sexta-feira, 22 de agosto de 2008

IEF faz nova operação na Costa Verde

O Instituto Estadual de Florestas (IEF/RJ) apreendeu oito armas de fogo, 44 aves silvestres mantidas em cativeiro e autuou oito pessoas por desmatamento e queimadas em operação no Parque Estadual Cunhambebe. É a segunda operação desde que o parque foi criado, em junho. Divididos em seis viaturas, 11 agentes do instituto percorreram áreas dos quatro municípios que formam a unidade (Angra dos Reis, Mangaratiba, Itaguaí e Rio Claro) de domingo (17) até quarta-feira (20), identificando áreas de caça e outros crimes ambientais.

O maior desmatamento flagrado pela fiscalização do IEF/RJ, na Estrada doSinfrônio, em Rio Claro, totalizou cinco hectares de vegetação nativa. A área estava sendo desmatada para uso agropecuário. O proprietário, Edson Souza, foi autuado na 168ª Delegacia, em Mangaratiba, por crime ambiental, já que o desmatamento ocorreu em área de preservação permanente. Outros quatro desmatamentos e três queimadas renderam autuações administrativas para os proprietários. Durante a operação, os fiscais entregaram 18 notificações preventivas de incêndios florestais na região do parque para evitar a realização de novas queimadas.

A nova operação foi determinada diante das novas denúncias de irregularidades, principalmente após a primeira operação, realizada no final de julho. A caça continua sendo o principal problema da região e os fiscais percorreram 30 quilômetros ao longo da linha férrea que corta o parque, desmontando três ranchos de caça.No total, foram apreendidas cinco espingardas, três trabucos, 12 armadilhas e 77 munições, além de redes de pesca e tarrafas.

O saldo das duas operações realizadas no Parque Cunhambebe é de 32 armas de fogo apreendidas e sete pessoas detidas por crime ambiental, além de 74 aves silvestres apreendidas, 35 armadilhas e nove ranchos de caça desmontados. O presidente do IEF/RJ, André Ilha, informou que as operações vão continuar sendo realizadas periodicamente para a apuração de denúncias e repressão aoscrimes ambientais.

As informações são da Secretaria de Comunicação do Estado.http://diariodovale.uol.com.br/temporeal/noticia2.asp?Id=62924

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Borracha difícil de apagar

Thiago Romero

Em 2006, foram reciclados no Brasil 48,1 milhões de pneus que não prestam mais para uso em automóveis, o equivalente a 240,6 mil toneladas. No mesmo ano foram produzidas no país cerca de 54,5 milhões de unidades. Outras 28,6 milhões foram importadas, sendo parte comprada para reforma e venda como pneus meia-vida.

Considerando que 18,7 milhões de peças foram exportadas no mesmo ano, fica evidente a existência de um preocupante passivo ambiental de, pelo menos, 16,3 milhões de pneus de automóvel que teriam sido dispensados na natureza naquele ano. É o que destaca um estudo feito por Carlos Alberto Lagarinhos e Jorge Alberto Tenório, do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho, que apresenta as tecnologias utilizadas no Brasil para a reutilização, reciclagem e valorização energética do produto, foi publicado na revista Polímeros.

O estudo também avaliou o passivo ambiental de 2002 a 2006, com base em dados coletados em instituições como a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip), o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Ao calcular o número de pneus produzidos, importados, exportados e reciclados nesse período, temos uma média de 14,9 milhões de pneus que teriam sido gerados e descartados na natureza anualmente, uma vez que supostamente não houve coleta e destinação correta desse material”, disse Lagarinhos à Agência FAPESP.

O estudo lembra que em 1999 foi aprovada no Brasil a resolução nº 258 do Conama, que instituiu a responsabilidade do produtor e do importador pelo ciclo total do produto. De acordo com a resolução, desde 2002 os fabricantes e importadores de pneus no Brasil devem coletar e dar a destinação final para as peças usadas, sendo os distribuidores, revendedores, reformadores e consumidores finais também co-responsáveis pela coleta dos pneus servíveis e inservíveis (que não têm mais uso em veículos). Estima-se que um pneu leve mais de 500 anos para se decompor na natureza.

Segundo Lagarinhos, um dos pontos positivos da resolução foi a criação do cálculo que permite estabelecer o objetivo para a reciclagem de pneus, cujo percentual precisa estar acima do nível de produção a fim de eliminar o passivo ambiental existente. “De 2002 a 2006, apenas no primeiro ano foi atingido o objetivo de reciclagem do Conama. Ou seja, de cada quatro pneus produzidos, um foi reciclado, atingindo o índice de 25% estabelecido pela resolução”, disse.
Para 2003, 2004 e 2005, a resolução nº 258 estabeleceu que o índice aumentaria, respectivamente, para 50%, 100% e 125%, porcentagem que se mantém até hoje. Ou seja, atualmente, de cada quatro pneus produzidos em todo o país, teoricamente é preciso reciclar cinco unidades, deixando de jogá-las no meio ambiente. Economia com a reciclagem
O estudo aponta ainda que, de 2002 a 2006, foram recicladas 805,2 mil toneladas de pneus inservíveis no Brasil, o equivalente a 161 milhões de peças.

A quantidade reciclada, em unidades ou peso, é reportada anualmente pelas empresas de reciclagem e associações ao Ibama por meio do Relatório Anual de Atividades do Cadastro Técnico Federal (CTF). No caso dos pneus importados, a reciclagem de pneus antecede a liberação dos pneus novos importados. “A resolução nº 258, apesar de estar em vigor e subsidiar a aplicação de multas pelo Ibama aos fabricantes de pneus e empresas que não cumpriram as metas de reciclagem, está desde 2005 em avaliação pelo instituto, seguindo o cronograma previsto no documento que a criou”, explicou Lagarinhos.

Entre as vantagens da recapagem e recauchutagem de pneus estão o emprego de apenas 25% do material utilizado na fabricação de um pneu novo e a economia de 57 litros de petróleo por pneu reformado. “Isso representa uma economia de 798 milhões de litros de óleo diesel por ano ao Brasil”, disse. Segundo o pesquisador, na Europa 20% dos veículos de passeio e utilitários, 50% da frota de caminhões e 98% dos aviões das linhas aéreas internacionais utilizam pneus remoldados. No Brasil esse mercado está crescendo e, em 2006, foram produzidos 2,4 milhões de pneus remoldados. Ainda são escassos, segundo Lagarinhos, os estudos sobre o volume de pneus produzidos, reciclados e dispensados na natureza no Brasil. “Calcula-se, segundo dados da literatura científica, a existência de pelo menos 100 milhões de unidades descartadas no meio ambiente. Esse número leva em conta toda a produção da indústria de pneus, desde sua implementação no país no fim da década de 1930”, apontou.

O descarte de pneus usados chega a atingir, anualmente, a marca de quase um bilhão de unidades em todo o mundo, segundo dados da Associação Japonesa dos Fabricantes de Pneus Automotivos. Para ler o artigo Tecnologias utilizadas para a reutilização, reciclagem e valorização energética de pneus no Brasil, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.

Fonte: Agência Fapesp

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Tempo ruim para a agricultura

Estudos desenvolvidos por pesquisadores da Unicamp e da Embrapa projetamque mudanças climáticas causarão grandes prejuízos ao setor agrícola brasileiro

As mudanças climáticas em curso no planeta deverão impactar profundamente o setor agrícola brasileiro, a ponto de alterar a geografia da produção nacional. A projeção é de uma pesquisa inédita desenvolvida por pesquisadores da Unicamp em parceria com a Embrapa Informática Agropecuária, encomendada e financiada pela Embaixada Britânica no Brasil.

O estudo, que dividiu o território do país em porções de 50 quilômetros quadrados, estabeleceu dois cenários diferentes para o comportamento de nove culturas (algodão, arroz, café arábica, cana-de-açúcar, feijão, girassol, mandioca, milho e soja), tendo em vista o avanço do aquecimento global nos anos de 2020, 2050 e 2070. No mais pessimista deles, a soja sofreria perda de área da ordem de 40% em 2070. Já o café registraria redução de 33% no mesmo período, e deixaria os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, para migrar em direção a Santa Catarina e Rio Grande do Sul, onde as condições se tornariam mais favoráveis. As perdas financeiras, no panorama mais dramático, chegariam a R$ 14 bilhões ao ano em relação à safra de grãos. Conforme o trabalho, apenas a cana-de-açúcar e a mandioca seriam beneficiadas com o gradual aumento de temperatura.

Batizado de Aquecimento Global e Cenários Futuros da Agricultura Brasileira, o trabalho elaborado pelos pesquisadores da Unicamp e Embrapa constitui uma espécie de versão local do Relatório Stern, documento também encomendado pelo governo britânico e tornado público em outubro de 2006. Na época, uma equipe comandada por Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, concluiu que o Produto Interno Bruto (BIP) mundial sofreria uma redução de 3% (algo como US$ 1,3 trilhão) ao ano caso a temperatura do planeta se eleve em 3 graus Celsius. No caso brasileiro, conforme o recente estudo, as perdas não seriam obviamente tão gigantescas, mas já seriam suficientes para produzir importantes impactos econômicos e sociais.

De acordo com um dos coordenadores do relatório brasileiro, professor Hilton Silveira Pinto, diretor-associado do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri), órgão da Unicamp, se nada for feito para mitigar os efeitos do aquecimento global e adaptar as culturas às futuras condições climáticas do país, o Brasil pode amargar perdas de R$ 7,4 bilhões na safra de grãos em 2020. Em 2070, esse valor tenderia a alcançar R$ 14 bilhões. “Não se trata de fazer terrorismo, mas sim de estabelecer cenários factíveis baseados em metodologias comprovadamente eficazes. A intenção do trabalho é proporcionar aos tomadores de decisão, tanto na esfera pública quanto privada, um instrumento que possa orientar ações e políticas públicas que pretendam enfrentar seriamente o problema”, explica.

O foco do estudo, que consumiu dez meses de trabalho e R$ 530 mil em investimentos, foi definir a atual e a futura situação da agropecuária brasileira, no que se refere à geografia de produção. Para isso, os pesquisadores se valeram de uma tecnologia denominada Zoneamento de Riscos Climáticos, desenvolvido em 1995 pelos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, em cooperação com o Cepagri, a Embrapa Informática Agropecuária e outras instituições de pesquisa. Atualmente, o zoneamento norteia as políticas de financiamento e de seguro agrícola no país. Dito de maneira simplificada, os especialistas criaram um mapa que indica qual a probabilidade de sucesso do plantio de uma determinada cultura num dado local, tendo em vista o comportamento do clima. “Com base nessa experiência, nós simulamos o que pode acontecer com a agricultura brasileira em face do processo de aquecimento global”, esclarece o professor Hilton.

