Marina Ramalho
De acordo com Graciela Arbilla de Klachquin – coordenadora do projeto Impacto do Uso de Combustíveis Derivados de Petróleo e Gás na Qualidade do Ar da Cidade do Rio de Janeiro, apoiado pelo edital Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ – já foi comprovado que o uso do gás natural é menos poluente do que de combustíveis derivados do petróleo. “Mas o que é bom precisa ficar ainda melhor”, defende Graciela.Ela explica que o GNV emite menores quantidades de monóxido de carbono, compostos orgânicos voláteis e material particulado (poluentes gerados na combustão de gasolina e diesel). No entanto, o gás natural, combustível composto em sua maior parte por metano, emite um poluente específico, o formaldeído, conhecido popularmente como formol. A partir do ano 2000, a incidência desse poluente na atmosfera tem aumentado de forma considerável. Medições feitas pelo grupo no bairro da Tijuca, entre 2002 e 2003, revelaram concentrações de formaldeído de cerca de 150 ppb (partes por bilhão), o que significa uma quantidade de 5 a 10 vezes maior que os valores observados na década anterior. O grupo de Graciela vem estudando a atmosfera carioca desde 1998. A pesquisa já analisou a emissão de poluentes em diferentes pontos da cidade e do estado, como na Avenida Presidente Vargas, Tijuca, campus da Fiocruz, aeroportos Santos Dumont e Galeão, Túnel Rebouças, postos de venda de gasolina, Santa Cruz, Baixada Fluminense, Resende, Volta Redonda e Barra Mansa. Graciela ressalta que o Rio de Janeiro, cuja população urbana corresponde a 95% do total, apresenta condições adversas para a dispersão dos poluentes. “A cidade é rodeada de montanhas. Os poluentes são levados pelo vento em direção aos maciços durante o dia, e carregados de volta em direção ao mar à noite”, explica. De acordo com dados do IBGE, até 1960 predominava no Brasil a população rural. No recenseamento de 1970 já se constatou o predomínio da população urbana, com 56% do total nacional. Atualmente, 75% da população brasileira vivem na cidade.
Numa próxima etapa da pesquisa, as análises serão estendidas à Floresta da Tijuca, para avaliar o impacto da cidade na floresta, e a terminais rodoviários, onde predominam os veículos pesados. “Nas rodoviárias, teremos a oportunidade de avaliar as conseqüências da utilização do diesel para a atmosfera”, explica. Os pesquisadores esperam que o alerta estimule a regulação do uso de carros movidos a gás e o aperfeiçoamento de catalisadores e sistemas de injeção eletrônica.
Um comentário:
prezado, acho que a faperj não fez uma revisão no texto visto que o principal constituinte do GNV, é o metano e não o metanol, como relata o artigo. qq coisa entrar em contato a_minho@ig.com.br abraços alan
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