segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Igarapés de Manaus apresentam risco para saúde humana

Há pouco mais de duas décadas era possível tomar banho nos igarapés que cortam a cidade de Manaus (AM). Hoje, com o aumento da quantidade de dejetos despejados, torna-se arriscado utilizar essas águas pelos prejuízos que podem causar à saúde.

Para avaliar a composição química e biológica dos recursos hídricos de bacias urbanas do município, a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT), Hillândia Brandão da Cunha, coordenou o estudo "Elaboração de índices de qualidade de água para o município de Manaus", com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O estudo, desenvolvido entre abril/2004 e setembro/2006, teve como finalidade conhecer as características ambientais das águas das bacias da área urbana de Manaus; selecionar organismos que fossem representativos para serem indicadores ou não de poluição, entre eles, as macroalgas e os insetos; além de estabelecer índices de substâncias que determinam a qualidade da água na Amazônia, de verificar o índice de poluição dos mananciais estudados e socializar e conscientizar moradores que possuem residências próximas a igarapés sobre a importância da conservação dos recursos hídricos.

Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (Cena/USP), Hillândia descreveu que, por meio de testes em laboratório, as amostras estudadas foram submetidas a bioensaios com diferentes porcentagens de diluições, usando água e sedimento tanto de ambiente natural quanto poluído. Entre os organismos usados como indicadores biológicos para a qualidade de águas estão as macroalgas (Batrachospermum spp.), que indicam água limpa ou fracamente poluída, e os insetos (das famílias Chironomidae e Polymitarclidae), que estão presentes especificamente em ambientes poluídos. Três bacias urbanas com diferentes níveis de poluição foram analisadas pelo grupo de trabalho. A do Tarumã, incluindo apenas igarapés sem interferência de poluição, a do Educandos, representada pelo igarapé do Quarenta, que recebe efluentes do distrito industrial, e a bacia do São Raimundo, onde a poluição é mais orgânica. O campo amostral corresponde ao total de 15 igarapés, três lagos e o trecho do rio Negro, orla de Manaus. Nesta última área estudada, a pesquisadora aponta que a qualidade da água está mudando em função das bacias situadas no perímetro urbano da cidade, que desembocam no rio que banha a frente da cidade. O projeto propõe, também, a elaboração de um índice de qualidade de água específico para a região Amazônica. A resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) nº 357 de 13 de março de 2005, de acordo com a pesquisadora, foi elaborada a partir da realidade das regiões Sul e Sudeste do Brasil, e não é totalmente adequada para a região Norte, que possui características específicas.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

Fonte: MCT

Um comentário:

Anônimo disse...

Os insetos da familia Chironomidae nao são especicos de aguas poluidas, na verdade, algumas especies são tipicas de aguas de boa qualidade, e algumas são encontradas apenas em ambientes poluidos, ou seja, nao da pra fazer generalizaçoes com esta familia que é muito diversificada.