sábado, 27 de outubro de 2007

Meio ambiente tem 4ª pior avaliação

Roberto do Nascimento

No Brasil, a cada 18 segundos se cria uma norma, uma lei, um ato administrativo, estimam alguns institutos, emaranhado burocrático que favorece a inação, a corrupção, a desídia. Na percepção dos empresários, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), essa situação se reflete hoje nas questões ligadas ao meio ambiente. De dez itens pesquisados, meio ambiente recebeu a quarta pior avaliação, atrás apenas da tributação, das relações trabalhistas e dos gastos públicos. Os itens mais bem avaliados foram inovação, financiamento, educação e acesso a mercados.

O gerente-executivo de meio ambiente da CNI, Maurício Mendonça, afirma que as normas sobre meio ambiente não são claras, se avolumam com resoluções muitas vezes inconstitucionais e criam insegurança jurídica. "A percepção é de que o ambiente institucional e regulatório não está evoluindo. O Brasil adotou normas de 20, 30 anos atrás, já superadas na Europa e nos Estados Unidos." Para 50% dos entrevistados, não houve nenhum avanço no tema, outros 20% viram um retrocesso, 21%, um pequeno avanço e apenas 3% registraram avanço significativo.
Mendonça disse que, diferentemente dos procedimentos locais, o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) previsto no Protocolo de Kyoto deverá representar um importante incentivo para a adoção de projetos que evitam a emissão de poluentes. "No Brasil, só tem custo sem benefício. O MDL deve trazer a questão ambiental para dentro do negócio." Para apressar esse processo, a CNI vem preparando executivos para identificar oportunidades de projetos. "Agora que já há uma série de metodologias, basta verificar qual delas melhor atende a determinada atividade. Devemos acelerar em muito os negócios nessa área."
Hoje, o Brasil tem apenas 245 projetos de MDL aprovados ou em alguma fase de aprovação no Brasil ou na Organização das Nações Unidas. Ainda assim, alguns deles são desenvolvidos pela mesma empresa, o que dá um número ainda menor de envolvidos.
DiárioNet

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