quinta-feira, 5 de julho de 2007

China admite que poluição no país é insustentável

O principal responsável de proteção ambiental da China reconheceu que a poluição no país é insustentável e que está disparando os protestos entre uma população cada vez mais consciente do meio ambiente. "À medida que aumenta o nível de vida, os cidadãos estão se concentrando mais no meio ambiente e na qualidade de vida", explicou Zhou Shengxian, diretor da Administração de Proteção Ambiental, citado pela agência oficial "Xinhua".

Zhou explicou que a deterioração do meio ambiente está gerando um crescente número de "incidentes em massa" e reconheceu que o órgão que dirige recebeu nos cinco primeiros meses do ano 1.814 pedidos exigindo um melhor entorno, 8% a mais que no mesmo período de 2006.
Em 2005 foram registrados no país mais de 84 mil protestos em massa, segundo dados oficiais, devido ao descontentamento social. "O meio ambiente enfrenta na China condições extremamente difíceis", explicou o funcionário, com categoria de ministro, e especificou que os Governos locais não estão implementando as normas de proteção ambiental ditadas pelo Partido Comunista e pelo Conselho de Estado (Executivo).Zhou acrescentou que muitas fábricas não descansam durante a noite e "não têm escrúpulos" ao derramar seus poluentes nos rios.

Segundo um recente estudo, 26% dos sete principais sistemas fluviais chineses têm o nível máximo de poluição, 75% das centrais de tratamento de resíduos não cumprem seu trabalho e 44% das fábricas investigadas violam as normas ambientais. Desde maio três dos principais lagos da China registram um surto de algas verdes por causa da poluição, e nesta semana 200 mil pessoas ficaram sem água no leste da China devido a um vazamento de amônia no rio local.
O jornal americano "Financial Times" acusou a China de ter ocultado dados sobre poluição ao Banco Mundial (BM), em um estudo conjunto que as duas instituições realizam. Segundo a publicação, Pequim não torna pública a morte de 750 mil pessoas por ano prematuramente por causa da poluição da água e do ar.

O porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Qin Gang, desmentiu hoje esta suposta ocultação de dados ao BM. "O que soube é que os departamentos relevantes da China fizeram uma investigação conjunta com o departamento de Proteção Ambiental do Banco Mundial. O relatório mencionado ainda não foi concluído", acrescentou.

Fonte: EFE

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