A tarefa, porém, não foi tão trivial quanto pode parecer à primeira vista. Na prática, os pesquisadores tiveram que refinar os dados já existentes, de maneira a obter mais detalhes sobre o possível comportamento das nove culturas tomadas para análise, em face do projetado aumento de temperatura. As informações anteriores, destaca o diretor-associado do Cepagri, foram formuladas com base nas projeções realizadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). Ocorre, porém, que o IPCC considera o aquecimento global como um fenômeno que afetaria o mundo de forma homogênea, o que é pouco provável. Ademais, o organismo considera uma grade mundial uniforme de 110 quilômetros quadrados para formular suas previsões.

No modelo proposto pelo novo estudo, o Brasil foi dividido em áreas menores, de apenas 50 quilômetros quadrados. Além disso, foi considerada a variação térmica regional, tendo como base trabalhos desenvolvidos pelo Hadley Centre, na Grã Bretanha, e pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cpetec), órgão vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Com isso, nós conseguimos pormenorizar os dados e refinar ainda mais as simulações”, afirma o professor Hilton.

As projeções que emergem do trabalho, registre-se, são no mínimo preocupantes. “Elas revelam que a nossa agricultura estará vulnerável nos cenários que delineamos”, adverte o outro coordenador da pesquisa, Eduardo Delgado Assad, chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária. Como dito anteriormente, o estudo estabeleceu dois cenários possíveis. O primeiro deles, denominado A2, é o mais pessimista. Nesse caso, o aumento de temperatura seria da ordem de 2 a 5,4 graus Celsius. O segundo, menos dramático, batizado de B2, trabalha com uma variação de 1,4 a 3,8 graus Celsius no mesmo período. A partir desses parâmetros, o relatório estima que o algodão, por exemplo, sofreria um impacto negativo de R$ 312 milhões em 2020, R$ 401 milhões em 2050 e 444,8 milhões em 2070, tendo como referência a situação B2.

No cenário A2, as perdas seriam, respectivamente, de R$ 313 milhões, R$ 407 milhões e R$ 456 milhões. A redução da área apta para plantio da cultura seria de 11% em 2020 e de 16% em 2070 em ambos os cenários. A soja, cultura mais vulnerável à possível variação térmica, é a que mais deve sofrer impactos negativos com a elevação da temperatura, conforme o estudo promovido pelos pesquisadores da Unicamp e Embrapa. As simulações demonstram que as regiões ao Sul do país e as localizadas nos cerrados nordestinos serão fortemente prejudicadas. No cenário A2, a perda de área cultivável pode chegar a 40% em 2070. “Isso em decorrência da redução da disponibilidade hídrica e do possível impacto dos veranicos mais intensos”, esclarece o professor Hilton. Em termos financeiros, o prejuízo alcançaria a cifra de R$ 7,6 bilhões, praticamente metade das perdas que a agricultura brasileira registraria naquele ano.

Quanto ao café arábica, as simulações presentes na pesquisa confirmam estudos anteriores promovidos pelos próprios pesquisadores da Unicamp e Embrapa Informática. No cenário mais pessimista, a cultura perderia algo como 33% de sua área em 2070, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná, o que representaria um prejuízo financeiro de cerca de R$ 3 bilhões. O dado atenuante é que haveria uma tendência de incremento da produção em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Entretanto, essa migração não é tão fácil de ser feita. Um fator complicador deve ser a mão-de-obra. Num lugar onde tradicionalmente nunca se plantou café, é bem provável que não haja pessoal preparado para lidar com esse tipo de cultura”, assinala Eduardo Assad.

Cana

Mas nem todas as nove culturas tomadas para estudo pelos pesquisadores da Unicamp e Embrapa, que no conjunto representam 86% do BIP agrícola brasileiro, seriam afetadas negativamente pelo processo de aquecimento global. A cana-de-açúcar seria beneficiada, segundo a pesquisa. No caso dessa planta haveria até mesmo um significativo incremento tanto da área plantada quanto dos recursos advindos da sua exploração. Localidades do Sul do país, que hoje apresentam restrições ao cultivo da cana, podem se transformar em regiões com razoável potencial produtivo.

A expectativa apontada pelo trabalho é que a cultura, que atualmente ocupa 6 milhões de hectares, passe a tomar 17 milhões de hectares em 2020, considerando-se o cenário B2. Com essa expansão, os recursos gerados pelo setor subiriam de R$ 17 bilhões para R$ 29 bilhões no período. Todavia, caso a temperatura continue subindo, a tendência é que esse desempenho seja prejudicado, visto que a cultura se tornaria mais dependente de irrigação. Nesse caso, ainda levando em consideração o cenário B2, a área cultivada cairia em 2070 para 15 milhões de hectares e o faturamento, para R$ 24 bilhões.

No caso do cenário A2, o mais dramático em termos de variação climática, a cana atingiria, em 2020, 16 milhões de hectares de área cultivada, regredindo para 13 milhões cinco décadas depois. Em termos financeiros, o valor de produção bateria em R$ 27 bilhões no primeiro momento e 20 bilhões, no segundo. “Embora a cana-de-açúcar possa vir a apresentar ganhos financeiros nos cenários descritos, essa possibilidade também representa um risco. É sabido que a pior coisa que pode acontecer a um país é ele basear a sua agricultura em cima de um único produto”, alerta o professor Hilton.

Fonte: Jonrla da Unicamp

Cientista defende funções inéditas para as árvores

Jim Robbins

A cientista canadense Diana Beresford-Kroeger apontou para uma grande árvore nas cercanias de sua casa. O freixo acinzentado que ela estava apontando era como uma indústria química, explicou, e os produtos que ele gera são parte de uma sofisticada estratégia de sobrevivência.

As flores contêm óleos terpenos, que repelem os mamíferos que poderiam tentar se alimentar delas. Mas a árvore precisa atrair agentes de polinização, de modo que emite um poderoso aroma de lactone, que é considerado agradável pelas grandes borboletas e abelhas.
Os produtos químicos que o freixo gera, por sua vez, diz ela, oferecem proteção química às borboletas, contra os pássaros, porque dão a elas um sabor amargo. Muitas relações químicas semelhantes e invisíveis acontecem no mundo que nos cerca. "Elas ocupam posição central na conectividade da natureza", disse Beresford-Kroeger.

A cientista nasceu na Irlanda, e se formou em botânica e bioquímica médica. A carreira de Beresford-Kroeger, 63, a levou à escola de medicina da Universidade de Ottawa, onde publicou diversos estudos sobre os aspectos químicos do sangue artificial. Ela se define como uma cientista renegada, no entanto, porque tenta combinar métodos de cura aborígenes, medicina ocidental e botânica, e advoga um papel incomum para as árvores.

Beresford-Kroeger defende um chamado bioplano, que envolveria reflorestar cidades e áreas rurais com árvores selecionadas de acordo com suas propriedades medicinais, ambientais, pesticidas, herbicidas e nutritivas, um conjunto de características que ela define como suas "ecofunções". O freixo, por exemplo, poderia ser usado para a agricultura orgânica, ela diz, plantado em forma de barreira para atrair borboletas para longe das safras. Castanheiros negros e alfarrobeiras poderiam ser plantados ao longo das estradas para absorver poluentes, ela propõe. "As idéias dela são uma abordagem rara, se não inteiramente inédita, quanto à história natural", diz o biólogo Edward Wilson, da Universidade Harvard, que escreveu o prefácio de um livro de Beresford-Kroeger sobre as árvores norte-americanas. "A ciência de selecionar árvores para diferentes usos, em todo o mundo, não foi estudada devidamente".

Miriam Rothschild, naturalista britânica que morreu em 2005, escreveu elogiosamente sobre a idéia de bioplanejamento proposta por Beresford-Kroeger, e a classificou como "uma das respostas à 'Primavera Silenciosa', porque usa produtos químicos naturais em lugar de sintéticos". Mas algumas das alegações de Beresford-Kroeger quanto às virtudes de saúde das árvores vão bem além do que a ciência convencional aceita. Ainda que alguns compostos encontrados em árvores tenham propriedades medicinais e sejam tema de pesquisa e tratamento, ela vai além das provas científicas e diz que eles afetam a saúde humana em suas formas naturais.

A castanheira negra, por exemplo, contém limolene, um composto encontrado em frutas cítricas e outros vegetais e que tem propriedades de combate ao câncer demonstrada em alguns estudos de laboratório com animais. Beresford-Kroeger sugeriu, sem provas, que o limolene inalado por humanos em forma de aerosol ajudaria a prevenir câncer. David Lemkay, diretor geral da Associação Florestal Canadense, uma organização sem fins lucrativos que promove o uso sustentável das florestas canadenses, conhece o trabalho da pesquisadora. "Ela defende vigorosamente a idéia de que, se você viver na aura de um castanheiro negro, sua saúde será beneficiada", ele afirma. "Eu acho que mais provas científicas seriam necessárias para sustentar esse tipo de afirmação".

Memory Elvin-Lewis, professora de botânica da Universidade Washington, em St. Louis, e seu marido Walter Lewis, co-autores de um manual sobre usos médicos da botânica, dizem que pode ser verdade que as árvores efetivamente exerçam esse papel. Na Índia, afirmou a pesquisadora, compostos extraídos de árvores neem são apontados como agentes antivirais e antiinflamatórios, e as árvores são plantadas em torno dos hospitais e sanatórios. "Não é uma teoria implausível", segundo Elvin-Lewis - ela simplesmente não foi estudada.
Em campo cientificamente mais sólido, Beresford-Kroeger também está preocupada com o destino das florestas setentrionais, devido à exploração madeireira excessiva e à destruição de ecossistemas.

