terça-feira, 2 de outubro de 2007

Pesquisa financiada pelo CNPq garante qualidade na produção sustentável do melão

O aprimoramento da produção de melão, pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), foi responsável pela implantação das normas de produção e do selo de qualidade da fruta institucionalizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O Projeto Produção Integrada do Melão é parte do Programa de Desenvolvimento da Fruticultura, uma parceria entre o CNPq e o MAPA, firmada em 2000. Com o objetivo de fomentar ações integradas entre governo, pesquisadores e agricultores para o desenvolvimento do setor frutícola, o programa apoiou projetos nas áreas de Produção de Mudas, Produção Integrada de Frutas, Defesa Fitossanitária , Capacitação e Difusão de Tecnologias, Geração e Tratamento da Informação e outras ações de interesse das partes. O projeto foi desenvolvido na Embrapa Agroindústria Tropical, no Ceará. O trabalho, atualmente sob a coordenação do pesquisador Raimundo Braga Sobrinho, envolveu pesquisas que visavam à utilização de recursos naturais e de mecanismos reguladores que minimizam o uso de insumos e contaminantes, dentro de uma produção sustentável, em conformidade com os preceitos definidos pela Organização Internacional da Luta Biológica e Integrada (OILB) e com o Marco Legal da Produção Integrada de Frutas do Brasil, do MAPA.

Segunda fruta mais exportada

De acordo com Braga, o melão está entre as três frutas mais exportadas no mundo. O mercado internacional gira em torno de 1,6 milhão de toneladas por ano e, no Brasil, foi a segunda fruta mais exportada na última safra (2005/2006), com o crescimento de 44% em volume e 26% em valor. Atualmente, as exportações brasileiras de melão chegam a US$ 58 milhões, representando 17,4% do total das exportações brasileiras de frutas frescas. “A cadeia produtiva do melão gera em torno de 28.000 empregos diretos e 84.000 empregos indiretos numa das regiões mais pobres do território brasileiros, o Nordeste”, completa o pesquisador.

Selo de qualidade

Na primeira fase, finalizada em 2004, o projeto teve como resultado a implementação, com sucesso, de práticas, técnicas e processos que padronizam e garantem excelência à produção da fruta, o que permitiu a elaboração de normas técnicas e documentos de acompanhamento da produção integrada do melão. As normas, disponíveis na página da Embrapa na internet, pelo endereço http://www.cnpat.embrapa.br/frutas/, foram validadas em empresas produtoras de melão, distribuídas nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Além disso, foi criado pelo MAPA o selo de qualidade do melão, que conta com a certificação do INMETRO. Seguindo regras internacionais, essas normas atestam a alta qualidade dos frutos brasileiros, permitindo a exportação para mercados como o da União Européia, principal parceiro do Brasil na área do agronegócio.

O que falta?

Atualmente, o PI Melão já é uma realidade, mas precisa de um tratamento especial para o seu funcionamento e consolidação como um instrumento facilitador da produção, do seu agronegócio, bem como da inserção do Brasil no mercado mundial do melão. A segunda etapa do projeto, prevista para finalizar em 2008, tem com principal meta a consolidação e concretização definitiva dos objetivos e fundamentos implantados no período anterior. Dentre as ações em andamento, estão a elaboração de um cadastro de todos os produtores de melão envolvidos no PI Melão, o treinamento dos técnicos e produtores envolvidos na produção de melão, a sistematização nas empresas de avaliação de conformidade do PI Melão, a criação de uma rede de discussão eletrônica entre empresas e técnicos sobre o projeto, além da identificação de pontos fracos que necessitem de pesquisas e adaptação de tecnologia para permitir a adequação do sistema de cultivo atualmente praticado pelos produtores locais às exigências das Normas Técnicas da PI Melão e, por fim, a revisão geral do projeto.

Para isso, estão sendo firmadas parcerias importantes com instituições públicas e privadas, tais como as secretarias de Agricultura dos estados do Rio Grande do Norte e do Ceará, associações de produtores, universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), SEBRAE, SENAR, COEX e as próprias empresas produtoras de melão.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CNPq

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