quinta-feira, 1 de março de 2007

Museu Goeldi apresenta resultados de pesquisas sobre atividades tradicionais da Amazônia

O Laboratório de Antropologia dos Meios Aquáticos (Lamaq) do Museu Paraense Emílio Goeldi apresenta hoje (1º) e no dia 6, em Belém (PA), os resultados de duas pesquisas realizadas por alunas de mestrado do curso de pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará. Orientados pela pesquisadora Lourdes Furtado, do Museu Goeldi, os estudos focalizam grupos e atividades tradicionais da Amazônia, como o roçado e a retirada de caranguejos no mangue.

Abertas ao público, as apresentações serão realizadas das 9h30 às 12h, na sala de reunião da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Goeldi, localizada no Campus de Pesquisa. Amanhã (1º), a pesquisadora Mariléia Nobre fala sobre o modo de vida das famílias da vila de Caraparu, situada no município de Santa Isabel do Pará, enfocando desde o trabalho na roça e até a venda de produtos na beira da estrada. No próximo dia 6, a pesquisadora Maria Regina Reis apresentará um estudo sobre a organização dos tiradores de caranguejos da Vila do Acarajó, pertencente ao município de Bragança (PA). A pesquisa identificou uma acelerada mudança da captura e venda dos caranguejos, caracterizada principalmente pela retirada indiscriminada de animais, inclusive, daqueles que ainda não atingiram a fase adulta. Segundo Maria Regina, os caranguejos pequenos são vendidos sem que o tamanho e a quantidade sejam questionados pelos comerciantes locais. Para a pesquisadora, a retirada intensiva de caranguejos é realizada principalmente nos finais de semana, sendo organizada por comerciantes locais, que viabilizam a ida dos tiradores de caranguejo até o mangue, em caminhões, para retirada de grandes quantidades dos crustáceos. "Essa verdadeira "corrida aos manguezais" tem trazido conseqüências negativas tanto do ponto de vista biológico da espécie quanto social, uma vez que prejudicam os grupos humanos que vivem no entorno dos manguezais e dependem, exclusivamente, desse ecossistema para sobreviver", critica.

Lamaq

O Laboratório Antropologia dos Meios Aquáticos (Lamaq) foi criado, em 2003, com o objetivo de gerar e difundir conhecimentos sobre as populações pesqueiras da Amazônia. O Laboratório integra o projeto "Populações Tradicionais Haliêuticas", mais conhecido como Renas, que investiga os impactos ambientais das populações humanas, além do uso e gestão da biodiversidade em comunidades ribeirinhas e costeiras da Amazônia brasileira. Para saber mais sobre as atividades e pesquisas realizadas pelo Renas e Lamaq acesse o site http://www.museu-goeldi.br/renas/index.htm

Serviço

Apresentações de pesquisas no Lamaq

Local: Sala de Reunião da Coordenação de Ciências Humanas, Campus de Pesquisa do Museu Goeldi, Avenida Perimetral, 1901, Belém (PA) Horário: 9h30 às 12h

Dia: quinta-feira, 1º de março de 2007 "Entre o ‘Trabalho na Roça’ e a ‘Venda na Beira’: um estudo da dinâmica no modo de vida das famílias de Caraparu, Pará" Apresentação: Mariléia Nobre

Dia: terça-feira, 6 de março de 2007 "Na friadagem do mangal: organizar e tirar caranguejos nos fins de semana em Bragança (Vila de Acarajó)" Apresentação: Maria Regina Reis

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Museu Goeld

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