Cientistas do governo federal dos Estados Unidos estimam que 93% das árvores originais da América do Norte foram cortadas até agora. À medida que as florestas se fragmentam, elas se ressecam, perdendo espécies de animais e insetos. Como resultado, as sutis relações que formam o centro nervoso da biodiversidade estão se desfazendo antes que tenha sido possível estudá-las em profundidade. "Em uma caminhada por uma floresta primeva, existem milhares, se não milhões, de produtos químicos em ação, e eles exercem efeitos sinérgicos uns sobre os outros", afirma Beresford-Kroeger. "O que as árvores fazem quimicamente no meio ambiente é algo que estamos apenas começando a compreender". As árvores também absorvem poluentes do solo, filtram particulados do ar e abrigam insetos benéficos.

Alguns estudos sustentam a idéia de que árvores podem ter um papel a exercer no cuidado com a saúde humana. Um trabalho recente de pesquisadores da Universidade Colúmbia constatou que crianças em bairros arborizados têm incidência de asma 25% menor do que crianças de bairros sem árvores. O Centro para Pesquisa de Florestas Urbanas estima que cada árvore remove cerca de 800 gramas de poluentes do ar. As árvores também são úteis para absorver mercúrio e outros poluentes do solo, um processo conhecido como fito-remediação. E, evidentemente, as árvores armazenam dióxido de carbono, que mitiga o aquecimento global.
Wilson, de Harvard, disse que são imperativas novas pesquisas sobre o papel das árvores no meio ambiente, e que era alarmante o grau de desconhecimento sobre esse tema. "Precisamos de mais pesquisas nessas área a fim de aprendermos a usar as coisas de que dispomos, como as árvores, ao máximo", ele afirmou.

Wilson e Beresford-Kroeger propõe usar mudas de florestas primevas para plantar novas florestas, na esperança de aproveitar os bons genes. "Existe uma enorme diferença entre as florestas primevas e árvores novas plantadas", disse Wilson.

Fonte: The New York Times

BR: cientistas comemoram captura de 'serpente marinha'

Por Fabrício Escandiuzzi

Cientistas de Santa Catarina comemoram a primeira captura de um peixe-remo em toda a América Latina. A espécie é considerada a maior de todos os peixes ósseos do oceano, podendo chegar a medir onze metros de comprimento na fase adulta.

Capturado na última quinta-feira por pescadores na cidade de Palhoça, região metropolitana de Florianópolis, o animal era tratado como um "peixe desconhecido". Ele foi levado para Itajaí, no norte do estado, para análise.

Nesta segunda-feira, o Museu Oceanográfico da Univali confirmou se tratar do raríssimo peixe-remo, conhecido cientificamente como Regalecus glesn. "Para se ter uma idéia, é a primeira vez que esse peixe é capturado na América Latina", revela Jules Souto, curador do museu e responsável pelo reconhecimento. "Esse é o único exemplar registrado em museus de todo o continente".

Com 1,66 de comprimento, 22 centímetros de largura, apenas 1,5 cm de espessura e sem nadadeiras o exemplar encontrado é um filhote, que chama a atenção pelo dorso vermelho. O cientista explica que a espécie é inofensiva ao ser humano, mas que é responsável pelo surgimento de inúmeras lendas nos últimos séculos. "O animal desperta a curiosidade de muitos oceanógrafos pelo seu tamanho, que pode chegar a onze metros. O relato de avistagens foi responsável pela lenda das temidas serpentes marinhas nos mares", conta. "O primeiro registro oficial é do ano de 1380 na costa da Holanda, um peixe de oito metros".

O próprio Jules foi responsável pelo único registro do peixe-remo na costa brasileira, feito há exatos 20 anos na mesma região onde o filhote foi encontrado no último dia 14. "Mas não fotografamos e publicamos um trabalho na PUC do Rio Grande do Sul em 1999, com bases nos relatos das testemunhas", disse. "Exatos 20 anos depois, pescadores capturam um exemplar na mesma região".

O peixe, que chegou a ser capturado ainda com vida, vai permanecer no Museu Ocenográfico da Univali, que possui uma das maiores coleções de espécies marinhas do país.

Fonte: Redação Terra

Mares brasileiros estão desprotegidos, aponta Greenpeace

Bruno Bocchini

Relatório da organização não-governamental Greenpeace, divulgado hoje (19) em São Paulo, aponta que apenas 0,8% dos mares brasileiros estão protegidos por leis de preservação. O resultado está abaixo da média mundial, de 1%, que, segundo a ONG, já é insuficiente para a recuperação da biodiversidade.No documento, intitulado À Deriva - Um Panorama do Mar Brasileiro, o Greenpeace mostra ainda que, das espécies economicamente exploradas pela pesca nos mares do país, 80% estão ameaçadas. “Queremos regularizar a atividade pesqueira para garantir a continuação da sustentabilidade econômica do setor no futuro”, ressalta Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace Brasil.

Além da regularização da atividade pesqueira, o estudo identifica outros três temas prioritários na preservação dos oceanos: impactos das mudanças climáticas, criação de áreas marinhas protegidas e ausência de uma Política Nacional de Oceanos.Segundo a analista ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Ana Paula Prates, é possível aumentar sensivelmente a proteção do mares do país nos próximos anos.

De acordo com ela, a meta é de alcançar 10% dos mares protegidos em 2012. "A gente sabe que é um desafio muito grande, talvez a gente não consiga atingir em 2012, atinja em 2015, mas eu acredito que é uma meta a ser perseguida. Como foi já perseguida nos demais biomas terrestres." "Hoje em dia, a gente já está chegando perto desse número em alguns biomas terrestres como a Amazônia por exemplo", afirma Ana Paula.

Fonte: Agência Brasil

Desmatamento na Amazônia registra redução de 18%

Inpe divulga resultados consolidados do Prodes 2007

O desmantamento na Amazônia Legal de 2006-2007 registrou uma redução de 18% em relação a taxa medida no período 2005-2006. Os dados foram divulgados hoje (19) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), que concluiu o levantamento do desmatamento na Amazônia Legal, realizado pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes).

O resultado final, obtido pela análise de 213 imagens Landsat complementadas por imagens CCD/Cbers, Spot e DMC em áreas nubladas, computou o total de 11.532 km2 de desflorestamento na Amazônia Legal. Este resultado atualiza a estimativa de 11.224 km2 divulgada em novembro de 2007, produzida com base na análise das 74 imagens que apresentaram maiores taxas de desmatamento no período anterior e que permitiram a estimativa em novembro com 2,7% de diferença para menos em relação ao valor definitivo.

O Prodes é uma das ações do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) no Grupo Permanente de Trabalho Interministerial para a Redução dos Índices de Desmatamento na Amazônia Legal. Os mapas das áreas de desflorestamento e tabelas utilizadas no cálculo da taxa anual aqui na página do Prodes.

A tabela abaixo apresenta a participação de cada Unidade Federativa na taxa de desmatamento da Amazônia Legal, em km2/ano.

Fonte: Inpe

Fiocruz Minas investiga casos de esquistossomose em região turística

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais foi notificada sobre dois casos de esquistossomose na região de Jaboticatubas, área turística próxima a Belo Horizonte e rica em cachoeiras, rios e córregos, em 2007. Recorreu, então, ao Laboratório de Helmintologia e Malacologia Médica da Fiocruz Minas para identificar a presença do molusco Biomphalaria glabrata, transmissor da esquistossomose, e determinar a prevalência da doença no local. Os resultados, divulgados nos Cadernos de Saúde Pública, apontam para a necessidade de uma maior vigilância epidemiológica.

Dos 65 exemplares de moluscos coletados em três diferentes ambientes aquáticos de Jaboticatubas, um estava infectado pelo parasito Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose. Já das 268 amostras de fezes coletadas na população, 35% apresentavam ovos do parasito. “Apesar da prevalência de doença estimada em 13%, índice relativamente baixo, a vigilância deve ser constante, pois há risco de expansão geográfica do molusco e, conseqüentemente, da esquistossomose”, explica o parasitologista Cristiano Lara Massara, coordenador do trabalho.

Alguns fatores podem explicar a presença da doença no município. O primeiro é a falta de saneamento básico: a construção de esgotos que desembocam sem tratamento nos córregos favorece a infecção dos caramujos e a poluição do ambiente com material orgânico transforma-se em alimento para esses moluscos, aumentando sua população. Além disso, a concentração de caramujos cresceu, desde 1986, com a interrupção da aplicação de moluscocida em larga escala no controle de B. glabrata. “O uso deste produto químico foi interrompido pelos danos que causava ao ambiente, como a morte de peixes, moluscos não transmissores da esquistossomose e até plantas”, justifica o especialista.

Para Massara, é necessário investir em tratamento da população local, obras de saneamento e intervenções educativas. Além disso, as atividades turísticas também devem ser alvo de atenção, pois o turismo sem controle e planejamento modifica o ambiente, criando novos locais de transmissão e situações de risco para adquirir a doença. Antigas fazendas e pequenas chácaras, por exemplo, são transformadas em pousadas, balneários e condomínios de luxo, sem considerarem, para isso, as condições de transmissão da doença. Assim, pessoas de áreas não endêmicas se infectam durante atividades turísticas que incluem contato com águas contaminadas.

Segundo os pesquisadores do Laboratório de Helmintologia e Malacologia Médica, referência nacional para exame e identificação de moluscos do gênero Biomphalaria, os surtos de esquistossomose em regiões turísticas estão cada vez mais freqüentes no Brasil. Relatos já foram feitos nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Recife, e Aracaju, além do interior de São Paulo.

Fonte: Fiocruz

Fiscais do Ibama doam cinco toneladas de Piramtubas apreendendidas no Pará

Luciana Almeida

Fiscais do Ibama doaram, hoje, a entidades beneficentes cerca de cinco toneladas de Piramutabas apreendidas na última quinta-feira, 15, em um porto de Icoaraci, em Belém. O responsável pela pesca foi autuado por não ter licença para a atividade pelo Ministério da Pesca. A multa aplicada foi de R$109.460,00.

De acordo com o coordenador da ação, Maurício Moreira, o barco “Águia V” foi encontrado por meio do Programa de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras (Prep´s), que constatou que o barco estava pescando em área predominante de Piramutaba, sendo que o barco tinha autorização para pescar peixes diversos não-controlados, que não é o caso da Piramutaba.
Ainda segundo Maurício, para a pesca dessa espécie é necessária uma autorização específica. “E, quando fomos informados de que essa embarcação, além de ter feito a pesca ilegal, estava ancorada no porto de Icoaraci, fomos para lá. No local, percebemos que entre as urnas de peixes expostas, havia quantidade considerável de piramutabas”, conta.

