segunda-feira, 14 de maio de 2007

Prefeitos de grandes cidades discutem aquecimento

Os prefeitos de mais de 40 grandes metrópoles mundiais muito poluídas, incluindo o Rio de Janeiro, e representantes de meios empresariais se encontrarão a partir de segunda-feira em Nova York para analisar as formas de combater o aquecimento global e promover fontes limpas de energia.

Os prefeitos e autoridades municipais de 46 ciudades, de Paris a Pequim, passando por Tóquio e Los Angeles, são esperados na segunda reunião dedicada a reduzir as emissões de gases que provocam o efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), e colocar em funcionamento infra-estruturas para economizar energia. As grandes cidades consomem 75% da energia mundial e são consideradas essenciais para reduzir as emissões de CO2. A primeira reunião deste tipo, em Londres em 2005, contou com a presença de secretários de políticas ambientais de 20 grandes cidades.

Este ano, dirigentes empresariais de todo o mundo também participarão na conferência. O tema central da mesma é o financiamento das medidas para combater o aquecimento global, segundo Kathryn Wylde, presidente da associação privada da cidade de Nueva York que organiza a reunião. "Pensamos que era importante que esta reunião se concentrasse nas potenciais vantagens econômicas para os municípios de atuar para reduzir as concentrações de gases que provocam o efeito estufa", explica. O ex-economista chefe do Banco Mundial (Bird) Nicholas Stern afirmou em 2006 que o catastrófico impacto econômico da mudança climática poderá ser comparável ao das duas guerras mundiais e ao da grande depressão dos anos 30, caso nenhuma medida de correção seja adotada.

Ao reunir as autoridades dos grandes municípios, os representantes de empresas internacionais que podem oferecer soluções técnicas e instituições financeiras que poderiam fornecer os recursos para novas iniciativas, o evento pode se transformar em algo mais que um simples espaço de discussões abstractas, afirma Kathryn Wylde. A reunião, que será realizada de 14 a 17 de maio, pode resultar em várias iniciativas conjuntas baseadas no potencial econômico combinado destas grandes cidades, destaca Kathryn Wylde, que se negou no entanto a apresentar detalhes. A reunião, batizada "C40 Large Cities Climate Summit", tem como um dos organizadores a Iniciativa sobre o Clima da fundação criada pelo ex-presidente americano Bill Clinton, que pronunciará um discurso na segunda-feira.

Os outros temas de discussão previstos envolvem as maneiras de combater os engarrafamentos, como tornar mais eficientes os sistemas de fornecimento de água, o desenvolvimento de fontes renováveis de energia, o aumento do volume de reciclagem de dejetos, a redução do desperdício municipal e a melhoria dos transportes públicos.
Segundo Kathlyn Wylde, esta reunião de cúpula é uma oportunidade para que os prefeitos das grandes metrópoles americanas atuem contra o aquecimento global e se distanciem da política do presidente George W. Bush, que insiste em rejeitar os compromissos para reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa, como está previsto no Protocolo de Kyoto, que se negou a ratificar em 2001. Entre outros cidades estarão reunidos em Nova York os prefeitos de Londres, Berlim, Bangcoc, Cairo, Nova Délhi, Jacarta, Johannesburgo, Karachi, Lagos, Melbourne, Rio de Janeiro, Seul, Xangai, Cingapura e Sydney.

Fonte: AFP

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