quinta-feira, 21 de junho de 2007

China: fumaça de queimadas cobre o céu de Pequim

A cidade de Pequim, que tenta melhorar seu meio ambiente para passar uma boa imagem nos Jogos Olímpicos de 2008, está há mais de uma semana envolvida em uma espessa fumaça que impede os moradores de verem o sol, devido às toneladas de mato que os agricultores de áreas próximas estão queimando após a colheita.

Em outras ocasiões, a poluição de Pequim foi atribuída às estufas de carvão da cidade, às tempestades de areia dos desertos mongóis e às fábricas dos arredores, mas desta vez os vilões são os camponeses que cultivam cereais nos arredores da capital, segundo a imprensa estatal.
Diante dos elevados níveis de poluição na cidade (uma das mais poluídas do mundo), as autoridades proibiram os agricultores de incendiarem mais mato, embora muitos violem a proibição e outros os queimam em Hebei, província vizinha a Pequim, onde a norma não é válida.
Inspetores "antifumaça" estão tentando aplicar a norma nas áreas rurais, e em alguns lugares se proibiu até mesmo de fumar na rua, o que pode gerar elevadas multas.

Os agricultores defendem sua atitude e asseguram que os Governos locais ordenam que a palha dos campos colhidos não meça mais de 10 centímetros de altura, por isso não resta outra opção a não ser queimar o restante após a colheita do trigo e de outros cereais. "Se queimamos mato, nos multam com 50 iuanes (5 euros), mas os agricultores estão em um maior número que os funcionários da Prefeitura, não podem nos deter", afirmou um camponês ao Jornal da Juventude de Pequim. Os trabalhadores do campo argumentam que queimar o mato é necessário para prevenir pragas e ajuda a conservar a água em uma área que sofre secas, já que o campo livre de palha absorve melhor a irrigação. "Se não o queimo, temo que as crianças o façam, sem controle, e haja grandes incêndios", disse. Muitos agricultores reconheceram que não sabiam que as queimadas provoquem um permanente nevoeiro de fumaça em Pequim, a dezenas de quilômetros de onde eles vivem.

Fonte: EFE

Nenhum comentário: