelas áreas como nas vizinhanças das cidades. “Além disso, exibem características biológicas que aumentam sua periculosidade. Elas escondem-se e camuflam-se com grande habilidade para pegar suas presas ou atacar suas vítimas”, aponta Wilmar Dias. Seu veneno é rico em fatores cardiotóxicos, hemorrágicos ou anticoagulantes, sendo alto o índice de fatalidades em pessoas picadas por essa espécie. Já o veneno das cobras do gênero Naja é rico em fatores essencialmente neurotóxicos e produzem alterações neurológicas. A gravidade depende da quantidade de veneno inoculada e do tempo decorrido entre o acidente e o atendimento médico com soroterapia, isto é, com emprego do antiveneno específico, anti-naja ou anti-Bitis. A importância do projeto do professor Wimar Dias se dá, principalmente, pelo fato de que Moçambique não dispõe de laboratórios para produção de anti-soros específicos e os produzidos em laboratórios privados são caros. Além disso, os países africanos não possuem especialistas em desenvolvimento de processos de produção e controle de qualidade de imunobiológicos.

Futuro

Segundo o professor, os próximos passos do projeto inclui um ensaio clínico desses antivenenos em Moçambique e o treinamento de pessoal local no atendimento de acidentados. “Além disso, será implantado o serpentário na Universidade Eduardo Mondlane, Maputo. Moçambique, visando à produção de venenos para produção local dos antivenenos e, o que é de grande importância, estudo das correspondentes toxinas com técnicas refinadas de proteoma e biologia molecular”, finalizou o professor.

O Proáfrica

O PROÁFRICA é um programa do Ministério da Ciência e Tecnologia, operacionalizado pelo CNPq, instituído em 2004. O objetivo do programa é contribuir para a elevação da capacidade científico-tecnológica dos países africanos, por meio do financiamento da mobilidade de cientistas e pesquisadores com atuação em projetos nas áreas selecionadas por sua relevância estratégica e interesse prioritário para a cooperação científico-tecnológica. Mais informações sobre o PROÁFRICA em: http://www.cnpq.br/programasespeciais/coopint/proafrica.htm

Fonte: CNPq

Contra a asma

Ricardo Zorzetto

Como um hábil trapaceiro, o parasita causador da esquistossomose – o verme Schistosoma mansoni – facilmente dribla as defesas do organismo humano e se instala na parede de vasos sangüíneos do intestino. Parte de seus ovos se aloja no fígado, provocando o inchaço desse órgão que deixa 5% de seus 200 milhões de vítimas com o ventre dilatado feito uma bola. Após analisar as alterações do sistema imunológico disparadas pelo agente da esquistossomose, imunologistas de Minas Gerais e da Bahia tentam agora se aproveitar de estratégia semelhante à do parasita para amenizar o desconforto gerado pela asma, inflamação crônica das vias aéreas e dos pulmões provocada por uma super-reação do sistema imunológico a proteínas de ácaros encontrados na poeira, à fumaça ou até a medicamentos.

A saída imaginada por Maria Ilma Araújo e Edgar Marcelino Carvalho, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), é aparentemente simples. Eles buscam desencadear no organismo o mesmo tipo de reação imunológica acionada pelo Schistosoma mansoni – só que sem provocar a doença –, o mesmo princípio de funcionamento das vacinas. Esperam alcançar esse objetivo usando algumas das proteínas que recobrem a superfície do parasita e foram identificadas e produzidas em laboratório por equipes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A equipe da Bahia tem fortes razões para querer imitar a ação desse parasita. Poucos anos atrás, Maria Ilma e Carvalho notaram um efeito intrigante entre os portadores de asma de um vilarejo de pescadores do litoral norte baiano. Parte deles apresentava sinais muito mais brandos que o habitual dessa doença inflamatória que nas últimas décadas vem se tornando mais comum no Ocidente e afeta entre 150 milhões e 300 milhões de pessoas no mundo, tornando o banal ato de respirar um verdadeiro suplício. Investigando o que havia de diferente com esses pescadores, Maria Ilma deparou com um dado inicialmente contraditório: os que apresentavam a forma mais amena de asma não eram necessariamente os mais saudáveis. Na realidade, muitos deles estavam infestados por vermes como o Schistosoma mansoni, comum em comunidades como a da Vila Conde, onde água tratada e esgoto encanado ainda são luxo.

Ante esse resultado, Manoel Medeiros Júnior, da equipe de Maria Ilma, acompanhou durante um ano a saúde de pessoas com asma de três regiões da Bahia – uma em que a esquistossomose é endêmica e duas em que esse problema praticamente não existe. Os dados, publicados em 2003 no Journal of Allergy and Clinical Immunology, confirmaram: a asma era mais amena naqueles que também estavam contaminados com o parasita. Clique aqui para ler o texto completo na edição 138 de Pesquisa FAPESP.

