quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Animais ajudam a determinar efeitos do óleo no mar

A cena é conhecida: depois de um grande derramamento de petróleo as aves marinhas enfrentam dificuldades, condenadas pela camada espessa de petróleo que recobre suas plumagens. Isso representa um indicador visível de como um derramamento de petróleo pode ser catastrófico.

Mas Cristobal Perez, da Universidade de Vigo, Espanha, e seus colegas sugerem que aves marinhas que sobrevivem a um derramamento podem ser úteis de outra maneira, podem ajudar a rastrear a difusão de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAH) gerados pelo evento. Os PAH são contaminantes tóxicos gerados por derramamento de petróleo, descargas de navios e vazamentos em plataformas de perfuração, e acarretam riscos de saúde para as criaturas marinhas (e também para os seres humanos). Os PAH podem ser monitorados por meio da análise de tecidos de aves marinhas e outros animais, mas a abordagem não é considerada confiável porque os PAH metabolizam os PAH muito rápido. E obter tecidos para fins de análise em geral requer que o animal esteja morto.

Mas os pesquisadores espanhóis reportaram na Environmental Science and Technology que conseguiram detectar com sucesso o PAH no sangue de gaivotas, a fim de medir o nível de contaminação gerado por um derramamento de petróleo ao largo da Espanha em 2002. O derramamento, do petroleiro Prestige, espalhou cerca de 60 mil toneladas de petróleo pelas costas da Espanha e França. As células sangüíneas são produzidas continuamente e têm vida útil de apenas duas semanas. Assim, seus níveis de PAH servem como indicado relativamente preciso de exposição recente a hidrocarbonetos. E obter amostras de sangue das aves é relativamente simples e fácil, e não faz mal a elas.

Fonte: The New York Times

Nenhum comentário: