sexta-feira, 22 de junho de 2007

Falta de soja faz Cargill fechar unidade em SP

Avanço da cana-de-açúcar reduziu cultivo da soja no estado. Fábrica tinha 75 funcionários; 40 foram transferidos para outras unidades.

A americana Cargill decidiu encerrar, a partir de 21 de julho, as operações de esmagamento de soja na fábrica de Mairinque (SP), que tem capacidade para processar 2 mil toneladas de grãos por dia, ou 600 mil toneladas por ano. Com isso, a multinacional espera obter uma redução de custos no país próxima a US$ 1 milhão por mês, informou José Luiz Glaser, diretor do complexo soja da Cargill no país. Um conjunto de fatores fez com que a fábrica deixasse de ser competitiva com o mercado, afirmou Glaser. De acordo com o executivo, um dos principais motivos que levaram a multinacional a tomar a decisão é a dificuldade de encontrar soja disponível no estado de São Paulo, por conta do forte avanço do plantio de cana-de-açúcar. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de soja registrou queda de 18% na safra 2006/07 em relação ao ciclo anterior, para 538,4 mil toneladas.

Outras unidades

A Cargill já havia feito paralisações temporárias na unidade de Mairinque e em outras, por conta de problemas com o recebimento da soja em grão ao longo da safra. O executivo não descartou a possibilidade de fechar outras unidades, caso a capacidade ociosa aumente no Brasil.
"A política tributária que existe no país estimula mais a exportação de grãos do que a produção industrial", criticou Glaser. Ele observou que o custo médio de produção no Brasil é 30% superior ao da Argentina, onde a Cargill inaugurou, neste ano, uma fábrica com capacidade para processar 12 mil toneladas por dia. A esmagadora de Mairinque foi inaugurada em 1976, quando a região tinha um pólo de avicultura. Com a transferência de granjas para o Sul do país e a menor oferta de soja ao longo dos anos, a unidade passou a ter menor competitividade, completou Glaser.

Fonte: Globo.com

Nenhum comentário: