terça-feira, 20 de maio de 2008

2ª Semana do Meio Ambiente

A importância da ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável da Amazônia será o assunto em debate na segunda edição da Semana do Meio Ambiente, evento promovido pelo Instituto Butantan e pela Rádio Eldorado de 1º a 5 de junho, na capital paulista.

A programação terá o seminário Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, em que diversas palestras abordarão o grau de degradação da floresta amazônica e as medidas que vêm sendo adotadas para conter esse processo. Assuntos de interesse relacionados à região estarão em pauta como “A vida e a saúde das comunidades ribeirinhas”, “A preservação dos recursos hídricos”, “O papel das instituições governamentais e da sociedade organizada na região”, “Avaliação dos processos de desmatamento e projetos para o meio ambiente” e “As possibilidades de desenvolvimento sustentável”.

Haverá também o Festival Cultural da Amazônia no Butantan, com oficinas de mosaico ministradas pela artista plástica Claudia Sperb, além de artesanatos, demonstrações de danças e músicas. O evento é gratuito e aberto ao público. Mais informações: www.butantan.gov.br/semanadomeioambiente

Fonte: Agência Fapesp

Em busca da auto-suficiência

Washington Castilhos

Os ministros José Gomes Temporão, da Saúde, e Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, assinaram nesta terça-feira (19/5), na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, portaria que define uma parceria de laboratórios públicos de fármacos com produtores privados de matérias-primas para esses produtos.

Temporão também apresentou outra portaria, assinada por ele na semana passada, que dispõe sobre uma lista de produtos prioritários para a saúde, como farmoquímicos, vacinas e materiais de uso no setor. As duas portarias se encaixam dentro de um conjunto de ações que têm a finalidade de colaborar com o desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

Com essa nova política para a saúde, o governo federal pretende consolidar uma indústria competitiva na produção de equipamentos médicos, medicamentos, reagentes e dispositivos para diagnóstico, além de dominar o conhecimento científico-tecnológico em áreas consideradas estratégicas para poder reduzir a vulnerabilidade do Sistema Nacional de Saúde. “Estamos saindo do campo da construção de políticas e entrando no campo real. A saúde depende do crescimento econômico”, disse Temporão durante o Seminário sobre o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que o BNDES sedia até quarta-feira (21/5).

Atualmente, a saúde mobiliza de 7% a 8% do produto interno bruto, o que representa recursos da ordem de R$ 160 bilhões. O déficit comercial na balança é de 5,5%, com US$ 5,5 bilhões em 2007. Cerca de 70% dos gastos se referem à compra de produtos farmacêuticos importados – há uma forte dependência de importações nos produtos de maior densidade de conhecimento e tecnologia. “Desde a década de 1990, cerca de 80 empresas farmoquímicas fecharam as portas. Hoje, temos apenas 20. Sem essas indústrias, o Brasil perde produção. Será importante para o país ter um complexo de saúde competitivo”, disse Miguel Jorge.

“A idéia é evitar que, com o crescimento do país, a vulnerabilidade do sistema de saúde se aprofunde ainda mais e aumente a nossa dependência de produtos importados. Temos que aumentar e diversificar as exportações, habilitando e fortalecendo as empresas nacionais”, ressaltou Luciano Coutinho, presidente do BNDES, órgão que é o principal fomentador do complexo nacional de saúde.

A meta, até 2013, é reduzir o déficit comercial para US$ 4,4 bilhões e desenvolver tecnologia para produção local de 20 produtos estratégicos para o SUS. “Para isso, será necessário recuperar capacidade tecnológica e potencial humano. O objetivo é aumentar a produção para reduzir o déficit. Para termos competitividade, é preciso haver mais atores produzindo no mercado”, destacou Coutinho.

Uma das medidas necessárias para o aumento da competitividade em saúde, segundo ele, é privilegiar as parcerias entre os setores público e privado no país. “A articulação entre público e privado é uma necessidade de saúde. Nos Estados Unidos, o NIH [Institutos Nacionais de Saúde] é o principal estruturador do grande sistema do país no setor. E dá certo porque aquele órgão estimula esse tipo de cooperação”, disse.

Coutinho ressaltou ainda que a parceria público-privada foi uma estratégia adotada e bem-sucedida em países que superaram a barreira do subdesenvolvimento, como os chamados tigres asiáticos. “Nunca teremos um bom sistema de saúde se nossa base produtiva for frágil”, complementou o ministro Temporão.

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ibama apreende grãos por quebra de embargo no PA

O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu na última sexta-feira, 4.740 toneladas de grãos produzidos em área embargada por desmatamento ilegal na Amazônia. A ação inédita, segundo o Ibama, ocorreu em Dom Eliseu, sudeste do Pará.
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No final do ano passado, a fiscalização identificou desmatamento ilegal de 500 hectares nessa fazenda em Dom Eliseu, embargando e multando o proprietário. Durante a Operação Arco de Fogo, o Ibama descobriu que a mesma área havia se transformado em plantação de grãos, que produzirá este ano 4.740 toneladas de grãos, sendo 1.740 de soja, 2.640 de milho e 360 de arroz.

A produção, que corresponde a uma média de 940 caminhões cheios, ainda está em fase de colheita e ficará retida até definição de sua destinação. Por descumprir o embargo, o proprietário recebeu R$ 8 milhões em multas. Ele tem 20 dias para apresentar a sua defesa e recorrer da multa.

Fonte: Yahoo

Areia Grande: construção intencional da miséria em Casa Nova

Um bom vídeo denunciando crimes ambientais e sociais.


Apesar de campanhas, fim da malária está longe

Donald G. McNeil Jr.

No ano passado, desafiando a opinião ortodoxa do setor mundial de saúde, Bill e Melinda Gates apelaram pela erradicação da malária. Ou seja, pelo extermínio do parasita que a causa, em todo o mundo e para sempre, exceto, possivelmente, na forma de espécimes armazenados em laboratórios, como o que aconteceu até agora a apenas uma doença na História: a varíola.

Embora algumas pessoas, entre as quais o presidente do Fundo Mundial de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, tenham elogiado o apelo dos Gates e o classificado como fonte de inspiração, há quem veja a proposta como nobre mas quixotesca, porque as ferramentas necessárias a erradicar a malária ainda não existem. Alguns chegam até a acreditar que a proposta possa ser prejudicial. A Fundação Bill e Melinda Gates investiu US$ 1,2 bilhão até o momento, cerca de R$ 1,9 bi, no combate à malária, que de acordo com as estimativas causa 500 milhões de infecções anuais, em 107 países, um milhão das quais fatais. Virtualmente nenhum especialista espera que a doença possa ser erradicada em tempo previsível. A Dra. Regina Rabinovich, diretora de doenças infecciosas da fundação, diz que os Gates sabem que se trata de uma empreitada de longo prazo, impossível sem que mais dinheiro, sistemas de saúde melhores e, provavelmente, uma vacina sejam desenvolvidos, e isso ainda vai demorar muito.
Noção contraproducente

O Dr. Arata Kochi, diretor do programa de malária da Organização Mundial de Saúde (OMS), vai além dos demais céticos e argumenta que o espectro de uma erradicação é contraproducente. Dado um investimento suficiente, ele diz, ferramentas já disponíveis, tais como redes, remédios e DDT, poderiam reduzir em 90% a incidência de malária. Mas eliminar os 10% finais das infecções seria uma tarefa imensa e muito dispendiosa, disse Koch. Mesmo países como a África do Sul deveriam pensar duas vezes antes de seguir este caminho. As falsas esperanças, afirma, podem levar governos a depositar suas esperanças em milagres, em lugar de aceitarem as políticas de controle simples e custosas que ele recomenda.

Por exemplo, funcionários dos serviços de saúde de Ruanda e da Zâmbia, ele afirma, depois de conseguirem reduzir drasticamente a incidência de malária em seus territórios, o consultaram sobre a obtenção de dinheiro para a erradicação. Mesmo países relativamente ricos raramente obtêm sucesso nessa tarefa. África do Sul, Arábia Saudita e México conseguem controlar o número de casos surgidos em seus territórios, mas novas infecções terminam importadas de Moçambique, Iêmen e da Guatemala, respectivamente, ele afirma.

O Dr. Awash Teklehaimanot, diretor do programa de malária no Instituto da Terra, parte da Universidade Colúmbia, disse que se preocupa com a possibilidade de que os apelos pela erradicação suscitem esperanças exageradas, gerando frustração e perda de vontade política, no futuro. "Talvez dentro de 10 a 15 anos devamos pensar nessa possibilidade", ele disse. O debate acontece mais nos salões de conferência sobre a malária do que em público, porque alguns cientistas temem que demonstrar zelo pela causa da erradicação se tenha tornado compulsório, agora.

Rabinovich nega o fato, e alega que as decisões da fundação "não se baseiam em as pessoas concordarem ou não com declarações públicas feitas por Bill e Melinda Gates". A Força-Tarefa Internacional pela Erradicação de Doenças, no Centro Carter, em Atlanta, aponta doenças candidatas à extinção. A malária não está nem mesmo perto do topo. As duas principais, a poliomielite e a dracunculose, persistem teimosamente nas duas primeiras posições da lista. A última campanha pela erradicação da poliomielite começou em 1988, e o funeral da doença estava planejado para o ano 2000. Foram investidos US$ 5 bilhões.

Combate históricoNo começo do século 20, outro dos homens mais ricos do mundo, John Rockefeller, tentou erradicar a ancilostomíase e a febre amarela. No sul dos Estados Unidos, ele saiu vitorioso. No mundo, não. A malária, um parasita que muda de forma e se esconde em múltiplos órgãos de mosquitos e seres humanos, é uma doença maligna comparada com a poliomielite, um vírus pouco duradouro que pode ser bloqueado nos intestinos. A melhor oportunidade para eliminá-la provavelmente existia em 1955, o ano em que Bill Gates nasceu e a OMS anunciou que erradicaria a malária. Com armas então novas, como o DDT e a cloroquina, um quinino sintético de ação rápida, o número anual de mortes causadas pela doença caiu abaixo das 500 mil.

Mas, como diz uma velha e amarga piada corrente entre os parasitologistas, "nós não exterminamos a malária. Exterminamos os especialistas em malária". A campanha funcionou tão bem, inicialmente, que os jovens cientistas passaram a optar por outros ramos da ciência. Mas a campanha lentamente perdeu o efeito. Parasitas resistentes à cloroquina e mosquitos resistentes a pesticidas emergiram. "Silent Spring", livro de Rachel Carson publicado em 1962, transformou o DDT em tabu.

E o mundo mudou. Antes da década de 60, os governos coloniais e empresas combatiam a malária porque seus funcionários vivam em áreas remotas, como os postos de governo nas colinas da Nigéria ou nas Montanhas Marmóreas do Vietnã. Os movimentos por independência em muitos casos resultaram em guerras civis, pobreza, governos corruptos e no colapso da assistência médica. A malária representa, além de tudo, uma arma política tentadora. No sudeste do Zimbábue, diz Clive Shiff, especialista em malária na Escola Bloomberg de Saúde Pública, parte da Universidade Johns Hopkins, a erradicação local fracassou devido à falta de cooperação dos governos da África do Sul e Moçambique, países vizinhos.

A maioria dos países só elimina a malária quando a riqueza chega. As casas passam a ter janelas e os pântanos, em lugar de serem tratados para impedir a proliferação de mosquitos, terminam asfaltados para abrigar shopping centers.

Fonte: New York Times

EUA: cidade é 1ª totalmente abastecida por energia eólica

Usinas nucleares, termelétricas, hidrelétricas, todas prejudicam de alguma forma o meio ambiente, além de possuírem altos custos de produção. Energias chamadas "limpas", como a solar e a eólica, são um bom negócio para quem quer economizar e cuidar do meio ambiente. A cidade de Rock Port, no Missouri, Estados Unidos, com 1,3 mil habitantes, declarou-se independente e produz toda a energia que precisa com o vento.

Instaladas na Loess Hill Wind Farm, quatro turbinas de vento de 1.25 megawatts podem produzir até 16 gigawatts hora (16 milhões de kilowatts hora) por ano, noticiou o site Slashdot. O recorde de consumo da cidade pelos seus residentes, até hoje, foi de 13 gigawatts hora em um ano. São apenas 1.316 habitantes, mas agora fazem parte da primeira cidade sustentada pela energia eólica na América. O noroeste do Missouri, aonde fica Rock Port, é realmente uma área propícia para o uso da energia eólica, já que possui ventos de até 15 km/h.

A população aprovou a iniciativa. Como Kim Bunton, que afirmou ao site Komu: "Meu marido trabalha no ramo do petróleo, mas está tudo bem, pois estamos excitados por termos energia eólica por aqui. Como americanos, devemos ser mais independentes". Eric Chamberlain, diretor do projeto e também nascido e criado em Rock Port fala que "é um bom negócio para a energia renovável e é um bom negócio para a independência de energia. Estamos celebrando o fato de que a cidade produz mais energia do que consome, e isso nunca havia sido feito antes".

A energia eólica não é gratuita, mas o prefeito da cidade, Jo Stevens, garante que seu custo é muito mais baixo do que qualquer outro método tradicional, embora não detalhe valores.

Fonte: Magnet

Apesar de aquecimento, "furacões serão menos freqüentes"

Uma pesquisa realizada por especialistas americanos prevê que, até o fim do século, furacões e tempestades tropicais serão menos freqüentes, porém de maior intensidade, como resultado das mudanças climáticas.

A equipe do National Oceanic and Atmospheric Admnistration (Noaa), ligado ao governo americano, prevê que a atividade dos furacões no oceano Atlântico nas últimas duas décadas do século diminuirá em até 18% e a das tempestades tropicais, em 27%.
O estudo, publicado na revista especializada Nature Geoscience, não ampara a tese de que o aquecimento global resultante do impacto da ação humana esteja provocando o aumento no número dos furacões."Há estudos que sustentam esta idéia, mas nosso modelo de estudo não aponta para esta direção", afirmou o coordenador do trabalho, Tom Knutson. "Ao contrário, nós verificamos uma redução na freqüência de furacões no Atlântico, porém, um aumento em sua intensidade", acrescentou.

O aumento na intensidade, porém, também não seria tão expressivo como se imagina. Uma pesquisa realizada anteriormente por cientistas do Noaa chegou a apontar que a intensidade dos fenômenos pode aumentar em até 4% para cada acréscimo de 1ºC na temperatura da superfície do mar. O atual estudo, no entanto, mostrou uma variação menor de intensidade, de entre 1% e 2%.

Ventos

Segundo os cientistas, um dos fatores para a redução da freqüência dos furacões seria um aumento na "diferença de velocidade e direção entre os ventos da superfície do mar e os de maior altitude". "Nós observamos menores índices na variação das velocidades dos ventos verticais nos últimos anos, mas tudo indica que daqui por diante haverá um aumento nesta variação", disse Knutson.

O pesquisador disse não esperar que o estudo ponha fim ao debate científico em torno do impacto da ação humana nas mudanças climáticas. "O ponto principal deste trabalho é enfatizar que não há evidências de que as mudanças climáticas estejam provocando um aumento na freqüência dos furacões e ou das tempestades tropicais sobre o Atlântico", afirmou.

Fonte: BBC Brasil

Brasil quer intensificar integração energética na América do Sul

Sabrina Craide

A construção de hidrelétricas binacionais em parceria com os países que fazem fronteira com o Brasil, o intercâmbio de energia com a Venezuela e a conclusão do Gasoduto do Sul fazem parte da política brasileira de integração energética com a América do Sul.

Ao participar ontem (18) da abertura do Fórum Global de Energias Renováveis, o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão anunciou que o Brasil assinou um acordo com o Peru para a construção de 15 hidrelétricas no país vizinho que irão gerar cerca de 20 mil megawatts. Como o Peru não precisa de toda a energia, o Brasil irá importar o excedente. O acordo para a construção da primeira usina, que vai gerar 1,4 mil megawatts e custar cerca de R$ 2 bilhões, foi assinado durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Peru. A construção das hidrelétricas será feita por meio do sistema Eletrobrás.

Lobão disse que são muito amplas as possibilidades de acordos binacionais na área de geração de energia. Ele conta que acertou com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o desenvolvimento de uma plano para exploração de rios que ficam na fronteira dos dois países e o uso da energia em parceria. Segundo ele, a Bolívia tem o mesmo interesse. Com a Venezuela, o Brasil fez um acordo de intercâmbio de energia. Todo ano, serão trocados de 2 mil a 3 mil megawatts entre os dois países, que têm regimes de chuva diferenciados. “Quando está chovendo muito na Venezuela, chove pouco no Brasil e vice-versa”, explica o ministro. Para isso, vai ser necessário aumentar a capacidade da linha de transmissão que corta os dois países, com capacidade atual de 200 megawatts.

A Venezuela também vai exportar gás liquefeito para o Brasil, que será transformado em gás natural. “Poderemos transportar o gás por navios por todo o Brasil, o que facilita muito. Enquanto isso, vamos construindo gasodutos nacionais para atender a diversas cidades brasileiras”. Segundo Lobão, existe interesse da Venezuela na construção do Gasoduto do Sul, que irá ligar os dois países mais a Argentina. “Conversei pessoalmente com presidente Hugo Chavez e acertamos que o Gasoduto do Sul é uma possibilidade desejada para Venezuela e aceita perfeitamente pelo Brasil. Devemos apenas tomar precauções quanto a mercado consumidor tanto no Brasil quanto na Argentina”, disse.

No Brasil, Lobão confirmou a construção de uma refinaria no Maranhão, que, segundo ele, será a maior do país e provavelmente da América do Sul. De acordo com o ministro, a refinaria vai produzir gasolina, diesel e nafta de alta qualidade, com o objetivo de exportar para os Estados Unidos e a Europa. A escolha do local, de acordo com ele, foi estratégica. “São Luiz foi escolhida por ser o ponto mais próximo do mercado consumidor internacional e também por possuir um porto de grandes proporções da melhor qualidade”, disse. A construção da refinaria deve começar no próximo ano, e a previsão de conclusão é para 2015.

Fonte: Agência Brasil

Semana do alimento orgânico no Mato Grosso do Sul

Ana Maio

A programação da Semana Nacional do Alimento Orgânico começa hoje em todos os Estados brasileiros. No Mato Grosso do Sul, organizadores do evento apostaram em uma estratégia descentralizada para ampliar a divulgação da produção orgânica.

A organização está sob responsabilidade da Comissão Estadual da Produção Orgânica em Mato Grosso do Sul, coordenada pela Superintendência Federal da Agricultura do MS. A Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai participar da programação pelo terceiro ano consecutivo.

Hoje haverá um café da manhã orgânico no Sebrae de Campo Grande e um painel discutindo as Políticas Públicas para Apoio à Produção de Orgânicos nos Municípios do Mato Grosso do Sul. Quem vai abordar o assunto é o superintendente estadual da Agricultura, Orlando Baez. Outras palestras serão realizadas, focando a legislação federal para orgânicos e a política de agroecologia do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O pesquisador Alberto Feiden, da Embrapa Pantanal, falará sobre Visão Mundial e Local dos Alimentos Orgânicos, e o secretário executivo de Desenvolvimento Agropecuário de Corumbá, Marco Antonio Barros, vai abordar a transição para a agricultura orgânica entre agricultores urbanos do município.

Neste evento estarão presentes secretários municipais e coordenadores de Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural de vários municípios sul-mato-grossenses. Haverá uma reunião técnica para mostrar como montar propostas de convênio junto ao Ministério da Agricultura. No dia 27, terça-feira, acontece um seminário sobre pecuária orgânica na Embrapa Gado de Corte, também em Campo Grande. Mercado brasileiro de carne orgânica, estratégias de organização de produtores de bovino orgânico, estratégias para atingir o mercado internacional de carne orgânica serão alguns temas apresentados.

Alberto Feiden vai falar sobre o projeto “Apoio Tecnológico e Metodológico à Consolidação da Rede de Agroecologia do Mato Grosso do Sul”, liderado pela Embrapa Pantanal, mas que envolve a Embrapa Gado de Corte (capital), Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados), além da unidade de negócios da Embrapa Informação Tecnológica em Dourados.

No dia 28 acontece em Bonito uma reunião entre produtores orgânicos e o setor de turismo, articulada pelo projeto GEF Rio Formoso. No mesmo dia, palestras vão abordar a produção orgânica em universidades e haverá dias de campo em Aquidauana e Anastácio, com a participação do coordenador técnico regional da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Luiz Hypolito Dias, e do pesquisador Frederico Lisita, da Embrapa Pantanal. Na quinta-feira, dia 29, às 8h30, em Corumbá, haverá o seminário Importância da Agricultura Orgânica na Produção Agrícola. Será no auditório Salomão Baruki, da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul), com a participação da Superintendência Federal da Agricultura, do secretário Marco Antonio Barros, do pesquisador Alberto Feiden e do coordenador local da Agraer, José Ubirajara Coelho Júnior. O público-alvo será formado por agricultores e estudantes.
No dia 30, sexta-feira, o pesquisador Milton Padovan, da Embrapa Agropecuária Oeste, fará palestra e atividade de campo na Unigran Dourados. Na véspera, dia 29, ele fará uma palestra na UEMS (Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul) em Glória de Dourados.

Na semana seguinte – de 2 a 6 de junho –, o próprio Padovan fará um curso básico de agroecologia na Efait (Escola Familiar Agrícola de Itaquiraí). A Apoms ( Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul) estará realizando diversas atividades junto a seus núcleos na região sul do Estado, e diversos outros membros da comissão estadual também estarão promovendo ações em todo o Mato Grosso do Sul.

Fonte: Embrapa

Portaria estabelece critérios de sustentabilidade para compras do MMA

Lucia Leão

As compras do Ministério do Meio Ambiente e órgãos vinculados passarão a obedecer critérios de sustentabilidade que serão especificados nos editais de licitação e outras formas de aquisição e contratação de bens e serviços. A norma, estabelecida em portaria do ministro interino João Paulo Capobianco, será aplicada inicialmente às compras de lâmpadas, papéis, produtos de limpeza e equipamentos, mas o objetivo é estender a prática a todas as compras do MMA, que são da ordem R$ 460 milhões anuais. A portaria também determina a adoção de procedimentos mais racionais na rotina de trabalho do ministério para reduzir o consumo de papel: ampliar o uso do correio eletrônico sempre que ele puder substituir a correspondência escrita e utilizar o frente-e-verso das folhas nas impressões.

A expectativa do ministério é estender a iniciativa a todo o setor público, onde as compras representam, no total, 15% do PIB. "Movimentando todo esse volume de dinheiro o setor público tem um enorme poder de indução na economia do País. Se ele opta pelos produtos sustentáveis o mercado toma esse rumo", avalia Luiz Fernando Merico, diretor do Departamento de Economia do Meio Ambiente, responsável pelo projeto.

Técnicos dos ministérios do Meio Ambiente e do Planejamento já estão elaborando uma proposta de decreto para ampliar a prática de compras sustentáveis a todos os órgãos públicos federais. Os estados e municípios serão alcançados pela Iniciativa Nacional em Capacitação em Compras Sustentáveis, que está em fase final de elaboração pelo MMA. Ela consiste na sensibilização dos gestores de todas as unidades da Federação para a importância de adoção da medida e, posteriormente, na disponibilização de cursos e treinamentos para os responsáveis pelas compras.

De acordo com a portaria, publicada nesta sexta-feira (16) no Diário Oficial da União, o MMA passará a adquirir, entre as lâmpadas disponíveis no mercado, as de mais alto rendimento e menor teor de mercúrio, e cabos e fios de alta eficiência elétrica e baixo teor de chumbo e de PVC. Os editais para compra de papel A4 devem dar preferência aos reciclados. A compra de produtos e equipamentos deve observar que eles sejam duráveis e reparáveis.

Fonte: MMA

Hidroxila em Vênus

A sonda Venus Express acaba de ajudar cientistas que participam do projeto a detectar a presença de uma importante molécula na atmosfera venusiana.

A hidroxila, formada por um átomo de hidrogênio e um de oxigênio, foi identificada a cerca de 100 quilômetros da superfície de Vênus por meio do Virtis, espectrômetro instalado na sonda. Segundo os responsáveis pelo estudo, a descoberta será importante para compreender o funcionamento da densa atmosfera do planeta.
Elusiva, a molécula foi detectada após os integrantes da missão terem apontado o instrumento não para Vênus, mas para uma pouco visível camada da atmosfera em volta do planeta. A hidroxila foi identificada por meio da medição da luz infravermelha dispersa pela camada.

A faixa da atmosfera na qual a molécula está presente é muito fina, com apenas 10 quilômetros de largura. A descoberta será descrita na edição de 1º de junho da revista Astronomy & Astrophysics Letters. De acordo com os pesquisadores, a hidroxila é muito importante para a atmosfera de um planeta por ser altamente reativa. Na Terra, ela tem um papel fundamental na eliminação de poluentes na atmosfera. Em Marte, suspeita-se que a hidroxila ajude a estabilizar o dióxido de carbono na atmosfera, evitando que se transforme em monóxido.

Na Terra, estima-se que o brilho promovido pela hidroxila na atmosfera esteja intimamente relacionado com a abundância de ozônio. Segundo os pesquisadores da Venus Express, o mesmo deve ocorrer na atmosfera venusiana. “A Venus Express tem nos mostrado que Vênus é muito mais parecido com a Terra do que imaginávamos. E a detecção de hidroxila é mais uma mostra dessa similaridade”, disse Giuseppe Piccioni, do Instituto de Astrofísica Espacial e Física Cósmica, na Itália, e principal investigador do Virtis.

A molécula já foi identificada ao redor de cometas, mas com um método de produção completamente diferente do que ocorre nos planetas. “Como a atmosfera venusiana não foi estudada extensivamente até a chegada da Venus Express, não tínhamos como confirmar a maior parte do que nossos modelos diziam. A observação do que realmente está ocorrendo nos ajudará a refinar nossos modelos e a aprender muito mais sobre o planeta”, disse Piccioni.
O artigo First detection of hydroxyl in the atmosphere of Venus, de Giuseppe Piccioni e outros, poderá ser lido por assinantes da Astronomy & Astrophysics Letters em www.aanda.org.

Fonte: Agência Fapesp

Mato, grosso até quando?


Imagem da porção centro-norte da América do Sul com o arco do desmatamento – indicado em vermelho – na Amazônia Legal brasileira (fonte: D. Ferreira, com dados do Prodes / Inpe e SRTM / Nasa).


Artigo ajuda a entender imponentes construções da maior metrópole americana do período Clássico

Em agosto de 2005, quando os astronautas do ônibus espacial Discovery retornaram à Terra, a comandante Eileen Collins chamou a atenção para o ritmo acelerado do desmatamento no planeta, facilmente observado do espaço. Ao longo de sua existência, e principalmente nas últimas três décadas, o homem consumiu cerca de metade do recurso florestal existente no mundo e as taxas de desmatamento não param de crescer.

O Brasil destaca-se nesse cenário tanto por ter a maior floresta tropical do mundo quanto por ser líder mundial em desmatamento. O agronegócio, a exploração madeireira irracional e a especulação fundiária são as causas desse processo. Entre os estados, o Mato Grosso responde por quase 50% do desmatamento anual na Amazônia brasileira. A julgar pelo que ocorre no presente, as projeções futuras apontam para um cenário ambientalmente catastrófico para esse estado, que chegará a 2020 com menos de 23% da sua cobertura florestal original.

Os humanos desmataram em média 16,1 milhões de hectares (ha) por ano no mundo – 15,2 milhões somente nas regiões tropicais – durante a década de 1990, segundo o relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para Alimentos e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) em 2000. Isso significa que 4,2% de todas as florestas existentes no mundo em 1990 foram derrubadas até 2000.

Se levarmos em conta apenas o desmatamento ocorrido em floresta tropical, esse percentual sobe para 7,8%. Para que se entenda melhor a dimensão do problema, a taxa de desmatamento mundial entre 1990 e 1995 foi da ordem de 33 campos de futebol a cada minuto.

Em 2000, o total de florestas remanescentes no mundo era de 3,9 bilhões de ha – 95% em florestas naturais e 5% em florestas plantadas. Dessas florestas, cerca de 47% ocorrem em região tropical, 9% em região subtropical, 11% em zona temperada e 33% em regiões boreais (florestas de coníferas acima de 50 graus de latitude, no hemisfério Norte).

Os números do desmatamento

Mais de um terço do total de florestas tropicais existentes no mundo está localizado na Amazônia brasileira. Se contabilizarmos apenas as áreas de mata contínua, onde a presença do homem é mínima e a floresta permanece praticamente intacta, o Brasil responde por mais da metade do total mundial. Essa riqueza, porém, tende a desaparecer.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), até 2005 foi desmatada uma área de 699,2 mil km 2 . Isso equivale a 17,5% da Amazônia brasileira ou 1,3 vezes o território da França. Somente em 2004 foram devastados 23.750 km 2 de florestas na região amazônica – o que equivale, em média, a 4,51 campos de futebol por minuto. A derrubada da floresta na Amazônia brasileira ocorre principalmente no norte de Mato Grosso, no sudeste do Pará e em Rondônia como um todo, em uma imensa região conhecida como arco do desmatamento (ver mapa). Isso é confirmado pelo histórico do desmatamento na última década: Rondônia, Mato Grosso e Pará respondem por mais de 80% do total para a região.

Diante desses índices alarmantes, surgem muitas perguntas. Que futuro nos espera? Como estarão as nossas florestas daqui a 10, 15, 20 anos? Que diferentes caminhos podem ser trilhados para a reversão desse quadro? Que postura podemos adotar diante dessa realidade? Para encontrar as respostas, os cientistas vêm desenvolvendo modelos que buscam simular as mudanças ambientais que ocorrem no mundo. Esses modelos permitem compreender por que, onde e quando ocorrerão mudanças na paisagem. No caso do desmatamento, tais simulações são benéficas na medida em que: (a) ajudam a compreender os vetores desse processo, (b) permitem gerar cenários futuros de uma região que vem sendo desmatada, (c) identificam regiões mais propensas à derrubada da vegetação nativa e (d) dão suporte aos órgãos do governo gestores das florestas para que tomem medidas de controle.

Dentro desse contexto, cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) utilizaram um modelo de simulação espacial desenvolvido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para simular distintos cenários futuros da paisagem sobre domínio florestal no Mato Grosso.

Fonte: Ciência Hoje

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Catadores de Carangueijo de Vitória

Ótimo vídeo veículado pela Agência Brasil


Brasil lançará ofensiva internacional a favor dos biocombustíveis, diz Marco Aurélio Garcia

Yara Aquino

O assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou hoje (16) que o governo brasileiro lançará uma “ofensiva” internacional para obter apoio a produção dos biocombustíveis. “Vamos continuar na nossa política, estamos obtendo cada vez mais adesões e vamos fazer uma ofensiva publicitária internacional para esclarecer isso”, afirmou Garcia que participa em Lima, no Peru, da 5ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia, onde um dos temas em discussão é a energia.

Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está convencido de que os biocombustíveis são a melhor alternativa para a preservação ambiental. “Cada um saberá dizer se os biocombustíveis servem para seu país ou não. Para o Brasil, serve”, disse. Garcia reforçou a declaração dada por Lula na noite de ontem (15), ao chegar a Lima, de que as empresas petrolíferas não têm interesse na expansão do uso dos biocombustíveis. O assessor especial da presidência também comentou a notícia de que o FBI, a agência federal de investigações dos Estados Unidos, afirmou serem verdadeiras as informações encontradas no computador do líder assassinado das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, que liga o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, à guerrilha colombiana. “A única informação que tive é que se uma pessoa ficar lendo 100 páginas por dia vai levar anos para constatar tudo que está ali. Não é uma coisa sobre a qual temos possibilidade de qualquer reação no momento atual”, avaliou Garcia.

Questionado por jornalistas se o presidente Lula continua sendo o principal garoto-propaganda dos biocombustíveis, Marco Aurélio Garcia respondeu: “Não sei se é principal garoto-propaganda e, se há alguma tendência depreciativa nessa expressão, digo que para nós não tem esse significado”.

Fonte: Agência Brasil

ONU: reunião alcança princípio de acordo sobre transgênicos

A conferência da ONU sobre Biossegurança estabeleceu hoje em Bonn (oeste da Alemanha) as bases para que os países que possam vir a ser prejudicados por organismos transgênicos no futuro possam pedir compensações aos consórcios produtores.

Com este princípio de acordo, que só estabelece idéias, mas não os detalhes de um futuro tratado, os representantes dos mais de 150 países signatários do protocolo sobre Biossegurança evitaram o fracasso da conferência, desenvolvida durante os últimos cinco dias em Bonn.
A secretária de Estado de Agricultura alemã, Ursula Heinen, qualificou o acordo de "êxito", uma visão positiva que não é compartilhada pelas ONGs. Após quatro anos de árduas negociações, "finalmente" foi possível concordar que o futuro regime de responsabilidades e compensações "seja vinculativo" e não apenas voluntário, declarou Heinen.

Ela afirmou que a conferência esteve muito perto do fracasso, pois havia duas frentes que acudiram com posições diametralmente opostas: os países que pediam um regulamento vinculativo "rígido" e os que não queriam mais que algumas linhas muito gerais ou, como as multinacionais, um sistema voluntário. As ONGs, por outro lado, deram por "fracassada" a conferência de Bonn, pois "agora se voltarão para negociar outros dois anos" em lugar de chegar a um acordo formal já durante esta reunião, como se tinha previsto em 2004.

Este atraso é especialmente problemático caso se considere que já se deram pelo menos 216 casos de contaminação causada por organismos transgênicos, declarou Doreen Stabinsky, do Greenpeace. O regime de compensações é especialmente importante para os países em desenvolvimento, que têm poucas possibilidades de apresentarem demandas contra as grandes multinacionais. Dentro da União Européia (UE) já existe um tecido de regulamentos que possibilitam exigir compensações para os agricultores prejudicados.

A reunião da ONU sobre Biossegurança tinha como objetivo avançar no denominado Protocolo de Cartagena sobre Segurança da Biotecnologia, aprovado em 2000 para proteger a biodiversidade diante dos riscos potenciais das entidades transgênicas.

Fonte: EFE

Embrapa doa mudas para indígenas

Christiane Rodrigues Congro Bertoldi

Por meio do projeto Quintais Orgânicos de Frutas, resultado da parceria entre a Embrapa Clima Temperado, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) foram entregues 5 mil mudas de araucária e 5 mil mudas de erva-mate para a comunidade indígena de Cantagalo, localizada no município gaúcho de Viamão.

Para o supervisor da Área de Intercâmbio Tecnológico da Embrapa Clima Temperado e coordenador do Projeto Quintais, Fernando Costa Gomes, a entrega dessas mudas poderá contribuir com o resgate da produção tradicional da comunidade, recuperação do meio ambiente, diminuição da fome e melhoria da qualidade de vida dos mesmos. “O trabalho começou há três anos, com a coleta de pinhões na região dos Campos de Cima da Serra Gaúcha, nos municípios de Vacaria e Muitos Capões, produção das mudas na Estação Experimental da Cascata e posterior entrega aos indígenas, viabilizando o aproveitamento alimentar dos frutos, resgate da fauna silvestre e contribuindo com a ampliação das áreas com presença de araucária e erva-mate no Brasil”, destacou Fernando.

O cacique da tribo, Mario Karaí, ficou satisfeito com a doação das mudas. “A fruta para o índio é um alimento interessante, pois ainda hoje nós somos coletores e esse trabalho da Embrapa chegou no momento certo. Vamos viabilizar, junto com a FUNAI, a redistribuição de mudas de erva-mate para 31 comunidades guaranis do Estado”, salientou. O técnico da CGTEE, José Basségio, também esteve presente no ato de entrega das mudas de erva-mate e de araucária e explicou que “essa ação é extremamente importante e contribui com o resgate da cultura indígena, pois foram os índios que descobriram o potencial da erva-mate, sendo que eles a utilizam principalmente com a finalidade medicinal”.

Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupem o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas pelo governo. “A Embrapa fica satisfeita de viabilizar um trabalho como esse, que contribui diretamente com a manutenção da cultura e da identidade dessa etnia. O projeto Quintais continuará acompanhando os trabalhos de reintrodução da erva-mate e da araucária na comunidade guarani, objetivando viabilizar a produção, através de orientações agrícolas especializadas”, concluiu Fernando.

Histórico

O trabalho dos quintais teve inicio em 2003, através do Programa Fome Zero. O projeto Quintais Orgânicos de Frutas tem como objetivo viabilizar a produção de 16 tipos de espécies de frutas, ao longo do ano de forma continua e atende agricultores familiares, assentados, escolas urbanas e rurais, comunidades quilombolas e indígenas, entre outros. A partir de 2005, com o ingresso da CGTEE ganhou um novo impulso, devido ao substancial acréscimo de recursos. Isso permitiu que fossem implantados 547 quintais nos três Estados do Sul e no Uruguai, proporcionando uma nova dimensão internacional ao trabalho. O projeto beneficia diretamente mais de 24 mil pessoas e, por isso, em 2007 recebeu da Fundação Banco do Brasil, a certificação de Tecnologia Social.

Fonte: Embrapa

Especialistas discutem sustentabilidade na Amazônia

Com o objetivo de fomentar o debate acerca das questões ambientais emergentes, assim como a aplicabilidade de estratégias para a sustentabilidade na Amazônia, a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) promove na próxima semana (de 19 a 23), o 2º Seminário de Ciências do Ambiente na Amazônia e o 3º Encontro de Etnobiologia e Etnoecologia da Região Norte.

Participam dos encontros representantes do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), da Empresa Brasileirea de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), das universidades estaduais de Campinas (Unicamp), Paulista (Unesp), das universidades federias Fluminense (UFF), do Mato Grosso (UFMT), de Santa Catarina (UFSC), de Pernambuco (UFPE) e do Pará (UFPA), e da Fundação Chico Mendes.

Da programação constam palestras, mini cursos, compartilhando experiências, e planejamento de ações conjuntas.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Impa

Brasil avança no estabelecimento de metas nacionais de biodiversidade para 2010

Daniela Mendes

O Brasil chega à 9ª Conferência das Partes (COP-9) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU, que inicia nesta segunda-feira (19), em Bonn, na Alemanha, como um dos poucos países que fez um exercício interno para estabelecer metas nacionais de biodiversidade para 2010. De acordo com o diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, Bráulio Dias, "alguns países fizeram, mas o Brasil foi o único a fazer de uma forma abrangente, olhando todas as peças da convenção, todos os temas tratados por ela".

As metas internas brasileiras foram estabelecidas pela Resolução nº3, de 2006, da Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), editada poucos meses após a realização da COP-8, em Curitiba. Desmatamento, espécies exóticas invasoras, aquecimento global, remanescentes dos biomas, espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção, recursos genéticos e manejo sustentável estão entre os temas prioritários, segundo a resolução. Bráulio Dias destacou ainda que a atualização das áreas prioritárias de conservação da biodiversidade é outro avanço importante do Brasil dentro das metas estabelecidas pela CDB. "Poucos países têm um instrumento como esse. A maioria dos países, das pessoas, tem dificuldade de incorporar a biodiversidade na sua tomada de decisão", disse.

Para ele, esse instrumento auxilia muito o país no momento de planejar suas políticas públicas, permitindo que o governo consiga definir com maior propriedade onde pode, por exemplo, construir uma estrada. "No passado, biodiversidade só entrava na discussão no final do processo. Agora a gente passa a ter instrumentos para influenciar na política", acredita.
Segundo Bráulio, outro instrumento muito importante foi o mapeamento da cobertura vegetal dos biomas concluído no ano passado. "O Brasil só tinha um mapeamento, cobrindo o país inteiro, dos anos 70. De lá pra cá alguns estados fizeram, mas a gente não tinha uma visão completa, do território todo, em todos os biomas, à exceção da Amazônia. Esse instrumento dá uma visão do conjunto de todos os biomas e isso passa a ser mais um instrumento para se influenciar na elaboração as políticas, explicou. As pessoas ficam preocupadas com o desmatamento da Amazônia porque temos dados. Esperamos que com esse mapeamento seja possível dar mais atenção para os outros biomas", disse Bráulio Dias.

Ele adiantou que o MMA está fechando parceria com o Ibama para aplicar uma metodologia de monitoramento da vegetação semelhante à do Prodes, usado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), para os demais biomas com prioridade para o Cerrado e a Mata Atlântica. Essa é uma parceria que estamos fechando agora, juntamente com o Pnud. Nós já temos um projeto, o Ibama tem uma proposta detalhada e nós estamos fechando agora o instrumento financeiro para contratar todo o trabalho, disse.

Sobre a CDB - Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) da ONU se constitui em um acordo atualmente ratificado por 186 países, que contempla três objetivos: 1) Conservação, 2) Uso sustentável e 3) Repartição eqüitativa dos benefícios derivados do acesso aos recursos genéticos. A CDB define biodiversidade como a "variabilidade entre organismos vivos de todas as origens, incluindo entre eles, terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e complexos ecológicos dos quais eles fazem parte; incluindo ainda a diversidade dentro da espécie, entre espécies e ecossistemas".

Fonte: MMA

Cristovam: Lula precisa assumir a responsabilidade pelo meio ambiente

Ricardo Koiti Koshimizu

Ao comentar a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) declarou nesta sexta-feira (16) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa assumir a responsabilidade pela preservação ambiental, assim como o fez em relação à política econômica. O senador lembrou que, quando Antonio Palocci era ministro da Fazenda, Lula reiterava que a condução da economia era responsabilidade do governo federal, e não do então ministro. - O presidente Lula tem de ser o guardião das florestas e das reservas ambientais, e não o ministro do Meio Ambiente - afirmou ele, ressaltando que a substituição de Marina Silva "gera um desconforto e uma preocupação em toda a comunidade internacional".

Cristovam disse ainda que a saída de Marina "é um sinal muito forte, para Lula, de que às vezes não se aglutina somente pela média; aglutina-se optando por um lado e convencendo o outro lado a aceitar isso". Nesse contexto, ele argumentou que, "neste momento, não se trata de levar os ecologistas a aceitarem aquilo que o agronegócio quer; trata-se de fazer com que o agronegócio entenda que não se pode fazer tudo que o mercado manda, e que isso é de seu próprio interesse de longo prazo".- Se fôssemos seguir o mercado livremente, estaríamos vendendo cocaína nas esquinas - ressaltou ele.

Ao comentar a saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) declarou nesta sexta-feira (16) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa assumir a responsabilidade pela preservação ambiental, assim como o fez em relação à política econômica. O senador lembrou que, quando Antonio Palocci era ministro da Fazenda, Lula reiterava que a condução da economia era responsabilidade do governo federal, e não do então ministro.

Quanto ao etanol - um dos focos de divergência entre os representantes do agronegócio e os ambientalistas -, o senador defendeu a imposição de limites para o cultivo da cana-de-açúcar destinada à produção desse biocombustível, com a definição de quantos hectares poderão ser ocupados e qual o volume a ser produzido. E comparou o Brasil à Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep). - A Opep entendeu isso, pois é o mercado que se submete a essa organização, e não o contrário - disse.

Cristovam disse ainda que a produção nacional de etanol não pode levar à queda na produção de alimentos, mas observou que isso é uma possibilidade, pois "na disputa entre o estômago das pessoas e os tanques de gasolina, este último vence sob as regras do mercado".

Fonte: Agência Senado

Contaminação por omissão

Thiago Romero

Um levantamento feito com 272 casos de indivíduos que doaram sangue na Fundação Pró-Sangue, em São Paulo, apesar de estarem infectados com o vírus da Aids, apontou que 48,9% omitiram fatores de risco durante a triagem, o que poderia ter evitado a coleta.

O estudo foi feito por César de Almeida Neto, chefe do Departamento de Notificações e Orientação de Doadores com Sorologias Alteradas da fundação, e apresentado no início do ano como tese de doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Almeida Neto avaliou o perfil de doadores de sangue portadores do HIV entre 1999 e 2003, por meio de um estudo caso-controle, no qual 272 doadores de sangue confirmadamente positivos para a doença, a maioria do sexo masculino, foram comparados com um grupo controle de 468 doadores sem a doença. Os indivíduos foram entrevistados antes e depois da doação. “A entrevista realizada antes da coleta de sangue tem o objetivo de identificar situações de risco que o indivíduo tenha vivido nos últimos meses, uma vez que os exames convencionais para a detecção do vírus da Aids podem não detectá-lo em um primeiro momento, devido ao período que chamamos de janela imunológica.

No caso do HIV, a formação de anticorpos no organismo, que permite a detecção da doença, ocorre de quatro a oito semanas após a infecção”, disse o pesquisador à Agência FAPESP. “Isso significa que se um indivíduo se contamina hoje, e daqui a uma semana vai doar sangue, a doença ainda não se manifestou e seu exame provavelmente dará negativo. Com isso, o sangue do doador pode ser liberado normalmente para uso por outros pacientes, mesmo que esteja com o vírus da Aids. A triagem antes da doação é realizada para identificar riscos potenciais nesse período de janela imunológica”, destacou.

