Pescadores e ribeirinhos estão ocupando o canteiro de obras das novas eclusas da Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, desde a madrugada de terça-feira (4). A ocupação é para protestar pelo não cumprimento dos acordos feitos com o governo federal e as empresas responsáveis pela obra, segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A Eletronorte, responsável pela obra, não quis se manifestar sobre o assunto. Procurada pela Radiobrás, a assessoria de imprensa da Casa Civil, que fez o acordo, segundo o MAB, não localizou nenhum responsável para falar sobre o descumprimento do acordo. Depois da primeira ocupação, em outubro, a única reivindicação cumprida foi a entrega de cesta básica aos pescadores, segundo a coordenadora nacional do MAB, Euvanice Furtado. “Fizemos em outubro algumas propostas, entre elas que as famílias que precisassem se retirar de suas casas, para dar passagem aos canais da represa, receberiam uma indenização de R$ 60 mil e os pecadores receberiam uma aposentadoria vitalícia no valor de R$ 2 mil”, disse Euvanice. “As empresas ficaram de avaliar e até 19 de novembro nos darem uma resposta”, acrescentou.
O movimento decidiu voltar a ocupar a construção até que uma nova reunião seja feita. “Não dá para deixar as obras terminarem para reivindicarmos alguma coisa, por isso decidimos voltar a ocupar a construção”, afirmou Euvanice Furtado.Na próxima semana, o MAB promete fazer acampamento nos 14 estados em que estão instalados, entre eles Santa Catarina e Minas Gerais, em solidariedade ao bispo Luiz Flávio Cappio, que está em greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco.
Fonte: Agência Brasil
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