A embarcação foi apreendida e continua sob a guarda do Ibama, devendo ser decretado seu perdimento em favor da Autarquia nos termos do novo Decreto de nº 6.514/2008.

Fonte: Ibama

Parceria para obter etanol de batata-doce

Marcos Esteves

A Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) e a Universidade Federal do Tocantins vão firmar uma parceria para o avanço dos estudos visando a produção de etanol a partir de batata-doce. O acordo foi discutido durante uma visita dos pesquisadores Márcio Antônio da Silveira, coordenador do projeto de produção de etanol a partir da biomassa de batata-doce da Universidade Federal de Tocantins (UFT), e Tarso da Costa Alvim, à Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, nessa quinta-feira (14).

Segundo Márcio Silveira, a idéia é unir as experiências das duas instituições. “A tecnologia que existe atualmente já é aplicada, mas ainda vai evoluir. A UFT e a Embrapa podem fazer um trabalho conjunto com a batata-doce em termos de agroenergia”, afirma. O chefe-geral da Embrapa Hortaliças, Celso Luiz Moretti, destaca a idéia de fortalecer a rede de parceiros, convidando a Embrapa Agroenergia (Brasília-DF) e outras instituições de ensino e pesquisa com trabalhos na área para participar da iniciativa. Márcio Silveira explica que a universidade trabalha há dez anos no desenvolvimento dessa tecnologia.

Hoje, a UFT possui uma usina piloto que produz 150 litros de etanol de batata-doce por dia e o resíduo da produção é aproveitado como ração animal.

Na Embrapa Hortaliças, os estudos se concentram na avaliação de materiais genéticos de batata-doce com aptidão para a produção de álcool. Parte desse banco de cultivares pode ser intercambiado entre as duas instituições e demais parceiros.

De acordo com Márcio Silveira a rusticidade, o ciclo curto de produção e a alta variabilidade genética são algumas das vantagens que a batata-doce apresenta na produção de álcool. Segundo o pesquisador, a produtividade dessa hortaliça pode chegar e 40 toneladas por hectare e o custo de produção do álcool obtido na UFT é de 47 centavos por litro. Celso Moretti, acredita que o primeiro fruto da parceria poderá ser produzido ainda esse ano.

Trata-se de uma publicação reunindo todas as informações geradas até o momento sobre a utilização de hortaliças com aptidão para a produção de bioenergia. “Já existem muitos trabalhos nesse sentido e esse é um campo ainda aberto para estudos”, afirma.

Fonte: Embrapa

Licitação para manejo florestal sustentável em Jamari já tem vencedores

O Serviço Florestal Brasileiro conheceu nesta segunda-feira (18) os vencedores da licitação para manejo florestal sustentável na Floresta Nacional do Jamari, Rondônia. Após a sessão de abertura dos envelopes das propostas de preço, realizada em Brasília, as empresas Alex Madeiras, Sakura e Amata foram as que conseguiram melhor classificação e poderão explorar sustentavelmente a floresta.

O consórcio liderado pela Alex Madeiras, vencedor na Unidade de Manejo Florestal (UMF) I, com 17 mil hectares, ofertou o valor de R$ 759.761,00 anuais pela exploração sustentável na área. Para a UMF II, com 33 mil ha, venceu a empresa Sakura, com a oferta de R$ 1.683.879,00. Já a empresa Amata ofereceu o valor de R$ 1.361.255,47 para a maior unidade de manejo, a UMF III, com 46 mil ha.

Os valores pagos anualmente pelas licitantes terão reajustes anuais segundo o IPCA/IBGE (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), até que seja instituído pelo Serviço Florestal Brasileiro um índice específico para este fim. Para se definir os vencedores foram utilizados critérios de técnica e preço. Para os critérios técnicos foram avaliados indicadores socioambientais como maior benefício social, menor impacto ambiental, maior eficiência e maior agregação de valor local. Nesse indicador, os licitantes podiam obter 600 pontos de um total de mil. O restante da pontuação, ou seja, 400 pontos, foi atribuído ao preço ofertado.

A partir de hoje (19) começa a contar o prazo de 5 dias úteis para recurso, período em que as empresas podem se manifestar caso não concordem com a decisão da Comissão Especial de Licitação. Trata-se de um direito, previsto em lei, que garante aos participantes de processos licitatórios contestarem a decisão apresentada pelo Serviço Florestal Brasileiro.

Passada a fase recursal, os concessionários vencedores assinarão um contrato de 40 anos, com garantias de conservar a área e explorar com técnicas de manejo sustentável produtos florestais como madeira, óleos, sementes, resinas, etc, além de oferecer serviços como ecoturismo, esporte de aventura. Outra exigência é o investimento em benefícios sociais como a geração de empregos e política de inclusão de gênero.

Os recursos arrecadados com a concessão serão empregados na fiscalização, monitoramento e controle das áreas licitadas. Uma parcela de até 30% do montante que for arrecadado com a licitação será, segundo previsto na lei, destinada ao Serviço Florestal e ao Ibama. O restante, pelo menos 70%, será destinado ao Instituto Chico Mendes - o gestor da unidade -, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, ao estado de Rondônia e aos municípios onde se localizam as áreas manejadas. Esses recursos compartilhados deverão, obrigatoriamente, ser aplicados em ações de conservação e uso sustentável das florestas.

Fonte: MMA

Usinas de Alagoas assumem compromisso para recuperação das matas ciliares

O Ministério Público de Alagoas, em parceria com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e o Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool do Estado de Alagoas (Sindaçúcar), está elaborando, desde o final do ano passado, um projeto técnico de recuperação das matas ciliares nas áreas de preservação permanente, situadas às margens de rios e lagoas, nas proximidades dos canaviais ou das unidades industriais.

O termo de compromisso preliminar para a implantação do projeto foi assinado por diretores das usinas ligadas à Cooperativa dos Usineiros e ao Sindaçúcar, em solenidade realizada em fevereiro deste ano, no Palácio República dos Palmares. Segundo o promotor de Justiça Alberto Fonseca, 23 usinas, além da Cooperativa Pindorama, assinaram o termo de compromisso preliminar e se comprometeram com o projeto. O TAC definitivo deve ser formalizado até novembro.

Durante entrevista, em Brasília, no início de julho, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, destacou o empenho do setor sucroalcooleiro alagoano na preservação ambiental. Na avaliação do promotor de Justiça Alberto Fonseca, historicamente, o setor sucroalcooleiro já foi um dos grandes responsáveis pela degradação do meio ambiente do estado. "Nos últimos anos, algumas usinas têm adotado medidas de preservação ecológica, mas de forma isolada. A partir desse projeto, teremos uma ação conjunta, de todas as usinas unidas em prol da recuperação das matas ciliares de Alagoas, participando ativamente do reflorestamento das áreas degradadas", garantiu Fonseca.

Segundo ele, as Usinas Coruripe, Capricho e Serra Grande foram as pioneiras nesse trabalho. O grande diferencial do projeto é a inserção social que ele vai gerar, a partir do reflorestamento das matas ciliares. "A seleção e o plantio das mudas serão feitos pelas usinas, mas a manutenção das espécies reflorestadas será realizada por famílias de moradores da região, cadastrados com a finalidade de cuidar da plantação. Em troca disso terão direito a explorar a área, ao redor das árvores maiores, com culturas de subsistência", explicou a promotora de Justiça ,Dalva Tenório, que também incentiva o projeto.

Segundo ela, "as usinas que ainda não estão realizando esse trabalho terão que apresentar, até novembro deste ano, um plano de recuperação das matas ciliares próximas às áreas de plantio de cana".

Fonte: Nucleo de Jornalistas Ambientais de Alagoas (http://www.nejal.com.br)

Eletronuclear apresenta solução para lixo nuclear para próximos 500 anos

Lorenna Rodrigues da *Folha Online*

A Eletronuclear e a Cnem (Comissão Nacional de Energia Nuclear) apresentaram hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma proposta de destinação do lixo nuclear que manterá os rejeitos em segurança pelos próximos 500 anos.

Segundo a *Folha Online* apurou, há um "grau de consenso elevado" em torno da proposta, que não foi detalhada. Lula se reuniu neste dia 18, por mais de duas horas com 11 ministros para discutir a política nuclear brasileira. Fontes que tiveram acesso à reunião disseram que os ministros apresentarão em 60 dias ao presidente uma proposta para um novo programa nuclear no país.

O ponto central para que o programa deslanche é que se encontre a solução"mais definitiva possível" para a questão dos rejeitos nucleares. Ao conceder a licença prévia para a construção de Angra 3, o Ibama exigiu que se encontrasse uma solução mais segura e duradora do que a que existe hoje,em que o lixo das usinas Angra 1 e 2 é armazenado em piscinas de resfriamento na própria usina.

A *Folha Online* apurou que o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) achou a proposta apresentada hoje consistente, mas pediu mais detalhamentos. Quase todos os ministros que formam o Conselho de Desenvolvimento da Política Nuclear concordam que é necessário aumentar a participação da energia nuclear na matriz energética brasileira.Na reunião de hoje, foi discutida ainda a construção de novas usinas nucleares e de um submarino com propulsão nuclear, mas a decisão sobre ambos assuntos será em reuniões posteriores.

Fonte: Folha Online

Justiça condena Veracel Celulose por desmatar 96 mil ha de Mata Atlântica

Ibama e o órgão ambiental estadual também são punidos por liberarem indevidamente plantios de eucalipto

por Luciana Silvestre, enviada Especial a Eunápolis (BA)

"Apenas agora, quinze anos depois, estamos vendo o resultado dasprimeiras denúncias que fizemos contra a Veracel. Ficou comprovado queaquele processo de implantação sem os estudos necessários foi ilegal",diz o padre José Koopmans em uma decisão inédita, a Justiça Federal da cidade de Eunápolis (BA)condenou a Veracel Celulose e os órgãos ambientais de âmbito estadual e federal – o Centro de Recursos Ambientais (CRA) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) – pelo desmatamento da Mata Atlântica. Pela ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), a empresa terá que restaurar, com vegetação nativa, todas as suas áreas compreendidas nas licenças de plantio de eucalipto liberadas entre1993 e 1996. As áreas ficam no extremo sul da Bahia.Isso significa que uma extensão de 96 mil hectares, coberta por eucaliptos, deverá ser reflorestada por árvores da Mata Atlântica – um dos biomas mais diversos do planeta e, ao mesmo tempo, mais ameaçadosdo mundo. A Veracel também foi condenada a pagar uma multa de R$ 20milhões pelo desmatamento da Mata Atlântica, com tratores e correntão,nos seus primeiros anos de funcionamento (1991-1993).

O Ibama e o CRA foram condenados por concederem, indevidamente,autorizações para a Veracruz implantar os plantios de eucalipto. O Ibama terá que apresentar o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA)para licenciamento da Veracel. Já o CRA precisará pagar 10% do total da multa. Para o padre José Koopmans, de Teixeira de Freitas (BA), que acompanhou todo o processo de implantação da empresa no extremo sul do Estado, a sentença da Justiça foi uma vitória. "Apenas agora, quinzeanos depois, estamos vendo o resultado das primeiras denúncias quefizemos contra a Veracel. Ficou comprovado que aquele processo de implantação sem os estudos necessários foi ilegal". Padre José reitera que, passados tantos anos, o que ficou para a região foi uma total degradação. "Além da completa destruição da faunae da flora, houve muitos impactos socioeconômicos. A população foi expulsa do campo, sob falsas promessas de emprego. O que vemos hoje é um crescimento da violência e do desemprego, bem como uma falta de estrutura básica, de saúde e educação nesses municípios onde se instalou a monocultura do eucalipto", ressaltou Koopmans.

O que mais chama a atenção do Fórum Socioambiental do Extremo Sul,integrado por ONG's, movimentos sociais, pesquisadores e estudantes, é a facilidade com que a empresa conseguiu se fixar na região. Mesmo sem a realização dos estudos necessários, os órgãos ambientais estaduais(CRA) e federais (Ibama) expediram licenças que continuam sendo liberadas indiscriminadamente até hoje. "Essas empresas sempre contaram com o apadrinhamento do Estado, que continua licenciando o plantio de eucalipto, mesmo admitindo que não tem condições técnicas para acompanhar e fiscalizar um projeto desse porte, e mesmo sabendo que a Veracel não cumpre a maioria das condicionantes para continuarem execução", explicou Ivonete Gonçalves, coordenadora do Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul (Cepedes).

Projeto de expansão

Com a intenção da empresa de duplicar seu empreendimento com aconstrução da Veracel II , a liberação de licenciamentos ambientais ganha centralidade. Os órgãos desrespeitam a lei e, sob a influência do poder econômico, concedem autorizações mesmo sem estudos como o Zoneamento Econômico Ecológico. É o que confirma Andréia Bragagnolo, diretora de estudos avançados do meio ambiente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), antigo CRA. "Não podemos parar a máquina do Estado para esperar a realização dos estudos. Não podemos parar o licenciamento. Temos que continuar e inclusive agilizar o licenciamento em geral. O que dá pra fazer é intensificar a fiscalização", afirmou. Essa relação de favorecimento entre os órgãos licenciadores e a empresa Veracel Celulose é objeto de um inquérito civil, instaurado emjunho deste ano pelo Ministério Público Estadual da comarca deEunápolis .

Estão sendo apuradas denúncias sobre a omissão do Estado da Bahia e de órgãos ambientais estaduais na realização de estudos imprescindíveis para a implantação de projetos como o da monocultura de eucalipto na região, a fim de favorecer a empresa Veracel Celulose na execução de seu projeto."Estamos acompanhando o inquérito do MPE e confirmando o que já suspeitávamos: que a Veracel inaugurou uma forma própria para consolidar seu empreendimento junto ao Estado, envolvendo funcionários públicos para obter benefícios em função do aumento da produção e do lucro", relatou Ivonete.

Organizações sociais denunciam o caso há quinze anos

Em meados de 1991, a Veracruz Florestal, na época subsidiária do Grupo Odebrecht, adquiriu 47 mil hectares da empresa Vale do Rio Doce. Foram 85 propriedades situadas nos municípios do extremo Sul da Bahia, sendo que, em pelo menos 28, havia vegetação remanescente de Mata Atlântica.Em 1992, o Ibama concedeu autorização para operações de limpeza de propriedades e plantio de eucalipto à Veracruz Florestal. No mesmo ano, a empresa obteve, junto ao Conselho de Meio Ambiente do Estado da Bahia (Cepram) e ao Centro de Recursos Ambientais (CRA), licença de localização e implantação do projeto sem a realização de um estudo de impacto ambiental, medida necessária para todos projetos de médio e grande porte.Desde novembro de 1992, organizações da sociedade civil, como o Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH) de Teixeira de Freitas e o Centro de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Extremo Sul(Cepedes), denunciam que a Veracruz Florestal estava derrubando a Mata Atlântica e retirando a madeira nativa com caminhões para plantar eucalipto.

Após as denúncias, o então ministro do Meio Ambiente, Fernando Coutinho Jorge, embargou o projeto de implantação da empresa e determinou que o Ibama fizesse uma vistoria técnica para apurar averacidade da denúncia.O grande problema é que esses estudos, além de realizados depois do início das atividades da empresa, foram feitos às pressas, principal crítica feita pelos auditores independentes. Além disso, foram executados por uma empresa consultora finlandesa (Jaakko Poyry) que,depois, ganhou contratos de serviços prestados à empresa Veracel. Ou seja, tinha um grande interesse em fazer um estudo de impactoambiental favorável à empresa.

Reviravolta

Uma nova vistoria foi feita e foi confirmada a veracidade dasdenúncias das entidades da sociedade, demonstrando inúmerasirregularidades na execução do projeto da empresa. Mas, ao mesmo tempo, o embargo do projeto da Veracel provocou reação da comunidade regional em favor do empreendimento e de sua promessa de muitos empregos. Pressionado, o próprio ministro Coutinho Jorge presidiu uma audiência pública em Eunápolis, em julho de 1993, e, dois meses depois, libera o projeto com recomendações de ajustes. Exige também a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório deImpacto de Meio Ambiente (Rima).

A Procuradoria Geral da República, acionada pelas ONG's Greenpeace,SOS Mata Atlântica e IBASE, encaminhou em outubro de 1993 uma Ação Civil Pública, na Justiça Federal, contra Veracruz, CRA e Ibama. A sentença foi proferida apenas quinze anos depois, em junho de 2008. O veredicto foi a condenação da empresa e dos órgãos ambientais (LS).

O que diz a legislação?

Empreendimentos, atividades ou obras que causem significativadegradação ambiental devem apresentar o Estudo de Impacto Ambiental(EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) antes do licenciamento pretendido de acordo com a legislação federal vigente: artigo 225 §1o. IV da Constituição Federal; Lei nº 6.938, de 31.08.81 e seu decreto regulamentador, o de nº 99.274, de 06.06.90; além dasResoluções CONAMA nº 001, de 23.01.1986, que dispõe sobre diretrizesgerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental, e237, de 19.12.97, que estabelece normas sobre o licenciamento ambiental.Estudos necessáriospara a implantação de projetos de médioe grande porte Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE): instrumento de gestão do território que estabelece, na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, diretrizes para a proteção ambiental e a distribuição espacial das atividades econômicas, para assegurar o desenvolvimento sustentável.

Tem por objetivo geral organizar as decisões dos agentes públicos e privados quanto a planos, programas,projetos e atividades que, direta ou indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos serviçosambientais dos ecossistemas.

Quem é a Veracel Celulose?

É uma joint venture de duas das maiores empresas do ramo de papel ecelulose do mundo: a sueca-finlandesa Stora Enso e a Aracruz Celulose,cada uma detentora de 50% das ações.

Área: possui cerca de 205 mil hectares de terras no extremo Sul daBahia, sendo cerca de 96 mil hectares de monocultura de eucalipto.

Produção: mais de um milhão de toneladas de celulose destinadas à exportação, sendo que metade pertence à Aracruz Celulose.

Financiamento público: BNDES (R$ 1,43 bilhões)

Quem a Veracel financia: Jaques Wagner, atual governador da Bahia (R$100.000 para sua campanha em 2006).

Empregos para quem? gera apenas 410 empregos diretos na fábrica. Possui mais de 180 empresas terceirizadas; há mais de 800 ações movidas contra a empresa por direitos trabalhistas;

Hoje, em 146.927 hectares da Veracel, moram apenas 71 pessoas, e são gerados apenas 1 emprego em cada 156 hectares de terras;

– Mais de 800 pessoas tiveram que sair das suas casas por causa daVeracel, perdendo seu meio de sustento;

Em Santa Cruz de Cabrália, dos 193 trabalhadores e empregados que existiam nas terras compradas pela Veracel, apenas 56 trabalhadores restaram, e dos 240 moradores, restaram apenas 14;

No município de Porto Seguro, o número de trabalhadores/empregados passou de 88 para dois, e o de moradores passou de 138 para nove.

Empregos terceirizados e sem garantias

O principal argumento utilizado pelas empresas de papel e celulosepara convencer a população local dos benefícios de sua implantação é acriação de novos empregos. No entanto, essa propaganda esconde a real situação dos trabalhadores dessas companhias: a progressiva precarização do trabalho por meio da terceirização. "Quando se fala em geração de emprego, é fundamental tratar daqualidade do emprego,não apenas da quantidade. Há muita gente trabalhando para as empreiteiras das empresas de celulose e que não ganha sequer um salário mínimo", relatou Fábio Moraes, do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Celulose da Bahia (Sindicelpa).

Segundo dados do sindicato, a Veracel possui apenas 410 trabalhadores diretos em sua fábrica e cerca de 9 mil terceirizados, além de contar com serviços terceirizados de 180 empresas. A lógica da terceirização prejudica profundamente o trabalhador, pois,além de ele não ter a total garantia aos direitos trabalhistas, também é sobrecarregado no cotidiano. Com o passar do tempo, as empresas de celulose foram reduzindo o número de trabalhadores, ao mesmo tempo emque aumentavam a produtividade. "O que era feito por 20 trabalhadoresantes, é feito por 4 hoje. Isso é a causa de tantos acidentes de trabalho e de lesões por esforço repetitivo", explica Fábio.

Diante do anúncio da duplicação da Veracel, o Sindicelpa apresentou sua preocupação. "O aumento da capacidade de produção da empresa ocorrerá pela criação de empregos com vínculo empregatício terceirizado, num processo desenfreado de precarização", argumentou Carlos Ribeiro Monteiro, do Sindicelpa. Ele ainda ressaltou que teme que o Brasil se transforme totalmente em um paraíso de mão-de-obra barata, o que já vem ocorrendo.

