Começou hoje (21), no Rio de Janeiro, um curso para formação de Agentes de Reflorestamento para cerca de 500 detentos que cumprem pena em regime aberto e semi-aberto. Durante seis meses eles receberão aulas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro para aprender atividades de plantio, produção e identificação de mudas e manuseio de viveiros de plantas. Os detentos serão empregados em projetos de reflorestamento da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e das companhias de água do estado, a Cedae, e do município de Niterói, que prevêem o plantio de mais de cinco milhões de árvores nas margens dos rios que fazem parte das bacias hidrográficas do Guandu e de Macacu, que abastecem a região metropolitana do Rio. A Cedae já contratou 200 detentos. A remuneração inicial é de R$ 280 podendo chegar a R$ 570, o equivalente a um salário mínimo e meio. Cada três dias de trabalho, reduz um dia da pena a ser cumprida.
O presidente da Fundação Santa Cabrini, Jaime Melo, que faz a gestão do trabalho prisional no estado do Rio, disse que a iniciativa, pioneira no país, associando reabilitação de presos com a proteção do meio ambiente, acelera o processo de ressocialização dos detentos. “Esse curso tem o propósito de formar esses detentos na profissão de jardineiros, de reflorestadores. Essa é a novidade. As pessoas terão uma grande oportunidade de pôr isso em prática nos seus municípios. Quando essas ações são complementadas com a formação, ajuda muito esse novo momento na vida dessas pessoas que terão oportunidade também de refletir sobre os delitos que cometeram”, disse. De acordo com o presidente da Fundação Santa Cabrini, convênios com empresas do estado para empregar os presos vêm sendo realizados há seis anos e já criaram oportunidades para mais de 1.500 detentos. Segundo ele, 60% das pessoas que saem do sistema prisional não retornam à criminalidade.
Para Roque Santos da Silva, 45 anos, que cumpre pena de seis anos por tráfico de drogas, hoje em regime semi-aberto, o curso será um caminho para recomeçar a vida da maneira certa. “Para mim, como para a maioria dos presos, é o reinício de tudo. Um caminho para a gente começar a pegar o ritmo de trabalho, da responsabilidade, de horário, do salário todo o mês, para programar a vida. Uma oportunidade para começar a fazer a coisa certa. Você sair e ficar batendo de porta em porta, recebendo negativas, de repente pode desanimar, fraquejar e voltar para o crime. Essa é a diferença”, disse.
Fonte: Agência Brasil
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