Rio de Janeiro, 16/08/06
Três mil bombeiros em 105 quartéis estão em alerta máximo no combate aos incêndios florestais em todo o Estado do Rio. Somente terça-feira, dia mais quente do inverno, foram registradas 120 ocorrências — 45 na capital. Segunda-feira, o número de chamadas foi recorde do ano: 178 incêndios, sendo 72 na capital. Ontem, termômetros marcaram 36,6 graus em Realengo. Além do calor intenso, a baixa umidade e os ventos fortes ajudam a propagar as chamas. As áreas mais atingidas são a Barra, Recreio, Campo Grande e Baixada Fluminense.
Em Caxias, 18 bombeiros do Grupamento de Operação com Produtos Perigosos (Gopp), unidade instalada na Reduc, levaram cinco horas para combater o incêndio na mata às margens da Rodovia Washington Luiz (BR-040). Além de homens com abafadores, bombeiros contaram com o apoio de helicóptero da Coordenadoria-Geral de Operações Aéreas da Polícia Civil e dois caminhões-tanque, um deles do Quartel de Parada de Lucas.
Mobilização total
Na Barra, o fogo destruiu 50 mil metros quadrados de vegetação, ao longo da Avenida Abelardo Bueno, próximo à Vila do Pan. O risco de novos incêndios deixou de prontidão todos os bombeiros em folga. "Podem ser chamados a qualquer momento para ajudar no combate. A situação é muito grave", avisa o chefe do Estado-Maior dos Bombeiros, coronel Marcos Silva.
A Defesa Civil e o Batalhão de Polícia Florestal da PM estão em campanha contra a soltura de balões. "A mata não pega fogo sozinha. Os incêndios são criminosos", denuncia o coronel Marcos Silva. Ele pede que a população não faça queimadas e não jogue cigarros pela janela do carro nas rodovias. Ao primeiro sinal de fumaça, moradores devem ligar para o número 193 e avisar aos bombeiros.
Helicóptero para combater as chamas
Para chegar aos locais de difícil acesso, bombeiros contaram com o apoio do helicóptero da Coordenadoria-Geral de Operações Aéreas (Cgoa) da Polícia Civil para debelar o fogo. Foram empregados mais de 40 mil litros de água no combate. O helicóptero possui bolsa de plástico reforçado com capacidade para armazenar 500 litros de água por vez. Durante uma hora e meia, a aeronave fez pelo menos 10 viagens até o Rio Iguaçu para recolher a água utilizada no combate aos focos. A ação foi comandada de dentro do helicóptero pelo tenente Euler Lucena Tavares Lima, do Gopp. Segundo ele, 10 quilômetros quadrados de mata foram destruídos. "Nos concentramos em 10 focos de incêndio. A visibilidade chegou a ficar muito prejudicada por causa da fumaça". O fogo só foi controlado às 17h40.
Fogo destrói caixotes no Ceasa
O fogo destruiu o depósito de caixotes de madeira da Ceasa (Centrais de Abastecimento do estado), em Irajá, na madrugada de ontem. As chamas consumiram madeira de uma área de mil metros quadrados, equivalente a três campos de futebol. Os moradores da Favela Pára-Pedro, próxima ao depósito, disseram que dois balões caíram sobre as pilhas de caixotes, usados para acondicionar frutas, legumes e verduras. A causa do incêndio, no entanto, ainda está sendo investigada pelo Corpo de Bombeiros. O clarão de chamas e a fumaça com mais de 50 metros de altura foram vistos até Parada de Lucas. Foram deslocadas para a Ceasa 23 viaturas de 10 quartéis. Outro incêndio destruiu pequena fábrica de borrachas que funcionava na antiga Av. Automóvel Clube e curto-circuito provocou princípio de incêndio num casarão Rua do Livramento, Saúde.
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