Para pesquisadores, massa muscular não estimula a perda de peso.Tese desafia princípios da indústria da dieta e da saúde.
Ingerir menos calorias e fazer exercício são fórmulas igualmente benéficas para perder peso, segundo um estudo publicado nesta sexta-feira (26) e que desafia alguns dos princípios da indústria da dieta e da saúde. Os testes realizados em pessoas com sobrepeso demonstraram que "uma caloria é uma caloria, que pode ser eliminada graças à dieta ou ao exercício físico", sustentam os pesquisadores americanos autores do estudo. Afirmam que "não existe modo algum de reduzir especificamente as gorduras na barriga ou de conseguir coxas firmes", e agregam que "acrescentar massa muscular não estimula o metabolismo nem ajuda as pessoas que realizam uma dieta para perder peso".
O médico Eric Ravussin, do centro de pesquisa biomédico de Pennington, integrado dentro da universidade estadual da Louisiana, na localidade de Baton Rouge, explicou que "a chave está nas calorias". Para o estudo, publicado pelo "Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism", foram analisadas 24 pessoas, das quais a metade recebeu uma dieta calórica inferior em 25% à habitual, enquanto os outros doze, além de realizar uma dieta de apenas 12,5%, fizeram exercício físico cinco vezes por semana durante seis meses. Os resultados mostraram que os voluntários de ambos os grupos perderam cerca de 10% de seu peso corporal e 24% de suas gorduras. Além disso, perderam 27% de gordura visceral, considerada a mais perigosa e relacionada com as doenças coronárias e com a diabete. Por outro lado, a distribuição das gorduras no corpo não foi alterada em nenhum dos casos, o que sugere, segundo Ravussin, que "os indivíduos estão geneticamente programados para armazenar gorduras de uma forma particular, e que essa distribuição é dificilmente modificável".
Outro objetivo do estudo era investigar se ingerir menos calorias ajuda as pessoas a viver mais tempo, já que algumas dietas testadas em animais confirmaram esta hipótese, mas requer muito mais tempo para observar os resultados em humanos.
Fonte: Globo.com
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