Durante a Operação Fronteira o Ibama/RS apreendeu na tarde de ontem (03), 5,2 mil ovos de tartarugas tigre-dágua (Trachemys dorbigni) em uma propriedade rural em Arroio Grande (localizada na margem oeste da Lagoa Mirim, na zona sul do Estado). Segundo o chefe do escritório do Ibama em Rio Grande, Sandro Klippel os ovos foram coletados ilegalmente na natureza e "plantados" todos juntos num mesmo local, próximos das margens da lagoa e cercados com uma tela, escondidos.
O proprietário do terreno recebeu um Auto de Infração de R$ 500 por ovo apreendido, em um total de R$ 2,6 milhões, e responderá por crime ambiental. O material coletado pelos fiscais e servidores do escritório foi levado para o Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Os ovos serão inspecionados a fim de que sejam analisadas suas condições de fertilização. De acordo com Sandro Klippel, os que tiverem alguma chance de sobrevivência serão incubados até as tartarugas nascerem. Mas ele calcula que menos da metade tem viabilidade de serem fertilizados devido às várias manipulações e transporte: “os ovos vão se deteriorando” explica. Segundo o analista ambiental, o objetivo dessas "plantações" de ovos de tartarugas é o comércio ilegal para "pet", ou seja, animais de estimação. “Os traficantes coletam esses ovos em diversos ninhos e enterram todos em um mesmo lugar, tomando a precaução de cercá-los de alguma forma para as tartarugas não fugirem quando nascerem”.
Durante a operação de fiscalização foram patrulhados cerca de 1.000 km2 das águas da Lagoa Mirim, em ambas as margens, o que inclui os municípios de Arroio Grande e Rio Grande/Stª Vitoria do Palmar. Ao mesmo tempo foi realizado diariamente o patrulhamento do mar com helicóptero da Marinha, onde foram apreendidas oito redes de pesca predatória e um barco de arrasto dentro das três milhas náuticas. Ao todo, vinte e cinco servidores do Ibama/RS participam em conjunto com o Comando Militar do Sul da Operação Fronteira que começou ao meio-dia de sexta-feira (30/11) e encerrou ontem. A ação reuniu servidores do Ibama, soldados do Exército e integrantes de diversos órgãos de segurança pública (entre eles a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, Marinha, Aeronáutica e Batalhão Ambiental da Brigada Militar) para investigar a ocorrências de irregularidades diversas e também questões ligadas ao meio ambiente (transporte de fauna, flora, caça, pesca e agrotóxicos, entre outros).
Fonte: Ibama
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