sexta-feira, 29 de junho de 2007

Público terá oportunidade de saber mais sobre as marés

A frase "a maré não está para peixe" é bem popular, mas pouco compreendida. Muitos sabem prever a maré em função da Lua e do Sol, sem, no entanto, saberem qual a verdadeira relação existente desses dois astros com a Terra. Neste domingo, 1º de julho, no Bate-Papo hiperinteressante, o físico Douglas Falcão irá explicar o fenômeno das marés e mostrará como se conseguia prevê-lo antigamente.

O Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast/MCT) tem em seu acervo um instrumento mecânico que consegue prever a altura das marés, e será exposto durante o bate-papo. O objetivo é levar o participante a compreender o tema, motivando-o por meio de uma conversa bem dinâmica, conduzida por profissionais da área de divulgação científica.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Mast

Fórum Nordeste 2007 debate biocombustíveis e energias limpas

Os Desafios e oportunidades nos setores de biocombustíveis e energias limpas são o tema do Fórum Nordeste 2007, que acontece na próxima terça-feira, 3 de julho, no Recife (PE). O encontro reunirá especialistas ligados a essas áreas e será aberto, às 9h30, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende. Terá, ainda, a participação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que faz palestra às 12h40.

O evento é realizado pelo Grupo EQM e promovido pela Greenfield Business Promotion, e tem apoio do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar), do Banco do Nordeste e do Ministério da Ciência e Tecnologia. Após a solenidade de abertura, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, faz palestra, às 10h, sobre o Fórum Pan-Americano do Etanol, participando como mediador o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha. Às 11h10, o vice-presidente da Dedini, José Luiz Olivério, falará sobre A Capacidade Brasileira de Bens de Capital para Biocombustíveis, tendo como mediador dos debates o presidente da Datagro Consultoria, Plínio Mario Nastari. Às 12h40, quem fala é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Às 14h05, o tema O Funcionamento dos Leilões de Energias Novas será abordado pelo presidente da Brennand Energia, Mozart Siqueira, com debates mediados pelo presidente da NC Energia, Paulo César Fernando da Cunha.

As Tendências da Energia Elétrica no Brasil serão abordadas, às 15h20, pelo presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Dilton da Conti, participando como mediador o reitor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Valmar Correia de Andrade. Às 16h30. O presidente da Koblitz, Luiz Otávio Koblitz, trata do tema A Capacidade Brasileira da Produção de Bioeletricidade, mediando os debates o presidente da Câmara Setorial de Açúcar e Álcool (Consagro), Luiz Carlos Corrêa de Carvalho.

O Fórum Nordeste 2007 será encerrado, às 17h40, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho.

Serviço

Fórum Nordeste 2007 – Desafios e Oportunidades nos Setores de Biocombustíveis e Energias Limpas

Dia: terça-feira, 3 de julho de 2007

Horário: das 9h30 às 17h55

Local: Arcádia Paço Alfândega – Shopping Paço Alfândega - Rua da Alfândega, 35, Bairro do Recife, Recife (PE)

Floresta de terra firme de Caxiuanã contribui para seqüestro de carbono da atmosfera

É o que indica um estudo que será apresentado na próxima terça-feira, dia 3 de julho, no 15º Seminário de Iniciação Científica do Museu Goeldi, em Belém (PA)

Localizada no município paraense de Melgaço, a Floresta Nacional de Caxiuanã abriga, em seus 333 mil hectares, uma multiplicidade de ecossistemas formados por várzeas, rios, baias, campos, capoeiras e florestas de terra firme, principalmente. Pesquisa que investiga as trocas turbulentas entre a floresta e a atmosfera em diferentes regiões da Amazônia, indica que a floresta de terra firme de Caxiuanã se comporta como sumidouro de carbono, retirando, durante o dia, mais gás carbônico da atmosfera do que aquele liberado à noite. O estudo é realizado pelo bolsista de iniciação científica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), Alessandro Lechinoski, que pesquisa os diferentes processos de trocas de calor, vapor d’água e gás carbônico entre a floresta amazônica e a atmosfera, por meio da análise dos fluxos de carbono e da precisão associada ao seu cálculo estatístico.A pesquisa, que ano passado foi premiada pela Sociedade Brasileira de Meteorologia, será apresentada na próxima terça-feira, dia 3 de julho, durante o 15º Seminário de Iniciação Científica do Museu Goeldi, em Belém (PA).

Os dados utilizados no estudo resultaram de coletas realizadas pelo projeto LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia), e são provenientes da torre meteorológica instalada na Flona de Caxiuanã. “Para Caxiuanã o cálculo dos fluxos turbulentos de gás carbônico demonstra que para a floresta de terra firme na região de abrangência da torre, em média, se comporta como sumidouro de carbono”, explica Lechinoski, que cursa engenharia florestal na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). A análise dos dados confirma resultados obtidos em outros pontos da Amazônia, onde a floresta atua como sumidouro de carbono, apresentando absorção diurna de gás carbônico superior à sua liberação noturna. Além de trabalhar conceitos estatísticos, o bolsista de iniciação científica do Goeldi também utiliza a técnica do microscópio matemático, que permite entender o processo de trocas em uma dada escala temporal ou espacial específica. Por meio da investigação comparativa dos padrões de variabilidade de grandezas físicas, tais como temperatura, vapor d’água e concentração de gás carbônico, Alessandro identificou a existência de padrões de comportamento nas trocas entre a floresta e a atmosfera, que ajudam a compreender melhor como esses fenômenos são condicionados por diferentes fatores ao longo do dia. “A determinação precisa dos fluxos turbulentos é importante em estudos teóricos e práticos sobre os processos climáticos e atmosféricos, pois somente com medidas suficientemente confiáveis é possível chegar a uma conclusão sobre o papel da floresta na questão do carbono”, explica.

Segundo Lechinoski, o resultado ainda não pode ser expandido para toda a Flona de Caxiuanã, pois o fluxo de gás carbônico foi calculado em um único ponto da floresta de terra firme. “Além disso, Caxiuanã possui uma diversidade de ambientes, tanto de florestas como de rios, que podem apresentar comportamentos diferentes com relação ao ciclo de carbono”, alerta. Esta possibilidade de generalização dos resultados para outros pontos da floresta é objeto da segunda etapa de iniciação científica do jovem pesquisador pelo Museu Goeldi. “Além do interesse para os estudos do balanço de carbono e do clima, tais análises são relevantes para outras áreas cientificas, inclusive para investigações de caráter bioclimático, como o comportamento de insetos e outros seres da floresta e seu deslocamento em função do microclima”, explica o pesquisador Leonardo Sá, que orientou o estudo. Serviço O 15º Seminário de Iniciação Científica do Museu Goeldi acontece de 3 a 5 de julho, em Belém (PA), no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, situado no Parque Zoobotânico do Goeldi, na Avenida Magalhães Barata, 376. Mais informações no site http://www.museu-goeldi.br.

Fonte: Assessoria Museu Goeldi

Rede Com Cerrado é lançada na Câmara dos Deputados

Aida Feitosa

A Rede de Pesquisa em Ciência e Tecnologia Horizontal de Cooperação e Uso Sustentável (Com Cerrado) foi lançada oficialmente nesta quinta-feira (28) em audiência pública na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados. A iniciativa visa ampliar o conhecimento e socializar as descobertas sobre o segundo maior bioma brasileiro, pouco conhecido da comunidade científica e dos cidadãos.

A Rede Com Cerrado é uma parceria dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia com instituições de pesquisas dos dez estados que abrigam o bioma. O diretor de Biodiversidade do MMA, Bráulio Dias, presente ao lançamento da rede, contextualizou o Cerrado na dimensão global das mudanças climáticas. Lembrou que, se nada for feito, os biomas brasileiros podem sofrer um aumento de temperatura em média de 4 a 8%. "O impacto maior será na região central do Cerrado, que abriga grande parte das atividades agrícolas", informou.
"O Cerrado representa 21% do Brasil e como se localiza na região central do País possui áreas de transição com os outros biomas", explicou a pesquisadora da Universidade de Brasília, Mercedes Bustamente. Ela informou que é de 1,5% ao ano a taxa de desmatamento no bioma. "É maior do que o desmatamento na Amazônia", destacou.

Fonte: MMA

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Grupo descobre sapinho 'dark' no sul da Bahia


Com apenas 2,5 cm, o pequeno Frostius erythrophthalmus vive em bromélias. Animal é oitava espécie de anfíbio descrita na mata atlântica da região desde 2003.

Reinaldo José Lopes

Não se deixe enganar pela pele escura e lustrosa e pelos olhos de tom vermelho-sangue: apesar da cara de "sapo das trevas", o pequeno Frostius erythrophthalmus é completamente inofensivo. Com apenas 2,5 cm de comprimento, o bichinho é a mais nova espécie de anfíbio do Brasil, descoberta na mata atlântica do sul da Bahia. O animal foi descrito por Bruno Pimenta e Ulisses Caramaschi, pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, num artigo na revista científica "Zootaxa" (www.mapress.com/zootaxa). É mais uma prova do pouco que ainda se sabe sobre a biodiversidade da floresta tropical que um dia dominou o litoral do Brasil - e de como esse conhecimento anda crescendo. "É a nossa oitava descoberta de anfíbios no sul da Bahia publicada desde 2003, sem contar três redescobertas de espécies que não eram vistas há mais de 50 anos", contou Pimenta ao G1. O achado faz parte de um levantamento mais amplo da biodiversidade da região, envolvendo anfíbios, aves e mamíferos em 21 fragmentos de mata, que começou em 2000, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, da ONG de pesquisa Conservação Internacional e do Iesb (Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia).

O nome científico do bicho homenageia um especialista americano em anfíbios, cujo sobrenome é Frost, e seus olhinhos peculiares (em grego latinizado, erythrophthalmus significa "olhos vermelhos"). Como a maioria dos sapos, ele tem corpo atarracado e pele verruguenta. As fêmeas são um pouquinho maiores que os machos. A espécie foi achada vagando pela serrapilheira (a camada de folhas que cobre o chão da floresta) ou trepada em folhas de arbustos e bromélias. Isso dá, inclusive, uma pista de como ele provavelmente se reproduz: "Como ele não foi encontrado perto de poças ou outro corpo d'água, é possível que ele use a água acumulada no interior das bromélias para isso", diz Pimenta. Embora eles ainda não tenham observado o comportamento, um primo de primeiro grau da nova espécie, o F. pernambucensis, usa as bromélias como berçário para seus girinos. Como outros anfíbios, o F. erythrophthalmus é um predador oportunista, comendo "tudo o que se mexe e que cabe na boca dele", brinca Pimenta.

A boa e a má

Poucas espécies estão numa situação confortável na mata atlântica, ecossistema hoje reduzido a apenas 7% de sua área original. No caso do sapinho 'dark', ainda é cedo para dizer se ele corre riscos, mas há tanto razões para otimismo quanto para pessimismo. "Por um lado, é bom ver que ele ocorre em áreas protegidas, como o Parque Estadual Serra do Conduru", diz Pimenta. Por outro lado, o bicho também está presente na região de Boa Nova, onde o desmatamento (motivado pela extração de madeira) tem avançado. Por enquanto, a única certeza é que novos estudos vão trazer ainda mais novidades sobre a fauna de anfíbios da mata atlântica, principalmente no Nordeste. "Até pouco tempo atrás, pouca gente estudava a área, quase ninguém ia até lá coletar espécimes", diz o pesquisador do Museu Nacional.

