Centenas de especialistas de todo o mundo se reúnem durante cinco dias, a partir desta segunda-feira, em Bangcoc, para tentar chegar a um acordo sobre um plano de soluções concretas para limitar as emissões de gás de efeito estufa. O Grupo Intergogvernamental de Especialistas sobre a Evolução do Clima da ONU (IPCC, sua sigla em inglês) publicará na próxima sexta-feira um informe sobre como lutar contra o aquecimento.
Dois grupos de trabalho do IPCC já expuseram suas conclusões, em 2 de fevereiro passado, em Paris, onde se constatou que o planeta está se aquecendo, e em 6 de abril, em Bruxelas, onde se alertou sobre as graves conseqüências deste fenômeno para a vida humana. O tempo é curto e os aproximadamente 400 especialistas que se reunirão na capital da Tailândia tentarão redigir um "resumo dirigido aos agentes decididores", em especial os governos. Alguns delegados temem que haja discrepâncias entre americanos, europeus e chineses, os principais poluidores mundiais. No entanto, segundo o IPCC, em todos os campos se pode reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa. Os esforços das próximas duas ou três décadas serão decisivos para a temperatura média do planeta a longo prazo, afirma o IPCC.
No rascunho ao qual a AFP teve acesso, o grupo apresenta diferentes cenários para atenuar os efeitos do aquecimento global. Segundo o documento, estabilizar as concentrações de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em 650 partes por milhões (ppm) daqui a 2030 - 370 ppm em 2005 - custaria apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Entre 1970 e 2004, as emissões de gases de efeito estufa aumentaram 70%, e até 80% para o mais importante desses gases, o CO2. Um segundo cenário, mais ambicioso, preconiza uma estabilização das emissões a 550 ppm daqui a 2030, o que custaria 0,6% do PIB mundial, ou 0,1% de crescimento anual. Este nível de 550 ppm já corresponde a um aumento da temperatura média do planeta de 2,2º C em relação ao período atual.
O objetivo da União Européia é limitar a 2ºC o aquecimento em relação a 1990. Uma estabilização ainda mais ambiciosa (entre 445 e 535 ppm) custaria cerca de 3% do PIB mundial daqui a 2030, segundo o documento. "Combater o aquecimento global não custa muito caro, mas exige esforços", resumiu Jean-Charles Hourcade, diretor do Centro Internacional de Pesquisa sobre o Meio Ambiente (Cired), que ajudou na elaboração do relatório.
Fonte: AFP
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