sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Cientistas querem mais recursos antipoluição

Roberto do Nascimento

O Conselho Inter-Academias concluiu um longo estudo sobre o uso sustentável dos recursos energéticos, que propõe o aumento do preço da tonelada evitada ou capturada de dióxido de carbono ou seu equivalente em outros gases-estufa para algo em torno de US$ 27 a US$ 41 (entre 19 e 28,8 euros). Os preços são 20% a 30% superiores aos que vêm sendo pagos hoje pelo países que têm metas obrigatórias de redução de emissões de gases que provocam o aquecimento global.

As permissões (compra de créditos de emissões evitadas entre o países da Europa) estão em torno de 22 euros a tonelada de CO2. Já as emissões evitadas por projetos de países em desenvolvimento sem metas de redução (como Brasil, China e Índia) por meio dos chamados mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) estão cotadas a 16 euros a tonelada. Para o conselho, composto pelos presidentes de 15 academias de ciência e de organizações equivalentes, o aumento da cotação será necessário "para induzir a ampla adoção de captura e armazenagem de carbono", além de impulsionar a rápida adoção da biomassa e de outras tecnologias de energia renovável. O Protocolo de Kyoto, que definiu as metas de redução de emissão de poluentes dos países industrializados e criou o MDL, para permitir a contribuição dos subdesenvolvidos, vai até 2012 e a expectativa é que a nova reunião do conselho mundial de mudanças climáticas, em Bali, sinalize o que virá na seqüência.

O Conselho Inter-Academias propõe uma clara perspectiva de preço para incentivar a criação de projetos e novas metodologias antipoluição. Em documento intitulado Iluminando o Caminho: em Direção a um Futuro de Energia Sustentável, feito a pedido dos governo do Brasil e da China, com apoio do então secretário-geral da ONU Kofi Annan, cientistas e engenheiros analisaram as alternativas de energia, apontando prós e contras para o desenvolvimento sustentável. O físico José Goldemberg, professor da Universidade de São Paulo, foi co-presidente do estudo. "O setor privado e o público em geral devem insistir para que os governo determinem sinalizações de preços claras para o carbono", diz o documento.

Fonte: DiárioNet

Nenhum comentário: