Muitas das estradas, pistas de pouso ferrovias e sistemas de água e esgoto do Alasca se desgastarão mais rapidamente, e sua substituição ou reparo custará mais caro, devido às alterações climáticas, de acordo com um estudo divulgado na quarta-feira.
As temperaturas mais elevadas, o derretimento do solo congelado, a redução da camada de gelo polar e a incidência mais elevada de inundações devem elevar o custo de reparo e substituição em milhares de projetos de infra-estrutura em US$ 6,1 bilhões, o que resultaria em custo total de US$ 40 bilhões para esse tipo de atividade, daqui até 2030, um aumento de 20%, de acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Social e Econômica da Universidade do Alasca em Anchorage. As estimativas de custo se baseiam nas necessidades de cerca de 16 mil itens de infra-estrutura pública no Estado, entre os quais aeroportos e pequenos segmentos de rodovias. Os pesquisadores especularam que, no futuro mais distante, os custos poderiam deixar de subir, à medida que as agências adaptem suas práticas ao clima mais quente. As temperaturas subiram em entre um e três graus, em diferentes partes do Estado, nas últimas décadas, e as mudanças já foram associadas a problemas que variam de erosão costeira em regiões remotas do Alasca a incêndios em florestas.
Os pesquisadores que escreveram o relatório afirmam que suas estimativas quanto à elevação de custo se baseiam em previsões "medianas" quanto ao aquecimento, em um local no qual a maioria da infra-estrutura foi projetada para resistir a extremos de frio. "Presumimos que as temperaturas mais altas signifiquem que a infra-estrutura terá de ser substituída com mais freqüência", afirma o relatório. "É igualmente possível que as alterações climáticas possam prolongar a vida de certas estruturas, mas até agora não identificamos exceções como essas".
O estudo é o primeiro desse tipo a ser conduzido no Alasca., e os autores enfatizam que ele não projeta os custos de coisas como transferência de aldeias, proteção ao oleoduto que atravessa o Alasca, combate a incêndios florestais ou proteção a propriedades privadas que possam ser afetadas. "Há um milhão de outras questões relacionadas às alterações climáticas", disse Peter Larsen, economista especializado em recursos naturais no Instituto de Pesquisa Social e Econômica e responsável pelo projeto. "Estamos falando de apenas um componente, mas é uma parte crítica, porque é por intermédio da infra-estrutura que os bens e serviços são distribuídos pelo Estado". Ele disse que os lugares mais vulneráveis do Estado são provavelmente os construídos sobre o solo permanentemente congelado, cuja temperatura média deve subir acima do ponto de descongelamento, no futuro, o que poderia tornar o terreno instável. "São estruturas que precisam ser mais investigadas", ele disse. "O que acontece aos custos quanto a temperatura de descongelamento é superada?"
Já que não existe uma base de cálculo simples que permita mensurar os custos de infra-estrutura gerados pelas alterações climáticas, Larsen explicou que ele e outros pesquisadores optaram por estudar de que forma as temperaturas mais quentes e as alterações nos padrões de precipitação afetam a durabilidade dos materiais. Depois, combinaram os dados obtidos a previsões quanto ao aumento de temperatura e alterações no clima do Alasca. Larsen diz ter começado a pesquisa "do zero", contactando diversas agências estaduais. "Eu perguntava se eles sabiam como as alterações climáticas dos últimos 50 anos afetaram determinada peça de infra-estrutura. Em mais de uma ocasião, as pessoas riram de mim ao telefone".
Fonte: The New York Times
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