Fonte: Globo.com

Mundo terá 9 bilhões de pessoas em 2050, diz ONU

Urbanização deve engrossar ainda mais as favelas, diz ONU

O mundo terá em 2050 cerca de 2,5 bilhões de habitantes a mais do que hoje, elevando o total de moradores do planeta a 9 bilhões, estima um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta quarta-feira. E até 2030, cinco bilhões de pessoas viverão nas cidades, o equivalente a 60% da população, disse o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

No ano em que o mundo ultrapassa uma marca de mais de 50% de seus 6,6 bilhões de moradores vivendo em centros urbanos, o UNFPA dedicou seu relatório anual Situação da População Mundial 2007 ao tema da urbanização. O crescimento urbano ocorrerá quase que exclusivamente no mundo em desenvolvimento, onde em 2030 viverão 80% da população das cidades, disse a ONU. Em 30 anos, a população urbana nos países ricos aumentará em apenas 100 milhões de pessoas, o equivalente a 11% da população urbana atual nesses países. Na América Latina, 200 milhões de moradores urbanos adicionais até 2030 significarão um aumento de 50% em relação a hoje. Já na Ásia e na África, carros-chefes do crescimento das cidades, a população urbana dobrará neste período. Com as cidades desses continentes crescendo ao ritmo de um milhão de habitantes por semana, quase sete em cada dez cidadãos urbanos serão asiáticos ou africanos em 2030, previu o estudo.

Favelas

O cenário de concentração do crescimento urbano em cidades do mundo em desenvolvimento fez o UNFPA alertar para a conseqüente explosão das favelas. Atualmente, um bilhão de pessoas vive em favelas, 90% das quais estão nos países em desenvolvimento e 40% na Índia ou na China. "Na África Subsaariana, a urbanização tornou-se virtualmente sinônimo de crescimento das favelas; 72% da população urbana da região vive sob condições de favela, comparados a 56% no Sul da Ásia", disse o relatório. "A população de favelas na África Subsaariana quase dobrou em 15 anos, alcançando cerca de 200 milhões em 2005."
Para os brasileiros, as favelas viraram a maior ilustração das grandes cidades, com milhões de habitantes. Mas o relatório ressaltou que a maior parte do crescimento se dará em cidades de menos de 500 mil habitantes. "É preciso concentrar a atenção onde o crescimento é maior", afirmou a diretora-executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid. "A batalha para alcançar a meta de reduzir à metade a pobreza extrema antes de 2015 (parte das Metas do Milênio) se dará nas favelas mundiais. Portanto, é preciso prestar maior atenção às cidades menores, proporcionando-lhes recursos como informação e assistência técnica (para encarar desafios futuros)." Obaid acrescentou que "a urbanização é inevitável", e que o processo deveria ser "uma força para o bem".

Migração campo-cidade

O relatório disse que o crescimento urbano do futuro não se dará pela migração do campo para as cidades, e sim pelo próprio aumento das populações que já vivem nelas, e criticou políticas oficiais de alguns países de proibir ou desencorajar a movimentação do mundo rural para o urbano. Tais políticas, hoje comuns, por exemplo, na China, também caracterizaram a América Latina nos anos 70. "A transição urbana na América Latina ocorreu apesar de muitas políticas antiurbanas explícitas. De modo geral, a transição urbana foi positiva para o desenvolvimento", observou o relatório. "Uma atitude proativa em relação ao inevitável crescimento urbano teria minimizado muitas de suas conseqüências negativas, particularmente a formação de favelas e a falta de serviços urbanos para os pobres."

Fonte: BBC Brasil

Professor pede rapidez em pesquisas sobre cerrado

Um professor da Universidade de Brasília (UnB) fez uma alerta, nesta quinta, na Câmara dos Deputados, sobre a velocidade da transformação do cerrado nas duas últimas décadas e o perigo do desaparecimento do ecossistema. Márcio Pimentel, decano de pós-graduação, participou da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática, informa a Agência Câmara.

O professor considera alarmante a taxa atual de desmatamento de 1,5% ao ano. Pimentel pediu rapidez no início dos trabalhos Rede de Pesquisa em Ciência e Tecnologia para Conservação e o Uso Sustentável do Cerrado, que foi lançada hoje. Ele destacou que apenas 6% do cerrado está em área protegida pelo poder público e argumentou que os gestores precisam embasar suas políticas no conhecimento produzido pela rede. Para o deputado Jorginho Maluly (DEM-SP), que presidiu a reunião, a rede será fundamental para integrar os procedimentos, os projetos e os financiamentos para a pesquisa relativa ao meio ambiente.

Mercedes Bustamante, professora de Ecologia da UnB, fez coro a Pimentel, e lembrou que o cerrado tem papel de destaque na interação entre os ecossistemas por ocupar 21% da área total do Brasil e estar presente em 11 Estados. O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), que sugeriu a realização da reunião, disse que a sociedade precisa se mobilizar em defesa do cerrado.

Fonte: Redação Terra

Banco Mundial quer tratar clima na América Latina

Ajudar os países a se preparar para as mudanças no clima e para combatê-las será um dos focos mais importantes do trabalho do Banco Mundial na América Latina nos próximos 12 meses, afirmou a chefe regional da instituição, Pamela Cox. Da escassez de água à disseminação da malária nos Andes, o aquecimento global vai afetar o crescimento econômico da região, disse ela. Segundo Cox, os países têm de tomar mais providências para conter suas emissões de gases do efeito estufa como o dióxido de carbono e o metano. "Temos de convencer esses países que é do interesse deles", afirmou Cox numa entrevista na quarta-feira. De acordo com ela, principalmente Brasil e México têm de ser orientados para adotar o caminho da energia com baixo nível de emissões de carbono.

O banco já destinou cerca de US$ 200 milhões à contenção da emissão de gases poluentes na região, como na redução das emissões de metano em depósitos de lixo. Só de cobrir os depósitos de lixo, é possível captar as emissões de gás metano e comprar créditos de carbono para vender a grandes empresas. As queimadas são outra grande fonte de emissões, e o banco quer ajudar o Brasil a usar a floresta amazônica de forma sustentável, por exemplo ao esclarecer os direitos de propriedade de terra dos povos indígenas. "A Amazônia pode ser um assunto sensível para o Brasil. Não estamos dizendo para proteger toda a Amazônia", disse Cox. "Não estamos falando de um zoológico gigante. Estamos trabalhando em vários problemas: 25 milhões de pessoas moram lá, como obter empregos, questões de infra-estrutura e a construção de estradas."
Cox foi a Londres para dar ao governo britânico os resultados do último relatório do banco sobre a região. A mudança no clima será o tema do próximo relatório.

De acordo com ela, o impacto do aquecimento global já começa a ser sentido. "Estimamos que o Equador terá de gastar US$ 100 milhões nos próximos 20 anos para desenvolver novos recursos hídricos", disse ela, referindo-se à dependência equatoriana ao gelo que derrete nas montanhas. Na Colômbia, a malária apareceu pela primeira vez a dois mil metros de altitude, disse ela. E, no Caribe, o banco acabou de aumentar o financiamento para a proteção de seguradoras no caso de grandes furacões. A região também sofre com a degradação dos recifes de coral, grande atrativo turístico em Belize.

Fonte:Reuters

Estudo: energia nuclear não combate aquecimento

O mundo precisaria começar a construir usinas nucleares imediatamente, ao ritmo inédito de quatro por mês, para que a energia nuclear tivesse uma participação significativa no combate ao aquecimento global, disse na quarta-feira o Grupo de Pesquisa de Oxford sobre o futuro desse tipo de energia.

Segundo os especialistas do grupo, além disso ser impossível, traz graves implicações para a segurança mundial, por causa da proliferação das armas nucleares. O estudo rebate o crescente movimento pelo investimento na energia nuclear como forma de energia "limpa". Hoje, a energia nuclear é responsável por cerca de 16% da demanda de eletricidade do mundo. De acordo com o documento, para que a energia nuclear ajudasse significativamente a reduzir as emissões de carbono, ela teria de responder por um terço da demanda de eletricidade até 2075. Para chegar a isso, de acordo com os autores, teriam de ser construídas quatro usinas nucleares ao mês pelos próximos 70 anos. "Um renascimento nuclear mundial está fora da capacidade da indústria nuclear, e sobrecarregaria a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica", disse o texto. "A menos que se demonstre com certeza que a energia nuclear pode fazer uma grande contribuição para a mitigação global do CO2, ela deve ser deixada de fora", afirmou o relatório.

Os defensores da energia nuclear dizem que ela emite muito pouco dióxido de carbono, o gás-estufa que está entre os responsáveis pelo aquecimento global. O levantamento afirmou que existem 429 reatores nucleares em operação e 25 estão em construção.

Fonte: Reuters

Estudo: energia nuclear não combate aquecimento

O mundo precisaria começar a construir usinas nucleares imediatamente, ao ritmo inédito de quatro por mês, para que a energia nuclear tivesse uma participação significativa no combate ao aquecimento global, disse na quarta-feira o Grupo de Pesquisa de Oxford sobre o futuro desse tipo de energia. Segundo os especialistas do grupo, além disso ser impossível, traz graves implicações para a segurança mundial, por causa da proliferação das armas nucleares. O estudo rebate o crescente movimento pelo investimento na energia nuclear como forma de energia "limpa". Hoje, a energia nuclear é responsável por cerca de 16% da demanda de eletricidade do mundo.

De acordo com o documento, para que a energia nuclear ajudasse significativamente a reduzir as emissões de carbono, ela teria de responder por um terço da demanda de eletricidade até 2075. Para chegar a isso, de acordo com os autores, teriam de ser construídas quatro usinas nucleares ao mês pelos próximos 70 anos. "Um renascimento nuclear mundial está fora da capacidade da indústria nuclear, e sobrecarregaria a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica", disse o texto. "A menos que se demonstre com certeza que a energia nuclear pode fazer uma grande contribuição para a mitigação global do CO2, ela deve ser deixada de fora", afirmou o relatório. Os defensores da energia nuclear dizem que ela emite muito pouco dióxido de carbono, o gás-estufa que está entre os responsáveis pelo aquecimento global. O levantamento afirmou que existem 429 reatores nucleares em operação e 25 estão em construção.

Fonte: Reuters

Estudo mostra impacto do aquecimento no Alasca

Muitas das estradas, pistas de pouso ferrovias e sistemas de água e esgoto do Alasca se desgastarão mais rapidamente, e sua substituição ou reparo custará mais caro, devido às alterações climáticas, de acordo com um estudo divulgado na quarta-feira.

As temperaturas mais elevadas, o derretimento do solo congelado, a redução da camada de gelo polar e a incidência mais elevada de inundações devem elevar o custo de reparo e substituição em milhares de projetos de infra-estrutura em US$ 6,1 bilhões, o que resultaria em custo total de US$ 40 bilhões para esse tipo de atividade, daqui até 2030, um aumento de 20%, de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Social e Econômica da Universidade do Alasca em Anchorage. As estimativas de custo se baseiam nas necessidades de cerca de 16 mil itens de infra-estrutura pública no Estado, entre os quais aeroportos e pequenos segmentos de rodovias. Os pesquisadores especularam que, no futuro mais distante, os custos poderiam deixar de subir, à medida que as agências adaptem suas práticas ao clima mais quente. As temperaturas subiram em entre um e três graus, em diferentes partes do Estado, nas últimas décadas, e as mudanças já foram associadas a problemas que variam de erosão costeira em regiões remotas do Alasca a incêndios em florestas.