Segundo Almeida Neto, uma mesma bolsa de sangue infectada, ao ser liberada para uso, pode contaminar vários pacientes, uma vez que o sangue normalmente é fracionado em componentes como hemácias, plasma e plaquetas, que podem ser utilizados em três pessoas diferentes, contaminando-as. “Mesmo seguindo todos os procedimentos de segurança, ainda existe o que chamamos de risco residual. Em qualquer lugar do mundo o sangue é uma importante fonte de transmissão de doenças. Ao serem questionados antes da coleta, muitos indivíduos têm vergonha de assumir os fatores de riscos e negligenciam esse tipo de informação.

Outra hipótese é que alguns deles usaram os serviços do banco de sangue para simplesmente fazer ou comprovar o teste do HIV”, disse. “Calcula-se que, no Estado de São Paulo, o risco residual de infecção por Aids em períodos de janela imunológica seja de uma a cada 60 mil transfusões de sangue”, disseAlmeida Neto. Para que isso não ocorra, o pesquisador explica que os interessados em fazer o exame do HIV devem procurar o Centro de Referência de Treinamento em Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e Aids, e não os bancos de sangue.
Fatores de risco potenciais para a Aids, além de dados demográficos dos doadores, número de doações prévias, comportamento sexual e associação com os demais marcadores de triagem sorológica foram algumas informações coletadas nas entrevistas.

O estudo destacou, como fatores de risco para o HIV, entre os homens, as relações sexuais com outros homens, pagar ou receber dinheiro em troca do sexo e ter tido duas ou mais parceiras nos últimos 12 meses. As mulheres com parceiro sexual usuário de drogas injetáveis ou que tiveram dois ou mais parceiros nos últimos 12 meses foram as que apresentaram mais riscos. Mais informações: www.crt.saude.sp.gov.br

Fonte: Agência Fapesp

Ibama apreende caminhão com carvão irregular

Airton de Grande

Um caminhão com 100 metros de carvão foi apreendido na tarde de ontem na Rodovia Fernão Dias (BR 381), na altura do município de Vargem, SP, por fiscais do Ibama e policiais rodoviários federais.

A carga seguia de Guarapuava (PR) para Itaúna (MG), mas estava em desconformidade com o descrito no DOF e na Nota Fiscal. Segundo os documentos, o carregamento deveria conter 130 metros de carvão, 30 metros a mais do que a carga real. Por causa da diferença, veículo e carvão foram apreendidos e o proprietário do caminhão multado em R$ 10 mil.
Segundo os fiscais do Ibama, duas irregularidades poderiam estar sendo acobertadas por essa estratégia: ou o motorista já havia descarregado a diferença para um comprador sem DOF ou a carga saiu originalmente do PR com um DOF maior para “esquentar” estoques ilegais de carvão no destinatário.

O Ibama SP agradece a colaboração do Núcleo de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal pelo apoio na operação.

Fonte: Ascom Ibama/SP

ONG afirma que há seis meses não recebe verba para atendimento à saúde indígena

Ana Luiza Zenker

Desde janeiro a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) não está repassando verbas relativas a um convênio de prestação de atendimento à saúde indígena a organizações do Mato Grosso. É o que afirma a organização não-governamental Operação da Amazônia Ativa (Opan).

A ONG atende as etnias Myky, Irantxe e Enawene, duas no município de Brasnorte e uma em Juína. De acordo com o auxiliar de enfermagem da Opan Jair Aparecido de Sá são cerca de 900 indígenas que recebem assistência básica, que inclui vacinação, pré-natal, acompanhamento do peso das crianças, entre outras ações.“E isso demanda, dentro do município, aluguel de casa, que é o escritório, alimentação para os pacientes, quando vêm, manutenção dos veículos, e tudo isso hoje está cortado dentro da cidade por falta de pagamento, essa é a nossa situação hoje”, afirmou Jair à Agência Brasil.

Ele diz que são duas as principais preocupações. Uma é que os serviços tenham que ser completamente suspensos. Por enquanto, o atendimento em Brasnorte continua, mas já foi suspenso nas aldeias. “Nós moramos em uma região que é endêmica de malária, hanseníase, tuberculose, leishmaniose, então a qualquer momento pode haver um surto, e não ter ninguém para dar suporte, então o agravante mesmo é o risco de começar a morrerem pessoas por falta de atendimento na área”, disse.

A segunda ameaça é de que os profissionais que prestam o atendimento se desliguem da organização, pois não estão recebendo seus salários há três meses. De acordo com Jair, o pessoal que trabalha atualmente no atendimento nas aldeias “já está capacitado para trabalhar com a saúde indígena; quem trabalha com o povo Enawene, por exemplo, tem que falar a língua Enawene, eles não falam português”.

Em nota, a Funasa afirmou que desde julho de 2004, quando o convênio foi firmado, já foram repassadas 15 parcelas do valor total, e a última foi repassada no dia 28 de março, no valor de R$ 88.327,67. A 16ª parcela só será liberada depois que forem resolvidas as pendências referentes à prestação de contas anterior.A coordenadora da Opan, Cleacir Alencar Sá, no entanto, garante que duas parcelas estão atrasadas desde janeiro, somando cerca de R$ 800 mil. Além disso ela afirma que a ONG nunca teve nenhum problema na prestação de contas e que está em dia com todos os serviços. “Mesmo se fosse prestação de contas, já tem mais de três meses, daria tempo de ter resolvido, né? Isso para mim é falta de vontade política e falta de interesse”, disse.

Fonte: Agência Brasil

Número de espécies caiu 27% em 35 anos, diz estudo

Um estudo divulgado pelo WWF (Fundo Mundial para Natureza) e a Sociedade de Zoologia de Londres mostraram que o número de espécies terrestres, marinhas e de água doce registrou uma queda total de 27% entre 1970 e 2005.

Segundo estes dados, compilados no Living Planet Index (Índice Planeta Vivo), que acompanha cerca de 4 mil populações, as espécies marinhas como o peixe-espada, estão entre as mais atingidas, com queda de 28% apenas entre 1995 e 2005. Aves marinhas também sofreram uma queda grande, de cerca de 30% desde a metade da década 90. Outras espécies como o antílope africano e o tubarão-martelo também foram muito afetadas. Outra espécie, o baiji, ou o golfinho do rio Yangtze, pode ter desaparecido completamente.

O índice, que acompanha cerca de 241 espécies de peixes, 83 anfíbios, 40 répteis, 811 aves e 302 mamíferos, revela que espécies terrestres sofreram queda de 25%, espécies marinhas caíram em 28% e espécies de água doce caíram 29% entre 1970 e 2005. Segundo o WWF, a destruição dos habitats e o comércio de animais selvagens são as grandes causas do declínio destas populações e acrescenta que, nos próximos 30 anos, a mudança climática será um dos fatores de crescente importância que vai afetar as espécies.

Qualidade de vida

Enquanto a biodiversidade continua em queda, um relatório do WWF elaborado em 2006 concluiu que atualmente a humanidade está consumindo cerca de 25% mais recursos naturais do que o planeta consegue repor. O WWF afirmou que se a perda da biodiversidade não for paralisada, haverá impacto para os humanos também. "Biodiversidade reduzida significa que milhões de pessoas vão enfrentar um futuro no qual os suprimentos de alimentos são mais vulneráveis a pragas e doenças", disse o diretor-geral do WWF, James Leape."Ninguém escapa do impacto da perda da biodiversidade, pois a diversidade global reduzida se traduz de forma clara em menos medicamentos, maior vulnerabilidade a desastres naturais e maiores efeitos do aquecimento global", acrescentou.

Convenção

As descobertas foram divulgadas dias antes do início da reunião Convenção sobre Biodiversidade, que começa no dia 19 de maio na cidade alemã de Bonn. A Convenção foi assinada em 1992 com o objetivo de estabelecer o tamanho da perda de espécies. Em 2002, os países integrantes da convenção prometeram atingir uma "redução significativa" na atual taxa de perda de biodiversidade até 2010. Mas a Sociedade de Zoologia de Londres afirmou que, desde então, os governos não estabeleceram as políticas necessárias para alcançar este objetivo.
O WWF, por sua vez, pediu que os governos que vão se reunir em Bonn honrem seus compromissos e estabeleçam áreas de proteção para a vida selvagem, além de adotarem uma meta, para alcançar índice zero de devastação de florestas até 2020.

Fonte: BBC Brasil

Nitrogênio demais


Dois artigos publicados na Science, um deles com participação brasileira, destacam a influência promovida pela atividade humana na quantidade de nitrogênio nos oceanos. Excesso estimula a produção de óxido nitroso e, por conseqüência, o aquecimento

O homem aumentou a oferta nos oceanos de nitrogênio disponível a organismos em quase 50%. Além disso, tem influenciado gravemente os ciclos desse elemento químico na atmosfera e no solo do planeta. As afirmações estão em dois estudos independentes publicados na edição de 16 de maio da revista Sciente.

O aumento tem sérias implicações para as mudanças climáticas, uma vez que o nitrogênio em excesso aumenta a atividade biológica marinha e a absorção de dióxido de carbono, o que, por sua vez, leva à produção de mais óxido nitroso, considerado ainda mais prejudicial ao aquecimento global do que o metano ou o próprio dióxido de carbono.
Que o homem tem interferido no ciclo de nitrogênio, por meio do uso indiscriminado de fertilizantes na agricultura e da queima de combustíveis fósseis, é algo que já se sabia. Mas os novos estudos são os primeiros a avaliar o impacto da produção antropogênica do elemento químico nos oceanos.

Os estudos foram coordenados por Robert Duce, do Departamento de Oceanografia e Ciências Atmosféricas da Universidade Texas A&M, e James Galloway, do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade da Virgínia, ambas nos Estados Unidos. O segundo artigo conta com a participação de Luiz Antonio Martinelli, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), e um dos maiores especialistas no país sobre alterações no ciclo de nitrogênio.

Os dois trabalhos destacam a necessidade de que sejam conduzidos mais estudos para investigar os efeitos da atividade humana nos ciclos de nitrogênio, mas são categóricos em afirmar que as conseqüências negativas nos níveis globais do elemento químico se intensificarão nos próximos anos. Duce e colegas descrevem em seu artigo que as formas de nitrogênio antropogênico já são responsáveis por cerca de 3% de toda a nova produção biológica marinha. E a contribuição humana é responsável por cerca de um terço do óxido nitroso e um décimo do dióxido de carbono que chega aos oceanos do planeta todos os anos.

Segundo os autores, essa influência pode reduzir níveis de oxigênio essenciais na água e tem efeitos sérios no clima, na produção de alimentos e em ecossistemas espalhados por todo o mundo. Galloway e colaboradores destacam os problemas ambientais e de saúde que derivam do aumento dos níveis de nitrogênio produzidos pela atividade humana. Eles também apontam o “desequilíbrio extremo” de nitrogênio que existe atualmente. Os pesquisadores ressaltam a “importância crítica da redução de nitrogênio reativo [usado por organismos] no ambiente” e lançam uma série de questões para serem consideradas por estudos futuros. “Muito do nitrogênio antropogênico se perde no ar, na água e no solo, causando problemas ambientais e de saúde humana em cascata. Ao mesmo tempo, a produção de alimentos em algumas partes do mundo é deficiente em nitrogênio, ressaltando as disparidades na produção de fertilizantes que contêm o elemento químico.

Otimizar a necessidade desse recurso importante ao homem e, ao mesmo tempo, minimizar suas conseqüências negativas requerem uma abordagem interdisciplinar e o desenvolvimento de estratégias para diminuir os resíduos que contenham nitrogênio”, afirmaram. “O ciclo natural do nitrogênio tem sido grandemente influenciado pela atividade humana no último século – talvez mais do que o ciclo de carbono – e estimamos que os efeitos destruidores continuem a aumentar. Por conta disso, é fundamental que ações sejam tomadas para enfrentar o problema, como no controle do uso de fertilizantes ou na diminuição da poluição promovida pelo crescente aumento no número de automóveis”, disse Peter Liss, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, que participou do estudo coordenado por Duce.

Os artigos Transformation of the nitrogen cycle: Recent trends, questions, and potential solutions, de James Galloway e outros, e Impacts of atmospheric anthropogenic nitrogen on the open ocean, de Robert Duce e outros, podem ser lido por assinantes da Science em http://www.sciencemag.org/.

Saiba mais sobre as mudanças no ciclo do nitrogênio:
Recuperação verde.
Faca de dois gumes.

Fonte: Agência Fapesp

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Em favor das baleias e da criação do Santuário do Atlântico Su

Olá, Carol

Claro que posso ajudar. Só me dizer como.

Abraços

Lula diz que há disputa comercial por trás do debate sobre biocombustíveis

Yara Aquino

Ao chegar a Lima para participar da 5ª Cúpula de presidentes da América Latina, Caribe e União Européia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que há uma disputa comercial por trás da recusa aos biocombustíveis. “Obviamente que as petrolíferas estão por trás disso e que os países não querem mudar suas matrizes.”"Se nao tivéssemos encontrado a camada pré-sal eles iriam dizer que o Brasil estava fazendo isso [produzindo biocombustível] por que não tinha petróleo. Agora, temos muito petróleo e queremos produzir muito biodiesel e levar tecnologia para outros países", defendeu.

Para o presidente, é preciso estar preparado porque o debate sobre os biocombustíveis está apenas começando. “Como o tema é novo, compreendo que as pessoas recusem. Você sabe que é muito difícil as pessoas aceitarem mudanças”, completou. Lula também falou que o Brasil participa da cúpula com o objetivo de aprofundar a discussão sobre os temas considerados importantes na reunião. “Temos a questão energética, climática e de alimentos que são três problemas que não podem estar separados. É um tema que todos os países do mundo tem interesse em discutir e o Brasil tem clareza na suas posições”, defendeu.

A 5ª Cúpula América Latina, Caribe e União Européia teve início ontem (13) e segue até o dia 16 de maio. A reunião tem dois eixos centrais de discussão: Pobreza, Desigualdade e Inclusão e Desenvolvimento Sustentável: Mudanças Climáticas, Meio Ambiente e Energia.

Fonte: Agência Brasil

Brasil é denunciado por cultivo de transgênicos em reunião na Alemanha

Camila Vassalo

O Brasil está sendo denunciado internacionalmente por ambientalistas pelo plantio irregular de transgênicos. Organizações do setor entregaram a representantes de entidades internacionais reunidos na Alemanha documento que aponta falta de ação do governo brasileiro em relação a plantios ilegais e ausência de estudos de impacto ambientais das espécies liberadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

Os ambientalistas estão participando da reunião de partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que segue até amanhã (16), em Bonn, na Alemanha. A denúncia baseia-se em dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pede a suspensão das decisões que liberaram o plantio comercial de milho transgênico no Brasil.“Apresentamos a cinco organizações da sociedade civil essa denuncia aqui na Alemanha, na terça-feira (13).

Ainda não sabemos o que vai acontecer daqui para frente. O que podemos dizer é que o Comitê de Cumprimento recebeu a denúncia e agora ela será avaliada”, disse a coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace, Gabriela Vuolo, em entrevista hoje (15) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. De acordo com Gabriela Vuolo, todos os documentos anexados são oficiais. Segundo ela, o Brasil foi denunciado por três motivos específicos: a ausência de estudos de impacto no meio ambiente e na saúde, a falta de ação do governo em relação aos plantios ilegais e a falta de participação popular nas decisões sobre o cultivo de transgênicos.“O governo brasileiro foi notificado com uma cópia da denúncia, mas até o momento não se manifestou.

Esperamos que o Brasil tome as medidas necessárias e que um comitê verifique o que for feito”, informou a coordenadora.Segundo ela, os ambientalistas já haviam encaminhado uma série de perguntas para o Itamaraty questionando o cumprimento do Protocolo de Cartagena, mas nunca receberam resposta.

Fonte: Agência Brasil

Concentração de CO2 é a mais alta em 800 mil anos

A concentração dos dois principais gases causadores do efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH4) é atualmente a mais elevada dos últimos 800.000 anos, segundo um relatório publicado hoje pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CNRS).

A concentração de CO2 supera hoje o volume de 380 partes por milhão, quando até recentemente não havia superado ainda as 300 partes por milhão e, há 667 mil anos, registrava um mínimo de 172, segundo os dados do CNRS. No caso do metano (CH4), constatou-se que atualmente existem 1,8 mil partes por cada um bilhão, enquanto no passado o volume variava entre 350 e 800 partes por bilhão.

Os números são o resultado de um teste de mostras de gelo retiradas de uma profundidade de até 3,27 km, na calota polar da Antártida, realizado por cientistas franceses das universidades Joseph Fourier e Saint-Quentin, assim como da Universidade de Berna na Suíça. Essas porções de gelo, extraídas nas proximidades da base científica franco-italiana Concórdia no continente antártico, são os mais antigos analisados até agora - o precedente era de 650 mil anos -, e dão conta da história climática da Terra durante oito sucessões de períodos de geleira interglacial.
Os cientistas que trabalharam com essas mostras de gelo, nas quais estavam contidas gotas de gases atmosféricos de tempos remotos, puderam confirmar a correlação entre as mudanças climáticas, e em particular a evolução da temperatura de nosso planeta, e o ciclo do carbono.

Sobre o metano, os pesquisadores constataram que o aumento da intensidade das monções no sudeste asiático acaba com a alta da concentração deste gás na atmosfera. Uma vinculação que tem a ver, em parte, com a umidade ou com a camada de neve no alto do Tibete e com a insolação.

Fonte: EFE

Noruega cria método "limpo" para estocar energia eólica

A pequena ilha norueguesa de Utsira, ao sudoeste da costa da Noruega, está testando uma maneira de estocar toda a energia gerada pelo vento que poderá ser o primeiro sistema para transformar de forma limpa toda energia excedente em hidrogênio, que pode ser estocado, e oxigênio, segundo a AFP

A energia eólica excedente passa pela água e, usando eletrólise, os átomos de hidrogênio são separados dos de oxigênio. O hidrogênio é então comprimido e estocado em um recipiente que pode guardar gás de hidrogênio suficientes para abastecer 10 casas por dois dias sem vento.
"O sistema permite o fornecimento de energia com qualidade e confiança necessárias", disse Halgeir Oeya, que coordena a unidade de tecnologia de hidrogênio na companhia norueguesa StatoilHydro, que executa o projeto.

O técnico Inge Linghammer afirma que o sistema é a solução para aproveitar os dias em que há muito vento e fornecer energia para os dias em que não há nenhum vento.
Em um dia considerado bom, as duas turbinas da ilha produzem mais energia do que os 210 habitantes da ilha usam. Entretanto, quando os ventos ficam fracos, a maior parte da ilha de Utsira, que mede seis km², utiliza energia da ilha principal da Noruega.

Fonte: Redação Terra

Carlos Minc quer mudar lei para reduzir burocracia de licenciamentos ambientais

O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu hoje (15), em Paris, a elaboração de uma nova lei de licenciamento ambiental para o Brasil, “com exigências mais rigorosas, mas que diminua ao mesmo tempo a burocracia". As informações são da BBC Brasil.

Durante sua gestão como secretário estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, Minc reduziu pela metade o tempo para aprovar certificações e licenças de instalação e operação no estado.
"Mais burocracia não significa maior rigor em relação às exigências ambientais", argumentou Minc, em entrevista coletiva na capital francesa. "Ao contrário, a burocracia é a mão da corrupção", afirmou.

Minc disse que vai manter "todas as políticas da ex-ministra Marina Silva, sem exceções, e aprofundá-las em algumas questões", com base em sua experiência própria com políticas urbanas e industriais como secretário no Rio de Janeiro. O novo ministro disse que "foi obrigado" ao aceitar o cargo. "Não era convite, era intimação", afirmou. "Não pedi, tenho mandato no Parlamento [Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro], mas, em vista da insistência do governador Sérgio Cabral [do Rio de Janeiro], disse que aceitaria o cargo", completou. Entre as políticas defendidas pelo novo ministro está a ampliação das áreas protegidas no Brasil. "Sou preservacionista", afirmou. "As áreas protegidas no Brasil têm de ser ampliadas e cuidadas. E têm de ter financiamento para a sua preservação", defendeu.

Minc disse ainda que pretende implantar em nível nacional um sistema de defesa das unidades protegidas utilizando profissionais formados especialmente para esta atividade, como já fez no Rio de Janeiro. Esse sistema poderia incluir o uso de militares nas áreas de conservação, segundo Minc. Na próxima segunda-feira (19), Carlos Minc se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Marina Silva, em Brasília.

Fonte: Agência Brasil

Publicação sobre pesquisa em saúde está disponível para 'download'

Bruna Cruz e Paula Lourenço

As descobertas científicas são alvo constante de notícias que atraem a atenção do público, sobretudo quando se trata de pesquisa em saúde. No entanto, nem sempre é fácil entender a linguagem que os cientistas utilizam para explicar o resultado dos seus projetos, usando expressões incomuns no dia-a-dia da população. Pensando nessa dificuldade, enfrentada principalmente por jornalistas, que têm papel crucial na veiculação das informações para a sociedade, o Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM), unidade da Fiocruz em Pernambuco, elaborou a publicação Setenta termos para compreender a pesquisa em saúde. A obra está disponível para download aqui.

Organizado pela Assessoria de Comunicação Social (Ascom) da instituição, o trabalho apresenta um glossário com definições para os vários tipos de pesquisa - avaliativa, básica, biomédica, clínica, estratégica, fundamental, epidemiológica, entre outras - propriedade intelectual, ética em pesquisa, Lei de Inovação, economia em saúde, bem como informações sobre os principais fundos setoriais de saúde e ciência e tecnologia (C&T). Existem, também, na publicação, termos que ajudam a entender melhor as políticas e programas desenvolvidos para o Sistema Único de Saúde (SUS). A obra contextualiza a Fiocruz em Pernambuco na pesquisa em saúde, com informações sobre sua atuação no Nordeste, com projetos científicos de doenças comuns na região, como dengue, doença de Chagas, esquistossomose, filariose, leishamiose, além de aids e tuberculose. Há, ainda, dados sobre a formação de recursos humanos para o SUS, por meio do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública stricto sensu, com doutorado, mestrado acadêmico e mestrado profissional, e lato sensu, com cursos de especialização, residência, além de atualizações e capacitações.

A publicação, que também é voltada para gestores e profissionais interessados no setor de C&T em saúde, surgiu da necessidade de uma melhor contextualização de termos e expressões que atualmente fazem parte da área de pesquisa em saúde, tendo em vista que, com exceção da pesquisa militar, é a que tem tido os maiores gastos financeiros em termos mundiais. Por meio dessa obra de 64 páginas, ilustrada e de fácil manuseio, a assessoria espera contribuir para a comunicação e a educação em saúde, ajudando a compreender esse setor. O material foi elaborado reunindo alguns termos e conceitos já existentes em documentos e glossários produzidos pelos ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia.
A publicação teve coordenação-geral da jornalista Paula Lourenço e coordenação-executiva da também jornalista Silvia Santos. Contou com assessoria técnica da lingüista e professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE Nelly Carvalho, dos biblioteconomistas Adagilson Batista e Mégine Cabral, ambos da Fiocruz em Pernambuco e, na revisão conceitual, colaboraram: Fabiane Cavalcanti, jornalista do Jornal do Commercio e mestre em lingüística pela UFPE, e os pesquisadores Alexandre Bezerra de Carvalho, Ana Brito e Wayner Souza, do CPqAM.

Fonte: Fiocruz

Ministro abre encontro voltado para o Semi-Árido

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, participa, amanhã (16), às 9 horas, da abertura do 2º Fórum do Programa Comunidades Coep Semi-Árido: Organização Comunitária, Geração de Trabalho e Renda, Educação e Cidadania, Inclusão Digital e Convivência com o Semi-Árido. O evento prossegue até domingo (18), em Itamaracá, na região metropolitana do Recife (PE).

ÇParticipam do encontro lideranças de 38 comunidades do semi-árido do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, professores e alunos das universidades integrantes do projeto Universidades Cidadãs (Universidades federais do Piauí (UFPI), Rural de Pernambuco (UFRPE), de Campina Grande (UFCG), do Rio Grande do Norte (UFRGN), de Sergipe (UFSE) e Universidade Regional do Cariri (URC)), além de equipes de campo e de coordenação do Coep.

O Programa Comunidades Coep Semi-árido surgiu da conjugação de diversos projetos de desenvolvimento comunitário executados pelo Coep, desde 1999, no Semi-Árido nordestino.
Atua em cinco eixos principais: organização comunitária; geração de trabalho e renda, por meio da produção de algodão ou mamona e da caprino-ovinocultura; educação e cidadania; inclusão digital e convivência com o semi-árido. Busca o desenvolvimento humano e socioeconômico, por intermédio do estabelecimento de parcerias com as comunidades e de sua participação ativa no processo.

A execução do Programa tem a parceria das Companhias Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Coppe/UFRJ, Eletrobrás, Embrapa, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), Programa Gesac/Ministério das Comunicações, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Assessoria Especial de Mobilização Social da Presidência da República.

Serviço:

Abertura do 2º Fórum do Programa Comunidades Coep Semi-Árido: Organização Comunitária, Geração de Trabalho e Renda, Educação e Cidadania, Inclusão Digital e Convivência com o Semi-Árido.

Dia: 16 de maio de 2006

Horário: 9 horas

Local: Auditório do Orange Praia Hotel - Rodovia PE 01 - Av. do Forte, 3590 B - Forte Orange - Ilha de Itamaracá (PE).

Fonte: MCT

Madeiras apreendidas pelo Ibama são leiloadas pela SEMA em Santarém

Christian Dietrich

Leilão é o primeiro realizado pelo governo do estado

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará realizou na manhã de hoje o primeiro leilão de madeiras apreendidas pelo Ibama em Santarém. O material havia sido doado pelo instituto à SEMA, conforme o Termo de Cooperação firmado entre o Ibama e o Governo do Pará no final do ano passado, visando agilidade na destinação dos produtos florestais apreendidos nas ações de fiscalização do órgão.

Foram oferecidos 3.712 metros cúbicos de madeira divididos em três lotes. Dois dos lotes foram arrematados durante o leilão, por valores acima do mínimo inicial, totalizando R$ 1.294.192,40. O leilão está previsto no Decreto 533/2007, do governo estadual, que rege as normas para sua realização, bem como possibilita também a doação da madeira recebida do Ibama pela SEMA. Inicialmente a oferta era de pouco mais de 5 mil metros cúbicos, contudo, uma parte do produto florestal foi excluída do edital por solicitação da Justiça Federal em Santarém, por estar em litígio.

Na apresentação, Daniel Cohenca, Gerente Executivo do Ibama em Santarém, saudou a realização do leilão como forma de a madeira apreendida ser aproveitada, “os recursos provenientes do leilão servirão para equipar os órgãos ambientais”, afirmou. Leila Elias, diretora de gestão administrativa e financeira da SEMA, representando a Secretaria, ficou satisfeita com o resultado do leilão, e afirmou que está sendo definido até o final de junho como será o procedimento para realizar doações para entidades sem fins lucrativos, o que também está contemplado no decreto estadual.

Segundo a diretora, os recursos angariados através dos leilões irão para o Fundo Estadual do Meio Ambiente, e devem ser investidos no Programa de Restauração Florestal do estado do Pará. O Programa prevê a implementação, entre outras medidas, de regularização fundiária, incentivos à gestão ambiental nos municípios, recuperação de passivos ambientais e no Projeto 1 bilhão de Árvores para a Amazônia, cujo lançamento será no dia 30 de maio, onde é esperada a presença do Presidente da República.

Fonte: Ibama Santarém-PA

Quando os caçadores de ventos se reúnem para trocar informações

Muito pouco se conhece no Brasil e no mundo sobre os ciclones – movimentos circulares de ar fortes e rápidos que, dependendo da intensidade, recebem o nome de tufões ou furacões – que acontecem no sul do Oceano Atlântico, região que banha a costa das regiões sul e sudeste do Brasil.

O fato, segundo o meteorologista e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Isimar Azevedo dos Santos, ocorre porque, diferentemente do Atlântico Norte, que banha a costa dos Estados Unidos, o Atlântico Sul é pouco estudado por não ter rotas de navegação importantes. Pensando em aumentar o número de informações disponíveis sobre estes ciclones, profissionais de Estados Unidos, Austrália e de países do Cone Sul (Chile, Argentina, Uruguai, Paraguai e sul do Brasil) estarão reunidos para o Encontro Internacional sobre Ciclones do Atlântico Sul - Previsão de Trajetórias e Riscos, entre os dias 19 e 21 de maio, no hotel Rio Othon Palace (Av. Atlânica, 3264, Copacabana) no Rio de Janeiro. O evento conta com o apoio da FAPERJ.

Segundo Santos, que coordena o encontro, apesar de a maior parte da população acreditar que o Brasil é um país livre da ameaça de ciclones, a afirmativa não é bem verdadeira. “Um exemplo é o ciclone que atingiu no começo deste mês algumas cidades do estado de Santa Catarina, no sul do país”, afirma Santos. Segundo informações da Agência Brasil – órgão de comunicação oficial da presidência da República –, deixou mais de 1.600 pessoas desabrigadas em várias cidades de lá. “Aqui no Brasil, os ciclones que nos afetam são chamados extratropicais, sempre associados às frentes frias”, explica o meteorologista. “Embora no Rio se formem muito distantes da costa, eles afetam de forma indireta o estado por meio de fortes ressacas que atingem as praias do litoral. Além disso, importantes setores da economia fluminense, como portos, turismo, lazer, navegação e pesca estão sujeitos a prejuízos decorrentes desses fenômenos”, acrescenta o meteorologista.

O encontro faz parte do projeto “Estudo de Ciclones no Atlântico Sul e Impactos na Costa do Estado do Rio de Janeiro”, sigla Ciclones, projeto financiado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos, órgão de fomento à pesquisa ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia). O Ciclones se integra a alguns dos objetivos do projeto internacional denominado Thorpex, desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à ONU, e que se propõe a aperfeiçoar as previsões meteorológicas de alto impacto como os ciclones extratropicais e os tropicais (que se transformam em furacões). “No caso do sul e sudeste do Brasil, eles ocorrem eventualmente e acontecem com maior freqüência no outono. Em geral, podem ser previstos entre sete a dez dias antes de ocorrerem”, ensina Santos.

O coordenador do evento explica que, em geral, os ciclones se formam nos oceanos e necessitam de uma forte base de dados meteorológicos para serem reconhecidos. Neste ponto, Azevedo dos Santos destaca o desenvolvimento que a meteorologia brasileira vem tendo nos últimos 15 anos. “Esta ciência necessita de uma grande base tecnológica e seu desenvolvimento no país está diretamente ligado ao avanço tecnológico e econômico que nosso país tem passado”, explica Santos. “Hoje, os órgãos responsáveis por pesquisas meteorológicas em nosso país empregam modelos com níveis altos de previsão. Temos ainda alguns pequenos erros, umas dificuldades pontuais em regiões mais carentes de recursos econômicos, como é o caso da Amazônia”, acrescenta Santos.

Por último, ele chama a atenção para o maior intercâmbio, que vem acontecendo nos últimos cinco anos, entre a base de dados das duas grandes instituições responsáveis pela pesquisa e operação de meteorologia: o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Apesar de as duas instituições possuírem diferentes programas na área de observação, monitoramento de terra e previsão numérica de tempo, elas têm buscado integrar mais sua base de dados. Este ponto, inclusive, será tema de um dos painéis de nosso evento; a geração e divulgação integrada de dados meteorológicos”, conclui o meteorologista.

Confira o site oficial do evento: www.lpm.meteoro.ufrj.br/meeting

Fonte: Faperj

OP-9 terá como desafio avançar a negociação sobre repartição de benefícios

Gisele Teixeira

Começa na próxima segunda-feira (19) em Bonn, na Alemanha, a 9ª Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Durante duas semanas, a comunidade internacional irá discutir medidas para conter a destruição da natureza.

O principal desafio é fazer avançar a negociação em torno do Regime Internacional para Acesso e Repartição de Benefícios (ABS, na sigla em inglês). Esse regime definirá as regras para quem utiliza os recursos genéticos provenientes dos conhecimentos tradicionais e indígenas e também como serão repartidos os benefícios econômicos e sociais derivados da utilização dos mesmos. "Temos grande interesse em fazer as discussões avançarem em Bonn, pois o assunto é vital para um país megadiverso como o Brasil", afirma o diretor do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Bráulio Dias. Não é para menos. O Brasil detém entre 15% e 20% de todas as espécies existentes no Planeta. Além disso, de acordo com a coordenadora técnica do Departamento de Patrimônio Genético do MMA, Cristina Azevedo, das 150 drogas mais indicadas nos Estados Unidos, 57% contêm ao menos um componente derivado de recursos genéticos, sem que nenhum retorno significativo tenha sido observado aos países provedores.

A expectativa da delegação brasileira é que no encontro sejam estabelecidos pelo menos os elementos que vão constar do futuro regime e um cronograma de reuniões de negociação suficiente para que o mesmo esteja concluído em 2010. "A negociação do regime é tema-chave da COP para o MMA e para o Itamaraty", diz Bráulio, acrescentando que ele tem interface com propriedade intelectual, patentes, conhecimento tradicional, povos indígenas e comunidades locais, entre outras áreas. Segundo o diretor, a existência apenas de legislações nacionais facilita o uso da biodiversidade brasileira por outros países. "Se alguém sai daqui com material do Brasil, hoje não podemos fazer nada", lamenta.