Fonte: Agência Fapesp

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Feira Internacional Econegócios e Tecnologias Limpas

A Feira Internacional de Econegócios e Tecnologias Limpas pretende, de 22 a 25 de agosto, no município de Serra (ES), mobilizar pesquisadores, governos e empresas para problemas relacionados aos resíduos sólidos.

Para isso, a programação científica abordará temas como “Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos”, “Energias renováveis e energias limpas”, “Mudanças climáticas”, “Mercado ambiental” e “Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente”. O evento é promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae), pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e pelo Instituto de Desenvolvimento Integrado para Ações Sociais (Idéias). Mais informações: www.fietec.com.br/index.htm

Golfinho baiji é considerado extinto por cientistas

Cientistas da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL) consideram que um golfinho chinês de água doce, conhecido como baiji, está praticamente extinto. Os especialistas dizem não ter conseguido localizar nenhum exemplar no rio Yang-tsé - seu habitat natural - durante seis semanas.

Segundo os membros da organização, este golfinho é o primeiro cetáceo a desaparecer da Terra como resultado direto da influência do homem, devido à pesca desregulada.
Na década de 50, a população deste golfinho - espécie única do Yang-tsé - era de milhares, mas diminuiu com os anos, enquanto a China se modernizava e começava a utilizar o rio para a pesca, o transporte e a geração de eletricidade, acrescentam os cientistas. Um dos autores do estudo e integrante do ZSL, Sam Turvey, classificou a extinção de "trágica". "O golfinho do rio Yang-tsé era um mamífero incrível que se separou de outras espécies há mais de 20 milhões de anos", disse. "A extinção representa o desaparecimento de um galho completo da árvore da evolução da vida, e é preciso ressaltar que temos que assumir a responsabilidade sobre nossa tarefa como guardiães do planeta", acrescentou.

A espécie, conhecida cientificamente como Lipotes vexillifer, era a única da família Lipotidae, que aparentemente se separou de outros mamíferos marítimos, como baleias, golfinhos e botos, entre 20 e 40 milhões de anos atrás. Os baijis têm um bico longo e estreito e vivem em grupos de três ou quatro. A equipe realizou um estudo visual e acústico durante seis semanas no final de 2006. Apesar de existir a chance de algum golfinho não ter sido encontrado durante a pesquisa, "a impossibilidade de detectar um baiji durante a pesquisa indica que as possibilidades de encontrá-los e levá-los (a uma reserva) praticamente desapareceram", ressaltam os especialistas.

No entanto, o Fundo Mundial para a Vida Selvagem (WWF, na sigla em inglês) considera que a análise não é definitiva. "O WWF não acredita que o golfinho baiji possa ser declarado extinto ou 'extinto de fato' porque a pesquisa foi realizada em um curto período de tempo em uma área limitada do rio", afirmou um porta-voz da organização.

Fonte: EFE

Ambientalistas protestam contra usina nuclear de Angra 3

Stênio Ribeiro

Ambientalistas de diferentes regiões do país entregaram hoje (8) à Câmara dos Deputados e à Presidência da República um manifesto no qual apontam dez razões para se oporem à construção da usina nuclear de Angra 3, sugerida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em junho último.Lideradas pelas organizações não-governamentais (ONGs) SOS Mata Atlântica, Geenpeace e WWF-Brasil, mais de 200 pessoas fizeram manifestação contra o uso de energia nuclear, na Praça dos Três Poderes. Alguns deputados da Frente Parlamentar Ambientalista, como Edson Duarte e Edigar Mão Branca, do PV da Bahia, Marcelo Ortiz (PV-SP), Zequinha Sarney (PV-MA) e Chico Alencar (PSOL-RJ), aderiram à manifestação.Segundo Mário Mantovani, representante da SOS Mata Atlântica, o objetivo de todos é sensibilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a retomada do programa nuclear.

Para Mantovani, o programa nuclear "é a alternativa mais cara para a produção de energia, sem falar no perigo de radiação com sérios prejuízos para o homem". Ele disse que o Brasil tem potencial muito grande para produção da chamada "energia limpa", obtida dos ventos (eólica), da luz solar e de biomassas. Mantovani ressaltou que estas têm potencial quase inesgotável e defendeu "a necessidade de o país estruturar uma matriz energética, sem riscos para a saúde humana e ambiental".O discurso dos parlamentares que participaram da manifestação foi semelhante. Os deputados fizeram ainda questão de relacionar a oportunidade da manifestação com "os aniversários catastróficos" das bombas atômicas lançadas pelosnorte-americanos em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.