Os pesquisadores que escreveram o relatório afirmam que suas estimativas quanto à elevação de custo se baseiam em previsões "medianas" quanto ao aquecimento, em um local no qual a maioria da infra-estrutura foi projetada para resistir a extremos de frio. "Presumimos que as temperaturas mais altas signifiquem que a infra-estrutura terá de ser substituída com mais freqüência", afirma o relatório. "É igualmente possível que as alterações climáticas possam prolongar a vida de certas estruturas, mas até agora não identificamos exceções como essas".
O estudo é o primeiro desse tipo a ser conduzido no Alasca., e os autores enfatizam que ele não projeta os custos de coisas como transferência de aldeias, proteção ao oleoduto que atravessa o Alasca, combate a incêndios florestais ou proteção a propriedades privadas que possam ser afetadas. "Há um milhão de outras questões relacionadas às alterações climáticas", disse Peter Larsen, economista especializado em recursos naturais no Instituto de Pesquisa Social e Econômica e responsável pelo projeto. "Estamos falando de apenas um componente, mas é uma parte crítica, porque é por intermédio da infra-estrutura que os bens e serviços são distribuídos pelo Estado". Ele disse que os lugares mais vulneráveis do Estado são provavelmente os construídos sobre o solo permanentemente congelado, cuja temperatura média deve subir acima do ponto de descongelamento, no futuro, o que poderia tornar o terreno instável. "São estruturas que precisam ser mais investigadas", ele disse. "O que acontece aos custos quanto a temperatura de descongelamento é superada?"

Já que não existe uma base de cálculo simples que permita mensurar os custos de infra-estrutura gerados pelas alterações climáticas, Larsen explicou que ele e outros pesquisadores optaram por estudar de que forma as temperaturas mais quentes e as alterações nos padrões de precipitação afetam a durabilidade dos materiais. Depois, combinaram os dados obtidos a previsões quanto ao aumento de temperatura e alterações no clima do Alasca. Larsen diz ter começado a pesquisa "do zero", contactando diversas agências estaduais. "Eu perguntava se eles sabiam como as alterações climáticas dos últimos 50 anos afetaram determinada peça de infra-estrutura. Em mais de uma ocasião, as pessoas riram de mim ao telefone".

Fonte: The New York Times

Brasileiros: problemas ambientais são maior ameaça

Um total de 49% dos brasileiros lista a poluição e os problemas ambientais como as maiores ameaças ao mundo atual. A informação consta de um estudo recém-divulgado pelo instituto de pesquisas americano PewResearch Center.

Os entrevistados na pesquisa deveriam listar a primeira e a segunda maior ameaça ao planeta. No Brasil, a poluição e os problemas ambientais ficaram à frente de temas como a proliferação nuclear, citado por 46%, a disparidade entre ricos e pobres (43%), a aids (36%) e a intolerância religiosa e étnica (25%). O Brasil foi o País em que as preocupações com o meio ambiente registraram o maior aumento, desde a primeira grande pesquisa feita em diferentes nações pelo Pew, em 2002. Naquela ocasião, 20% julgavam o problema a maior ameaça ao planeta. No estudo feito este ano, o índice subiu para 49%.

Preocupação crescente

Outros países que também registraram aumentos significativos em relação às preocupações com o meio ambiente foram a Argentina - onde o assunto passou a ser visto como prioritário por 53%, ante 28% em 2002 - e a França, onde 52% indicaram o problema como o mais grave atual, ante 29% em 2002. Mas os que mais estão preocupados com o meio ambiente e a poluição são a Coréia do Sul, onde 77% listaram o tema como o mais importante, e a China, que recentemente ultrapassou os Estados Unidos como o maior emissor mundial de CO2 e onde a questão é prioritária para 70%. Para 49% dos brasileiros, o principal responsável pelos problemas ambientais são os Estados Unidos (49%), seguido pelo próprio Brasil (16%) e a China (6%). Um total de 34 entre 37 países consultados nessa categoria apontaram os americanos como os principais responsáveis pelo problema.

Até mesmo os americanos compartilham da percepção de que seu país é o maior agente dos danos ambientais. Um total de 33% dos habitantes do país colocam-no no topo da lista, seguido pela China, com 22%, e a Rússia, com 10%.Aumento Entre 2002 e 2005, o índice de pessoas que julgam a degradação ambiental como o maior risco para o planeta aumentou consideravelmente em 20 dos 35 países consultados pelo Pew. Mas no Oriente Médio e em diversos países em desenvolvimento, o assunto ainda permance sendo secundário. Na África, que sofre com elevados índices de contágio de Aids, a doença é considerada o maior perigo global para 87% na Tanzânia e 83% dos sul-africanos. No Líbano, que enfrenta crescentes tensões religiosas, a intolerância religiosa ou étnica é considerada o tema prioritário para 74% das pessoas consultadas. No Brasil, a pesquisa foi realizada de abril a maio deste ano entre mil pessoas. Mais de 45 mil pessoas foram ouvidas em outros 45 países e nos territórios palestinos.

Fonte: BBC Brasil

EUA diz que plano da UE para CO2 fere pacto aéreo

Os Estados Unidos acusaram na quarta-feira a União Européia (UE) de preparar-se para violar o tratado de "céu aberto" assinado recentemente ao propor a inclusão das companhias aéreas, a partir de 2012, no esquema de comércio de gás carbônico.
O plano, que visa combater as mudanças climáticas, já vale para as emissões de gases do efeito estufa realizadas pelo setor industrial da Europa. Mas o governo americano vem resistindo às pressões para limitar suas emissões. Exigir que os vôos vindos da UE ou direcionados para a UE possuam licenças de emissão viola "vários acordos bilaterais, entre os quais o firmado entre a UE e os EUA", afirmou Andrew Steinberg, secretário assistente para a área de aviação e assuntos internacionais do Departamento de Transportes dos EUA.

Os dois lados selaram um amplo pacto no início deste ano com o objetivo de tornar mais competitivo o setor de viagens transatlânticas ao permitir que empresas européias e americanas voem de qualquer cidade da UE para qualquer cidade dos EUA, e vice-versa. Segundo Steinberg, o acordo, junto com o tratado de aviação internacional de 1944 conhecido como a Convenção de Chicago, impede os países de cobrar encargos das empresas aéreas sem fornecer um serviço em troca, tais como taxas de aterrissagem. Os encargos associados à compra de licenças de emissão do dióxido de carbono (CO2) - o principal gás do efeito estufa - não seriam uma contrapartida de serviços prestados e, portanto, feririam os compromissos internacionais assumidos pela UE, afirmou.

A Austrália, o Canadá, a China, o Japão, a Coréia do Sul e os EUA enviaram uma carta conjunta à Alemanha, atual ocupante da Presidência rotativa do bloco, expressando seu ponto de vista, disse Steinberg. "A proposta da UE visa contornar os compromissos assumidos com o restante do mundo", afirmou a autoridade americana em uma audiência com o Parlamento Europeu. O esquema do bloco, que atualmente não cobre o setor de aviação, é o principal instrumento dele para realizar os cortes na emissão de gases do efeito estufa segundo prevê o Protocolo de Kyoto. Por meio dele, a UE fixou um limite de gás carbônico que as grandes indústrias podem emitir e autorizou as empresas a comprarem ou venderem licenças de emissão.

A Comissão Européia propôs que os vôos realizados dentro do bloco passem a integrar o esquema a partir de 2011 e os vôos internacionais, a partir de 2012. "Esperamos dar provas de que o sistema pode funcionar", disse Marianne Klingbeil, do diretório do meio ambiente da Comissão. "Ao incluí-los (os vôos estrangeiros) um ano mais tarde, enviamos ao mundo um sinal - mostramos que, durante um ano, colocaremos esse fardo sobre nossos ombros", afirmou. A Comissão Européia defendeu que o esquema não fere os tratados internacionais.

Fonte: Reuters

Parcerias do MMA contribuem para proteger camada de ozônio, o clima e economizar

Rafael Imolene

O Ministério do Meio Ambiente assinou nesta quarta-feira (27), no Rio de Janeiro, dois termos de cooperação que contribuem para controlar a agressão à camada de ozônio, auxiliam a reduzir o aquecimento global e também a diminuir o consumo de energia. O primeiro deles, com a distribuidora de energia Ampla, prevê a substituição de 900 aparelhos refrigeradores no Rio de Janeiro até o final do ano. O segundo, com o governo estadual, firma uma parceria para regenerar os gases nocivos à camada de ozônio.

As assinaturas ocorreram no início do Seminário Nacional sobre a Cooperação entre Governos e Iniciativa Privada para Proteção da Camada de Ozônio e do Sistema Climático, realizado no Rio Othon Palace, em Copacabana. De acordo com a secretária de Mudanças do Clima e Qualidade Ambiental do MMA, Telma Krug, as parcerias são a forma mais eficiente de implementar as ações do Protocolo de Montreal, que prevê metas para a redução das emissões desses gases na atmosfera. "A integração entre público e privado, e entre União e estados, é o caminho correto para aplicar essas medidas que auxiliam o País", disse. A troca das geladeiras faz parte desse processo, pois aparelhos produzidos no Brasil até 1999 possuem, no condensador e na espuma isolante, o CFC (clorofluorcarbono), um dos gases mais nocivos à camada de ozônio. As novas geladeiras utilizam como gases refrigerantes o HFC (hidrofluorcarbono) e o HCFC (hidroclorofluorcarbono). Esse último também agride a camada de ozônio, mas em menor grau que o CFC, e ambos são gases estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Apenas as geladeiras com HC (hidrocarbonetos) não causam danos.

Os acordos têm como fundamento a Lei 10.295, de 2001, pela qual as empresas distribuidoras de energia devem aplicar 0,5% de seu faturamento em projetos de eficiência energética. Uma das opções mais adotadas é a troca de refrigeradores usados por equipamentos novos em lares de baixa renda. Essa troca significa, em média, uma economia de 50% no consumo de energia referente ao aparelho, ou R$ 120 por ano. Nos termos de cooperação firmados, o MMA compromete-se a facilitar o recolhimento e a regeneração dos gases contidos nesses aparelhos, gerando ganhos para o meio ambiente. A primeira parceria para a substituição das geladeiras foi firmada em 10 de abril de 2006 com o Grupo Neoenergia, controlador das empresas distribuidoras de energia Coelba (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia) e da Celpe (Companhias Elétricas de Pernambuco). Pelo acordo de cooperação, o MMA fornece máquinas para aspirar o CFC e capacita profissionais para fazer o serviço de recolhimento do gás. Em troca, as distribuidoras responsabilizam-se pela substituição dos refrigeradores, doando a famílias carentes novas geladeiras. A Coelba assumiu o compromisso de doar 12 mil geladeiras a comunidades de Salvador. Já a Celpe responsabilizou-se em trocar 2,5 mil geladeiras antigas na região metropolitana de Recife.

O MMA instalará ainda neste ano, no Rio de Janeiro, a terceira usina de regeneração do CFC. As duas primeiras operam no estado de São Paulo. Na abertura do seminário, o diretor de Mudanças do Clima e Qualidade Ambiental do MMA, Ruy de Góes, afirmou que o Brasil está antecipando as metas mundiais do Protocolo de Montreal e serve de modelo a outras nações. Enquanto o protocolo estabelece que o uso do HCFC deverá ser congelado em 2015 e eliminado em 2040, Brasil e Argentina apresentaram uma proposta para antecipar esses prazos, respectivamente, para 2011 e 2030. A solenidade de abertura do seminário contou com a participação do secretário do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc; do diretor-geral da Ampla Energia, Cristian Fierro; e da representante do PNUD em Nova Iorque, Suely Carvalho. De acordo com Suely, outra vantagem que deve ser levada em conta na redução dessas emissões é a menor incidência de doenças relacionadas à destruição da camada de ozônio, como câncer de pele e catarata. "Só os Estados Unidos estimam uma economia de US$ 4,2 trilhões em gastos com saúde pública a partir da redução de 95% na emissão de gases que destroem a camada de ozônio", disse.

Fonte: MMA

Mudanças climáticas exigem uso eficiente da água, diz diretor da ANA

Monique Maia

As mudanças climáticas e os impactos sobre os recursos hídricos do Brasil foram temas de debate ontem (27) por pesquisadores e representantes da Agência Nacional de Águas (ANA). De acordo com o diretor da agência, Benedito Braga, as mudanças climáticas trazem preocupações com relação aos regimes de chuvas no país. Para ele, é preciso que o governo e a sociedade se organizem para que a água seja administrada de forma mais eficiente.“É importante saber compatibilizar as necessidades da indústria e da agricultura com a disponibilidade de água. Nesse sentido, é preciso fazer uma boa gestão da água, usando-a eficientemente”.

