segunda-feira, 19 de junho de 2006

Carregada de lixo, nave Progress M-55 deixa a ISS

O alvo da reentrada é uma região entre a Oceania e a América do Sul
EFE

MOSCOU - A nave russa Progress M-55, com quase uma tonelada de resíduos, deixou nesta segunda-feira da Estação Espacial Internacional (ISS) para ser lançada no oceano Pacífico, informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia. A operação foi feita às 18h06 de Moscou (11h06 de Brasília) e aproximadamente quatro horas mais tarde os fragmentos carbonizados da nave cairiam no Pacífico, disse um porta-voz do CCVE à agência Interfax. O alvo da reentrada é uma região entre a Oceania e a América do Sul, no paralelo 40 latitude sul, de 1.000 por 200 quilômetros e com profundidade de até 4 mil metros, onde a Rússia já afundou centenas de aparelhos espaciais nos últimos 40 anos. "O lixo e a Progress não representam nenhum risco ecológico, porque a maioria dos resíduos e a estrutura do aparelho se desintegram nas camadas superiores da atmosfera por causa do atrito", explicou o porta-voz.


Há alguns dias, o astronauta russo Pavel Vinogradov e seu colega americano Jeffrey Williams, que estão a bordo da plataforma espacial desde abril, encheram a Progress M-55 com os resíduos e lixo acumulados na ISS nos últimos meses. A Progress M-55 é o cargueiro que mais tempo permaneceu na ISS, mais de seis meses. Antes, as naves russas eram desconectadas da estação antes da chegada da seguinte, mas a Progress M-55 permaneceu ancorada na ISS até depois da conexão da Progress M-56, em abril. Os dois cargueiros permaneciam acoplados à ISS cumprindo funções de armazém e lixeira, uma solução para a falta de espaço e excesso de resíduos, alguns dos maiores inconvenientes a bordo da estação espacial. Além disso, os propulsores destes cargueiros os elevam à altura da órbita da ISS periodicamente, pois a cada dia as naves descem entre 100 e 150 metros, devido à gravitação terrestre e outros fatores.
Dessa forma, as reservas de oxigênio e combustível dos tanques das Progress, que no momento do afundamento têm apenas o combustível necessário para fazer a manobra de descida controlada e desintegração, também são aproveitadas totalmente.

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