Chamada de Água Doce, a iniciativa consiste na instalação de sistemas de dessalinização em comunidades em que chove pouco. Os projetos beneficiam moradores de Alagoas, Sergipe, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Espírito Santo e Minas Gerais. Os equipamentos retiram a água do solo, que tem altas concentrações de sal, e fazem uma espécie de filtragem para deixá-la própria ao consumo humano. “No Semi-Árido, o solo é praticamente impermeável. A água bate e vai embora. Uma pequena parte vai sendo filtrada pelas rochas e absorvendo sais de cálcio, de magnésio e de sódio”, afirma Regina Generino, técnica especializada do Ministério do Meio Ambiente ligada à coordenação nacional do Programa Água Doce.
O Água Doce foi implementado em 2004. Ele começou substituindo antigos aparelhos dessalinizadores, que não funcionavam mais, instalados por um antigo projeto do governo federal chamado Água Boa. “O programa não tinha manutenção, nem o compromisso da comunidade com esses aparelhos. O diferencial agora é justamente o envolvimento da comunidade, em que todos assinam um acordo”, diz Célia de Mendonça, também técnica especializada do Ministério do Meio Ambiente ligada à coordenação nacional do Programa Água Doce. São os moradores também que escolhem a forma como a água será repartida.Desde o ano passado, uma unidade demonstrativa, instalada no município de São José do Seridó (RN), pesquisa o que pode ser feito com os resíduos dos dessalinizadores. Já se sabia que esse material pode ser usado para alimentar animais como bode e cabra, tomar banho e lavar roupa; as pesquisas mostraram que os resíduos também podem ser usados para formar um tanque com tilápias e regar plantas forrajeiras, que alimentam os animais criados nas comunidades.As pesquisas são feitas em parceria com a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), com um investimento de pouco mais de R$ 10 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e da Fundação Banco do Brasil. A verba servirá ainda para a instalação de mais 22 unidades demonstrativas — duas em cada uma dos dez Estados e outras duas possivelmente no Maranhão. (PrimaPagina) (Envolverde/Pnud)
Fonte: www.envolverde.com.br
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