Ele informou que a ANA já desenvolve programas em que os recursos hídricos são utilizados de maneira sustentável. O Pró Água/ Semi-árido é um deles e atinge a região Nordeste e o estado de Minas Gerais.“Esse programa está sendo realizado em parceria com o Ministério da Integração Nacional e conseguimos melhorar a oferta de água para cidades de pequeno e médio porte na região”. Outro projeto é o Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), que abrange o Sudeste do país. Por meio dele, a agência fornece parte dos recursos aos municípios da região para a construção de estações de tratamento de esgoto e melhoria da qualidade da água. Nos últimos cinco anos, foram destinados cerca de R$ 300 milhões para o projeto, que atingiu três milhões de pessoas.

Fonte: Agência Brasil

4º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel

A quarta edição do Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel será realizada de 3 a 7 de julho, em Varginha (MG).
O evento, promovido pela Universidade Federal de Lavras, tem o objetivo de apresentar avanços tecnológicos e analisar procedimentos relacionados à produção agrícola, industrialização e logística, comercialização de óleos, gorduras, biodiesel, qualidade e meio ambiente.
Mais informações: http://oleo.ufla.br

Fonte: Agência Fapesp

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Arroz com camarão

Fábio de Castro

A lavoura de arroz representava, no ano 2000, cerca de 7% de toda a produção agrícola nacional, de acordo com dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Mas a rentabilidade dessa importante atividade econômica é cada vez mais baixa devido ao alto custo de produção, baixos preços e concorrência externa.

Um grupo de pesquisadores tem avaliado a aplicação de um método bastante original para tentar recuperar os ganhos dos produtores: cultivar camarões amazônicos nos próprios tabuleiros de plantação de arroz. Avaliar a viabilidade da rizicarcinicultura – a associação do plantio do arroz à produção de camarão – é o objetivo do projeto iniciado em dezembro por pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. O projeto, que tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa, é uma parceria entre o Pólo Regional do Nordeste Paulista da Apta, o Instituto de Pesca da Apta e o Centro de Aqüicultura da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal. A coordenação é de Hélcio Luis de Almeida Marques e Marcello Villar Boock.

De acordo com Boock, o projeto, que será finalizado em dezembro, pretende avaliar as possibilidades de agregar valor à produção de arroz na região, estimulando a atividade. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a produção paulista passou de 114,2 mil toneladas, em 2003, para 70,5 mil toneladas, em 2007. “Na região nordeste do estado, que sempre foi um grande pólo produtor de arroz, a área cultivada encolheu 22,54% entre 2000 e 2004, passando de 1.743 hectares para 1.350 hectares”, disse Boock à Agência FAPESP. A produção deve ter caído ainda mais após 2004, segundo o pesquisador.

Adubo para arroz

O projeto avaliará a viabilidade da rizicarcinicultura em vários parâmetros. No aspecto técnico, o objetivo é definir as densidades adequadas para povoar os tabuleiros. Os pesquisadores determinarão também quais adaptações precisarão ser feitas nos tabuleiros de arroz para produzir os camarões da espécie Macrobrachium amazonicum. “Além disso, o projeto definirá estratégias de manejo do camarão para maximizar sua sobrevivência nos tabuleiros e pretende observar a estrutura populacional dos animais em relação às interações sociais entre eles. Temos que adequar o manejo a essa peculiaridade”, disse Boock. Segundo o pesquisador, uma vez que a viabilidade técnica e econômica do sistema seja avaliada, ele poderá ser aplicado em outras regiões, com algumas adaptações. A técnica é utilizada em alguns países do sudeste asiático. “No Brasil, até agora, só foram feitos alguns testes com camarão da Malásia em nossa estação experimental de Pindamonhangaba”, disse.

A pesquisa está sendo feita em uma área experimental do Instituto Agronômico (IAC) instalada em várzea de 48 hectares que era utilizada para ensaios de variedades de arroz e produção de sementes. “O projeto utiliza uma área de 700 metros quadrados dividida em 24 tabuleiros de cerca de 30 metros quadrados cada”, explicou Boock. Nas 24 parcelas, delimitadas por divisões de alvenaria, foi feito o delineamento estatístico da pesquisa. “Fizemos um tratamento com três densidades diferentes, utilizando 18 tabuleiros com seis repetições cada. E um tratamento sem camarão, ocupando outros seis tabuleiros”, disse. A lâmina d’água tem profundidades que variam entre 20 e 30 centímetros. Segundo Boock, a concepção do trabalho é de um sistema que, além de produção satisfatória, conte com boa sustentabilidade ambiental. Os produtos da excreção do camarão, em tese, serviriam como adubo para o arroz. “Isso será avaliado propriamente, mas imaginamos que os dejetos dos camarões possam adubar o arroz, proporcionando a diminuição da quantidade de adubo a ser usada na plantação”, afirmou.

Em circunstâncias normais, o arroz recebe uma adubação durante o plantio e mais duas chamadas adubações de cobertura, durante o crescimento. Essas últimas são adubações nitrogenadas. “Nossa expectativa é que, com o sistema, possamos excluir as adubações de cobertura, diminuindo os insumos”, disse. O ciclo de produção do arroz dura cerca de 130 dias. O ciclo do camarão é um pouco menor. Os pesquisadores já fizeram duas colheitas do arroz. Na primeira colheita, o camarão continua nos tabuleiros até o arroz rebrotar. “Existe a possiblidade de colher o camarão já na primeira colheita do arroz. Estamos na fase de tabulação e interpretação dos dados para o relatório. Os dados serão publicados em dezembro, com o relatório final do projeto”, disse Boock.

Fonte: Agência Fapesp

Movimento contra transposição do Rio São Francisco já reúne 1,5 mil pessoas

Sabrina Craide

De ontem para hoje, mais 300 pessoas se uniram aos manifestantes no acampamento em Cabrobó (PE), montado para tentar impedir a continuidade das obras de integração do Rio São Francisco. Segundo a assessoria de imprensa do movimento, atualmente há cerca de 1.500 pessoas no local, incluindo representantes de 16 povos indígenas da Bacia do São Francisco.
Os manifestantes aguardam comunicado da Advocacia-Geral da União (AGU) de reintegração de posse para decidir se irão desocupar a área ou partir para o enfrentamento. Eles estão instalados entre as fazendas Trucutu, Toco Preto e Mãe Rosa, onde deverá passar parte do Eixo Norte, que levará água do Rio São Francisco ao sertão nordestino.

Segundo o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, a área ocupada já foi desapropriada para a execução das obras, portanto é de propriedade da União. A AGU informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que irá propor uma ação de reintegração de posse do local, a pedido do Ministério da Integração Nacional. O objetivo é concluir a ação o mais breve possível, mas o órgão ainda aguarda informações sobre a região. À tarde, os manifestantes deverão cobrir um buraco feito pelo Exército no local onde estão acampados e arar uma parte da terra para o plantio de mudas. Entre os participantes da manifestação estão indígenas, quilombolas, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Na última segunda-feira (25), o 2º Batalhão de Construção e Engenharia do Exército começou as obras de destacamento e de topografia para a transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó.

Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 26 de junho de 2007

Palestras no Goeldi abordam tratamento de acervo científico

A Coordenação de Informação e Documentação (CID) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) realiza nesta quinta-feira (28), em Belém do Pará, mais duas palestras sobre preservação e gerenciamento de documentação científica na Amazônia. A idéia é compartilhar com a comunidade as atividades, os projetos e os estudos realizados pela CID, através de palestras que serão realizadas no decorrer do ano. Abertas ao público, as apresentações serão realizadas a partir das 14h30, no Salão de Leitura da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna/CID, localizada no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi.

A primeira palestra será realizada pela bibliotecária da CID, Francileila Jatene Cavalcante da Silva, que falará sobre o "Sistema Caribe de Informações Bibliográficas e seus recursos em ambiente Web". Em seguida, a coordenadora da CID, Doralice Romeiro, ministra a palestra "Preservação Digital: Conceitos e Estratégias", na qual fará uma introdução aos conceitos relativos à preservação digital, visando à conservação física, lógica e intelectual de objetos digitais. Mais informações pelos telefones (91) 3274-1811 e 3217-6061.

Serviço

Palestras da Coordenação de Informação e Documentação do Museu Goeldi

Data: quinta-feira, 28 de junho de 2007

Horário: 14h30

Local: Salão de Leitura da Biblioteca Domingos Soares Ferreira Penna/CID, no Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, em Belém (PA).

Fonte: Serviço de Comunicação Social do Museu Goeldi

INB recebe prêmio por investir em recuperação ambiental

Helena Beltrão

As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) receberam nesta segunda-feira (25), da Câmara de Comércio Americana, o Prêmio Brasil Ambiental. A premiação é pela atuação da empresa na recuperação de matas ciliares e reflorestamento de áreas degradas no município de Resende (RJ), onde a empresa produz o combustível nuclear utilizado nas usinas de Angra dos Reis. A INB, estatal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, foi premiada juntamente com outras três empresas – Petrobras, Solvi e Tractebel Energia - em cerimônia presidida pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Os vencedores do Prêmio Brasil Ambiental foram escolhidos por um júri formado pelos jornalistas Ana Lúcia Azevedo, do Jornal O Globo, Célia Rosemblum, do Valor Econômico, Felipe Werneck, do Estado de São Paulo, Sergio Torres, da Folha de S. Paulo e Eric Macedo, do site O Eco. Desde 1998, a INB investe no projeto "Recuperação da mata ciliar, reflorestamento e fauna", para recuperar áreas degradadas em sua propriedade de 560 hectares em Resende. O projeto promoveu a reabilitação de ambientes florestais do Vale do Rio Paraíba do Sul, e, somente neste ano o projeto produziu para o plantio mais de 130 mil mudas de árvores de 108 espécies nativas da Mata Atlântica, principalmente de espécies ameaçadas de extinção.

Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT

Revista eletrônica de comunicação e inovação em saúde será lançada esta semana

Rafael Cavadas

O Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict) da Fiocruz lança na próxima sexta-feira (29/06) o primeiro número da sua Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde. O lançamento contará com participação do coordenador geral do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação, Carlos Morel, e também com a instauração do Conselho Consultivo da publicação. Pioneira por sua abrangência internacional, a Reciis - como está sendo chamada - estará disponível em acesso livre na internet, em duas versões (português e inglês).

Com a revista, os profissionais do Icict pretendem criar um fórum multidisciplinar de debates entre pesquisadores e alunos de pós-graduação brasileiros e de outros países, nas áreas das ciências da saúde, biológicas, humanas e sociais e das engenharias biomédica, agronômica e de produção, além de gestores públicos, pesquisadores e dirigentes de organizações bilaterais e multilaterais, e membros de organizações não governamentais. No ano em que completa sua maioridade, o Icict aposta na Reciis como um espaço pluralista, com linguagem acessível e rigor acadêmico, que pensa a ciência e a tecnologia como produtos de processos culturais, econômicos, políticos, sociais e históricos passíveis de questionamento e transformações. A publicação trará, além do editorial, duas seções fixas destinadas a artigos originais e pesquisas em andamento, bem como teses, dissertações e monografias. A Reciis conta ainda com espaço para relatos de experiências profissionais, entrevistas, debates, depoimentos em geral e ensaios teóricos. Para acessar o site da revista, clique aqui.

Programação

Lançamento da Reciis

Dia 29 de junho, às 9h30 - Salão de Leitura da Biblioteca de Ciências BiomédicasPavilhão Haity Moussatché - campus da Fiocruz

Fonte: Fiocruz

Greenpeace: prefeituras destroem litoral espanhol

Os governos municipais são os responsáveis pela destruição do litoral espanhol, que está desaparecendo sob o concreto ao ritmo de três campos de futebol por dia, disse o Greenpeace nesta terça-feira.