Concomitante a esse processo no Brasil, ocorre o fechamento dessasfábricas na Europa, aumentando o desemprego lá também. (LS)Stora Enso projeta duplicação da Veracel. A Stora Enso anunciou, em maio, a construção de mais uma empresa decelulose no extremo Sul da Bahia, a Veracel II. A previsão é de que aárea de plantação de eucalipto seja duplicada.

Jouko Karvinen, um dos principais executivos da transnacional,informou também que a nova fábrica produzirá mais de 1 milhão de toneladas de celulose. Para assegurar a matéria-prima para a segunda linha de produção, serão necessários, pelo menos, 70 mil novoshectares de plantio de eucaliptos.

Fonte: Brasil de Fato

domingo, 10 de agosto de 2008

MCT lança editais para apoiar pesquisas com biocombustíveis

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) publicou na edição da última sexta (8) do Diário Oficial da União, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), dois editais para apoiar atividades de pesquisa e inovação para produção de biocumbustíveis. Ao todo, serão repassados cerca de R$ 9,5 milhões para projetos nas áreas previstas nos editais.

O primeiro edital é direcionado para projetos na área de cultivo de plantas de ciclo curto para produção de biodiesel. As ações integram o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). O valor total dos financiamentos é de R$ 4,5 milhões. Os recursos são do Fundo Setorial do Agronegócio (CT- Agronegócio). Veja aqui o edital.

O outro edital, que conta com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), selecionará projetos que visam a utilização de co-produtos associados à cadeia produtiva de Biodiesel. As propostas aprovadas serão financiadas com recursos no valor global de R$ 5 milhões. Veja aqui o edital. As propostas devem ser submetidas até o dia 22/09. Já os resultados serão divulgados a partir de 24/10 e os projetos serão contratados a partir 24/11. As propostas devem ser apresentadas sob a forma de projeto e encaminhadas ao CNPq, exclusivamente via Internet, por intermédio do Formulário de Propostas Online, disponível aqui.

Fonte: Assessoria de Comunicação do MCT

O milagre da reciclagem de plástico em madeira

Débora Motta e Fernanda Carneiro

Resíduos de plásticos encontrados nos aterros sanitários são reciclados e tornam-se madeiraSacolas de compras, garrafas, eletrodomésticos e até veículos. Basta um olhar atento para ver que o plástico, um dos produtos mais importantes da indústria petroquímica, está presente em todos os lugares. Porém, o material que demora cerca de 100 anos para se decompor representa um grave problema ambiental.

Pensando nisso, pesquisadores do Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano (IMA), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveram um método para transformar o plástico desperdiçado nos lixões em outro produto nobre e cada vez mais escasso: a madeira. Contemplado pelo edital Pensa Rio de 2007, da FAPERJ, o projeto Avaliação das Propriedades Mecânicas da Madeira Plástica e a Redução dos Gases do Efeito Estufa em Substituição à Madeira Natural é uma alternativa ecologicamente correta. Elen Pacheco dá continuidade à pesquisa pioneira desenvolvida pela professora que foi sua orientadora de mestrado, Eloisa Biasotto Mano, nos anos 1990.

A proposta é fabricar madeira plástica. "Usamos resíduos de sacos que estavam no lixo e os transformamos em tábuas no laboratório", explica a especialista. "O produto foi batizado de Imawood por ser a ‘madeira do IMA’, em inglês". As vantagens do Imawood para o meio ambiente são muitas. O plástico descartado em aterros sanitários, mares, rios e bueiros é reaproveitado, de forma sustentável. "Boa parte das árvores cortadas para uso na indústria moveleira, na construção civil e em utensílios poderia ser poupada se fosse substituída por madeira plástica", diz Elen, que avalia como positivos os impactos da reciclagem do plástico para substituir a madeira natural. "Podemos minimizar o desmatamento da Amazônia, sensibilizar a população e gerar empregos, desde a coleta dos plásticos, passando pela reciclagem, até a comercialização da madeira plástica."

Além das razões evidentes ligadas à preservação do meio ambiente, o Imawood tem outras qualidades para conquistar os consumidores. "A madeira comum apodrece com mais facilidade e também é vulnerável aos cupins. O Imawood não. Outra vantagem é que a serragem da madeira plástica pode ser reciclada", ressalta Elen, acrescentando que o produto pode ter qualquer tonalidade, de acordo com o gosto do freguês.

A fabricação do Imawood – que leva em sua composição cargas, como fibras de coco e resíduos agrícolas – é realizado em várias etapas. "Depois de coletados no lixo, os plásticos passam por processos de moagem, lavagem, separação, secagem e extrusão. A FAPERJ ajudou o IMA, viabilizando recursos para a compra de uma injetora, na qual serão avaliadas as propriedades dos materiais produzidos, chamados de corpos de prova. Assim, podemos comparar as propriedades do Imawood com as da madeira tradicional. Tentamos sempre melhorar o produto final", explica a professora, destacando que a perda da matéria-prima é relativamente pequena durante a fabricação.

O Imawood ainda não está disponível em escala comercial. Mas existem empresas no país que já oferecem a madeira plástica, apesar de ser produzida em pequena escala. "No país, temos cerca de cinco unidades no Rio e outras em São Paulo, no Rio Grande do Sul e em Belo Horizonte que trabalham com esse material. O IMA tem parceria para desenvolvimento dos produtos da empresa Wisewood, que oferece peças, como dormentes, para ferrovias. É uma boa oportunidade de colocarmos em prática o que desenvolvemos no laboratório", avalia Elen Pacheco.

Para a professora, o número restrito de programas comprometidos com a coleta seletiva, na maioria das cidades brasileiras, dificulta o acesso ao material a ser reciclado. "Temos uma média de 5.500 cidades no país. Nem 10% delas adotam programas de coleta seletiva. Para se ter uma idéia, de todos os resíduos existentes nos aterros sanitários do Rio, pelo menos 30% são de plástico e de papel. É um desperdício perder esse potencial de reciclagem de materiais não-renováveis."

Fonte: Agência Faperj

Museu vivo na Amazônia

Michelle Portela e Valmir Lima, de Manaus*

Pesquisadores de instituições de ensino e pesquisa brasileiros querem adotar um modelo inovador para sediar pesquisas na Amazônia e contribuir para a conservação da biodiversidade ecológica e cultural da região. Para isso, movimentam financiadores e articulam uma rede internacional de apoio à idéia de um museu vivo.

Trata-se do Museu da Amazônia (Musa), iniciativa da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Sect) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que já tem endereço. Será instalado em uma área de 15 km², dos quais 10 km² correspondem à Reserva Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus. A entrada do museu será feita pelo rio, no lago do Puraquequara, na zona leste da cidade. Da margem do rio até a reserva Ducke será construído o museu. “Temos um plano e diretrizes urbanísticas e agora começaremos a pensar na ocupação e na construção das casas, dos prédios, e o que se fará em cada um deles”, disse Ennio Candotti, coordenador-geral do projeto Musa.

Pensado como um projeto para ser desenvolvido em seis anos, a idéia, segundo ele, é construir um museu que seja espaço de encontro, não de subordinação, entre o conhecimento tradicional e o científico-acadêmico. “Não vemos o Musa como um centro em que os insetos sejam armazenados, mas um espaço preparado para pesquisa em ambientes vivos”, disse o professor da Universidade Federal do Espírito Santo.

A primeira fase da criação do museu compreende a discussão sobre a formulação do conceito e o modelo de execução, de acordo com Rita Mesquita, pesquisadora do Inpa e uma das idealizadoras do museu. “Queremos uma discussão conceitual sobre o museu”, afirmou.
Daí a importância de reunir em um workshop pesquisadores e representantes de museus, além de instituições de ensino e pesquisa nacionais e internacionais, para compor uma rede de trabalho voltada à consolidação do Musa, necessária para que a iniciativa possa abranger toda a Amazônia.

Na semana passada, cerca de 50 especialistas participaram de um workshop de três dias em Manaus e puderam trocar idéias com um dos maiores especialistas em museus de ciência, Jorge Wagensberg, presidente do Museu de Barcelona. “Ele tem uma enorme experiência em projetos inovadores. Como o nosso interesse é apresentar um museu com a floresta ao vivo, é preciso pensar e encontrar pessoas que não se espantam com grandes desafios”, disse Candotti.
Wagensberg dirige atualmente um museu em Punta Arenas, no extremo sul do Chile, que usa câmeras e sensores de áudio para monitorar a vida aquática, principalmente de baleias e pingüins. Imagens e sons são apresentados aos visitantes em salas especializadas. “Um museu de ciência deve ter objetos reais ou a máxima realidade possível. Os objetos devem ser expostos de forma que possam, por exemplo, explicar a história. No caso do Musa, devem contar a história da Amazônia”, disse Wagensberg.

A mesma experiência de uso das tecnologias da informação e da comunicação será desenvolvida no Musa. A proposta é instalar equipamentos eletrônicos em diversos ambientes da floresta para captar sons e imagens de insetos e animais e disponibilizar esse material, em tempo real, na internet e em ambientes de visitação no próprio museu.

Tecnologia e biodiversidade

O museu também será dotado de infra-estrutura para permitir ao visitante passear pela floresta e observar de perto plantas e animais. Segundo Candotti, também serão construídas torres na floresta para que ela possa ser observada por cima das copas das árvores.
Está incluída no projeto, ainda, a construção de um grande aquário para a manutenção de espécies de animais aquáticos da Amazônia. A instalação será construída próxima ao rio e a água passará por um processo de filtragem para garantir a visibilidade aos visitantes. “Queremos ter ainda câmeras especiais em diferentes freqüências de luzes ultravioleta e infravermelha para que possamos ver o que os insetos e os animais vêem. Vamos nos colocar na pele deles ou nos olhos deles. Isso oferecerá subsídios para a pesquisa científica e também para a observação dos visitantes”, afirmou Candotti.

O modelo de gestão do Musa é uma preocupação entre os pesquisadores que participam do projeto, especialmente a necessidade de autonomia administrativo-financeira frente às gestões governamentais. De acordo com Candotti, a expectativa é que seja criada uma fundação de direito privado que mantenha a gestão distante das mudanças políticas. “Essa é uma proposta que garantiria a perenidade do museu”, disse.

