quinta-feira, 21 de junho de 2007

Portal colaborativo


Inpa e Museu Goeldi lançam o Mo Porã, sistema de gerenciamento e compartilhamento de dados provenientes de projetos científicos em andamento na Amazônia


Thiago Romero

Uma ferramenta de compartilhamento de arquivos destinada a grupos de pesquisa foi lançada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O Mo Porã – expressão que em guarani significa “guardar em local seguro” – é um sistema gerenciador de dados oriundos de projetos científicos em desenvolvimento na maior floresta tropical do mundo. A plataforma, uma iniciativa da Coordenação do Projeto de Dados e Meta Dados Científicos do Inpa e do Museu Paraense Emilio Goeldi, está sendo usada por pesquisadores vinculados a três grandes iniciativas: o Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA), o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio) e o projeto Tecnologias para Recuperação de Ecossistemas e Conservação da Biodiversidade da Amazônia Brasileira (Rede CT Petro Amazônia). No total, são mais de 300 usuários ativos que fazem parte de 30 grupos de pesquisa.

O sistema proporciona um ambiente para troca de informações entre cientistas e materiais de pesquisa. Segundo Laurindo Campos, coordenador do Mo Porã e chefe do Núcleo de Biogeoinformática do PPBio, projetos de pesquisa contam com uma estrutura hierárquica de comando, que vai dos coordenadores aos bolsistas, passando por pesquisadores associados e demais membros. “Mas a geração dos dados não é hierárquica. Como todos os participantes acabam gerando informações, imagens e documentos oficiais, resolvemos criar um ambiente para a realização de uploads e downloads de todo o material de um projeto, evitando que esses arquivos fiquem armazenados isoladamente nos laptops dos pesquisadores”, explicou Campos à Agência FAPESP. Segundo ele, na plataforma do Mo Porã, disponível na internet, o coordenador é o primeiro que tem acesso a toda a estrutura do repositório e, a partir daí, determina os perfis de cada integrante do projeto. Isso é importante para definir de que maneira cada pesquisador poderá interagir com o banco de dados. “Enquanto alguns membros do trabalho só podem ler, outros conseguem ler e inserir dados. Normalmente, só os coordenadores podem excluir informações do sistema, que faz a auditoria de todas as alterações”, explicou. “A vantagem é que o Mo Porã promove a descentralização das instituições e dos cientistas, permitindo que um mesmo resultado de um grupo vinculado ao LBA, por exemplo, possa beneficiar o PPBio, e vice-versa.”

O Mo Porã é basicamente dividido em dois ambientes: um privado, restrito aos integrantes dos projetos, e outro de domínio público, em que o coordenador do trabalho disponibiliza os documentos que podem ser acessados por usuários externos ao site. A elaboração do sistema contou com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). A Rede CT Petro Amazônia tem o objetivo de desenvolver tecnologias voltadas para a recuperação de áreas degradadas resultantes da exploração de recursos minerais. O PPBio desenvolve ações de pesquisa voltadas para políticas de conservação e uso sustentável da biodiversidade na floresta, por meio da manutenção de acervos e coleções biológicas e inventário de espécies vegetais e animais. O LBA, por sua vez, é uma iniciativa internacional de pesquisa liderada pelo Brasil que tem o objetivo de compreender o papel da Amazônia no sistema climático terrestre e nas mudanças dos ecossistemas amazônicos. Mo Porã: http://lba.inpa.gov.br/mopora


Fonte: Agência Fapesp


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