De acordo com Bráulio, duas reuniões, em Montreal e Genebra, foram realizadas para fazer avançar as negociações, mas sem sucesso. O impasse continua. De um lado estão a maioria dos países em desenvolvimento e o grupo dos megadiversos, onde se inclui o Brasil. Essas nações defendem um protocolo vinculante (obrigatório), com as obrigações para os países signatários da CDB e também as sanções aplicáveis àqueles que não cumprirem essas determinações. De outro lado, no entanto, a maioria dos países ricos prefere um texto mais abrangente e um regime voluntário. Para aprovar o regime, é preciso haver consenso.

O Brasil preside a Conferência desde a COP-8, em Curitiba, em 2006, e passará agora o posto para a Alemanha, que conduzirá os trabalhos pelos próximos dois anos. Para este novo round são esperados 5 mil participantes dos 190 países-partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB). Entre 28 e 30 de maio acontece o Segmento Ministerial ou de Alto Nível que reúne ministros de meio ambiente da maioria dos países participantes. Também estão previstos 230 eventos paralelos.

Fonte: MMA

Traição imunológica

Proteína com ação antiinflamatória modula resposta imune do hospedeiro e facilita infecção pelo parasita da malária, de acordo com estudo feito por pesquisadora brasileira e capa da nova edição da Cell & Host Microbe
Por Fábio de Castro

Na primeira fase da malária, quando o parasita infecta células do fígado, o sistema imune do hospedeiro poderia atacar e destruir o invasor. Mas uma proteína com atividade antiinflamatória, presente no próprio corpo da vítima, tem um papel crucial na infecção hepática: ela modula a resposta inflamatória e ajuda a proteger as células infectadas.
O mecanismo foi demonstrado em modelos animais por um grupo internacional de pesquisadores, com participação brasileira. O estudo, publicado nesta quarta-feira (14/5), é matéria de capa da revista Cell & Host Microbe.

A autora principal do artigo é Sabrina Epiphanio, que acaba de concluir pós-doutorado no Instituto de Medicina Molecular (IMM), ligado à Universidade de Lisboa, e no Instituto Gulbenkian de Ciência, ambos em Portugal. Além das instituições portuguesas, o estudo teve contribuição de centros de pesquisas nos Estados Unidos e na Alemanha.

Segundo Sabrina, veterinária graduada pela Universidade Estadual Paulista com mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo, o estudo mostrou que a proteína conhecida como hemeoxigenase-1 (HO-1), que tem diversas funções fisiológicas no corpo, possui também papel central na fase hepática da malária. “Apesar de ser assintomática, essa etapa inicial da doença é importante e precisa ser bem conhecida, uma vez que a carga parasitária no fígado pode influenciar a severidade da doença na fase seguinte”, disse à Agência FAPESP.

Sabrina, que está em Portugal desde 2003, explica que a malária começa quando a fêmea do mosquito Anopheles injeta no hospedeiro os esporozoítos do Plasmodium. Eles viajam então pelo sangue diretamente para o fígado, onde infectam os hepatócitos – células responsáveis pelas funções biológicas do órgão. A indução da expressão da HO-1 é crucial para que a infecção hepática ocorra. Por outro lado, a depleção da proteína leva a uma redução da carga parasitária no fígado quando os camundongos são infectados com doses experimentais de esporozoítos – a forma inicial do parasita. “Embora o parasita estimule a inflamação, ele também induz a expressão da proteína HO-1, modulando a resposta inflamatória do hospedeiro, protegendo a célula hepática infectada contra a ação do sistema imune e, conseqüentemente, promovendo o estágio hepático da infecção”, apontou.

Utilizando a tecnologia de RNA de interferência (RNAi), os pesquisadores retiraram a proteína HO-1 do organismo de animais e os infectaram com baixas doses de esporozoítos, em situação próxima à fisiológica. Como resultado, os animais não se tornaram doentes. “Quando eliminamos a proteína em animais e os infectamos com doses mais altas – como as que se usam habitualmente nos experimentos –, a carga parasitária tem uma redução de 70% no fígado. Sem a proteína, quando deixamos a infecção evoluir, os parasitas foram eliminados ainda na fase hepática, suprimindo a fase sangüínea da doença”, disse. De acordo com Sabrina, o estudo poderá motivar trabalhos que levem ao desenvolvimento de aplicações voltadas ao combate da doença, já que existem drogas que inibem a expresão da enzima HO-1. “Mas isso ainda é algo distante, porque, quando falamos de sistema imune e de interações entre parasita e hospedeiro, estamos tratando de relações multifatoriais”, afirmou. Efeito antiinflamatório

O grupo no qual atua a pesquisadora brasileira, coordenado por Maria Manuel Mota na Unidade de Malária do IMM, publicou em 1º de julho de 2007, na revista Nature Medicine, o artigo Heme oxygenase-1 and carbon monoxide suppress the pathogenesis of experimental cerebral malaria, sobre a fase sintomática da infecção e que sugere o monóxido de carbono como uma possível terapia para a inibição da doença. Segundo Sabrina, o monóxido de carbono é um dos produtos da degradação do heme pela HO-1. O grupo mostrou que, quando os animais são tratados com esse produto, eles não morrem de malária cerebral. Um dos motivos para isso é também o efeito antiinflamatório da proteína”, disse. “O efeito que mostramos agora é o reverso da medalha. Quando, na fase hepática, tratamos o animal com monóxido de carbono, a infecção aumenta, porque o monóxido de carbono mimetiza os efeitos da HO-1 e tem efeito antiinflamatório”, declarou.

O artigo Heme oxygenase-1 is an anti-inflammatory host factor that promotes murine plasmodium liver infection, de Sabrina Epiphanio e outros, pode ser lido por assinantes da Cell & Host Microbe em http://www.cellhostandmicrobe.com/.

Fonte: Agência Fapesp

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Operação Lagosta: pescado, redes e embarcações apreendidas no Amapá

Mais de oito toneladas de pescado, embarcações e redes de pesca apreendidas e aplicação de multas foram o saldo da Operação “Lagosta”, realizada na costa atlântica do Amapá no período de 22 de abril a 06 de maio deste ano. Coordenada pela Divisão de Controle e Fiscalização (DICOF) da Superintendência do Ibama no Amapá, em conjunto com os Escritórios Regionais do Amapá e Oiapoque, e o Parque Nacional do Cabo Orange, a ação contou com a participação de policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e teve o objetivo de impedir a captura e o desembarque ilegal de lagostas das espécies verde e vermelha no litoral brasileiro, integrando a ação fiscalizatória nacional do Ibama denominada “Operação Lagosta Legal”.

Concentrada na zona costeira dos municípios de Oiapoque e Calçoene, a ação utilizou a embarcação “Peixe Boi”, pertencente ao Parque Nacional do Cabo Orange, que cedeu ainda uma voadeira para as abordagens às embarcações avistadas. Durante as vistorias, os fiscais encontraram seis embarcações advindas do Estado do Pará que não apresentaram a licença de pesca no ato da fiscalização, e lavraram seis autos de infração no valor total de R$ 9.000,00, com base no art. 21 do Decreto nº 3.179/99, que estipula a aplicação de multa entre R$ 500,00 a R$ 2.000,00 a quem “exercer pesca sem autorização do órgão ambiental competente”. Os autuados têm o prazo de vinte dias para apresentar defesa junto ao Ibama.

As embarcações foram apreendidas e estão sob a guarda de fieis depositários, dada as dificuldades de condução dos barcos até a sede municipal mais próxima. Foram ainda apreendidos 8.400 quilos de pescado de espécies diversas e 12.100 metros de redes de pesca. O pescado foi doado a instituições beneficentes do município de Oiapoque, incluindo a Secretaria de Trabalho e Assistência Social, escolas da rede pública estadual e a Casa do Índio.
Para Zelito Amanajás, coordenador da operação, a maior dificuldade enfrentada pela equipe foi às condições do mar, que se apresentava extremamente agitado, dificultando a abordagem.

Durante a ação, a equipe avistou ainda três barcos de bandeira estrangeira que se evadiram em alta velocidade ao perceberem a lancha do Ibama, impossibilitando qualquer tipo de aproximação dos agentes de fiscalização por conta da desigualdade de potência dos motores das embarcações.

Fonte: Ibama

Igor Waltz

Inimigo íntimo Araras-azuis dependem do tucano-toco, principal predador de seus ninhos, para se reproduzir

Ironias da natureza: um estudo brasileiro realizado no Pantanal indica que a sobrevivência das araras-azuis, espécie ameaçada de extinção, depende indiretamente do principal predador de seus ninhos – o tucano-toco. Esse animal é um dos maiores dispersores das sementes de manduvi, árvore que serve de abrigo para os ninhos das araras. A conclusão foi tirada por um estudo feito por Marco Aurélio Pizo, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), e colaboradores. O resultado mostra como existem na natureza relações muito sutis entre as espécies que nem sempre são facilmente percebidas pelos pesquisadores, mas podem estar fortemente ameaçadas pela ação humana.

A pesquisa foi realizada na região da Fazenda Rio Negro, em Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2002 e 2007. Os pesquisadores visavam inicialmente estudar a relação entre frutos da região do Pantanal com animais dispersores de sementes, e descobriram esta curiosa ligação entre as três espécies. Os resultados finais do estudo foram publicados na última edição da revista Biological Conservation. Também assinam o artigo Neiva Maria Guedes, da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e Região do Pantanal (Uniderp), Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, e Camila Donatti, da Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA).

Dieta restrita

As araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) têm hábitos muito específicos, o que aumenta consideravelmente seu risco de extinção. Essa espécie se alimenta de apenas dois tipos de frutos e constrói seus ninhos predominantemente em buracos já existentes no tronco do manduvi (Sterculia apetala). Esses buracos também são abrigo para mamíferos, insetos e outros pássaros, o que acarreta uma competição entre essas espécies. “O manduvi é encontrado apenas em áreas de floresta, que cobrem 6% da vegetação total do Pantanal”, afirma o biólogo Marco Pizo. “Além disso, apenas manduvis com mais de 60 anos possuem buracos suficientemente grandes para que as aves possam fazer seus ninhos.” Embora os manduvis estejam entre as árvores mais altas do Pantanal, com altura em torno de 20 a 35 metros, os ninhos das araras não estão completamente livres dos predadores.

Durante os anos de 1999 e 2003, a bióloga Neiva Guedes escalou manduvis para analisar quase 300 ninhos de araras-azuis. Nos locais onde havia ocorrido a ação de predadores, ela analisou vestígios como pêlos, penas e marcas, e constatou que os tucanos-toco foram responsáveis por 53% dos ovos destruídos.

Principais dispersores

Os tucanos-toco (Ramphastos toco) também se alimentam dos frutos do manduvi. Porém, ao contrário da maioria das outras aves que comem as sementes desse fruto, o tucano consegue ingeri-las inteiras e espalhá-las por uma extensa área. Esses animais percorrem grandes distâncias em campos abertos entre uma área de floresta e outra, garantindo uma dispersão eficiente para o manduvi. Dessa forma, a reprodução das araras-azuis está indiretamente ligada à relação entre o tucano-toco e o manduvi. Essa relação está seriamente ameaçada pelo desmatamento e pela expansão dos pastos na região, principalmente porque as araras-azuis dependem das árvores mais antigas para se reproduzir. Segundo Pizo, os hábitos muito específicos dessa ave preocupam os pesquisadores. “A arara-azul é um animal ‘próprio’ para ser ameaçado”, afirma. “Esse grupo está bastante reduzido e já está extinto em diversas regiões. Mas essa espécie está se recuperando na região do Pantanal, graças a esforços de conservacionistas e proprietários de fazendas da região.”