Para Marcílio de Freitas, secretário executivo da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Amazonas, o museu poderia ter quatro princípios básicos: inclusão, liberdade de inovação, historicidade não-linear e valorização das tecnologias. Ao defender a liberdade de inovação, ele afirma que o museu não pode trabalhar em função de editais. “O Musa deve ser local privilegiado da invenção. Além disso, a forma de apresentar a história no museu não deve ser linear, para sermos mais ousados e representarmos a história não pelo tempo cronológico, mas a partir da sua importância social”, destacou.

Fonte: Fapeam

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Cana-de-açúcar não poderá ser plantada na Amazônia

Gisele Teixeira

Nenhum novo projeto de plantio ou instalação de usina de cana-de-açúcar no Bioma Amazônia será autorizado pelo governo daqui para frente. Este é um dos principais resultados da reunião entre os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, realizada nesta segunda-feira (4), no Ministério do Meio Ambiente. Eles discutiram o zoneamento agroecológico da expansão da cana-de-açúcar para produção de etanol. O Bioma Pantanal foi excluído parcialmente. A decisão final depende agora do Palácio do Planalto.

De acordo com Minc, o levantamento que está sendo executado pela Embrapa, em parceria com instituições do Consórcio ZEE-Brasil como o IBGE e o Inpe, retira as áreas sem aptidão de solo, clima e declividade de 12%, e ainda as com vegetação nativa. No caso do Bioma Amazônia, exclui a possibilidade de qualquer novo projeto, mas mantém as usinas já licenciadas, em número de três.

No caso do Pantanal, o zoneamento exclui totalmente a planície pantaneira, porém mantém a possibilidade de cultivo no planalto, onde já existem áreas consolidadas de produção há mais de dez anos. Nesse caso, a determinação é que migrem para o sistema de plantio direto, menos agressivo ao solo. "Ao preservar a Amazônia e o Pantanal, neste último caso definindo claramente as zonas de plantio, e não quebrando a produção já existente, me parece que o acordo é bom para todo mundo", disse Minc.

De acordo com o zoneamento, há áreas mais que suficientes para expansão da produção em outros biomas sem que seja necessário derrubar nenhuma árvore. É estimada em 30 milhões de hectares a área que poderá ser destinada para o plantio da cana exclusivamente para produção de etanol.

Para dobrar a produção atual de etanol, que hoje é de 20 bilhões de litros/ano, são necessários 7 milhões de hectares, o que garante uma margem confortável para o aumento da produção.

Fonte: MMA

Briga entre consórcios pode anular os leilões das duas hidrelétricas do Rio Madeira

Sabrina Craide

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (5) que o governo federal poderá anular o resultado dos leilões das Usinas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO), e assumir as duas obras, caso a briga entre os consócios responsáveis pelas usinas vá parar na Justiça. Segundo Lobão, uma das hipóteses é a Eletrobrás assumir a responsabilidade pela construção das hidrelétricas e a outra é a realização de novo leilão.As divergências começaram logo após a realização do leilão, quando o consórcio Energia Sustentável do Brasil, formado pelas empresas Suez Energy, Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf, vencedor da disputa, anunciou que pretende construir a barragem 9,2 quilômetros distante do ponto previsto no edital.

O Consórcio Jirau Energia, formado pelas empresas Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Cemig, que perdeu o leilão, questiona as mudanças e pode levar o caso para ser decidido na Justiça, o que poderá atrasar a obra.O novo projeto ainda tem que ser aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).“O governo não permitirá que o interesse público seja prejudicado por conta de um conflito de interesses empresariais entre os dois consórcios”, disse o ministro. Ele explicou que, se a interferência do governo se concretizar, as duas obras seriam atingidas. “O consórcio que ganhou Santo Antônio, que pretende impugnar o consórcio de Jirau, receberia também como contrapartida a impugnação dele e, nesse caso, as duas seriam impedidas de ser construídas.”Lobão alerta que o atraso na construção das usinas pode pôr em risco a segurança energética do país. “Nós temos um planejamento energético que não admite atrasos nos cronogramas.

Se houver essa ameaça, com a judicialização das duas hidrelétricas, é dever do Estado interferir para que que quase 200 milhões de habitantes não sejam prejudicados.”Segundo o ministro, a intenção do governo não é quebrar contratos e sim resolver as divergências entre as empresas. “Estou falando freqüentemente com os dois lados e estou convencido que vamos encontrar a solução que todos desejam e evitar o confronto entre os dois consórcios. Mas vai ser resolvido, eu sou um homem de muita fé." Esse, assinalou, é um episódio isolado, que não deverá atrapalhar a realização de outros leilões.Ontem (4), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o governo “cogita todas as possibilidades” para resolver a questão e evitar que falte luz no Brasil.

Fonte: Agência Brasil

Menor serpente do mundo

A menor espécie de serpente do mundo foi descoberta no Caribe. É tão pequena que exemplares adultos têm menos de 10 centímetros de comprimento. Fina como um fio de espaguete, ao se enrolar cabe, com folga, sobre uma moeda.

A descoberta foi feita por pesquisadores liderados por Blair Hedges, da Universidade Penn State, nos Estados Unidos. O grupo é responsável pela descrição das menores espécies de sapos e de lagartos. A descrição da espécie Leptotyphlops carlae foi publicada nesta segunda-feira (4/8) no periódico Zootaxa.

A minúscula serpente, menor entre as mais de 3,1 mil espécies conhecidas, foi encontrada em um pequeno fragmento de floresta na parte leste da ilha de Barbados. Segundo os pesquisadores, trata-se de uma espécie rara, porque a maior parte de seu hábitat potencial foi substituído por edificações ou plantações.

“A destruição de hábitats é uma grande ameaça à biodiversidade em todo o mundo, mas o Caribe é particularmente vulnerável, por conter uma porcentagem incomum de espécies ameaçadas e porque esses animais vivem em ilhas, ou seja, não têm para onde ir quando ameaçados”, disse Hedges.

Os pesquisadores consideraram se tratar de uma espécie nova com base nas diferenças genéticas de outras espécies de serpentes e por conta de sua coloração única. Segundo eles, alguns espécimes que se encontram em museus foram identificados incorretamente e pertencem à espécie agora descrita.

Segundo Hedges, tanto as menores como as maiores espécies de diversos animais são encontradas em ilhas, onde evoluem de modo a preencher nichos ecológicos em hábitats não ocupados por outros organismos. Esses espaços vagos existem porque outros tipos de organismos não chegam até as ilhas.

Por exemplo, se uma espécie de centopéia não está presente, uma serpente pode evoluir em uma espécie muito menor de modo a ocupar o nicho ecológico.

O artigo de Blair Hedges e outros pode ser lido por assinantes da Zootaxa em www.mapress.com/zootaxa.

Fonte: Agência Fapesp

Zôo implanta o maior viveiro de aves do Rio na Cidade das Crianças

A Fundação RioZôo instalou e inaugura no próximo dia 7, às 9h, na Cidade das Crianças Leonel Brizola, em Santa Cruz, o maior viveiro de aves do Rio. O ambiente de 2 mil metros quadrados vai expor marrecos, pavões, tucanos e papagaios, entre outras espécies.

A proposta do espaço é apresentar as aves de forma interativa e inovadora para crianças e adultos, servindo também a trabalhos de educação ambiental. A iniciativa contou com a parceria da Obra Social e das secretarias municipais de Esportes e Lazer, Defesa dos Animais e Meio Ambiente.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Definidas novas diretrizes para pesquisas no Semi-Árido

Pesquisadores do Nordeste definiram as novas diretrizes que deverão nortear, a partir do segundo semestre deste ano, as pesquisas apoiadas pelo Fundo Setorial de Recursos Hídricos (CT-Hidro) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), na área de Recursos Hídricos para o Semi-Árido.

Os temas foram elaborados pelo grupo, formado por 55 pesquisadores, a partir de discussões técnicas durante a Oficina de Sustentabilidade do Semi-Árido, promovida pelo CT-Hidro e CNPq, neste mês, em Recife (PE). A iniciativa visa, principalmente, garantir a aplicabilidade dos estudos científicos na geração de ações que promovam o desenvolvimento sustentável de localidades, onde a infra-estrutura é mais carente

Fonte: Insa

China é 2ª em investimento em energia renovável

Um relatório do grupo independente Climate Group afirma que a China investiu US$ 12 bilhões em energias renováveis em 2007, o que colocou o país em segundo lugar nos investimentos do setor, atrás apenas da Alemanha.

Para a diretora do Climate Group, Changhua Wu, co-autora do relatório, o aumento dos investimentos no setor é, em parte, resultado da mudança de atitude do governo, que teria percebido a inviabilidade do modelo ocidental de industrialização. "Durante sua revolução industrial a China enfrenta problemas parecidos com os enfrentados pelo ocidente no período de rápido crescimento: poluição, dano ambiental e esgotamento dos recursos", afirmou."Não temos mais tantos recursos naturais. Temos que contar com os mercados internacionais, então existe um grande problema de segurança aqui", acrescentou.

Revolução limpa

De acordo com o relatório A Revolução Limpa da China, a Alemanha, que ficou em primeiro lugar em termos de investimentos em energias renováveis, investiu US$ 14 bilhões em 2007. O documento foi publicado no momento em que a China enfrenta críticas internacionais pela má qualidade do ar, dias antes do início das Olimpíadas de Pequim. Para alcançar sua meta de aumentar de 8% para 15% a porcentagem de energia com baixo uso de carbono até 2020, a China deve investir uma média de US$ 33 bilhões por ano nos próximos 12 anos. Como resultado, o país deve se transformar no maior investidor no setor até o final de 2009, segundo Changhua Wu.

Líder

O relatório afirma que a China já é líder em termos de capacidade instalada de geração de energia renovável. O país tem a maior capacidade de geração hidrelétrica desde que o polêmico projeto da represa de Três Gargantas começou a produzir eletricidade. A China também tem o quinto maior número de turbinas para captação de energia eólica do mundo. A capacidade instalada de painéis de energia solar ainda é relativamente baixa, apesar de o país já ser o líder na produção destes painéis. "O rápido crescimento do setor de energia eólica foi resultado de políticas domésticas, pois o governo ofereceu incentivos para desenvolvimento, então os setores público e privado aderiram", disse a diretora do Climate Group. "Mas o setor de energia solar se beneficiou principalmente do mercado internacional, com a demanda dos Estados Unidos e União Européia." "A política de incentivos ainda não existe, mesmo assim cresceu ao nível que está agora", acrescentou Changhua Wu.

