No próximo dia 18, segunda-feira, será lançado o projeto "Implementação de cafeicultura orgânica para a agricultura familiar de Alto Paraíso de Goiás". A cerimônia de lançamento será marcada pela assinatura do contrato de cooperação entre a prefeitura do município, representada pelo prefeito Uíter Gomes de Araújo e a Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que na cerimônia será representada pelo gerente-geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo. O Governador do Estado de Goiás, Alcides Rodrigues Filho, também vai participar do evento.
O projeto será desenvolvido nos próximos dois anos por pesquisadores do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento do Café, administrado pela Embrapa Café, e têm por objetivo desenvolver tecnologias para a sustentabilidade da produção de café em sistemas agroecológicos e orgânicos para a agricultura familiar da região de Alto Paraíso de Goiás.A produção e comercialização do café tradicional de Alto Paraíso de Goiás representam o resgate da cultura que está presente na maioria das propriedades rurais do município e que chegou à região juntamente com escravos negros participantes de expedições bandeirantes do início do século XIX. O produto pode, ainda, resgatar a prática de cultivo da terra dos agricultores familiares da região, perdida desde a abertura do Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, em 1961, quando grande parte da produção agropecuária foi substituída pelo desenvolvimento de atividades ligadas ao ecoturismo. Para isso, o projeto realizará um amplo estudo, envolvendo o desenvolvimento de atividades como caracterização socioeconômica da região; transição do sistema de produção tradicional para o sistema orgânico; avaliação do comportamento de cultivares antigos e melhorados no sistema orgânico de produção em diferentes ambientes; seleção e caracterização de resíduos e materiais orgânicos produzidos; aplicação e avaliação dos materiais orgânicos; caracterização molecular, química e bioquímica dos cafezais antigos e do material introduzido; estabelecimento de estratégias para a busca de mercado pelos produtores rurais; e disponibilização do conhecimento.
Para alcançar tal objetivo, o projeto pretende reunir pesquisadores de várias instituições, como a Embrapa Café, Epamig, Universidade de Brasília e Instituto Agronômico de Campinas, envolvendo diversas áreas de estudo, a fim de levar aos agricultores familiares de Alto Paraíso de Goiás alternativas de geração de renda, para que eles possam se inserir no mercado por meio de um produto diferenciado, promovendo o desenvolvimento sustentado da região e a melhoria da qualidade de vida da população local.
Esse trabalho propõe, ainda, formar parcerias com os produtores, ONG’s e instituições de pesquisas para estabelecer um método participativo de criação de Unidades Experimentais de Cafeicultura Orgânica em propriedades familiares, de acordo com a realidade local, nas quais sejam testados sistemas integrados de produção orgânica de café e cultivares em modelos passíveis de difusão da tecnologia gerada para a região. Nos sistemas propostos, lavouras orgânicas de café serão estabelecidas de acordo com os ambientes, a família inserida e suas potencialidades. Seus desenhos serão definidos conforme condições locais envolvendo cultivares antigos que serão resgatados dos quintais da região e outros cultivares que serão introduzidos. Esses cultivares serão plantados em consórcios arborizados, com leguminosas ou outras espécies vegetais que, integrados com outros cultivos, criação de animais e materiais orgânicos alternativos, permitirão promover ciclagem de nutrientes, ganho econômico e formação participativa (difusão produtor-produtor) com as entidades envolvidas. Por se tratar de um projeto de pesquisa participativa, os produtores participarão ativamente de todas as etapas de condução e avaliação dos experimentos.Estudos desse tipo, que valorizam e reconhecem o saber local, contribuirão com maior eficácia para encontrar alternativas para uma agricultura mais sustentável.
Fonte: Embrapa
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