sexta-feira, 4 de maio de 2007

Americanos criam vacina contra vaca louca

Imunização teve sucesso em testes com cobaias. Não há tratamento ou cura para a doença.

Cientistas americanos desenvolveram uma vacina oral que evitou que as cobaias se contaminassem com doenças mortais do cérebro com o mal da vaca louca, segundo um artigo publicado nesta quinta-feira (3). A vacina previne a infecção por príons, proteínas mortais que podem causar dano cerebral alterando proteínas celulares normais. Por se parecerem tanto com príons celulares normais, o sistema imunológico não os combate e os animais ou pessoas infectadas desenvolveram demência e movimentos anormais nos membros, devido a um dano cerebral irreparável. Atualmente não há tratamento ou cura para este mal.

Os cientistas encontraram uma forma de fazer com que o sistema imunológico reconheça e combata os príons infecciosos "atrelando-os" a uma cepa geneticamente modificada da bactéria salmonela. Eles descobriram que os ratos de laboratório com altos níveis de anticorpos no sangue não apresentavam sintomas da doença depois de 400 dias, enquanto os outros com baixo nível de anticorpos mostraram uma demora significativa do aparecimento da doença. Normalmente os ratos levam 120 dias para desenvolver este mal. "São descobertas promissoras", disse o autor do estudo, Thomas Wisniewski, da Escola de Medicina da Universidade de Nova York. "Agora, estamos no processo de redesenhar a vacina para que possa ser usada em cervos e no gado", acrescentou. No entanto, ressaltou Wisnieswski, ainda falta muito para que a vacina possa ser utilizada em humanos. Mas uma vacinação animal vasta poderia proteger as pessoas porque os animais infectados normalmente não apresentam sintomas durante meses ou anos, dificultando sua retirada da cadeia alimentar.

O artigo foi apresentado em Boston (Massachusetts), na 59ª reunião anual da Academia de Neurologia americana.

Fonte: AFP

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