Mulheres com mais de 86 cm de cintura têm o dobro do risco de ter a doença. Risco aumenta se mulher ganhou mais de 20 quilos depois dos 20 anos
As mulheres obesas ou com um cinto de gordura correm quase o dobro de risco de contraírem câncer de útero que as mulheres sem estas características, diz um estudo divulgado nesta terça-feira (20) no Reino Unido. O trabalho, financiado parcialmente pelos laboratórios britânicos Cancer Research UK, disse que as mulheres com um diâmetro de cintura de 86 centímetros têm duas vezes mais riscos de sofrerem câncer uterino que aquelas cuja cintura não passa dos 78 centímetros.
A pesquisa, que analisou as informações médicas de 223.000 mulheres em 10 países europeus, também revelou que as obesas e as que ganharam 20 quilos a partir dos 20 anos de idade correm um risco duplo de desenvolver a doença. É considerada obesa a pessoa cujo índice de massa corporal - obtido ao se dividir o seu peso em quilos pelo quadrado da estatura - é de 30 ou mais. A conclusão principal do estudo, publicado na internet pelos participantes da pesquisa Prospectiva Européia do Câncer e da Nutrição, é que há uma relação direta entre o peso e o câncer de útero, também conhecido como endométrico. A obesidade, a gordura abdominal e o excesso de peso aumentam o risco de desenvolver esta doença entre 75% e 78%, segundo os cientistas. Isto significa que as mulheres com estas características têm uma probabilidade de 1 para 40 de sofrer a doença, em comparação de 1 para 73 das outras mulheres. A relação entre o peso e a doença era particularmente clara nas mulheres na pós-menopausa ou nas que nunca tinham tomado a pílula anticoncepcional.
A diretora do estudo, Christine Friendenreich, do Conselho do Câncer de Alberta, no Canadá, disse que "esta ampla investigação obteve provas sólidas de que a obesidade e a distribuição da gordura aumentam o risco de câncer de útero". Além disso, disse que são necessários mais pesquisas para saber porque o risco é mais elevado nas mulheres obesas que nunca tomaram a pílula ou se submeteram a tratamentos hormonais. "As mulheres de hoje são mais gordas que quando deviam sobreviver com uma dieta de guerra (na Segunda Guerra Mundial) e em geral eram mais ativas, e isto está tendo graves conseqüências para sua saúde", declarou o diretor de informação sobre o câncer do laboratório londrino, Lesley Walker.
"Os resultados deste estudo confirmam que as mulheres com excesso de peso têm mais probabilidades de desenvolverem câncer endométrico que as que têm um peso normal", disse.
Fonte: Globo.com
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