Cristina Tordin
A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat, Campus de Nova Xavantina, MT) realiza o monitoramento da qualidade das águas das nascentes e dos rios formadores da bacia do Rio Xingu, em Mato Grosso.
O objetivo é acompanhar as variações dos parâmetros de qualidade avaliados, correlacionando-os com outras variáveis, como o uso, a ocupação e a degradação das terras. O trabalho faz parte do projeto “Recuperação de Áreas de Preservação Permanente e Promoção de Boas Práticas Agropecuárias na Bacia do Rio Xingu”, em curso desde 2006, e apoiado com recursos do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É parte também da campanha Y Ikatu Xingu (salve a água boa do Xingu), promovida pelo Instituto Socioambiental (ISA).“A região dos formadores do rio Xingu encontra-se muito vulnerável, levando-se em conta os processos de ocupação ali observados”, salienta o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, Ladislau Skorupa, coordenador do projeto pela Embrapa. “São áreas localizadas no entorno do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, e que se encontram sob pressão da expansão das fronteiras agrícola e pecuária, com impactos diretos e indiretos sobre as áreas de preservação permanente (nascentes e matas ciliares) e, consequentemente, sobre a qualidade dos recursos hídricos”.
Ainda, segundo o pesquisador, isso se deve em parte à carência de planejamento da ocupação do solo, uso de áreas inadequadas para agricultura e pecuária, uso de tecnologias inadequadas em sistemas produtivos locais, bem como a carência de informações sobre alternativas tecnológicas. Além do acompanhamento das variáveis físico-químicas, tradicionalmente utilizadas na avaliação da qualidade da água, a equipe também usa bioindicadores. “Nesse caso, esclarece o pesquisador, estão sendo observados os organismos bentônicos, macroinvertebrados que habitam o substrato de fundo de córregos e rios”. “O conhecimento de que esses organismos apresentam maior ou menor sensibilidade às alterações na qualidade da água é a base para o seu uso como bioindicador”, diz Skorupa.
Fonte: Embrapa
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