Rachel Mortari
A Comissão Técnica de Biossegurança (CTNBio) aprovou nesta quarta-feira (16) a liberação comercial do milho tolerante ao glufosinato de amônio (Liberty Link) da empresa Bayer CropScience Ltda. A utilização desse milho impede que o herbicida utilizado para matar ervas daninhas ou outras plantas invasoras da plantação atinja também o milho.
A aprovação aconteceu na primeira parte da 102º reunião ordinária da Comissão, que prossegue até amanhã (17), com 17 votos a favor da liberação, quatro contrários e um pedido de diligência, ou seja, que a empresa envie mais informações sobre o evento. A aprovação foi condicionada a um plano de monitoramento pós-liberação, que verificará se o comportamento obtido com as pesquisas será o mesmo esperado para a plantação em larga escala. “A CTNBio não aprovaria uma liberação comercial se tivesse dúvidas quanto à biossegurança, no entanto, baseado no princípio da precaução vamos elaborar um plano de monitoramento. É um processo contínuo, que não acaba com a liberação comercial e será aplicado em uma área extensa e em safras diferentes”, explica o secretário do Ministério da Ciência e Tecniologia (MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, representante da Pasta na Comissão.
Esse plano avaliará, entre outros itens, o uso contínuo do evento transgênico, ou seja, se o teor de glufosinato recomendado está sendo respeitado de maneira adequada e também o efeito sobre os microorganismos do solo e em insetos benéficos para o milho. Além desse monitoramento serão elaboradas normas de coexistência entre o milho transgênico e não-transgênico. A decisão da Comissão será encaminhada ao Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), composto por 11 ministros e coordenado pela Casa Civil. O CNBS faz a análise política e socioeconômica da comercialização e tem 90 dias para se manifestar. “Não sou a favor nem contra a liberação comercial de transgênicos, mas acho positivo termos colocado a liberação comercial em votação, porque vimos o desencadeamento de um trabalho, de um processo que se arrastas há muitos anos”, observou o presidente da CTNBio, Walter Colli. Além da liberação comercial, a CTNBio analisou 17 liberações planejadas no meio ambiente e ainda outros processos relacionados à pesquisa. Amanhã, a reunião começa a preparar o plano de monitoramento e também retoma a discussão da Instrução Normativa nº 3, que revisa a orientação para a análise de liberação planejada no meio ambiente (pesquisa em campo).
O milho
Fonte: Assessoria de Imprensa do MCT
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