Molécula da superfície do vírus é essencial para invasão das células humanas. Substância precisa se modificar para permitir transmissão entre humanos
Os especialistas temem que o vírus H5N1, responsável por pelo menos 164 mortes humanas desde 2003, sofra uma mutação que permita sua transmissão entre humanos, lembra o estudo publicado na edição desta semana da revista americana "Science". Pesquisadores do Instituto Nacional Americano de Doenças Infecciosas e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças analisaram uma proteína, chamada de hemaglutinina e localizada na superfície do vírus da gripe espanhola de 1918, reconstituído em 2005. Esse patógeno, que apresenta semelhanças com o H5N1, causou pelo menos 50 milhões de mortes no mundo entre 1918 e 1920. Os pesquisadores modificaram dois aminoácidos - os "tijolos" que compõem as proteínas - na hemaglutinina do vírus de 1918 para lhes dar uma configuração de hemaglutinina do vírus H5N1. Em seguida, inocularam o vírus modificado em furões, considerados como bons barômetros da transmissão dos vírus da gripe entre humanos. Os furões inoculados com o vírus de 1918 com hemaglutinina modificada ficaram gravemente doentes, mas os furões sadios colocados em contato prolongado com eles não foram infectados.
Para os pesquisadores, isso mostra que o vírus da gripe aviária só é transmissível entre humanos quando ele está dotado de uma hemaglutinina capaz de aderir naturalmente às células das vias respiratórias, o que não ocorre atualmente.
Fonte: Globo.com
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