Carvão

Apesar destes avanços, o legado do rápido crescimento econômico que teve como base a queima de carvão é o crescimento das emissões de gases de efeito estufa. O relatório diz ainda que a China era responsável por apenas 7% das emissões destes gases no período antes de 2002, quando mais de 90% das emissões a partir de atividades humanas foram liberadas. Mas, desde a virada do século, a contribuição da China cresce constantemente e, atualmente, o país é responsável por 24% do total global. "Em termos de emissões totais, a China já está em primeiro lugar no mundo. Esta é informação pública, até o governo admite. Mas, ao analisar emissões per capita, não somos os primeiros, pois temos 1,3 bilhão de habitantes", disse Wu.
Nos últimos dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, a comunidade internacional teme pela qualidade do ar na capital chinesa. Organizadores dos jogos prometeram que a famosa poluição de Pequim iria diminuir e autoridades municipais introduziriam medidas como proibição do uso de carros particulares e o fechamento de algumas fábricas, caso as condições não melhorem. Os problemas de Pequim estão recebendo mais destaque, mas a poluição do ar é um problema em todo o país. Segundo dados do Banco Mundial 20 das 30 cidades mais poluídas do mundo estão na China.

O governo chinês está tentando estabilizar suas emissões até 2020, primeiramente implantando maior eficiência energética e também com a expansão da infra-estrutura de energia renovável do país, incluindo carros elétricos.

Fonte: BBC Brasil

Golfinho raro é filmado pela 1ª vez na Austrália

Na costa oeste da Austrália, câmeras filmaram pela primeira vez uma espécie rara de golfinhos, conhecida por cientistas há apenas três anos. São os golfinhos da espécie snubfin.
Desde o recente descobrimento dessa espécie, cientistas têm rastreado a costa australiana em busca dos animais.

Segundo a equipe de pesquisadores que os avistou, desta vez eles tiveram a melhor visão dos golfinhos, que pareciam estar brincando e colocavam a cabeça para fora d'água.
Os cientistas também puderam gravar sons debaixo d'água emitidos pelos exemplares.

Fonte: BBC Brasil

Fundos ampliam poder do Brasil nas negociações internacionais de clima

Gisele Teixeira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1), no Rio de Janeiro, que a criação do Fundo Amazônia e o encaminhamento, ao Congresso Nacional, do Projeto de Lei que cria o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, possibilitarão ao Brasil fazer as coisas direito e transitar em fóruns internacionais de cabeça erguida e com a sensação do dever cumprido.
Lula disse que as iniciativas são um exemplo para países que falam como se fossem donos da Amazônia mas que sequer assinaram o Protocolo de Quito. Para o presidente, é um dia extremamente importante para um país muito novo e em ao mesmo tempo com tantas responsabilidades sobre a questão climática.

Lula disse que o Brasil "quer falar grosso" nas discussões internacionais sobre o tema e lembrou de sua participação na reunião do G-8, quando destacou que o Brasil possui 85% de sua energia elétrica limpa, 25% de mistura do etanol à gasolina, 90% de seus carros novos de modelo flex-fuel e 64% de suas florestas em pé. "Quem é que pode ter esse discurso no G-8?", questionou. "O Brasil vai cumprir com suas obrigações", completou Lula.

A cerimônia ocorreu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que fará a gestão dos dois instrumentos. Contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, dos ministros da Saúde e da Ciência e Tecnologia, e do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Para o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Brasil deu o primeiro exemplo prático pós-Quito. No caso do Fundo Amazônia, Minc disse que o instrumento é uma forma de "financiar o jeito certo".

O Fundo foi criado para captar recursos, exclusivamente por meio de doações, para financiar ações que possam contribuir para a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento da floresta, além de promover a conservação e o uso sustentável das florestas no bioma amazônico.
Minc destacou a soberania do fundo. "Os doadores não têm assento. Isto é, apenas os brasileiros - os governos, os cientistas, os industriais, as ongs e os sindicatos vão apitar no fundo, vão poder dizer para onde ele vai", destacou. O potencial de contribuições pode chegar a US$ 1 bilhão no primeiro ano de vigência do fundo, sendo que a expectativa é que alcance US$ 21 bilhões até 2021. De acordo com Minc, além da Noruega, que já se comprometeu a depositar US$ 100 milhões este ano, outros dois países, a Alemanha e a Suíça, além de três empresas brasileiras, já se mostraram dispostas a doarem recursos.

O decreto que cria o fundo, assinado nesta sexta-feira pelo presidente Lula, determina que o BNDES coordenará as captações de doações. O instrumento apoiará projetos que visem os seguintes objetivos: gestão de florestas públicas e áreas protegidas; controle, monitoramento e fiscalização ambiental; manejo florestal sustentável; atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da floresta; zoneamento ecológico- econômico, ordenamento e regularização fundiária; conservação e uso sustentável da biodiversidade; e recuperação de áreas desmatadas.

As ações do fundo devem considerar o Plano Amazônia Sustentável de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia. Adicionalmente, poderão ser aplicados até 20% dos recursos do Fundo Amazônia no desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outros biomas brasileiros e em outros países tropicais.

Fundo Clima

No caso do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, Minc destacou que o Brasil vai transformar superávit fiscal em superávit ambiental. Isto porque ao criar o fundo, foram propostas alterações na Lei do Petróleo. O texto atual da lei destina 10% da chamada "participação especial" sobre os lucros da indústria de petróleo para o Ministério do Meio Ambiente, mas esse recurso só pode ser utilizado em casos de acidentes e derramamentos, o que faz com que boa parte dos recursos não sejam usados e se transformem em superávit fiscal.
Com as alterações, esse dinheiro poderá ser utilizado, por exemplo, para estudos e projetos de prevenção e mitigação às mudanças climáticas; em novas práticas e tecnologias menos poluentes, incluindo ações para tratamento de resíduos e rejeitos oleosos e outras substâncias nocivas e perigosas.

O Fundo é considerado estratégico para implementação da Política Nacional sobre Mudança do Clima, enviada ao Congresso Nacional no dia 5 de junho deste ano, e do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, em elaboração pelo governo federal.

Protocolo Verde

Durante a solenidade no Rio, seis bancos públicos e o MMA assinaram o Protocolo de Intenções dos Bancos pela Responsabilidade Socioambiental. O documento é uma atualização dos compromissos previstos no Protocolo Verde, firmado em 1995. Pelo documento, os bancos participantes reconhecem que podem cumprir papel fundamental na orientação de investimentos privados que pressuponham preservação ambiental e contínua melhoria do bem-estar da sociedade.

Fonte: MMA

VI Simpósio Brasileiro de educomunicação

O VI Simpósio Brasileiro de Educomunicação acontecerá de 28 a 30 de outubro de 2008.

Programação

28 de outubro (terça-feira)

8 h - Recepção dos participantes.

9 h - Abertura Solene.

10h- Conferências:

1º- Sociedade Midiática e Meio Ambiente, uma proposta para os comunicadores;
2º- A Imprensa Brasileira e o Meio Ambiente.

12h30 - Atividades cênicas e musicais.

14h -17h30 - Atividades simultâneas:

Painéis :

1 - Meio ambiente, redes e mobilização cidadã;
2 - Ética jornalística, conflito de interesses e meio ambiente.

Workshops:

1º- Os Coletivos Educadores e a educomunicação;
2º- Produção de documentários sobre o meio ambiente.

Documentários do Canal Futura sobre Meio Ambiente.

29 de outubro (quarta-feira)

9 h - Conferência: Educomunicação Socioambiental

10h30 – Mesa Redonda:Construindo os referenciais para a prática da Educomunicação Socioambiental.

12h30 - Atividades cênicas e musicais.

14h - 17h30 - Atividades simultâneas:

Painéis :

3- O lugar da educomunicação socioambiental no ensino;
4- Práticas educomunicativas em meio ambiente.

Workshops:

3º - Uso da Internet na educomunicação socioambiental com crianças e adolescentes;
4º - Produção de documentários do meio ambiente

Documentários do Canal Futura sobre Meio Ambiente.

30 de outubro (quinta-feira)

9h - Conferência: Consumo sustentável.

10h30 - Mesa Redonda: Meio Ambiente, Educomunicação e Responsabilidade Social Corporativa.

12h30 - Atividades cênicas e musicais.

14h -17h30 - Atividades simultâneas:

Painéis:

5- Meio Ambiente na produção midiática;
6- Meio Ambiente, Educomunicação e Responsabilidade Social Corporativa

Workshops:

5º - O potencial do rádio-escola na educação socioambiental;
6º- Uso da produção midiática na educação ambiental.

18h - Encerramento e aprovação do documento final.

Prêmio Francisco de Assis Magalhães Gomes tem inscrições

Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais abriu as inscrições para o 6º Prêmio Anual de Divulgação Científica e Tecnológica Francisco de Assis Magalhães Gomes. Os interessados podem se inscrever até 12 de setembro na secretaria ou até 5 de setembro pelos Correios. Podem participar profissionais que tenham contribuído para a difusão da ciência e da tecnologia no Estado.

O prêmio é atribuído nas modalidades Divulgação Científica e Tecnológica, para aqueles que se revelarem divulgadores da ciência e da tecnologia para o público leigo, e Jornalismo Científico, destinado a profissionais da área que se destacaram na difusão da ciência e tecnologia nos meios de comunicação de massa, impressos ou eletrônicos. Serão premiados dois pesquisadores: o primeiro colocado receberá R$ 10 mil, e o segundo, R$ 5 mil, além de serem agraciados com medalha e diploma.

O prêmio é uma homenagem ao ex-professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pioneiro na pesquisa de energia nuclear no país. Francisco de Assis Magalhães Gomes (1906-1990) dirigiu a primeira instituição mineira exclusivamente dedicada à física, o Instituto de Pesquisas Radioativas, atual Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN). Engenheiro formado pela Escola de Minas e Metalurgia de Ouro Preto, fundou o curso de Engenharia Metalúrgica da UFMG e o Instituto de Ciências Exatas, do qual também foi diretor, além de ter integrado a Academia Brasileira da Ciência e de ter sido membro da Academia Mineira de Letras.

Mais informações: www.tecnologia.mg.gov.br

Fonte: Agência Fapesp