Na manifestação, os parlamentares e ambientalistas lembraram também o acidente com o Césio-137, há 20 anos, em Goiânia, que atingiu mais de 6 mil pessoas; e as doenças causadas pela mina de exploração de urânio, em Caetité, na Bahia; além da necessidade de cuidados especiais para o depósito definitivo dos rejeitos nucleares.Nesse particular, "as autoridades brasileiras sempre negligenciam", afirmou o deputado Edigar Mão Branca, ao lembrar que Angra 1 e Angra 2, até hoje, não dispõem de depósito definitivo para o rejeito nuclear. Isso, sem falar na falta de explicação para o buraco de mais de 300 metros de profundidade na Serra do Cachimbo, no Pará, há mais de 40 anos, acrescentou o parlamentar.

Fonte: Agência Brasil

Dispersão vegetal transoceânica


Estudo de pesquisadores brasileiros e norte-americanos comprova que a sumaúma, árvore originária da América Tropical, saiu da Amazônia e cruzou o oceano Atlântico até colonizar a África


Devido ao alto poder de adaptação e dispersão de suas sementes, a sumaúma (Ceiba pentandra), árvore originária da América Tropical que chega a atingir 50 metros de altura, saiu da Amazônia, cruzou o oceano Atlântico e colonizou a África. A constatação foi feita por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical, no Panamá. Os resultados do estudo foram publicados na revista Molecular Ecology.

O trabalho começou em 2000 com a análise do material biológico de 54 exemplares de sumaúma coletados em diversos pontos da Amazônia brasileira, no Equador, no Panamá, na Guiana Francesa, na Costa Rica, no México, em Porto Rico e em três países da África: Camarões, Gabão e Gana. Foram analisadas, para cada indivíduo, seqüências do DNA extraído do cloroplasto, organela responsável por carregar a clorofila e que contém informação genética materna, bem como do núcleo celular, que contém informação genética do pai e da mãe.
“Com base em marcadores genéticos universais, amplificamos regiões de interesse dos genomas do núcleo celular e do cloroplasto da sumaúma”, disse Maristerra Lemes, pesquisadora do Laboratório de Genética e Biologia Reprodutiva de Plantas do Inpa e uma das participantes do estudo, à Agência FAPESP.

Em seguida, ao sair em busca de mutações genéticas nos exemplares analisados da sumaúma, os cientistas encontraram poucas divergências entre os do continente americano e africano. “Identificamos seis haplótipos, que são os tipos de variantes encontrados a partir das mutações da seqüência de DNA, utilizando o marcador genético do núcleo”, explicou Maristerra. Isso quer dizer que, nesse caso, os 54 indivíduos se distribuíram em seis “categorias genéticas”. “Quando analisamos o genoma do cloroplasto, o número de haplótipos encontrados foi de apenas dois.” “Com base em estimativas das taxas de mutação para esses marcadores genéticos publicados na literatura científica, foi possível estimar o tempo de divergência entre as populações de sumaúma, o que ocorreu muito recentemente, provavelmente entre 3 e 5 milhões de anos atrás”, apontou. Estima-se que os continentes sul-americano e africano tenham se separado há cerca de 96 milhões de anos. “Com base em nossos dados genéticos, a hipótese mais plausível para a colonização da sumaúma no continente africano é a dispersão da espécie a longa distância pelo oceano”, disse Maristerra. O estudo sugere que as sementes teriam se dispersado por meio da combinação de correntes marítimas com grandes vendavais. “A semente da sumaúma tem uma estrutura similar a uma cortiça que permite com que flutue na água e também é envolta por uma paina, que facilita seu carregamento pelo vento”, conta a pesquisadora do Inpa. Outra possibilidade seria o transporte das sementes e estruturas vegetativas em troncos de árvores pelo oceano.

Segundo o outro autor brasileiro do trabalho, Rogério Gribel, pesquisador titular da Coordenação de Botânica do Inpa, apesar de raros, esses eventos de dispersão de espécies em longa distância podem estar contribuindo, nas últimas dezenas de milhões de anos, para a composição de florestas da região da América Tropical, assim como da África. “Alguns estudos mostram que a vegetação da Amazônia é composta por grupos de plantas originárias de outras regiões do planeta. Mas nosso trabalho comprova, pela primeira vez com base na análise de marcadores genéticos, que o Atlântico foi realmente cruzado pelo propágulo de uma espécie vegetal”, disse Gribel. Os outros dois autores do trabalho são Eldredge Bermingham e Christopher Dick, que também é professor da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
Para ler o artigo Extreme long-distance dispersal of the lowland tropical rainforest tree Ceiba pentandra L. (Malvaceae) in Africa and the Neotropics, publicado na edição de julho da Molecular Ecology, clique aqui.


Fonte: Agência Fapesp

Senado aprova criação do Instituto Chico Mendes

O Senado aprovou, nesta terça-feira (7), a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, autarquia que será responsável em propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as unidades de conservação (UCs) federais. Essas funções pertenciam ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permanecerá com a execução dos processos de licenciamento ambiental, autorização e fiscalização.

Agora, a medida será submetida à sanção do Presidente da República. Com as mudanças, parte das estruturas física e de pessoal do Ibama será transferida para o Instituto Chico Mendes. Recursos orçamentários usados para tarefas da nova autarquia também serão repassados ao órgão. A criação do Instituto Chico Mendes deu-se, em abril deste ano, por meio da edição da Medida Provisória (MP) número 366, pelo presidente em exercício, José Alencar. Como estabelece a Constituição Federal, a Medida Provisória entra em vigor de imediato, mas para transformar-se em lei precisa ser aprovada pelo Congresso, em votações separadas na Câmara e no Senado.

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e presidente interino do Instituco Chico Mendes, João Paulo Capobianco, afirmou que a aprovação do Congresso é muito importante. “Agora nós temos todas as condições de implementar o Instituto Chico Mendes, de aprimorar as ações do Ibama e, com isso, darmos um novo passo na gestão ambiental do governo federal. Realmente, foi uma conquista importantíssima que o Congresso Nacional soube reconhecer e aprovar”, afirmou. O presidente interino do Ibama, Bazileu Alvez Margarido, disse que o aval do Congresso dá mais estabilidade para os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos. “O Ibama vai atuar de maneira mais focada nos processos que envolvem licenciamento ambiental, autorização para recursos naturais e fiscalização”, disse. “E o Instituto Chico Mendes vai ter na sua missão a gestão das unidades de conservação e da biodiversidade”, explicou.

Fonte: MMA

Um ‘plano B’ para o setor energético

Estudo coordenado pelo professor Gilberto Januzzi (foto) demonstra que programas de conservação energética e o uso de fontes renováveis podem garantir o suprimento de energia elétrica necessário ao desenvolvimento do país. Segundo o trabalho, caso opte por esse “plano B”, o país pode economizar R$ 33 bilhões em investimentos, gerar 8 milhões de empregos e estabilizar as emissões de gases. O estudo foi encomendado pela WWF-Brasil.

Da redação

Convênio destina R$ 100 milhões a pesquisas para produção de etanol

A Fapesp e a Dedini Indústria de Base vão destinar R$ 100 milhões ao financiamento de projetos de pesquisa tecnológica voltados a processos industriais para a fabricação de etanol de cana-de-acúcar. Metade do investimento será da agência de fomento e a outra metade da empresa, cuja sede fica em Piracicaba, onde o convênio foi assinado no último dia 17.

Serão financiados projetos cooperativos a serem estabelecidos entre pesquisadores da Dedini e de universidades e instituições, públicas ou privadas, no Estado de São Paulo. A primeira chamada pública para a apresentação de propostas de pesquisa será divulgada no final de agosto.

Fonte: Unicamp

Inpa oferece bolsa para desenvolvimento científico e tecnológico

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), por meio da Coordenação de Ações Estratégicas (COAE) e da Divisão de Propriedade Intelectual e Negócios (DPIN), está selecionando até sexta-feira (10) candidatos à bolsa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e Industrial (DTI) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT).

O aspirante à vaga irá desenvolver atividades relacionadas à propriedade intelectual, acesso ao patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, no âmbito do projeto “Implementação e fortalecimento do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)”. Os requisitos mínimos para enquadramento dos candidatos à bolsa são os seguintes: profissional de nível superior com experiência em atividades de pesquisa, desenvolvimento ou inovação; não possuir vínculo empregatício com instituições públicas federais, estaduais, municipais e autarquias. O valor da bolsa é de R$ 1.045,89 mensais. Os interessados podem enviar currículo, extraído da plataforma Lattes do site do CNPq, para o e-mail http://dpin@inpa.gov.br.

Fonte: MCT

Agenda Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Estão abertas as inscrições de atividades para a edição 2007 da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, evento coordenado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) que ocorrerá de 1º a 7 de outubro em todo o país, com o tema “Terra!”.

Segundo os organizadores, a proposta é mobilizar a população em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia, valorizando a criatividade, a atitude científica e a inovação, além de chamar a atenção para a importância do setor para o desenvolvimento do país e contribuir para que a população possa conhecer e discutir os resultados e o impacto de pesquisas. As atividades idealizadas por professores, pesquisadores e instituições devem ser cadastradas no site do evento, para que o público tome conhecimento do que está sendo feito e para que as coordenações regionais e a organização nacional da semana possam acompanhar os trabalhos, saber onde estão sendo desenvolvidos e divulgá-los.

