Marcelino Ribeiro
A diversificação de cultivos nas áreas irrigadas do semi-árido é um dos principais desafios à programação de pesquisa e desenvolvimento da Embrapa Semi-Árido nos próximos 4 anos. Em campos experimentais da instituição já são avaliados o desempenho agronômico e produtivo de espécies de frutas e oleaginosas a exemplo do rambotã, caqui (foto), tangerina, laranja, limão, pomelo, pêssego e oliveira, sob condições de irrigação. São culturas com alto valor agregado e potencial para ocuparem plantios comerciais nas áreas irrigadas em expansão no semi-árido.
Nos estados da Bahia e Pernambuco, a Codevasf tem planejado a implantação de 13 novos perímetros irrigados. Serão mais de 100 mil hectares disponíveis para a agricultura irrigada nos próximos anos. Concentrar nestas áreas a exploração agrícola baseada nas frutíferas uva e manga poderá prejudicar bastante o negócio agrícola da região que é um dos mais importan-tes do país, explica o pesquisador Pedro Carlos Gama da Silva.
Estratégias
Segundo Pedro Gama, esta situação produtiva tem levado o negócio das duas culturas apresentar sérios problemas relacionados aos preços das frutas. E isto pode se agravar com a expansão das suas áreas de cultivo para os novos perímetros irrigados. Portanto, a identificação de espécies com potencial econômico é importante para o negócio agrícola da região. A pes-quisa em execução na Embrapa é coordenada pelo pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes e tem o apoio financeiro da Codevasf.
Citros
Segundo o pesquisador José Egídio Flori, também da Embrapa Semi-Árido, uma conjunção de fatores favorece a exploração de citros no Vale do São Francisco. Estudo realizado pelo Instituto Pensa por solicitação da Codevasf concluiu que por meio de análises bastante criteriosas das condições de solo e clima do Pólo Petrolina/Juazeiro, a citricultura na região, além de possível, pode apresentar custos inferiores ao da citricultura tradicional baseada no estado de são Paulo. Um dos fatores que diminuem o custo de produção é a utilização de defensivos em menor quantidade, graças ao clima quente e seco que dificulta a presença de doenças e fun-gos.
A citricultura a ser implantada no Pólo Petrolina/Juazeiro deve ser voltada para o processa-mento industrial com a possibilidade de destinar pequena parte da produção para o comércio de frutas in natura. Os técnicos do Instituto Pensa estimam o custo operacional por hectare para a citricultura irrigada, no estado de São Paulo, em torno de 5% maior em relação à citricultura irrigada no Pólo Petrolina/Juazeiro. Entretanto, quando contemplado o custo total, ou seja, o custo operacional juntamente com os investimentos necessários, o cenário paulista passa a ser menos vantajoso, apresentando um custo de 22% maior do que o Pólo Petroli-na/Juazeiro (dados do relatório do pensa).
Oliveiras
Fonte: Embrapa
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