A emissão de poluentes nas grandes cidades terá uma solução parcial, porém eficiente. A Sabertec, empresa de tecnologia ambiental, junto com o Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da USP divulgou na manhã da última quarta-feira os resultados dos testes com um catalisador de nova tecnologia, realizados de julho a outubro deste ano.
O Filtro de Impacto para Particulado Diesel (IDPF) foi criado e desenvolvido no Brasil pelo engenheiro Sergio Varkala Sangiovani e é voltado para purificar os poluentes emitidos por veículos a diesel. A tecnologia é inovadora, e o catalisador é capaz de filtrar partículas quatro vezes menores que os poluentes retidos nos filtros já existentes. O IDPF está apto a reter partículas de poluentes com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros (PM 2,5). "O que já existia eram purificadores de PM 10 (10 micrômetros), partículas maiores e visíveis", explica o fundador da Sabertec, William J. O'Brien. O filtro é reutilizável e pode ser lavado com água e sabão.
Atualmente, a filtragem catalítica é a mais comum. Ela captura os resíduos e os queima. "O produto da queima é água e gás carbônico, prejudicial para a camada de ozônio, logo agrava o aquecimento global", diz o representante da Sabertec.
Protocolo de testes
Saúde
Ele aponta que a poluição de São Paulo é responsável por doenças como câncer, asma, bronquite, quase a totalidade de doenças cardio-respiratórias e até abortos. O pior é que as causas dessas doenças independem de indicações do médico ou profilaxia do paciente. As soluções até então apresentadas não eram viáveis. A intenção é reduzir a emissão de poluentes. "Não é possível tirar os veículos de circulação, não é possível os motores permanecerem funcionando como novos, os catalisadores existentes são corroídos pelo enxofre. Assim, quando surgiu a oportunidade de fazer parceria com um projeto que trouxesse soluções reais para o problema, fizemos", completa Saldiva.
Ruim para os pacientes, ruim para a máquina pública
A Sabertec cobra US$ 1.100 por filtro. "O custo é relativo. São Paulo consome US$ 750 milhões todos os anos só para sanar sintomas de problemas relacionados à emissão de poluentes. Em contraposição, para instalar o IDPF na frota de ônibus inteira da cidade totalizaria US$ 50 milhões, investidos uma única vez", compara O'Brien.
O exemplo de Diadema Em Diadema, região da Grande São Paulo, o sistema IPDF vigora há um ano. "Foi um casamento de oportunidades. Sergio me procurou querendo realizar a experiência. Ele tinha quem fabricasse os filtros e a prefeitura deveria ceder a frota municipal de ônibus para a implementação", diz o secretário do Meio Ambiente de Diadema, Marco Antonio Mroz. O secretário afirma que a experiência teve grande êxito e foi apresentada na reunião dos secretários do Meio Ambiente da região metropolitana paulista. "Ficou provado que com equipamento barato e a contribuição de cada município - afinal a bacia aérea não tem limites geográficos - é possível reduzir os índices de poluição', conclui.
A prefeitura de São Paulo está de olho nos testes, de acordo com O'Brien. Inclusive, no lançamento do filtro o secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, estava presente. Mas não há planos nem projetos definidos por enquanto. "De qualquer forma, o apoio da prefeitura foi fundamental para a realização dos testes, principalmente o acesso ao autódromo".
Fonte: Redação Terra
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