O grupo ambiental disse que as prefeituras de cidades litorâneas e os governos regionais vão provocar danos irreversíveis se forem em frente com o plano de construir 3 milhões de novas casas ao longo dos 5 mil km de costas na Espanha nos próximos anos. As administrações municipais também pretendem construir 202 mil hotéis, 316 campos de golfe e 102 novas marinas, disse o Greenpeace. Até mesmo as lideranças do setor de turismo admitem que o surto de crescimento no litoral mediterrâneo da Espanha pode afetar o futuro da indústria a longo prazo. O Greenpeace disse que a polícia está investigando quase 100 casos de corrupção ligados à construção ilegal de imóveis na costa, envolvendo 55 prefeitos.

Na semana passada, o Parlamento Europeu criticou a Espanha pelo impacto desastroso que o desenvolvimento econômico está tendo sobre a costa do Mediterrâneo. O Greenpeace também disse que as autoridades locais continuam adiando o plano de acabar com o despejo de esgoto sem tratamento no mar.

Fonte:Reuters

Estudo: ipê-roxo tem propriedades anticancerígenas

Cientistas americanos descobriram que uma substância extraída da casca do ipê-roxo mata um certo tipo de célula cancerígena, indicou nesta segunda-feira um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo os pesquisadores do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, a descoberta pode abrir o caminho para um novo tratamento contra o tipo mais comum de câncer de pulmão.

Um dos compostos tirados da casca da árvore, o "beta-lapachone", mostrou promissoras características anticancerígenas. Cientistas já estão utilizando a substância em testes clínicos para examinar seu resultado contra o câncer de pâncreas nos seres humanos. No entanto, até o momento ainda não se sabe como funciona o mecanismo que mata as células cancerígenas. "Basicamente, descobrimos o mecanismo de ação do beta-lapachone e uma forma de utilizar o remédio num tratamento individualizado", disse David Boothman, professor do Centro Oncológico Integral Harold Simmons e autor principal do estudo. Em sua pesquisa, os cientistas determinaram que o composto extraído da casca da árvore interage com uma enzima identificada como NQ01, encontrada em células de câncer pulmonar e outros tumores sólidos. Nos tumores, a substância é metabolizada e produz a morte celular sem danificar os tecidos não cancerosos, diz o estudo.

A substância também altera a capacidade das células cancerígenas de reparar seu DNA, levando à sua morte. A radiação danifica o DNA das células, aumentando a presença de NQ01, segundo os cientistas. "Quando se dirige a radiação sobre um tumor, os níveis de NQ01 aumentam. Tratando as células com beta-lapachone, uma sinergia entre as duas substâncias leva a uma morte contundente" das células cancerígenas, disse Boothman.

Fonte: EFE

Movimentos sociais querem parar obras de transposição do São Francisco

Kelly Oliveira

Mais de mil manifestantes de movimentos sociais chegaram hoje (26), às 3h30 da madrugada, ao município de Cabrobó (PE) para tentar impedir a continuidade das obras de integração do Rio São Francisco. Ontem (25), o 2º Batalhão de Construção e Engenharia do Exército começou as obras de destacamento e de topografia para a transposição no município.

Entre os participantes da manifestação estão indígenas, quilombolas, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo a assessoria de imprensa do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), além de os manifestantes exigirem a desistência da obra, eles querem um programa de desenvolvimento sustentável para o semi-árido brasileiro. A assessoria de imprensa do Exército informou que não fala sobre manifestações. O Ministério da Integração Nacional ainda não se manifestou sobre o assunto.

Fonte: Agência Brasil

Evento comemora 70 anos do Parque Nacional do Itatiaia

Criado em junho de 1937 pelo então presidente Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, o Parque Nacional do Itatiaia foi a primeira unidade de conservação do Brasil. Nesta quinta-feira (28), uma solenidade com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Marina Silva marcará as comemorações dos 70 anos do parque, fundado no dia 14 de junho. Na cerimônia será colocada uma placa ao lado da pedra fundamental inaugurada por Getúlio Vargas, alusiva ao septuagésimo aniversário. Também serão apresentadas as ações resultantes do "Programa 70 anos", lançado pela ministra Marina Silva, em abril do ano passado, que destinava recursos de compensação ambiental para a reestruturação da unidade de conservação.

No Itatiaia estão guardadas verdadeiras preciosidades da fauna e da flora. É um parque de cores, sons e imagens. São 365 espécies de aves como o imponente Gavião-real ou o Sanhaço frade, encontrado apenas no Itatiaia. Lá também estão presentes espécies como o muriqui-do-sul (Brachyteles arachnoides), o maior primata da América Latina, atualmente em extinção, o sapo flamenguinho (Melanophryniscus moreirae) e a onça parda. A flora também é riquíssima com espécies como a Samambaia Açu, somente encontrada no parque, ou o Palmito Juçara que corresponde a 40% da cobertura vegetal do Itatiaia, além de variadas espécies de ipês, bromélias e orquídeas. Hoje, com 30 mil hectares, o parque guarda ainda centenas de nascentes e formações rochosas como o pico das Agulhas Negras.

Para ampliar o número de 80 mil visitantes anuais e incentivar o turismo ecológico na região, o Parque Nacional do Itatiaia contará com novas exposições no centro de visitantes, totalmente revitalizado. Além da recuperação da fachada do prédio erguido nos anos 1940, o projeto prevê a instalação de terminais multimídia com as principais informações do parque, bem como uma mostra de fotografias, uma cafeteria e uma loja de souvenir. Para completar, haverá uma exposição interpretativa, jogos interativos para a educação ambiental das crianças e uma sala de montanhismo. Os abrigos de visitantes também foram reformados. Um novo folder, o "Planalto do Itatiaia", elaborado em parceria com a Federação de Montanhismo de São Paulo (Femesp), orienta a visita de turistas na parte alta do parque, contendo as principais trilhas e recomendações para caminhadas e escaladas.

A origem do nome Itatiaia é indígena. Significa "Pedra Cheia de Pontas", por causa de suas formações rochosas. O parque situa-se na parte sudoeste do estado do Rio de Janeiro e no sul de Minas, mais precisamente em dois municípios fluminenses (Resende e Itatiaia) e em três mineiros (Bocaina de Minas, Alagoa e Itamonte). Além do "Mirante do Último Adeus", outras atrações do Itatiaia são o "Lago Azul", a cachoeira "Poranga", a piscina natural do "Maromba" e as cachoeiras "ltaporani" e "Véu de Noiva". Os recursos para as obras e projetos, provenientes de compensação ambiental, totalizam R$ 3,05 milhões da Terna Participações, holding brasileira de transmissão de energia, e R$ 415 mil de Furnas. O parque também conta com parceria da Natura, Instituto Votorantim, INB (Indústrias Nucleares do Brasil) e Cogumelo (madeira plástica), entre outras.

Fonte: MMA

Crustáceos estão 'comendo' ilhota japonesa

Animais abrem buracos na rocha, facilitando erosão causada pela água do mar. Ilha perto de Hiroshima já fica submersa quando a maré sobe.

Uma ilha japonesa que já teve cerca de 120 metros de comprimento e picos de 22 metros acima do nível do mar está quase totalmente submersa graças à ação de pequenos crustáceos, afirmam pesquisadores da Universidade de Hiroshima. A situação impressionante foi revelada por Yuji Okimura, professor emérito da universidade. Ele comparou fotos dos anos 1950 e 1960 da ilha de Hoboro, que fica perto de Hiroshima, com imagens atuais. Acontece que a ilha também está abrigando imensas colônias de crustáceos do grupo dos isópodes. As criaturas costumam abrir buracos na rocha para se abrigar. "É muito raro, mesmo em escala global, observar uma erosão biológica que tenha caminhado de forma tão rápida e em tão larga escala", afirmou Okimura ao site japonês "Mainichi Daily News".

Hoje, o ponto mais alto da ilha mede só 6 m na vertical, e ela fica totalmente submersa quando a maré sobe. A rocha que compõe Hoboro é uma forma compactada e relativamente "fofa" de cinza vulcânica, o que, segundo os pesquisadores, facilita a escavação feita pelos crustáceos. A abundância de alimento para os bichos também favorece sua presença ali. Segundo os moradores do local, a passagem de vários tufões pela região tem deixado a ilha cada vez mais debaixo d'água. Para os cientistas, os buracos abertos pelos crustáceos facilitam a erosão causada naturalmente pelo mar.

Fonte: Globo.com

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Começam obras de transposição do São Francisco em município pernambucano

O 2º Batalhão de Construção e Engenharia do Exército começou nesta segunda-feira as obras de destacamento e de topografia para a transposição do Rio São Francisco, em Cabrobó (PE). Serão delimitadas áreas a serem desmatadas e realizados os primeiros serviços de construção da barragem no município. A previsão é de que até agosto de 2008 estejam prontos um canal de aproximação e e uma barragem. O comandante do 2º Batalhão de Construção e Engenharia, tenente-coronel Marcos José Pupin, explicou o que será feito neste primeiro mês de obras. “Esse é o primeiro mês. Inicialmente estamos trabalhando nesse montagem de destacamento, que receberá uma equipe maior de militares que vão trabalhar direto na obra”.
Desde o dia 4 de junho cerca de 50 militares estão em Cabrobó para trabalhos de topografia e e marcação do canal de aproximação. “Estamos com 50 militares em Cabrobó. Essa é a equipe inicial e a previsão é que no auge da obra, nós tenhamos 200 empregados militares e civis”, afirmou Pupin.

Segundo o comandante do batalhão, as obras vão gerar impactos positivos à população. “Com militares e civis trabalhando por lá, eles vão se utilizar da estrutura da cidade e do comércio, melhorando a economia local. Além disso, vamos abrir concurso público para contratação de mão-de-obra e se possível muitas pessoas de Cabrobó vão se aprovadas nesse concurso público. São motoristas, topógrafos, auxiliares administrativos, etc”.
Pupin ainda afirmou que a população está bastante esperançosa e recebeu os militares de braços abertos.

Fonte: Agência Brasil

Aquecimento pode mudar estratégias de Exércitos

O aquecimento global é uma ameaça tão grande à segurança que os estrategistas militares precisam incluí-lo em seus cálculos, disseram nesta segunda-feira as Forças Armadas britânicas. Para Jock Stirrup, chefe do Estado-Maior da Grã-Bretanha, as mudanças no clima podem levar os países mais frágeis à desintegração e causar grandes desastres humanitários ou a exploração por grupos armados, e esses fatores têm de entrar no planejamento militar.
Segundo ele, os estrategistas não terão de mudar as áreas de maior enfoque, porque as regiões mais vulneráveis às mudanças no clima são as mesmas que têm riscos maiores hoje em termos de segurança. "Parece-me bem como jogar lenha na fogueira", disse Stirrup ao centro de estudos Chatham House, em Londres.

A ministra das Relações Exteriores, Margaret Beckett, presidiu o primeiro debate sobre as mudanças no clima da história do Conselho de Segurança da ONU, em abril. Ela alegou que, como os problemas climáticos podem causar guerras, o conselho precisa acompanhá-los.
"Se as temperaturas subirem na direção do extremo maior da previsão, podemos começar a ver graves conseqüências físicas até 2040 - isso se as coisas não piorarem", disse ele. "Se as coisas piorarem, não é preciso ir tão longe, estaremos falando de depois de amanhã", afirmou Stirrup.

Fonte: Reuters

CE defende uma política climática mais ambiciosa

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, defendeu, durante uma visita de três dias à Groenlândia, uma política climática mundial mais ambiciosa e alertou para uma situação que considerou "dramática" no caso da região autônoma dinamarquesa.
"Devemos fazer mais, a situação é muito dramática. A Groenlândia é sem dúvida uma das áreas mais afetadas pela mudança climática", disse Barroso, segundo a agência dinamarquesa Ritzau.
O líder da União Européia viajou no domingo à Groenlândia para ver de perto os efeitos da mudança climática, acompanhado pelo primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen.

Os dois visitaram os fiordes de Ilulissat, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), situado a noroeste da ilha e que envia ao mar 35 km³ de gelo ao ano em conseqüência do aquecimento global, segundo recentes estudos científicos. Barroso afirmou, no entanto, que os últimos compromissos em matéria do meio ambiente adquiridos pela União Européia durante a reunião do G8 (sete países mais industrializados e Rússia) na Alemanha eram um avanço. O presidente da CE também se mostrou otimista diante da possibilidade de conseguir um novo acordo que substitua o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. "Se a conferência sobre o clima de Bali em dezembro também tiver êxito, podemos criar as condições necessárias para a cúpula climática de Copenhague em 2009. Assim poderemos fechar um acordo para substituir Kyoto, embora seja óbvio que sem compromissos globais não será possível", disse Barroso à Ritzau.

Barroso e Rasmussen foram recebidos pelo chefe do governo autônomo da Groenlândia, Hans Enoksen, e o prefeito da Ilulissat, Anthon Frederiksen, e se reuniram com grupos de pescadores e caçadores locais. A bordo do navio alemão "Maria S. Merian", com uma equipe internacional de 40 pesquisadores na região, os dirigentes tiveram acesso aos últimos resultados dos estudos sobre a mudança climática.

Fonte: EFE

Ministério do Meio Ambiente defenderá posição contrária a usinas nucleares

Alana Gandra

O Ministério do Meio Ambiente vai reafirma hoje (25), durante a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em Brasília, sua posição contrária não só à construção da usina nuclear de Angra 3, mas a qualquer programa de energia nuclear. Em entrevista concedida à Agência Brasil, a ministra Marina Silva disse que mantém a posição contrária à energia nuclear “em função da realidade do Brasil”.

Isso ocorre, segundo frisou a ministra, devido à possibilidade de se ter no país outras fontes renováveis sem "o risco da energia nuclear”.“Se vamos fazer um investimento de altíssimo custo para uma fonte que não se sabe o que fazer com os resíduos, é melhor investir em outras fontes. Essa é a posição que eu tenho assumido e nós vamos defendê-la dentro do conselho”, afirmou Marina Silva. A ministra admitiu, porém, a existência de uma discussão dentro no governo, em que alguns setores são favoráveis à retomada de Angra 3 e ao programa nuclear como um todo. Na reunião do Conselho Nacional de Política Energética serão discutidos diversos assuntos além de Angra 3, entre os quais o planejamento energético para os próximos 30 anos no Brasil. De acordo com Marina Silva, Angra 3 está em fase de processo de licenciamento no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Estão sendo feitas audiências públicas”, destacou a ministra.

Ela preferiu não comentar a possibilidade de a licença prévia de instalação da obra ser concedida até o final deste ano, como estimou, em entrevista à Agência Brasil, a física Sandra Miano, responsável pela área nuclear na Diretoria de Licenciamento do Ibama. Miano presidiu a mesa das audiências públicas realizadas pelo instituto na última semana nos municípios fluminenses de Angra dos Reis, Parati e Rio Claro.“Eu não tenho conhecimento do conteúdo do que está sendo colhido nessas audiências. Esse é um processo que é feito de acordo com a legislação ambiental e nós nunca nos manifestamos a priori. O Ibama se manifesta ao final do processo. Não existe nenhum empreendimento sobre o qual tenhamos qualquer tipo de manifestação a priori. Estamos na fase de audiências públicas e isso deve ser feito com isenção”, sublinhou Marina Silva.

Fonte: Agência Brasil

Curso sobre “Impactos de Poluentes e Contaminantes Orgânicos”

De 10 a 21 de setembro, será realizado no Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCT) o curso "Impactos de Poluentes e Contaminantes Orgânicos no Meio Ambiente e na Saúde e Metodologias Analíticas de Identificação e Quantificação", uma promoção da Associação Nacional dos Especialistas em Resíduos e Poluentes Orgânicos (GARP) em parceria com o INT.

A organização disponibiliza 20 vagas para professores e pesquisadores de instituições públicas – federais e estaduais – que estejam comprovadamente exercendo atividades na área. Os interessados deverão solicitar a vaga, enviando primeiramente o seu currículo para análise. A seleção deve ocorrer em 30 de julho e as inscrições para os selecionados deverão ser efetuadas até 15 de agosto. Para concorrer a essas vagas, é preciso ser sócio da GARP. Para o público geral, as inscrições podem ser feitas até o dia 30 de julho, pelo site http://www.int.gov.br/garp/, onde estão informados também os valores da inscrição e a programação completa. Para receber certificado, será necessário participar de 80% do curso. O curso será realizado no INT.

Confira os principais tópicos do curso:

• Impactos de POP's no meio ambiente

• Impactos de substâncias da indústria do petróleo e petroquímica

• Impactos de pesticidas ao meio ambiente

• Exposição a pesticidas e saúde humana

• Fármacos e pesticidas polares em águas e sedimentos

• Novos desafios na química analitica orgânica

• Amostragem e preparação de amostras

• ELISA: Biosensores em Meio Ambiente

• Técnicas de análises de produtos de petróleo

• Técnicas de análises de pesticidas

• Novidades em poluentes orgânicos persistentes derivados das novas Leis na União Européia

• Técnicas de análises de dioxinas

• Garantia de qualidade, rastreabilidade, incerteza de medição e padronização

• Estatística aplicada à determinação de poluentes orgânicos

• Performance dos novos equipamentos e material de laboratório com a apresentação pelos fabricantes de equipamentos e materiais analíticos

Informações: (21) 2123-1104 / alleluia@int.gov.br / garp@garp.org.br Site: www.int.gov.br/garp

Fonte: MCT

Manifestações pró e contra Angra 3 marcam reunião do conselho de política energética

Lourenço Melo

Manifestações contrárias e favoráveis à construção da usina nuclear Angra 3 ocorrem em frente ao Ministério de Minas e Energia, onde se realiza a reunião do Conselho Nacional de Política Energética. Este é o primeiro encontro do ano do conselho. Dentre os assuntos a serem discutidos, está a retomada das obras de Angra 3, que estão paradas há quase 20 anos.

Bonecos com o lema “Angra 3, 2, 1: governo, não ative essa bomba” marcam os protestos da Organização Não-Governamental (ONG) Greenpeace. De acordo com coordenador da campanha da entidade para energia nuclear, Guilherme Leonardi, gerar energia elétrica a partir da atômica é uma idéia "cara e ultrapassada". Seis sindicatos e quatro associações de diversos campos de atividade concentradas nas cidades de Parati e Angra dos Reis distribuíram um manifesto de apoio à retomada das obras, sob a justificativa de que Angra 3 tem uma importância estratégica para a soberania nacional.

Fonte: Agência Brasil

Maleta com 400 tartarugas é apreendida na Tailândia

O Departamendo de Fauna da Malásia apreendeu uma maleta com cerca de 400 exemplares de uma espécie de tartaruga conhecida como "star tortoise" (Geochelone elegans) no aeroporto de Kuala Lumpur proveniente da Índia.

Segundo as autoridades do país, os animais serão reenviados ao seu local de origem até o final de abril, quando já estarão maiores e mais fortes. A "star tortoise" (tartaruga estrelada, em inglês) é uma espécie protegida na Índia.

Fonte: Com agências internacionais

Degelo do Ártico coloca em risco cultura esquimó

Os povos que há milênios habitam o Ártico, como os esquimós, poderiam perder sua cultura nas próximas décadas em conseqüência da mudança climática, disse à agência Efe a pesquisadora norueguesa Grete K. Hovelsrud.

O degelo previsto de grande parte do Pólo Norte mudará o habitat e a forma de vida destes habitantes, apesar de estes terem demonstrado possuir grande capacidade de adaptação a condições ambientais e sociais em transformação. Na região ártica, que se estende ao longo do Alasca, Groenlândia, Sibéria, Canadá e Escandinávia, vivem atualmente cerca de quatro milhões de pessoas, pertencentes a grupos indígenas como os "saami", presentes na Noruega, Suécia e Finlândia, e os "inuits", também conhecidos como esquimós, encontrados principalmente no Alasca e Canadá.

Calcula-se que os esquimós, talvez o povo indígena mais antigo, se instalaram há mais de 6 mil anos no Ártico, onde subsistem graças à pesca e à caça de focas, baleias e ursos, animais que vivem em uma região cujo gelo está diminuindo a uma velocidade de 15% por ano. "Estes animais seguem o gelo e, se ele acabar, também vão embora", disse Hovelsrud, acrescentando que o aquecimento dos pólos também está deixando as camadas de gelo cada vez mais finas e frágeis, o que torna o ato de pescar ou se deslocar uma atividade altamente arriscada. O degelo e o aumento da temperatura na região já torna possível perceber algumas mudanças no ecossistema local. Na Noruega, o bacalhau se desloca mais ao norte em busca de águas mais geladas, enquanto, na Groenlândia, foram descobertas novas espécies de peixes até agora desconhecidas na região. No entanto, este degelo tem outros efeitos negativos, como a alta do nível do mar, chegando a inundar localidades litorâneas, a maior erosão destas regiões e a desintegração de grandes placas de gelo, que permitirão a passagem de cargueiros e navios de grande tamanho, que podem contribuir para a poluição.

Hovelsrud acredita que "é possível" que povos que vivem do mar e da caça de animais, como os "inuit", "percam sua cultura" diante da necessidade de se adaptar a um ambiente que não terá nada a ver com o herdado de seus antepassados. "Os esquimós continuarão existindo, mas perderão suas tradições e costumes. Terão que se adaptar, buscar outros meios de vida, e isso poderá representar o desaparecimento de sua cultura. As pessoas de mais idade, principalmente, não saberão como responder a esta complexa situação", disse. A pesquisadora, que dirige o Centro para a Pesquisa do Clima e do Ambiente de Oslo (Noruega), disse que os indígenas polares se sentem "impotentes" diante desta situação, ainda mais levando em conta que o Ártico contribui com 2% das emissões globais de CO2, principal causa do aquecimento do planeta.

Fonte:EFE

Caso desmatada, Amazônia emitirá 60 vezes mais carbono para a atmosfera

Luís Mansueto

A floresta amazônica possui um estoque de aproximadamente 100 bilhões de toneladas de carbono. Isso significa que, caso a floresta seja desmatada, será lançado na atmosfera terrestre o equivalente a 14 vezes as emissões anuais globais pela utilização de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) e 60 vezes as emissões anuais por desflorestamentos em todo o planeta.

O alerta foi feito pelo cientista Antônio Manzi, do Programa LBA (Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), coordenado cientificamente pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), durante a audiência pública sobre "Mudanças Climáticas". A audiência aconteceu na última segunda-feira (18), na Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas (ALEAM), para a Comissão Especial Mista de Mudanças Climáticas do Congresso brasileiro. Durante a sessão, foi discutido sobre o tema "Aquecimento Global: diagnóstico e perspectivas para o Brasil", com o enfoque para a Amazônia. Na oportunidade, foram debatidas alternativas para o desenvolvimento econômico e sustentável da região. A audiência contou com a presença de senadores, deputados federais e estaduais, representantes de órgãos do governo, cientistas e dirigentes de instituições de pesquisa da região etc. Manzi disse que as mudanças ambientais e o aquecimento global, causados pelo consumo de combustíveis fósseis e pelos desflorestamentos, são inevitáveis.

Segundo ele, já houve um aumento por volta de 1ºC da temperatura na Amazônia no último século. "A perspectiva é de aumento de 0,3ºC por década nos próximos 30 anos e que até o fim desde século o aumento seja superior a 4ºC ou 5ºC se não houver uma grande redução das emissões. Esse aumento causará impactos nos ecossistemas e na sociedade, causando a perda de biodiversidade, tanto terrestres quanto aquáticas, e sérias ameaças à saúde humana", afirmou. Disse também que a sociedade, como um todo, deva ser orientada a se adaptar às conseqüentes mudanças, além de buscar formas para reduzir os seus efeitos. Em relação ao seqüestro de carbono, o pesquisador explicou que estudos recentes estimam que a floresta amazônica vem capturando entre 300 e 600 milhões de toneladas por ano nas últimas três décadas. Isso quer dizer que os ecossistemas da Amazônia prestam um serviço ambiental importante ao retirar parte do excesso de gás carbônico da atmosfera e, por isso, contribui para diminuir o aquecimento global. "A manutenção da floresta em pé também pode representar importante contribuição da Amazônia em um esforço global de atenuação do aquecimento global. Estima-se que seja necessário diminuir a emissão dos gases de efeito estufa a metade das emissões atuais até 2050", enfatizou.

Segundo Manzi, manter a floresta em pé não quer dizer que a sociedade precise parar de evoluir. E garante: "é possível explorar os recursos naturais da floresta e do subsolo sem grandes impactos ambientais. Há, por exemplo, tecnologia disponível para extração seletiva de madeira com baixo impacto ambiental. A riqueza da diversidade biológica dos ecossistemas amazônicos possibilita a produção de alimentos, cosméticos, energia e produtos farmacêuticos". Ele também falou que é possível recuperar áreas degradadas ou abandonadas, fazer o reflorestamento para ajudar no seqüestro de carbono e destiná-las a atividades lucrativas, por exemplo, geração de serviços ambientais, agricultura sem queimadas e para a geração de biocombustíveis e sistemas agroflorestais para a produção de alimentos e madeira. "O seqüestro de carbono é um serviço ambiental altamente relevante. Contudo, não se pode esquecer dos ecossistemas terrestres. Eles são importantes para a manutenção da qualidade da água e interagem fortemente com a atmosfera, por meio da reciclagem de água das chuvas pela evapotranspiração, que transporta umidade para a região Central e Sul da América do Sul. Esses serviços ambientais, prestados pelas florestas, têm valor econômico que precisam ser remunerados", alertou Manzi.

Em sua fala final, o pesquisador destacou que as instituições de ensino e pesquisa da região precisam continuar investindo no aumento do conhecimento científico sobre os ecossistemas e sua interação com o sistema climático, pois desta forma, os modelos matemáticos utilizados para prever o clima poderão ser aperfeiçoados, permitindo a diminuição na margem de erros das previsões das mudanças climáticas da Amazônia e do planeta como um todo. Caroline Soares e

Fonte: Assessoria de Comunicação do INPA

Começa período de defeso da sardinha verdadeira

Adriano Ceolin

O período de defeso da sardinha verdadeira começou no dia 21 de junho. Até o dia 9 de agosto, estará proibida a pesca da espécie sardinella brasiliensis, numa área entre o Cabo de São Tomé, no Rio de Janeiro, e o Cabo de Santa Marta, em Santa Catarina.

Chamado de "defeso do meio do ano", a proibição da pesca da sardinha verdadeira visa proteger a espécie durante a fase de recrutamento, período em que os juvenis da sardinha irão atingir a fase adulta. O principal objetivo é garantir a sustentabilidade de pesca a longo prazo.
O período de defeso da sardinha ocorre também na passagem de um ano para o outro, durante o verão. Nessa época, a pesca é proibida para que a espécie possa se reproduzir. Ambos períodos de defeso estão estabelecidos pela Instrução Normativa do Ibama nº 128, de 26 de outubro de 2006. Os termos do documento foram discutidos e aprovados, de forma democrática, em reuniões do Comitê de Gestão do Uso Sustentável da Sardinha Verdadeira. Participaram das negociações representantes do governo, do setor pesqueiro e da sociedade civil.

A medida objetiva buscar uma solução para se reverter o quadro de sobreexplotação da sardinha, que causa repercussões ambientais e socioeconômicas negativas. A espécie, que já chegou a atingir produção de cerca de 200 mil toneladas, teve registros de apenas 45 mil toneladas em anos recentes. Para o MMA, o defeso duplo da sardinha tem obtido bons resultados, mas ainda há necessidade de sua manutenção por mais três anos. Além do defeso duplo, o MMA e o Ibama planejam medidas mais duradouras por meio de um Plano de Gestão para o Uso Sustentável da Sardinha Verdadeira.

Sob a coordenação do Ibama, o plano deverá ser debatido de forma participativa, com a aprovação de propostas de forma consensual. A meta é garantir o controle e envolvimento da sociedade e do setor pesqueiro na adoção das medidas e na avaliação dos resultados.

Fonte: MMA

Ibama resgata última reserva de biodiversidade da Amazônia Nordestina

Kézia Macedo

Resgatar a última reserva de biodiversidade da Amazônia Nordestina de práticas criminosas e preparar o caminho para a reestruturação da Unidade de Conservação Federal que abriga espécies raras da fauna e da flora, muitas delas ameaçadas de extinção. Com essa missão, o Ibama executa, há quatro meses, a operação Força e Soberania na Reserva Biológica (Rebio) do Gurupi, localizada próxima à divisa entre os estados do Pará e do Maranhão.

Nesse período, os fiscais do Ibama aplicaram 71 autos de infração no valor de R$ 11,4 milhões por extração, transporte, recebimento e armazenamento de madeira sem licença. A quantidade de madeira em tora apreendida até agora – 68.770 metros cúbicos - é suficiente para encher 6.800 caminhões e a de madeira serrada – 5.300 metros cúbicos -, 210 caminhões. São espécies características da região amazônica, de alto valor no ramo moveleiro e de construção civil como maçaranduba, jatobá, copaíba, jarana, cumaru, angico, entre outras. “Só num terreno baldio de Açailândia havia 3.000 metros cúbicos de madeiras nobres escondida”, revelam os atuais coordenadores da operação, Davson Oliveira e Reinaldo Furtado.

Também foram lavrados 52 Termos de Apreensão, 49 Termos de Depósitos, 13 Termos de Embargo e 17 Notificações. Quinze veículos utilizados no transporte de madeira foram retidos e depositados no pátio do 50° Batalhão de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro, em Imperatriz/MA. Os agentes do Ibama realizaram levantamento do estoque encontrado nos pátios de 29 empresas e conferiram documentos de entrada e saída do produto florestal. Algumas madeireiras foram flagradas funcionando sem a licença de operação. Os fiscais inspecionaram também cinco siderúrgicas do Pólo Industrial de Açailândia/MA. Uma delas foi multada em mais de R$ 8 milhões por comprar e ter em depósito mais de 35 mil metros cúbicos de carvão vegetal sem licença, além de receber guia florestal falsa. De acordo com a chefe da fiscalização do Ibama em Imperatriz/MA, Rosa Coelho, “os fiscais suspeitaram da veracidade da guia emitida por uma empresa do Mato Grosso, o que torna inviável o transporte e a comercialização de carvão vegetal para uma usina do Maranhão”. Uma consulta ao sistema integrado do Documento de Origem Florestal (DOF) apontou a irregularidade.

Contrariando a idéia de que a reserva havia sido abandonada pelo Governo, 200 agentes do Ibama e policiais rodoviários federais se revezaram nas ações de fiscalização. Foram formadas duas frentes de trabalho: uma no interior da Rebio e outra nos municípios situados no entorno da unidade de conservação - Imperatriz/MA, Açailândia/MA, Buriticupu/MA, Cidelândia/MA, Centro Novo do Maranhão/MA, Bom Jesus da Selva/MA, Itinga/MA, Itinga/PA e Paragominas/PA - onde estão concentradas grande parte das madeireiras e carvoarias da região. O helicóptero do Ibama agiliza o trabalho ao detectar desmatamentos e deslocar agentes do Ibama e policiais até as áreas afetadas. Desde que foi criada há 19 anos, a Rebio do Gurupi enfrenta a ação de pessoas que praticam desde crimes ambientais à grilagem de terras, plantação de maconha e desmanche de veículos roubados. Há dois anos, servidores lotados na reserva foram transferidos devido a ameaças de morte. Em 2002, pistoleiros atiraram contra a sede da Rebio e destruíram móveis. Em abril deste ano, sobrevôos do helicóptero do Ibama identificaram cinco 70 mil pés de maconha na parte sudeste da reserva.

As plantações foram destruídas pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Grupo Tático Aéreo de São Luís e pelo Ibama. Cinco pessoas foram presas dentro da Rebio e em Buriticupu/MA, acusadas de envolvimento com o cultivo da droga. Com os traficantes, a polícia apreendeu oito armas e trezentos quilos da erva beneficiada. Segundo o coordenador da PRF, Honorato de Oliveira, “podem existir muitas outras roças de maconha dentro da Reserva”.
Na área da Rebio do Gurupi, onde só são permitidas as atividades de pesquisa e educação ambiental, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Snuc), os fiscais encontraram acampamentos de madeireiros abandonados, árvores derrubadas, veículos usados para o transporte da madeira e inúmeros desmatamentos. Também foram constatadas outras práticas ilegais como grilagem de terras, trabalho em condições sub-humanas, carvoarias clandestinas, expansão da pecuária e caça. Na reserva existem cerca de 40 fazendas e diversas vilas. Essas áreas ainda não foram desapropriadas. Os proprietários não podem desmatar nem usar a madeira. O número de moradores da Rebio é estimado em 5 a 8 mil.

Um grande número de estradas e caminhos foi aberto para escoar os produtos extraídos ilegalmente. Na seqüência da devastação, primeiro, chega o madeireiro que retira as árvores nativas que podem atingir até 50 metros de altura. Depois, moradores da reserva ou de outros povoados usam o fogo para preparar o caminho para a lavoura de arroz e milho impedindo a recuperação da floresta. Essa destruição do patrimônio natural da Rebio leva à degradação ambiental. Nascentes e rios são raros na região.

Espécies em extinção

A Reserva Biológica do Gurupi, com área de 341.650 ha, foi criada por Lei Federal visando à manutenção dos recursos genéticos da região que abriga uma grande diversidade de espécies. Segundo levantamento efetuado por pesquisadores, há na reserva pelo menos 62 espécies de mamíferos, sem incluir os morcegos, das quais pelo menos 11 são consideradas ameaçadas de extinção a exemplo da onça-pintada (Panthera onca), do gato maracajá-peludo (Leopardus wiedii), do cachorro-do-mato (Speothos venaticus) e duma espécie rara de arinhanha (Pteronura brasiliensis). Duas espécies de primatas, o cairara-kaápor (Cebus kaapori) e o cuxiú-preto (Chiropotes satanas), encontrados somente nessa região, também estão na lista, além de aves como a ararajuba (Guarouba guarouba) e a arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus). A operação Força e Soberania é coordenada pela Diretoria de Proteção Ambiental do Ibama, em Brasília, e conta com o apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), da Superintendência do Ibama no Maranhão e da Gerência Executiva do Ibama em Imperatriz/MA. Além da Polícia Rodoviária Federal, participam como parceiros da operação a Polícia Federal e o Exército Brasileiro. Ao fazer um balanço da operação, os coordenadores Davson Oliveira e Reinaldo Furtado comemoram os resultados e reconhecem que ainda há muito ainda que fazer. “A previsão é que o Ibama continue na área por tempo indeterminado, garantindo a preservação do patrimônio natural da reserva”, afirmam.

Fonte: Ibama

Trópicos têm sumidouro inesperado de carbono

Bernardo Esteves

Modelos teóricos subestimam quantidade de CO 2 absorvida da atmosfera por florestas intactas.

