sábado, 27 de janeiro de 2007

Ibama apreendeu 2.300 animais

Renata Brum

A região de Juiz de Fora ocupa um dos primeiros lugares no ranking de apreensões de animais em situação ilegal do Estado de Minas Gerais. A informação é do escritório regional do Ibama, que, só no ano passado, realizou cerca de 2.300 recolhimentos, uma média de sete a oito por dia.

A maior parte dos animais, apreendida em parceira das polícias rodoviárias e do meio ambiente, é localizada em cativeiro doméstico ou em rodovias da região, consideradas rotas de tráfico de animais silvestres. Outra parcela dos bichos é abandonada pelos proprietários, geralmente quando crescem. Os animais são encontrados, muitas vezes, em péssimo estado de saúde em estradas, praças e outros locais públicos.

O levantamento do Ibama mostra que, do total de animais apreendidos, cerca de 60% a 70% são aves e pássaros. As serpentes e os chamados psitacídeos - como papagaios, araras, e maritacas - também são considerados os preferidos dos comerciantes e criadores ilegais, principalmente pela beleza e facilidade de transporte. “Os traficantes geralmente dopam os animais e os colocam dentro de um tubo de PVC ou outro tipo de recipiente impróprio. O índice de mortes é elevadíssimo. De cada dez animais, apenas um chega vivo ao destino. É uma judiação”, ressaltou o chefe executivo do escritório regional do Ibama, Aurélio Augusto Sousa Filho, explicando que grande número das apreensões ocorre nas estradas estaduais e federais que cortam Juiz de Fora. “Nossa malha viária é muito explorada pela rota do contrabando de animais silvestres já que o município está localizado entre as regiões Norte e Nordeste e Sul e Sudeste. Além disso, a região próxima ao município ainda apresenta características rurais, sendo fácil encontrar animais silvestres.”

Dados internacionais mostram que, atualmente, o tráfico de animais é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para o de armas e drogas. Segundo Aurélio, os principais destinos das espécies são os estados do Rio e São Paulo. Ele destaca que uma das características do tráfico é a apreensão de grande número de um mesmo animal. Ainda segundo o chefe regional do Ibama, no fim do ano passado, cerca de 250 pássaros pretos foram recolhidos com uma só pessoa na BR-040. “Isso identifica o tráfico.”Na quinta-feira, dia 18, policiais da 4ª Companhia Independente de Meio Ambiente realizaram a apreensão de 11 pássaros silvestres, entre trinca-ferros, canários, azulões e pintacilgos. Os animais estavam em cativeiro em uma casa na Estrada Engenheiro Gentil Forn, no Serro Azul, Cidade Alta, e foram localizados após denúncia. No local, além de gaiolas foram recolhidos alçapões para a captura de pássaros. Segundo a Polícia Militar do Meio Ambiente, a maior parte das apreensões é feita em cativeiros domésticos. “Recebemos muitas denúncias. É por meio dessa ajuda que chegamos aos endereços. A comunidade tem que se conscientizar que, ao aprisionar animais silvestres, está cometendo crimes contra a natureza”, destacou o comandante do Pelotão de Polícia Militar do Meio Ambiente, tenente João Bosco Veiga Ferri, ressaltando que, somente no ano passado, um total de 1.088 apreensões foram feitas.

Manutenção em cativeiro pode ser irreversível

Depois de ser encontrado com fraturas no antebraço e no maxilar, no mês de novembro, um macaco da espécie bugio, foi encaminhado a tratamento em uma clínica veterinária e, hoje, permanece na sede do Ibama. Segundo o chefe do escritório regional, Aurélio de Sousa, a espécie em extinção está condenada à prisão perpétua. “Esse é um animal que, infelizmente, não tem como retornar para a natureza. Por estar em extinção, ele deverá ser encaminhado a um programa de reprodução, mas jamais poderá voltar ao habitat natural.” Aurélio explicou que alguns animais têm extrema dificuldade de reabilitação após a sua retirada do meio ambiente, “Mantê-los em cativeiro pode ser irreversível. Domesticados, os animais silvestres perdem a capacidade de defesa, ficam tão mansos que não conseguem sobreviver, viram presas fáceis. É importante que a comunidade se conscientize de que retirar um bicho da natureza é o mesmo que condená-lo à morte.”

Tartarugas exóticas também estão entre os animais sem perspectiva de um novo destino. Atualmente cinco delas vivem num tanque no Ibama depois de serem capturadas em praças e outros locais do tipo na região. “Isso também é muito comum. As pessoas compram os animais, ainda pequenos, em lojas de pet shop e, quando crescem, não querem mais ficar com os bichos e os desovam em qualquer lugar”, comentou Aurélio, ressaltando que muitos chegam ao Ibama mutilados, com olhos furados, membros amputados ou fraturados. “Muitos acabam morrendo antes de sair do Ibama.” Quando chegam ao centro de triagem do órgão, os bichos passam por avaliação biológica e veterinária, ficando em observação por 40 dias. Após esse período, são encaminhados aos viveiros especiais até serem reintroduzidos ao meio ambiente ou encaminhados a programas especiais de reprodução. Mesmo quando a reintrodução do animal não é indicada, o centro permanece com ele apenas por um período até que esteja com a saúde boa para ser enviado a zoológicos ou criadouros legalizados.

Segundo o chefe regional do órgão, apenas alguns pássaros conseguem ser reintroduzidos ao meio mais facilmente. Já os papagaios e araras não conseguem voltar depois de domesticados. O mesmo acontece com os primatas porque são animais que mais criam dependência de abrigo, proteção e alimentação quando vivem em cativeiro. Além disso, adquirem doenças humanas e podem disseminá-las entre a população selvagem. “A destinação, por exemplo, do macaco prego é extremamente difícil, pois todos os centros de triagem do Ibama e os zoológicos estão lotados.” As cobras, ao invés de voltarem para a natureza, são destinadas a institutos como Vital Brasil e Butantan.

A cada dois dias, uma pessoa é detida em JF

Levantamento da 4ª Cia Independente de Meio Ambiente mostra que, a cada dois dias, uma pessoa é presa por crime contra a fauna em Juiz de Fora. Em 2006, foram 144 prisões e R$ 91 mil arrecadados com multas. Segundo o comandante do pelotão, tenente João Bosco Ferri, criadores e comerciantes ilegais de animais silvestres são autuados em multas que variam de R$ 500 até R$ 5 mil (quando o animal está ameaçado de extinção). “O valor é calculado por cada animal apreendido.” Além da multa, o infrator responde a processo. “Solicitamos que os criadores irregulares entreguem os animais ou procurem regularizar a situação no Ibama.”
Em dezembro, uma resolução que regulamenta o termo de guarda provisória de animais foi aprovada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A medida atende a criadores que não encontram vaga ou abrigo no Ibama, não regularizando, entretanto, a situação de pessoas que criam animais silvestres em cativeiro. A lei determina a realização de cadastro de depositários voluntários - pessoas que queiram cuidar provisoriamente desses animais. Para fazer parte da lista, não podem ter cometido infração administrativa de natureza ambiental nos últimos cinco anos, nem estar respondendo a processos por crimes ambientais.

Denúncias de crimes ambientais podem ser feitas pelo telefone 3216-4699 da Polícia Militar do Meio Ambiente ou para o Ibama, pelo número 3233-0077.

Fonte: Tribuna de Minas

Um comentário:

Anônimo disse...

Denucia urgente
Por favor peço a vcs que me ajude , tenho residencia na cidade de Piau em Minas Gerais e um vizinho faz criação de porcos e vende carnes clândestina lá na cidade.O problema que o chiqueiro do rapaz é um mal cheiro terrível fora as moscas varejeiras e mosquitos insuportáveis,além dele vender carnes podre de bernos para os açougues é uma nojeira.



Meu sogro tem 82 anos e tem doença grave cançer,e o dono dos porcos fez o chiqueiro colado com o nosso moro,já fiz reclamações na Prefeitura da cidade e nada fizeram,fui até em Juiz de Fora na VS Estadual e fiz uma reclamação por escrito,eles mandaram um oficio para cidade e nada foi resolvido!!!Então por favor vcs tem que nos ajudar,temos casas alugadas lá e niguem está aguentendo,fora meu sogro doente.O nome do rapaz é Emerson e ele é muito desaforado disse que nem o Lula tira os porcos dele de lá,Piau está uma bagunça com relação a este tipo de PROBLEMA...



Meu endereço é: Rua Augusto Gonçalves -n 436-cep- 36157-000 -Piau -Minas Gerais:



Meu nome é :Claudia Aparecida de Souza Campos.



Conto com o apoio de vcs pois tudo que estava em meu alcançe eu fiz.