sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Monitoramento de Queimadas conta com maior número de satélites

Reformulação da página na Internet melhora o atendimento aos usuários

Marjorie Xavier

O monitoramento de queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), conta neste ano com dois novos reforços na detecção de focos de calor. São os satélites europeu MSG-02 (Meteosat Second Generation) e o norte-americano GOES-10, da NOAA, já utilizado antes, mas deslocado recentemente para uma nova órbita passando a oferecer melhor cobertura ao continente sul-americano. Para a função do GOES-10 em sua posição anterior, foi lançado o GOES-12, do qual o Inpe também extrai dados para o monitoramento de queimadas. A detecção sistemática de focos de calor, iniciada pelo Inpe em 1987, é pioneira e a mais completa desenvolvida no mundo, fazendo uso de maior número de satélites – atualmente 11 - que geram centenas de imagens diárias na detecção de focos de queimada. Além da atualização sete vezes ao dia dos focos de calor, a webpage fornece outros produtos como um sistema de risco de fogo da vegetação, estimativas de concentração e dispersão de fumaça, um sistema geográfico de informações específico para as unidades de conservação do país, entre outros.

O monitoramento auxilia o governo federal, em particular o Ibama, no acompanhamento a situações de risco de grandes incêndios florestais, como também os órgãos de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros no combate às queimadas. Entre os usuários regulares incluem-se ainda secretarias estaduais de meio ambiente, Organizações Não Governamentais, usuários individuais, além dos países vizinhos que têm livre acesso a este sistema, desenvolvido em parceria pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência e Tecnologia (MCT).

Segundo Alberto Setzer, do CPTEC/Inpe, pesquisador responsável pelo monitoramento, “o Inpe procura atender da melhor forma possível às necessidades de acompanhamento do uso indiscriminado e indevido do fogo, fazendo uso dos recursos científicos e tecnológicos à disposição. A queimada, apesar de proibida, ainda é uma prática muito comum, profundamente enraizada na cultura brasileira de manejo da terra.” O pesquisador afirma que mesmo nas unidades de conservação do país, como se pode observar na página http://www.cptec.inpe.br/queimadas/, do CPTEC/Inpe, os índices de queimadas são altos. “Todos os dias constatamos inúmeras unidades sendo afetadas pelo fogo”, ressalta. Em relação ao ano passado, 2007 apresenta até agora cerca de 23% a mais de focos detectados. Nos dois últimos meses, o sistema de monitoramento indica quase 6,5 mil casos em unidades de conservação federais e estaduais e reservas indígenas. Já entre os estados, o Mato Grosso lidera o ranking de números de focos de queimadas nos últimos anos.“Também chama a atenção o aumento do número de focos em São Paulo com o aumento da área de plantio da cana-de-açúcar”, lembra o pesquisador.

Página reformulada

A equipe de técnicos e especialistas envolvida no monitoramento de queimadas do Inpe também vem buscando aperfeiçoar e ampliar as facilidades de navegação e consulta aos dados de queimadas. Sob esta preocupação, a página do monitoramento de queimadas foi reformulada recentemente, ganhando nova apresentação. A visualização e navegação estão agora baseadas num sistema de informação geográfica de fácil uso, com recursos bastante conhecidos pelos internautas, que ainda contam com a opção do Google Earth. Além do aspecto visual e gráfico, a reformulação da página acrescentou novos serviços e facilidades. Com o uso das imagens do satélite europeu MSG-02 foi possível estender o monitoramento ao continente africano, permitindo ampliar a cooperação científica do Brasil com países africanos de língua portuguesa. Com a extensão da área abrangida, o monitoramento passa a englobar também os países europeus do Mediterrâneo. Os cerca de 2000 usuários institucionais cadastrados, que recebem regularmente boletins sobre focos de queimadas, podem agora personalizar os informes. Um formulário disponível através do link “Meus relatórios por e-mail” permite configurar o boletim com maior variedade de informações, além de oferecer opções de formato. Este serviço era restrito às informações sobre as unidades de conservação. Antes, para se obter dados adicionais para outras regiões, o usuário era obrigado a navegar na homepage.

Fonte: Assessoria de Imprensa do INPE

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