As florestas tropicais intactas podem capturar da atmosfera uma quantidade de carbono maior do que se acreditava, sugere um estudo internacional publicado esta semana. O trabalho concluiu que a vegetação temperada do Hemisfério Norte absorve 40% menos carbono do que previam os modelos teóricos. A diferença está sendo compensada nos trópicos, onde as matas intactas estão capturando quase 2 bilhões de toneladas anuais a mais do que indicavam as previsões. O estudo ajuda a entender o destino das 8 bilhões de toneladas de carbono lançadas anualmente na atmosfera. Cerca de 40% ficam acumulados na atmosfera e 30% são absorvidos pelos oceanos. Acreditava-se que os 30% restantes seriam capturados pela vegetação terrestre, sobretudo nas regiões temperadas do Hemisfério Norte.

No balanço global, as florestas tropicais são emissoras, já que o carbono absorvido por elas não basta para compensar aquele lançado na atmosfera pela queimada e derrubada da mata para dar lugar a lavouras e pastagens. A conclusão do estudo, publicado na revista Science , não era esperada pelos autores. “Os resultados são muito surpreendentes, porque há 15 anos os pesquisadores vêm procurando sem sucesso por um grande sumidouro de carbono nos continentes do Hemisfério Norte”, disse à CH On-line Britton Stephens, cientista do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (EUA) e autor principal do estudo. “Mostramos que ele não foi encontrado simplesmente porque não está lá.”

O estudo, assinado por 22 autores de sete países, analisou a concentração de carbono em amostras de ar colhidas por aviões em 12 pontos do globo ao longo dos últimos 27 anos. Os dados foram em seguida comparados com modelos computacionais da atmosfera alimentados com informações sobre os ventos e medições do fluxo de dióxido de carbono efetuadas no nível do solo. A comparação mostrou que os modelos estavam superestimando a quantidade de carbono absorvido pelas florestas temperadas. O estudo mostra que elas estão capturando anualmente cerca de 1,5 bilhões de toneladas – quase 1 bilhão de toneladas a menos do que previam os modelos. As matas tropicais, por sua vez, estariam emitindo “apenas” 100 milhões de toneladas anuais de carbono, em vez de 1,8 bilhões de toneladas, conforme apontavam os modelos. A discrepância entre os modelos e os resultados encontrados se deve ao fato de as previsões teóricas serem baseadas em medições feitas no nível do solo. As amostras colhidas em aviões permitiram retratar de forma mais fiel os fluxos verticais de carbono na atmosfera.

Manter as florestas de pé

"Nosso estudo traz mais uma forte motivação para preservar as florestas tropicais intactas, para que elas continuem capturando grandes quantidades de carbono", acredita Stephens. Os resultados trazem também mais argumentos a favor do estabelecimento de incentivos econômicos aos países que mantiverem suas florestas em pé – uma antiga reivindicação do Brasil nas discussões do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo do Protocolo de Quioto. O estudo revela ainda o quão precário é nosso entendimento sobre os fluxos de carbono na atmosfera. Para se aprofundar esse conhecimento, a única solução é desenvolver modelos mais precisos e realizar mais observações atmosféricas. Stephens conta que fará em outubro e novembro, junto com uma equipe que inclui o brasileiro Paulo Artaxo, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), medições aéreas dos fluxos de carbono sobre a Amazônia. "Também pretendemos fazer no avião de nosso centro de pesquisa giros em torno do globo para medir dióxido de carbono e outros gases, de forma a termos uma visão mais clara do movimento do carbono na atmosfera e das fontes e sumidouros em terra.”

Fonte: Ciência Hoje

Conselho Nacional de Política Energética faz primeira reunião do ano

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) realiza hoje (25) a primeira reunião do ano. O principal assunto deve ser a aprovação da construção da Usina Nuclear de Angra 3. Outros assuntos devem ser analisados pelo CNPE, como as áreas previstas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para serem licitadas na 9ª rodada de blocos para exploração de petróleo e o Plano Nacional de Energia para 2030.

Durante a reunião, ativistas da organização não-governamental Greenpeace vão protestar, em frente ao Ministério de Minas e Energia, contra a construção de Angra 3.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Londres apaga luzes em alerta contra aquecimento

As luzes das propagandas de um dos pontos mais conhecidos do centro de Londres, a praça de Piccadilly Circus, foram desligadas nesta quinta-feira pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial. O "apagão" faz parte de uma campanha para aumentar a conscientização dos londrinos sobre o aquecimento global.

A idéia era pedir que todos na cidade desligassem luzes não-essenciais entre 21h e 22h locais (17h e 18h, no horário de Brasília). O ministro-adjunto britânico do Meio Ambiente, Ben Bradshaw, pediu a todos os londrinos que participassem da iniciativa. Além de Piccadilly Circus, outros pontos turísticos de Londres ficaram "às escuras" nesta quinta-feira, incluindo o Palácio de Buckingham, o Parlamento e a Prefeitura. A última vez que Piccadilly Circus foi "apagada" foi em 1939, e as luzes foram religadas apenas dez anos depois. "A iluminação excessiva colabora para as mudanças climáticas, e você pode participar da campanha se estiver em Londres hoje à noite", disse Bradshaw, no Parlamento. Os organizadores dizem que, se todas as 3 milhões de residências da capital britânica desligassem suas luzes, a cidade iria deixar de poluir o ar com 380 toneladas de dióxido de carbono em apenas uma hora.

Sydney

Neste ano, os moradores de Sydney, na Austrália, participaram de iniciativa semelhante, que mobilizou 65 mil residências e 2 mil estabelecimentos comerciais e pontos turísticos, incluindo a famosa Ópera, símbolo da cidade.

Fonte:BBC Brasil

Falta de soja faz Cargill fechar unidade em SP

Avanço da cana-de-açúcar reduziu cultivo da soja no estado. Fábrica tinha 75 funcionários; 40 foram transferidos para outras unidades.

A americana Cargill decidiu encerrar, a partir de 21 de julho, as operações de esmagamento de soja na fábrica de Mairinque (SP), que tem capacidade para processar 2 mil toneladas de grãos por dia, ou 600 mil toneladas por ano. Com isso, a multinacional espera obter uma redução de custos no país próxima a US$ 1 milhão por mês, informou José Luiz Glaser, diretor do complexo soja da Cargill no país. Um conjunto de fatores fez com que a fábrica deixasse de ser competitiva com o mercado, afirmou Glaser. De acordo com o executivo, um dos principais motivos que levaram a multinacional a tomar a decisão é a dificuldade de encontrar soja disponível no estado de São Paulo, por conta do forte avanço do plantio de cana-de-açúcar. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja registrou queda de 18% na safra 2006/07 em relação ao ciclo anterior, para 538,4 mil toneladas.

Outras unidades

A Cargill já havia feito paralisações temporárias na unidade de Mairinque e em outras, por conta de problemas com o recebimento da soja em grão ao longo da safra. O executivo não descartou a possibilidade de fechar outras unidades, caso a capacidade ociosa aumente no Brasil.
"A política tributária que existe no país estimula mais a exportação de grãos do que a produção industrial", criticou Glaser. Ele observou que o custo médio de produção no Brasil é 30% superior ao da Argentina, onde a Cargill inaugurou, neste ano, uma fábrica com capacidade para processar 12 mil toneladas por dia. A esmagadora de Mairinque foi inaugurada em 1976, quando a região tinha um pólo de avicultura. Com a transferência de granjas para o Sul do país e a menor oferta de soja ao longo dos anos, a unidade passou a ter menor competitividade, completou Glaser.

Fonte: Globo.com

Ambientalistas aproveitarão audiências públicas para alertar sobre riscos de hidrelétrica

Wellton Máximo

Movimentos sociais vão aproveitar a série de audiências públicas que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) promoverá, no início de julho, na região do Vale do Ribeira, para conscientizar a população da área sobre os impactos provocados pela usina hidrelétrica de Tijuco Alto, na divisa entre São Paulo e Paraná. O órgão federal concordou em ouvir os habitantes da região antes de emitir uma avaliação sobre o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento.

Pelo projeto, a hidrelétrica ficará entre os municípios de Ribeira (SP) e Adrianópolis (PR) e deve alagar uma área de 43,2 quilômetros quadrados. Pertencente à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a usina tem como objetivo fornecer cerca de 150 megawatts de energia para o complexo metalúrgico da empresa em Mairinque (SP). As principais polêmicas dizem respeito à contaminação do rio por chumbo e possíveis prejuízos para a agricultura familiar e a pesca.
Coordenador do Programa Vale do Ribeira da organização não-governamental Instituto Socioambiental (ISA), Nilto Tatto afirma que o último estudo ambiental entregue pela CBA é superficial, apesar de ter sido refeito a mando do Ibama. “Em vez de estudar os efeitos sobre os afluentes, o EIA se restringiu a um trecho do Rio Ribeira e desconsiderou os impactos da usina para quem vive abaixo da barragem”, reclama o ambientalista.

Segundo Nilto, a formação do reservatório pode trazer danos irreversíveis à região por causa do alagamento de antigas mineradoras. Isso pode trazer resíduos de chumbo, metal pesado que traz danos à saúde, para o curso do rio. “O problema torna-se ainda mais grave se a gente considerar que boa parte desse chumbo deve ficar acumulado no fundo da represa”, ressalta. Outra ameaça, diz Nilto, consiste na retenção de sedimentos pela barragem. “O rio carrega muita terra que serve de solo fértil para as pequenas propriedades da região”, explica. “O Rio Ribeira não tem uma grande várzea e se esses sedimentos não chegarem até às roças, o dano para a agricultura será considerável.” O ambientalista afirma ainda que, caso fique pronta, a usina também reduzirá a oferta de peixes rio abaixo. “Os estudos ambientais informam apenas que não existem pescadores na área, mas a gente constatou a presença de comunidades que dependem da pesca para se alimentar”, adverte Nilto.

O impasse em torno do empreendimento se arrasta há 13 anos. Primeiramente, o processo de licenciamento ambiental foi iniciado em 1994 pelos órgãos ambientais do estado de São Paulo e do Paraná. Como o rio passa pela divisa de dois estados, o Ministério Público Federal nos dois estados recorreu à Justiça e, em janeiro de 1997, conseguiu a transferência do licenciamento para o Ibama. Em março de 1997, a CBA entregou o primeiro Estudo de Impacto Ambiental ao Ibama. No entanto, após sucessivos esclarecimentos, o órgão considerou o EIA mal-fundamentado e pouco abrangente e ordenou a realização de outro estudo em setembro de 2003. Dois anos mais tarde, a CBA apresentou o EIA e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima). Desde então, o Ibama analisa o novo estudo. Audiências públicas chegaram a ser marcadas para maio, mas não foram realizadas por causa da greve dos servidores do órgão federal. Na última segunda-feira (18), o Ibama divulgou as novas datas das reuniões, entre 6 e 10 de julho, em cinco municípios: Cerro Azul e Adrianópolis, no Paraná, e Ribeira, Eldorado e Registro, em São Paulo.

Para Nilto, as audiências públicas são uma oportunidade para que a população se conscientize dos impactos da obra. “Na verdade, a construção da usina representa a privatização do Rio Ribeira, que só trará dificuldades para a população”, comenta. O ambientalista diz ainda que os danos podem piorar caso sejam construídas as outras três usinas previstas no rio. “Por enquanto, nenhum construtor manifestou intenção de construir as demais hidrelétricas, mas a barragem de Tijuco Alto pode incentivar a retomada desses projetos, que vão inundar unidades de conservação e comunidades quilombolas”, explica. Responsável pelo empreendimento, a CBA informa que o projeto da usina foi modificado para ser adaptado às novas técnicas de engenharia e às exigências ambientais. A empresa ressalta que gastará R$ 100 milhões para compensar os danos às famílias atingidas pelo reservatório. A companhia também alega que já se comprometeu a não construir as hidrelétricas de Itaoca, Funil e Batatal, previstas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no Rio Ribeira.

Fonte: Agência Brasil