quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Rio dos Sinos, no Sul, volta a registrar mortandande de peixes

Shirley Prestes

Uma nova mortandade de peixes foi registrada hoje (4) no Rio dos Sinos, na Região Metropolitana da capital. Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) o problema foi causado pela baixa vazão de água e em conseqüência da chuva de ontem (3), “intensa mas rápida, causando enxurrada e removendo o lodo do fundo do rio”.

Os peixes mortos, em pequena quantidade, foram encontrados entre São Leopoldo e Novo Hamburgo, nas proximidades dos arroios Pampa e Luiz Rau. “A Fepam já vinha alertando sobre a possibilidade de nova mortandade no rio, devido ao intenso calor e à falta de chuva”, disse o diretor técnico da Fundação, Jackson Muller. A temperatura da água na faixa dos 30 graus – seis acima da média –, segundo o diretor, também contribuiu para que a poluição ficasse mais concentrada, dificultando a manutenção do oxigênio na água. "O Rio dos Sinos não recebeu a atenção e os investimentos necessários para sanar os problemas estruturais de crescimento populacional e de lançamento de esgoto sem tratamento”, afirmou. Muller disse estar preocupado com a época de piracema, quando os peixes dos rios da região procuram as partes mais altas para reprodução na Bacia Hidrográfica do Sinos. “Há um remanescente industrial que ainda compromete o rio, associado à forma operacional das estações de tratamento construídas pelo setor privado no Vale dos Sinos”, explicou o diretor.

O Vale concentra as indústrias calçadistas no estado e segundo Muller, o setor público “não fez o dever de casa, pois dos R$ 200 milhões de investimento que estavam previstos para a situação de emergência no local, apenas R$ 20 milhões foram garantidos no orçamento”.
Equipes do Serviço de Emergência da secretaria estadual do Meio Ambiente e do Laboratório da Fepam coletaram amostras da água e material para avaliar a situação do rio. O aparelho de injeção de oxigênio puro continua ligado, na altura da cidade de Sapucaia do Sul, onde a mortandade nos últimos meses atingiu 100 toneladas de peixes.

Fonte: Agência Brasil

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