quinta-feira, 1 de março de 2007

Clima: Merkel espera que UE sinalize compromisso

A chefe do governo alemão, Angela Merkel, espera que a reunião de líderes da União Européia (UE) que será realizada na próxima semana em Bruxelas fortaleça o compromisso do bloco com a luta contra a mudança climática. "Chegou o momento de agir. Não podemos assistir de braços cruzados às conseqüências da mudança climática", disse Merkel em discurso no Parlamento sobre os objetivos da Presidência da UE, atualmente exercida pela Alemanha, perante a cúpula, na qual os principais assuntos devem ser a energia e o clima.

A chanceler da Alemanha (cargo equivalente ao de primeira-ministra) lembrou que, como os cientistas já demonstraram, se não forem tomadas para combater o efeito estufa, que provoca o aquecimento global, o futuro do planeta é sombrio. As emissões de gases-estufa terão conseqüências catastróficas para cidades litorâneas, e levarão a fenômenos meteorológicos cada vez mais freqüentes, como verões "tropicais" no frio norte da Alemanha. Merkel apoiou as propostas de redução de emissão de gases-estufa feitas pela Comissão Européia (órgão executivo da UE), e pediu que os líderes, que se reunirão no Conselho Europeu, adiram a elas.

A Comissão Europa propôs uma redução de 20% das emissões de gás carbônico, o principal causador do efeito estufa, dentro da UE até 2020 e, como ressaltou Merkel, em 30% se outros "grandes atores internacionais" também assumirem o compromisso. A chanceler ressaltou que se trata de um "objetivo muito ambicioso", e lembrou que, até agora, a UE só reduziu 1,2% dos 8% que prometeu cortar, mediante o Protocolo de Kyoto, até 2012 em relação aos níveis de 1990. No entanto, mostrou-se convencida de que o objetivo não é inalcançável se a União Européia demonstrar "que é possível reconciliar a economia com a ecologia". Para isso, há diversas oportunidades, se houver disposição de investir mais em pesquisa tecnológica e de eficácia energética, disse.

Apesar de defender as oportunidades econômicas representadas pelas energias renováveis e pelas tecnologias "verdes", a chanceler voltou a apoiar a poderosa indústria automobilística do país. "O governo alemão apóia a proposta da Comissão Européia de reduzir as emissões de CO2 dos veículos para 120 gramas por quilômetro, mas destaca que a redução deve ser uma média do parque automotivo europeu, e não diferenciar por fabricante", disse. Com isso, defendeu a indústria automobilística da Alemanha, onde são fabricados modelos particularmente poluentes. "Espero que, no Conselho Europeu, aprovemos um plano de ação energética que sirva de resposta aos desafios da política energética", disse Merkel.

Fonte:EFE

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