O excesso de exposição ao sol não deve ser a única preocupação no verão. Depois de ficar, em 2006, em segundo lugar no ranking das cidades que apresentam maior número de infectados por dengue na Região Metropolitana e quarta no Estado, Niterói deverá ficar atenta à prevenção da doença, que costuma aumentar de incidência no verão, por conta do calor e das chuvas. Dados da Secretaria Estadual de Saúde mostram que, até meados de dezembro, houve 907 notificações, sendo que duas do tipo hemorrágico.
Há dois anos sem apresentar epidemia, o município teve um surto na Ilha da Conceição, entre fevereiro e abril. Cercado por estaleiros, o bairro teve 58 pacientes registrados com o vírus. Em Itaipu, na Região Oceânica, 13 pessoas também foram notificadas com a doença. Os demais bairros tiveram menos de dez doentes. Em dezembro, sete moradores do Morro do Palácio, no Ingá, na Zona Sul, apresentaram sintomas da enfermidade, porém ainda não houve confirmação. Mesmo assim, agentes de saúde farão operações de prevenção no fim de semana.
Durante o ano, o Rio de Janeiro foi a cidade que apresentou o maior número de notificações – 14.651, sendo 36 hemorrágicas – seguido de dois municípios do Sul Fluminense – Angra dos Reis, com 5.910 e Paraty, com 1.677. Tais casos contribuíram para o Estado alcançar, em dezembro, o quinto lugar no ranking nacional de pessoas infectadas. Com 155 notificações, o Rio só foi ultrapassado por Goiás (233 notificações), Pará (com 203), Minas Gerais (193) e Rondônia (185). Outro índice negativo mostra que o Estado, em 2006, cresceu em mais de 1.300% o número de ocorrências em relação a 2005. Ao todo, o Rio teve 27.293 notificações.
Dados preocupantes mostram que São Gonçalo, mesmo com um total de notificações menor que Niterói, mostra maior manifestação do tipo hemorrágico. Das 296 incidências, sete são da mais grave. Já Itaboraí teve 530 notificações, uma hemorrágica.
Mobilização da comunidade é importante
Autoridades de saúde pública sempre apontam a mobilização comunitária para eliminar os focos da doença como principal medida para reduzir o número. O chefe do setor do controle de zoonoses do município, Francisco Faria Neto, ressalta que o trabalho preventivo é realizado durante o ano inteiro, com reforço em casos de suspeita. "Neste fim de semana, trabalharemos com intensidade no Morro do Palácio, onde apareceram pessoas com sintomas da doença. Foi desta forma que conseguimos zerar os casos na Ilha da Conceição, inclusive no mês passado, que teve calor e chuva", comentou Francisco.
Ativa
Instruída a não deixar pneus expostos, cobrir os entulhos presentes no quintal e evitar objetos que acumulam água, como tênis e tigelas, a dona-de-casa Dilva Peçanha Costa, de 58 anos, falou da importância da ida de profissionais nas casas. "Tenho cuidado e não deixo nada empoçado. Entretanto, às vezes me descuido, porque são muitos detalhes, como tampinhas de garrafas que eu deixo no quintal com a boca para cima e, nesta hora, que as visitas constantes dos agentes da Prefeitura me ajudam a perceber onde eu descuidei. Temos que nos prevenir para ninguém ficar doente", comentou Dilva.
Ações
Dentre os procedimentos para eliminar os criadouros, o Ministério da Saúde aponta algumas ações que devem ser realizadas no dia-a-dia. São elas:
Água: Tampar recipientes e caixas de água.
Coleta de lixo: a coleta regular de lixo também reduz os possíveis criadouros de mosquitos.
Inspeção domiciliar: Visitas domiciliares determinam se está havendo reprodução de mosquitos dentro e em volta das casas. Os inspetores de saúde podem ensinar aos moradores os meios para impedir a reprodução dos mosquitos.
Campanhas de educação em saúde: o primeiro passo para uma adequada ação contra o mosquito da dengue é informar às comunidades sobre a doença, bem como as medidas adequadas para combatê-la.
Vasos: A água das plantas aquáticas deve ser trocada e limpa com freqüência, com bucha ou escova.
Garrafas: Guardadas de cabeça para baixo e em lugar coberto.
Animais – Troque a água do bebedouro diariamente.
Como identificar o doente:
Muitas vezes confundidos com outros tipos de patologia, os dois tipos de dengue costumam se manifestar de forma diferente, tendo na hemorrágica, a mais agressiva. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica, além dos sintomas citados, ocorre sangramento, especialmente em gengivas e narinas, e sensação de choques. Este tipo pode ser letal.
Tratamento
Na observação do primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo e evitar a automedicação. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar, imediatamente, um especialista, em caso de reaparecimento dos sintomas agravados, pois há um aumento da probabilidade de aparecer dengue hemorrágica. É necessário que o doente beba bastante líquido neste período.
Fonte: O Fluminense
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