Em 2006, foram realizadas 8.654 atividades, entre experimentos, exibição de filmes, exposições, palestras, oficinas, visitas a laboratórios, jogos, teatro e música, que ocorreram em cerca de 400 cidades e envolveram 1.014 instituições de ensino e pesquisa, empresas, escolas, órgãos de governo, grupos de pesquisa e secretarias estaduais e municipais. Mais informações: http://semanact.mct.gov.br/

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Inspeção do Ibama auxilia decisão do MPF-PB de demolir casa em Área de Preservação Permanente

Uma inspeção realizada pelo Ibama no município do Conde, litoral sul do estado da Paraíba, encontrou uma residência que foi construída em Área de Preservação Permanente (APP), com supressão da vegetação estabilizadora da falésia. A inspeção auxiliou no procedimento administrativo conduzido pelo Ministério Público Federal da Paraíba (MPF-PB), que constatou que a construção não tinha qualquer tipo de autorização ou licença, seja por parte da prefeitura, dos órgãos ambientais, do Ibama, da Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema), ou do patrimônio da união, e que a casa se encontrava em terreno da Marinha.

Após o início da investigação o proprietário da casa, que é brasileiro, mas reside nos Estados Unidos, pediu à prefeitura a expedição da licença de construção, que deveria ter sido emitida antes da edificação da casa. Sem ouvir o Ibama, a Gerência de Patrimônio da União e o MPF-PB, a prefeitura emitiu, em março de 2006, a licença para a construção, regularizando assim o imóvel. Por essa razão a prefeitura do município do Conde foi inserida, também, como réu na ação. A área onde a casa está localizada faz parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA) de Tambaba e nenhuma construção pode ser iniciada sem o devido licenciamento ambiental. A demolição da casa, construída na praia de Tabatinga, ocorreu a pedido da Justiça Federal, que determinou ainda que a área seja recuperada e os danos causados sejam sanados, na forma de multas a serem pagas pelo infrator. Investigações para localizar o proprietário de outra mansão construída também em APP neste mesmo litoral permanecem.

Fonte: Ibama

Abertas inscrições para seminário do Conama sobre instrumentos econômicos

Adriano Ceolin

Estão abertas as inscrições para o seminário Instrumentos Econômicos para a Gestão Ambiental Rural na Amazônia: Desafios e Oportunidades, marcado para os dias 21 e 22 de agosto, em Cuiabá (MT). O evento, promovido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), será realizado na Assembléia Legislativa do Mato Grosso. O encontro faz parte de uma reunião ampliada da Câmara Técnica de Economia e Meio Ambiente do conselho.

O objetivo do seminário será avaliar instrumentos econômicos para a gestão ambiental rural na Amazônia com vistas a sugerir políticas e ações de governo e definir inciativas no âmbito do Conama. Estão previstas as participações de autoridades federais e estaduais. Especialistas no assunto deverão apresentar painéis e palestras. O seminário será aberto ao grande público. As inscrições podem ser feitas pelo sítio www.mma.gov.br/conama até o dia 16. O diretor do Departamento de Economia e Meio Ambiente (Dema), do MMA, Luiz Fernando Merico, explica que os instrumentos econômicos são utilizados para estimular ou desestimular o uso da biodiversidade na produção de bens e processos: "É tudo aquilo que possa conduzir ao objetivo de fazer funcionar a economia e, ao mesmo tempo, manter a capacidade produtiva dos ecossistemas", explica.

O seminário vai abordar as experiências internacionais, analisar quais tipos de créditos os bancos têm oferecido na área e identificar quais atividades devem ser constrangidas do ponto de vista econômico. "O que nós vamos fazer no encontro é justamente discutir os instrumentos econômicos para ajudar numa gestão ambiental mais adequada na Amazônia", disse Merico.
Segundo ele, o objetivo é fazer com que a própria economia passe a produzir um desenvolvimento sustentável. "Porque, com isso, a gente gera emprego, renda e, ao mesmo tempo, a proteção ambiental", afirmou. A idéia do evento surgiu durante a 45ª reunião extraordinária do conselho, realizada em Cuiabá, em 2005. "Foi uma proposta aprovada na reunião do Conama, que debateu as ações do governo federal e dos estados para combater o desmatamento na Amazônia", afirmou o diretor do Conama, Nilo Sérgio Diniz. Nesse sentido, o seminário é um passo importante para estimular uma maior discussão sobre o assunto. O evento buscará abordar o atual panorama, as iniciativas, as limitações e os desafios para a gestão ambiental rural. "É preciso combater o desmatamento, incentivando uma economia baseada na conservação do recurso florestal", disse Diniz.

