segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Elefante africano corre risco de extinção

O elefante africano está em vias de extinção devido ao aumento sem precedentes do comércio de marfim, proibido em 1989 por um tratado internacional, afirma um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Segundo Samuel Wasser, diretor do Centro de Biologia da Conservação da Universidade de Washington, a espécie desaparecerá da face da Terra se os países ocidentais não tomarem medidas contra o comércio de marfim.

O elefante africano é o mamífero mais pesado e o segundo mais alto do reino animal. Suas presas podem ter dois metros de comprimento e pesar 60 quilos cada uma. O perigo que ameaça o elefante africano parece ter sido exacerbado pelos preços crescentes do marfim nos mercados internacionais e pelo crescente desenvolvimento econômico chinês. Em 1989, ano em que a proibição entrou em vigor, o preço de um quilo de marfim era de US$ 100 no mercado negro. Em 2004, esse preço havia subido para US$ 200 e, no ano passado, a grande demanda fez com que chegasse a US$ 750.

Em seu estudo, o cientista afirma que a diminuição do número de elefantes terá conseqüências graves não apenas para a espécie, mas também para o habitat. "Os elefantes são uma espécie importante, e eliminá-la significa alterar o habitat. Isto tem conseqüências para muitas outras espécies", disse. Wasser afirmou que, entre agosto de 2005 e agosto de 2006, as autoridades africanas apreenderam mais de 23,4 mil quilos de marfim contrabandeado. No entanto, segundo adverte o biólogo em seu estudo, sabe-se que os agentes alfandegários conseguem detectar apenas 10% do contrabando. Portanto, a quantidade real de marfim contrabandeado é de cerca de 234 toneladas. Isso significa, acrescenta Wassers, que foram mortos mais de 23 mil elefantes, que equivalem a 5% da população africana da espécie.
Segundo o cientista, o recente crescimento da economia chinesa é uma das principais forças do mercado negro de marfim. Isso não apenas provocou uma alta dos preços, mas também impulsionou a participação do crime organizado. Wassers afirma que a melhor forma de impedir a intervenção das máfias é tomar medidas relativas às fontes do marfim.

Fonte: EFE

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