Variações na radiação refletida na superfície de Marte têm contribuído para mudar o clima do planeta. As mudanças têm provocado um aumento no transporte de poeira e na circulação dos ventos, segundo artigo publicado nesta quinta-feira (5/4), na revista Nature.
O estudo, feito por cientistas norte-americanos, estima que Marte aqueceu por volta de 0,65ºC entre 1976, quando as sondas Viking 1 e 2 pousaram em solo marciano, e o fim da década de 1990, quando a sonda Mars Global Surveyor orbitou e mapeou parte do planeta. Esse aquecimento pode ter sido o motivo que levou à recente diminuição da camada de gelo no pólo sul marciano. Segundo os pesquisadores, grandes áreas da superfície marciana apresentam diferenças em contraste com regiões próximas, que têm sido atribuídas à presença de areia, mas até agora seus efeitos na circulação dos ventos e no clima eram desconhecidos.
O modelo produzido por Lori Fenton, do Centro Carl Sagan para Estudo da Vida no Universo, e colegas aponta que as mudanças nos padrões de reflexão têm promovido um efeito muito maior no clima do que se esperava. Grandes partes da superfície escureceram nas últimas três décadas, à medida que perderam poeira e viram aumentos expressivos tanto nas temperaturas quanto nos ventos. Para os cientistas, o resultado aponta para uma possível relação entre erosão e reflexão luminosa. Como variações nessa última estariam interagindo – e até mesmo conduzindo –, processos ligados a mudanças no clima deveriam ser considerados como componente importante em futuros estudos atmosféricos e climáticos em Marte.
O artigo Global warming and climate forcing by recent albedo changes on Mars, de Lori Fenton e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.
Fonte: Agência Fapesp
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