O Projeto de Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) - um convênio de cooperação bilateral entre o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e o Smithsonian Institution (SI) dos EUA, está aberto à comunidade científica nacional.
Ao longo dos seus 27 anos de existência foram produzidas 115 teses e dissertações, das quais 82 são de estudantes brasileiros, que na maioria faz parte do Programa de Pós-graduação do Inpa. Esse número já é uma evidência de que o projeto sempre esteve aberto à comunidade científica. O PDBFF é o maior experimento no mundo para estudar os efeitos da fragmentação em florestas tropicais e o mais antigo a acompanhar e avaliar os impactos da ocupação humana sobre a floresta amazônica. A parceria surgiu devido à necessidade de se determinar qual o tamanho de uma área de proteção florestal que pudesse manter a representatividade da biodiversidade da floresta amazônica. Além disso, era preciso buscar dados para evitar a polêmica e não deixar que a questão fosse ignorada. Após a execução do programa de pesquisas foi possível alertar à comunidade científica, nacional e internacional, da importância de criar áreas de proteção maiores.
As pesquisas são realizadas no Distrito Agropecuário da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que compreende uma área de mil quilômetros quadrados. Essa localidade é formada por 11 fragmentos florestais de um a cem hectares. Todos os 23 fragmentos de floresta, entre isolados e não-isolados, são Unidades de Conservação legalmente constituídas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em co-gestão com o Inpa, como Áreas de Relevante Interesse Ecológico. Em relação ao impedimento de entrada de brasileiros nas dependências do PDBFF, em 2001, não foi relatado nenhum incidente que remeta a essa notícia. Todos os laboratórios do Inpa estão abertos para atender qualquer pessoa que tenha o interesse em conhecê-los, desde que seja feito um agendamento prévio, por se tratarem de locais com experimentos e equipamentos, onde se requer cuidado. O PDBFF não tem vigilância própria!
Por ser parte integrante do Inpa, o convênio é totalmente dependente do Instituto para segurança, tanto na cidade como no campo. Comitivas do MCT e de outras instituições do governo federal visitaram o prédio do projeto para fazer avaliações do convênio tanto em 2001 quanto em outras ocasiões e nunca houve qualquer restrição. O MCT, em julho de 2005, designou uma comissão para avaliar dois projetos internacionais do Inpa, o PDBFF e o Max Planck. Naquela ocasião, novamente, todos, incluindo funcionários do governo e membros da Academia Brasileira de Ciências (ABC), tiveram a oportunidade de circular entre todas as áreas do prédio do PDBFF. Em 2004, foi realizado um simpósio internacional em Manaus (AM), para comemorar os 25 anos do PDBFF. Na época, o encontro foi aberto à comunidade cientifica, que reconheceu esse estudo de longo prazo pelos inúmeros benefícios produzidos para a Amazônia. O PDBFF é um acordo legal e oficial, renovado em junho de 2006, coordenado e liderado por brasileiros, os quais são pesquisadores do Inpa e tem gerado um enorme conhecimento científico sobre a Amazônia, atestado em 480 publicações.
Finalmente, essa cooperação tem grande atuação no fortalecimento de competências na região, pois vários de seus egressos hoje ocupam posições de tomadores de decisões no governo federal, estadual e em ONGs ambientais.
Fonte: Inpa
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