Fonte: MMA

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Produção científica cresce 200% em 10 anos

Brasil responde por 2% de todo o conhecimento científico produzido no mundo. Das 15 maiores universidades nacionais, 11 mais que triplicaram sua produtividade.

O crescimento da produção científica do Brasil nas últimas décadas já está consagrado. Em 30 anos, o número de trabalhos publicados por pesquisadores brasileiros aumentou exponencialmente de 0,3% para quase 2% de todo o conhecimento científico mundial. Uma nova avaliação caso a caso do desempenho das principais instituições de pesquisa do País, entretanto, revela números surpreendentes sobre esse crescimento. Entre as 15 universidades com maior produção científica no momento, 11 cresceram mais de 200% em relação a dez anos atrás (1996-2006), segundo os dados mais recentes da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), obtidos com exclusividade pelo jornal "O Estado de S. Paulo". As seis primeiras colocadas -- USP, Unicamp, UFRJ, Unesp, UFRGS e UFMG -- mantêm suas posições no ranking desde 1996, com aumento significativo no número de trabalhos publicados.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é a de maior destaque no grupo, com aumento de 258%. A Universidade de São Paulo (USP) também triplicou sua produção no período (aumento de 200%), sustentando posição isolada como maior instituição produtora de conhecimento do País. Duas universidades menores deram saltos espantosos no período. A Universidade Federal de Viçosa (UFV) aumentou sua produção científica em 640% e a Universidade Federal do Ceará (UFC), em 410%. A área do conhecimento com maior número de publicações no Brasil hoje é a medicina. Uma das instituições que mais contribuiu para isso foi a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), cuja produção científica aumentou 379% em dez anos.

Fonte: Agência Estado

Cuba alerta para perda de biodiversidade

Destruição do hábitat e comércio ilegal são as principais causas. Espécies invasoras também contribuem para o problema.

As autoridades cubanas advertiram sobre a perda de diversidade biológica em seu território como um dos principais problemas ambientais do país, informa nesta sexta-feira (3) a imprensa oficial. O diário Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, assinala que as causas para a perda de espécies de flora e fauna vão desde a destruição do habitat e ecossistemas ao comércio ilícito de espécies ameaçadas, embora não detalhe números sobre seu impacto. Além disso, cita elementos como a introdução de espécies exóticas que prejudicam as autóctones e a insuficiência de mecanismos de regulação e de controle para prevenir e sancionar a caça e pesca furtivas.

Todos estes problemas aparecem diagnosticados na Estratégia Ambiental Nacional para o período 2007-2010 do Ministério de Ciência Tecnologia e Meio Ambiente (Citma), no qual também se mencionam outros fatores que influem na perda de biodiversidade. Entre eles, a degradação e contaminação dos solos e a exploração execessiva de recursos pesqueiros e florestais. Por outro lado, assinala que "o processo de avaliação de impacto ambiental e as decisões sobre planejamento territorial derivadas do mesmo nem sempre consideraram em sua justa medida os valores intrínsecos e de uso da diversidade biológica". Assinala que "se carece de indicadores efetivos e dos processos e instrumentos de monitoração necessários para seu desenvolvimento e implementação" e que "em muitos casos" não se dispõe de linhas base adequadas como pontos de partida para "a determinação das tendências da perda de diversidade".

No relatório, o Citma aponta outros problemas ambientais como a contaminação pela concentração de instalações industriais em áreas urbanas, contaminando os fluxos de água, trazendo investimento insuficiente neste terreno e a falta de práticas de "produção mais limpa".
Também aponta problemas relacionados com a degradação dos solos, derivados da falta de rotação de campos dedicados ao cultivo de cana-de-açúcar, o mal uso das técnicas agrícolas e as medidas insuficientes de proteção da fertilidade. Segundo o Citma, os processos de erosão afetam 2,5 milhões de hectares no país, e assinala que cerca de 3,4 milhões de hectares têm altos níveis de acidez e há mais de um milhão com alto grau de salinidade. Estes problemas, junto a outros fatores, afetam cerca de 60% da superfície do país, que é de 110.922 quilômetros quadrados.

Fonte: Globo.com

Cinco universidades brasileiras estão entre as melhores do mundo

USP é a mais bem colocada na América Latina, segundo universidade de Xangai. Também aparecem a Unicamp, a UFRJ, a Unesp e a UFMG, todas no Sudeste.

Cinco universidades brasileiras estão entre as 500 melhores do mundo, segundo a classificação anual feita pelo Instituto de Educação Superior da universidade de Jiao Tong, de Xangai, na China.

A Universidade de São Paulo (USP ) é a primeira colocada das brasileiras. Sua classificação está entre as 102 e 150 melhores (no ranking não há a distinção entre as várias universidades nesse espectro). No ranking das Américas, a USP aparece entre as 59 e 76 melhores instituições, à frente de todas as outras instituições da América Latina.

Depois, aparece a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp ), situada entre as 203 e 304 melhores do mundo; a seguir vem a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ ), entre as 305 e 401 melhores. Por fim, aparecem a Universidade Estadual Paulista (Unesp ) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG ), ambas entre as 402 e 508 melhores do planeta. Os critérios utilizados na elaboração do ranking são a pesquisa da universidade, incluindo alunos e equipes vencedores de prêmios, como o Nobel; reconhecimento internacional de pesquisadores; artigos publicados em revistas; e a pesquisa per capta de cada instituição. Os Estados Unidos são os campeões do ranking, ocupando a primeira posição, com a Universidade de Harvard, Stanford e Berkeley.

Em quarto lugar aparece a primeira instituição européia: a britânica Cambridge. Apesar de o ranking conter apenas as 500 primeiras universidades, durante sua elaboração, mais de mil instituições foram analisadas. O Instituto de Educação Superior afirma que a lista é feita sem apoios financeiros externos e que não há atividades comerciais ligadas à sua elaboração. Veja os rankings anteriores no site da universidade.

Fonte: Globo.com

Bush convoca conferência sobre mudança climática

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, convidou onze países, a União Européia (UE) e as Nações Unidas a participar de uma conferência de alto nível sobre a mudança climática em Washington, a ser realizada em 27 e 28 de setembro.

Durante a conferência, que reunirá os países mais poluentes do mundo, os Governos e órgãos trabalharão para chegar a um acordo sobre a redução a longo prazo das emissões de gases causadores do efeito estufa. A conferência será presidida pela secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, informou hoje a Casa Branca, em comunicado. Bush propôs a realização desta conferência em maio, pouco antes da cúpula do Grupo dos Oito (G8, formado por EUA, Canadá, Alemanha, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia) em Heiligendamm, na Alemanha, mas não tinha divulgado os detalhes até agora. Na carta enviada por Bush aos países e órgãos convidados, o presidente americano afirma que os Estados Unidos mantêm seu compromisso de "colaborar com as outras grandes economias", com vistas a chegar a um acordo global para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa.

No entanto, uma fonte governamental afirmou que a Administração Bush mantém sua oposição à obrigação de ter de impor limites de emissões a todos os setores econômicos. Bush se negou a assinar o Protocolo de Kioto para limitar as emissões de dióxido de carbono, mas, nos últimos meses, se mostrou mais disposto a colaborar com outros países e órgão para buscar uma solução para o aquecimento global. Na cúpula do G8, na Alemanha, o presidente americano se mostrou de acordo com os outros líderes em reduzir "consideravelmente" as emissões de dióxido de carbono (CO2) e negociar um novo pacto que estenderia e ampliaria o Protocolo de Kioto além de 2010, mas não concretizou seus planos. No entanto, manteve sua recusa em indicar objetivos concretos sobre as emissões enquanto economias emergentes, como a China e a Índia, não fizerem concessões semelhantes. Estes dois países foram convidados para a conferência de setembro em Washington, à qual também foram convocados Brasil, Japão, Canadá, Coréia do Sul, México, Rússia, Austrália, Indonésia e África do Sul.

Fonte: EFE

Baleia-branca aparece perto de ilha russa no ártico


Aproveitando o curto verão do círculo polar ártico, uma baleia-branca (Delphinapterus leucas) apareceu na superfície do Oceano Glacial nas proximidades da ilha russa de Bolshoi Solovetsky.Todos os anos, exemplares da espécie retornam ao mesmo local, ficando muito próximos da praia. A baleia-branca, também conhecida como beluga, atinge até 5 m e pode pesar até 1,5 t.

Fonte: Reuters

Descobertas espécies de mussaranho e orquídea

Um grupo de cientistas filipinos anunciou a descoberta de uma nova espécie de mussaranho e de dois novos tipos de orquídeas nas montanhas da ilha de Palawan, considerada a última fronteira das Filipinas, informa hoje a imprensa de Manila. Uma expedição de botânicos e especialistas em mamíferos, durante cinco semanas, explorou o monte Mantalingahan, 650 km a sudoeste de Manila. O naturalista Danny Balete declarou ao jornal Philippine Daily Inquirer que as características da mussaranho descoberto são a sua pele macia, o focinho fino e os olhos pequenos.

Outro membro da expedição, o botânico Leonard Co, disse ao mesmo jornal que as orquídeas são duas novas espécies dos gêneros Coelogyne e Acanthephippium. Elas foram achadas a cerca de 1,7 mil m de altura e dentro de uma área de espessa vegetação. Co declarou que encontrou também uma flor que aparenta ser uma Medinilla cumingii. Ela está sendo analisada para confirmar se se trata de uma nova planta. A equipe filipina confirmou ainda a presença de exemplares de Palawanomys furvus, um roedor pouco comum que só se encontra no monte Mantalingahan. Ele foi descoberto em 1962, e desde então não tinha sido avistado. Outra raridade registrada pelos cientistas é a Erythrura prasina, cuja existência nunca tinha sido confirmada em Palawan. A ave é comum na vizinha Bornéu. Romeo Trono, diretor da Conservational International Philippines, organização que financiou a expedição, declarou que as descobertas confirmam a importância biológica da cordilheira. Além disso, reforçam o peso como paraíso da biodiversidade de Palawan, um arquipélago com uma riqueza natural que ainda não sofreu a invasão do turismo.

Fonte: EFE

Brasil no Imoseb

Fábio de Castro

O Brasil deu o primeiro passo para participar do processo de construção do Mecanismo Internacional de Expertise Científica em Biodiversidade (Imoseb), segundo o vice-presidente do comitê executivo do órgão, Michel Loreau, da Universidade McGill, no Canadá.
Loreau apresentou nesta quinta-feira (2/8), na FAPESP, a palestra “Por que precisamos de um mecanismo de expertise científica em biodiversidade” e comentou os resultados da primeira reunião para discussão da participação do Brasil no Imoseb, realizada na véspera também na sede da Fundação.

Além do canadense, participaram da reunião Bráulio Dias, gerente de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), representando o governo federal, e Carlos Alfredo Joly, professor do Departamento de Botânica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), representando a comunidade científica. O Imoseb tem o objetivo de fazer com que o conhecimento científico acumulado sobre biodiversidade seja sistematizado para dar subsídios a decisões políticas em nível internacional. Para isso, o mecanismo pretende organizar a comunidade científica que trabalha com o tema a fim de emitir alertas sobre os perigos da redução de espécies. A idéia é dar visibilidade ao tema, como ocorre na questão do clima com o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês). “No primeiro encontro do Imoseb, em 2005, o representante do governo brasileiro não se mostrou favorável a uma nova iniciativa nessa área. Agora, estamos muito satisfeitos, porque a posição oficial mudou”, disse Loreau à Agência FAPESP.

O governo brasileiro, no entanto, segundo Dias, só integrará o processo do Imoseb se a participação se der no âmbito da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), principal fórum mundial na definição do marco legal e político para temas e questões relacionados à biodiversidade, criado em 1992. “Há muito interesse em ajudar a promover políticas públicas internacionalmente, mas há um receio de que se crie mais um mecanismo, sendo que a CDB já existe e não consegue implementar suas decisões”, afirmou Dias. Apesar da restrição, Loreau destacou que a reunião representou um avanço inédito. “Temos que estar abertos a todos os pontos de vista para chegar a uma opção concreta que seja viável. Essa é a preocupação. Não me oponho a uma opção pela CDB, só não queremos que o governo imponha esta opção única antes das consultas à comunidade científica”, disse. O Imoseb tem realizado reuniões consultivas regionais a fim de estabelecer seu funcionamento. “O processo de consulta se encerrará ainda em 2007. Ficamos contentes porque o Brasil finalmente assumiu um papel pró-ativo”, disse Loreau. Segundo ele, a opção por integrar o Imoseb à ação da CDB traz benefícios e desvantagens.

O principal benefício é que a CDB é um mecanismo estabelecido e a integração com o Imoseb poderá fazê-la funcionar melhor. “A desvantagem é que muitos vêem a CDB como algo inútil – com o que não concordo –, porque há infinitas conversações e relatórios, muitas decisões, mas nenhuma delas é implementada. Em alguns círculos há uma certa relutância em confiar na convenção. É por isso que alguns reagem dizendo que é melhor criar estrutura completamente nova”, disse. Para Joly, a politização da CDB pode atrapalhar as decisões. “A convenção está altamente politizada. Tem um viés muito forte de discussão de direitos dos detentores de conhecimentos tradicionais – que é fundamental – , mas tem impedido o avanço de outras discussões importantes dentro da convenção”, disse. Mesmo com a politização e as limitações de recursos, a opção pode ser a única viável para alguns países. “Abrir outra frente de negociação em biodiversidade e formar um painel intergovernamental pode ser muito difícil em vários lugares. Mas o importante é que estamos entrando no processo”, destacou Joly.

Fonte: Agência Fapesp