Cientistas chineses acabaram de descobrir comunidades de entre 10 e 20 ursos panda, animais solitários que só se encontram com outros na época do acasalamento, vivendo juntos em cavernas nas montanhas, informou hoje a imprensa oficial.
A descoberta de sete comunidades de pandas nas montanhas Qinling, na província de Shaanxi (norte da China), pode mudar as idéias estabelecidas sobre este animal, que é símbolo da nação chinesa e corre risco de extinção. Os grupos descobertos quase não se relacionam entre si, salvo quando se encontram por acaso na floresta enquanto procuram comida. Também é surpreendente o fato de as "famílias", para evitar a endogamia, expulsarem as fêmeas da comunidade quando elas completam dois anos e conservarem os filhotes machos, que, no futuro, "aceitarão" na comunidade ursas expulsas de outras cavernas.
As comunidades de pandas sabem reconhecer se um indivíduo pertence a sua "família" ou não pelo cheiro de seus excrementos, disse Yong Yange, diretor do instituto de pesquisa da reserva natural de Foping, onde vivem os animais. Outro tipo de interação social destes pandas, muito raro na espécie, são as brigas entre ursos jovens da mesma comunidade por uma fêmea estrangeira ou o fato de as mães, às vezes, cederem sua casa a ursas "visitantes". As tocas dos pandas nestes "povoados" costumam ter duas cavidades por cada família - uma serve como dormitório - e estar voltadas para o sul, o lado mais ensolarado (exatamente como as casas humanas tradicionais na China).
Os pesquisadores continuam investigando os grupos de pandas para analisar que soluções estes animais procuram quando há um número excessivo de fêmeas e como constroem suas tocas. Yong acredita que, sabendo o suficiente sobre os costumes desta subespécie de pandas, será possível ajudar os animais a construírem novas "casas" e "povoados" que sirvam para aumentar sua reprodução. Atualmente, existem cerca de 1.600 ursos pandas em liberdade, dos quais 300 pertencem à subespécie de Qinling. Os demais vivem mais ao sul, nas florestas de bambu de Sichuan (sudoeste da China). Os problemas de reprodução deste animal, causados pela endogamia, pela destruição das florestas em que os espécimes vivem e pela caça ilegal, condenaram o panda ao lento desaparecimento, embora os cientistas chineses estudem formas de evitar que isso aconteça.
Fonte: Terra online
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