terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Pesquisadores da Fiocruz se unem ao IML do Rio para investigar mortes violentas



Agente de trânsito do Distrito Federal testa aparelho de bafômetro para medir o nível de álcool no sangue (Foto: Gervásio Baptista/ABr)


Rafael Cavadas

Uma pesquisa da Fiocruz em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro revelou que as drogas de abuso estão presentes em cerca de 40% dos casos de mortes causadas por violência, como lesão corporal e acidentes de trânsito. A análise foi feita a partir de 12 mil laudos do Instituto Médico Legal (IML) e o resultado é uma base de dados disponível no Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), vinculado ao Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict) da Fiocruz.

O Cict e a Escola Nacional de Saúde Pública são as duas unidades da Fundação que acabam de assinar um acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro para investigar essas mortes violentas. O convênio visa ao desenvolvimento de programas, projetos e atividades no campo da pesquisa, desenvolvimento tecnológico, produção, informação técnico-científica e assistência à saúde. É a primeira vez no país que dados referentes aos exames toxicológicos feitos pelo Serviço de Toxicologia do IML ficam disponíveis para os interessados.

A análise demonstrou que o álcool causa nove vezes mais mortes de homens que de mulheres. A desigualdade entre gêneros também se repete nas demais substâncias tóxicas (maconha, cocaína, anfetaminas, medicamentos e agrotóxicos). Enquanto 3.290 exames mostraram a presença de alguma substância tóxica em homens, apenas 822 detectaram a ação desses produtos em mulheres. As pessoas entre 30 e 39 anos são as maiores vítimas das drogas de abuso (15,5%). Separando por municípios, o Rio de Janeiro concentra 70% das ocorrências no estado. Os dados apresentados pelo Sinitox correspondem ao período de 1998 a 2003. De acordo com a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, a parceria é uma iniciativa inédita no Brasil. “A divulgação desses dados amplia o acesso a informações que nos ajudam a compreender a realidade do estado”, afirma a coordenadora.

Mas para os pesquisadores envolvidos no projeto ainda é preciso avançar em alguns obstáculos para aumentar o mapeamento dos casos. A liberação de laudos provisórios que nem sempre são atualizados após o término da investigação ainda esconde a verdadeira causa morte no sistema. Para conhecer outras informações sobre a parceria entre Fiocruz e IML basta acessar o site do Sinitox.


Fonte: Fiocruz

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