sábado, 3 de fevereiro de 2007

Carvão vegetal ecologicamente correto - II



O método usa cilindros metálicos para a carbonização da madeira. A fumaça resultante é conduzida através de um tubo para ser queimada e transformada em gás limpo.

Os cilindros metálicos usados no lugar dos fornos não eliminam gases na atmosfera. Durante a carbonização, os compostos voláteis tóxicos são conduzidos através de um tubo e passam por um processo de queima. “A uma temperatura de 1000 o C, esses poluentes são transformados em gás carbônico (CO 2 ) limpo e água”, explica Pimenta. “Parte do CO 2 é liberada para o ar e outra é usada, em forma de gás quente, para a secagem da própria lenha”, conta. Graças à possibilidade de secar a lenha de modo mais eficaz antes de queimá-la, a produção de carvão por meio do novo método é 50% maior do que pelo tradicional.

Outra vantagem do processo refere-se às condições de trabalho dos empregados. A constante vigilância dos fornos para a medição do tempo correto de queima, feita normalmente pelos carvoeiros nos fornos convencionais, os expõe ao calor e à fumaça diariamente, além de obrigá-los a permanecer no posto por horas a fio, inclusive durante a noite. Para evitar esse transtorno, o novo processo conta com termopares (espécie de termômetro) implantados dentro dos cilindros, que transmitem para um computador a temperatura exata dentro dos fornos. “Além disso, implementamos um sistema mecanizado de descarga do carvão, para que não seja necessário que o operador entre nos fornos para retirar o material.” Pimenta destaca ainda que, na fábrica, localizada no Paraná, somente lenha de reflorestamento é carbonizada, o que reforça o caráter ecológico do processo. A exemplo da matriz, duas novas unidades estão sendo implantadas em Minas Gerais com o mesmo conceito de produção limpa de carvão vegetal. Pelo fato de promover a queima integral do metano emitido pelos fornos, a empresa planeja ingressar também no mercado de troca de créditos de carbono. “O metano causa 21 vezes mais efeito estufa e aquecimento global do que o gás carbônico, o que o torna um dos alvos no atual esforço de redução das emissões de gases do efeito estufa”, explica Pimenta. “Em nosso processo de queima dos gases poluentes, eliminamos de 50 a 60 toneladas de metano por mês, que irão gerar créditos passíveis de comercialização”, complementa.


Fonte: Ciência Hoje

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